segunda-feira, 28 de maio de 2012

Leia! Muito Importante!

Homilia do Papa Bento XVI por ocasião da celebração de Pentecostes
                       Queridos irmãos e irmãs!
Sinto-me feliz por celebrar esta Santa Missa convosco, também animada hoje pelo Coro da Academia de Santa Cecília e pela Orquestra da Juventude – que agradeço -, na Solenidade de Pentecostes.
Este mistério é o batismo da Igreja, é um evento que lhe tem dado, por assim dizer, a forma inicial e o impulso para a sua missão. E essa "forma" e este "empurrão" são sempre válidos, sempre atuais, e se renovam de uma maneira especial através das ações litúrgicas.
Esta manhã quero destacar um aspecto essencial do mistério de Pentecostes, que nos nossos dias mantém toda a sua importância. Pentecostes é a festa da unidade, da compreensão e da comunhão humana. Todos podemos constatar como no nosso mundo, ainda que estejamos sempre mais próximos uns dos outros com o desenvolvimento dos meios de comunicação, e as distâncias geográficas parecerem desaparecer, a compreensão e a comunhão entre as pessoas seja muitas vezes superficial e difícil. Permanecem desequilíbrios que muitas vezes levam a conflitos; o diálogo entre as gerações torna-se difícil e as vezes prevalece a contraposição; assistimos a fatos cotidianos que nos fazem pensar que os homens estão se tornando mais agressivos e mais conflituosos; entender-se parece algo muito trabalhoso e prefere-se permanecer no próprio ego, nos próprios interesses. Nesta situação, podemos encontrar realmente e viver aquela unidade da qual temos necessidade?
A narração de Pentecostes nos Atos dos Apóstolos, que ouvimos na primeira leitura (cf. At 2,1-11), contém no fundo de um dos últimos grandes afrescos que encontramos no início do Antigo Testamento: a antiga história da construção da Torre de Babel (cf. Gn 11, 1-9). Mas o que é Babel? É a descrição de um reino em que os homens acumularam tanto poder ao ponto de não fazerem mais referência a um Deus distante e de serem tão fortes ao ponto de construirem sozinhos uma estrada que levasse até o céu para abrir as portas e colocar-se no lugar de Deus. Mas justo nesta situação ocorre algo estranho e especial. Enquanto os homens estavam trabalhando juntos para construir a torre, de repente, perceberam que estavam construindo um contra o outro. Enquanto tentavam ser como Deus, corriam o perigo de não serem nem sequer homens, porque tinham perdido um elemento fundamental do ser pessoa humana: a capacidade de entender-se, de compreender-se, e de trabalhar juntos.
Esta história bíblica tem a sua verdade perene; podemos vê-la ao longo da história, mas também em nosso mundo. Com o avanço da ciência e da tecnologia temos chegado ao poder de dominar as forças da natureza, de manipular os elementos, de fabricar seres vivos, chegando até mesmo quase ao ser humano. Nesta situação, orar a Deus parece algo ultrapassado, inútil, porque nós mesmos podemos construir e realizar tudo o que quisermos. Mas não nos damos conta de que estamos revivendo a mesma experiência de Babel. É verdade, multiplicamos as nossas possibilidades de comunicação, de ter informações, de transmitir notícias, mas podemos dizer que cresceu a capacidade de compreender-nos ou talvez, paradoxalmente, nos compreendemos cada vez menos? Entre os homens não parece serpentear talvez um sentimento de desconfiança, de suspeita, de medo um do outro, até se tornar até mesmo perigoso um para o outro? Retornemos agora à pergunta inicial: pode existir realmente unidade, concórdia? E como?
Encontramos a resposta na Sagrada Escritura: A unidade só pode existir com o dom do Espírito de Deus, que nos dará um coração novo e uma lingua nova, uma nova capacidade de comunicar. E é isso o que ocorreu no dia de Pentecostes. Naquela manhã, cinqüenta dias depois da Páscoa, um forte vento soprou sobre Jerusalém e a chama do Espírito Santo desceu sobre os discípulos reunidos, pousou sobre cada um deles e acendeu neles o fogo divino, um fogo de amor capaz de transformar. O medo desapareceu, o coração sentiu uma nova força, as línguas se soltaram e começaram a falar com franqueza, de modo que todos pudessem entender o anúncio de Jesus Cristo morto e ressuscitado. Em Pentecostes, onde havia divisão e desconfiança, nasceram a unidade e o entendimento.
Mas olhemos para o Evangelho de hoje, no qual Jesus afirma: " Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á toda a verdade” (Jo 16, 13). Aqui, Jesus, falando do Espírito Santo, nos explica o que é a Igreja e como essa deva viver para ser ela mesma, para ser o lugar da unidade e da comunhão na Verdade; nos diz que agir como cristãos significa não estar fechados no próprio “eu”, mas orientar-se para o todo; significa acolher em si mesmo a toda a Igreja ou, ainda melhor, deixar interiormente que ela nos acolha. Então, quando eu falo, penso, ajo como cristão, não o faço fechando-me no meu eu, mas o faço sempre no todo e a partir do todo: assim o Espírito Santo, Espírito de unidade e de verdade, pode continuar a ressoar nos nossos corações e nas mentes dos homens e empurrá-los a encontrar-se e acolher-se mutuamente. O Espírito, justamente porque age assim, nos introduz em toda a verdade, que é Jesus, nos orienta no aprofundá-la, no compreendê-la: nós não crescemos no conhecimento fechando-nos no nosso eu, mas somente tornando-nos capazes de escutar e de compartilhar, somente no “nós” da Igreja, com uma atitude de profunda humildade interior. E assim torna-se mais claro porque Babel é Babel e Pentecostes é Pentecostes. Onde os homens querem fazer-se Deus, só podem chegar fazer-se um contra o outro. Onde se colocam na verdade do Senhor, abrem-se à ação do seu Espírito que lhes sustenta e lhes une.
O contraste entre Babel e Pentecostes ecoa também na segunda leitura, onde o Apóstolo diz: "Digo, pois: deixai-vos conduzir pelo Espírito, e não satisfareis os apetites da carne.” (Gl 5,16). São Paulo nos explica que a nossa vida pessoal está marcada por um conflito interior, por uma divisão, entre os impulsos que provém da carne e aqueles que provém do Espírito; e não podemos seguir a todos. Não podemos, de fato, ser ao mesmo tempo egoístas e generosas, seguir a tendência a dominar os outros e provar a alegria do serviço desinteressado. Devemos sempre escolher qual impulso seguir e o possamos fazer de modo autêntico somente com a ajuda do Espírito de Cristo. São Paulo elenca – como escutamos – as obras da carne, são os pecados de egoísmo e de violência, como inimizade, discórdia, inveja, discórdias; são pensamentos e ações que não fazem viver de modo verdadeiramente humano e cristão, no amor. É uma direção que leva a perder a própria vida. Em vez disso, o Espírito Santo nos guia para as alturas de Deus, porque podemos viver já nesta terra o germe de vida divina que está em nós. Afirma, de fato, São Paulo: "O fruto do Espírito é amor, alegria, paz" (Gal 5,22). E percebe-se que o Apóstolo usa o plural para descrever as obras da carne, que provocam a dispersão do ser humano, enquanto usa o singular para definir a ação do Espírito, fala de “fruto”, como na dispersão de Babel opõe-se à unidade de Pentecostes.
Caros amigos, devemos viver segundo o Espírito de unidade e de verdade, e por isso devemos orar para que o Espírito nos ilumine e nos guie para vencer o encanto de seguir nossas verdades, e a acolher a verdade de Cristo transmitida na Igreja. A narração lucana de Pentecostes nos diz que Jesus antes de subir ao céu pediu aos Apóstolos para permanecerem juntos e se preparassem para receber o dom do Espírito Santo. E eles se uniram em oração com Maria no Cenáculo à espera do evento prometido (cf. At 1,14). Recolhida com Maria, como no seu nascimento, a Igreja também hoje reza: "Veni Sancte Spiritus! - Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor ". Amem!

Você é nosso Convidado!

Primeira leitura (1º Pedro 1,3-9)



8ª Semana Comum


Leitura da Primeira Carta de São Pedro.
3
Bendito seja Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Em sua grande misericórdia, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, ele nos fez nascer de novo, para uma esperança viva, 4para uma herança incorruptível, que não estraga, que não se mancha nem murcha, e que é reservada para vós nos céus.
5
Graças à fé, e pelo poder de Deus, vós fostes guardados para a salvação que deve manifestar-se nos últimos tempos. 6Isto é motivo de alegria para vós, embora seja necessário que agora fiqueis por algum tempo aflitos, por causa de várias provações. 7Deste modo, a vossa fé será provada como sendo verdadeira — mais preciosa que o ouro perecível, que é provado no fogo — e alcançará louvor, honra e glória, no dia da manifestação de Jesus Cristo. 8Sem ter visto o Senhor, vós o amais. Sem o ver ainda, nele acreditais. Isso será para vós fonte de alegria indizível e gloriosa, 9pois obtereis aquilo em que acreditais: a vossa salvação.


- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo (Salmos 110)



8ª Semana Comum


— O Senhor se lembra sempre da Aliança!
— O Senhor se lembra sempre da Aliança!


— Eu agradeço a Deus de todo o coração junto com todos os seus justos reunidos! Que grandiosas são as obras do Senhor, elas merecem todo o amor e admiração!

— Ele dá o alimento aos que o temem e jamais esquecerá sua Aliança. Ao seu povo manifesta seu poder, dando a ele a herança das nações.
— Enviou libertação para o seu povo, confirmou sua Aliança para sempre. Seu nome é santo e é digno de respeito. Permaneça eternamente o seu louvor.

Um pouco de Reflexão!

Para entrar no Reino ( ou vida eterna ) é preciso mais do que observar leis ou regras. O Reino é dom de Deus aos homens, e nele tudo deve ser partilhado entre todos. Isso significa repartir as riquezas em vista de uma igualdade,abolindo o sistema classista. É por isso que os ricos ficam tristes e dificilmente entram no Reino. E o que acontece quando a gente deixa tudo para seguir a Jesus e continuar o seu projeto? Encontra nova sociedade, embora em meio à perseguição e já vive a certeza da plenitude que virá.Não é o acúmulo de riquezas que nos torna felizes, mas a partilha e a solidariedade.Para seguir Jesus, devemos renunciar a tudo o que não condiz com seu projeto.
Nesse Evangelho o jovem cumpria os mandamentos: “Mestre, desde criança eu tenho obedecido a todos esses mandamentos”. Por isso insiste: “O que me falta ainda?”.
Se de um lado vemos a preocupação do jovem pela sua salvação, por outro observamos que não basta observar a Lei para ser apto ao Reino de Deus. Falta ao jovem muito mais do que ele poderia imaginar: “Falta mais uma coisa para você fazer: vá, venda tudo o que tem e dê o dinheiro aos pobres e assim você terá riquezas no céu. Depois venha e me siga”. Faltava o desprender-se das riquezas, a entrega, a generosidade, a alegria profunda de dar e  “dar-se” sem impôr condições.Jesus, no entanto, insiste e lhe indica a infalibilidade de Deus nas Suas promessas: “a Deus tudo é possível”, pois Ele pode conceder a graça de uma pessoa usar bem as riquezas ou até mesmo de renunciar radicalmente aos bens terrenos.
Exige-se de nós uma profunda reflexão do que somos e temos. Tanto ricos quanto pobres precisam ir à busca das coisas do Alto. Precisamos viver o desprendimento, independentemente do estilo de vida que levamos. Que aqueles que se fizeram pobres amem a sua pobreza, porque “deles é o reino de Deus”. Que aqueles que nasceram ou se tornaram ricos descubram o valor da misericórdia, da generosidade, da partilha, da solidariedade e, sobretudo, lembre-se que “de nada adianta ganhar o mundo, se depois se perde a própria alma”.Peçamos: Dai Senhor a vossa graça aos que partilham dons e bens com os necessitados.Guardai as pessoas que com sabedoria de vida, semeiam o amor e a humildade.Ajudai-nos a abrir os olhos, para que possamos identificar o que realmente nos torna felizes. Louvor e Glória ao Senhor!

Evangelho (Marcos 10,17-27)




— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.

— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Marcos.
— Glória a vós, Senhor!


Naquele tempo,
17quando Jesus saiu a caminhar, veio alguém correndo, ajoelhou-se diante dele, e perguntou: “Bom Mestre, que devo fazer para ganhar a vida eterna?”
18
Jesus disse: “Por que me chamas de bom? Só Deus é bom, e mais ninguém. 19Tu conheces os mandamentos: não matarás; não cometerás adultério; não roubarás; não levantarás falso testemunho; não prejudicarás ninguém; honra teu pai e tua mãe!”
20
Ele respondeu: “Mestre, tudo isso tenho observado desde a minha juventude”. 21Jesus olhou para ele com amor, e disse: “Só uma coisa te falta: vai, vende tudo o que tens e dá aos pobres, e terás um tesouro no céu. Depois vem e segue-me!”
22
Mas quando ele ouviu isso, ficou abatido e foi embora cheio de tristeza, porque era muito rico. 23Jesus então olhou ao redor e disse aos discípulos: “Como é difícil para os ricos entrar no Reino de Deus!”
24
Os discípulos se admiravam com estas palavras, mas ele disse de novo: “Meus filhos, como é difícil entrar no Reino de Deus! 25É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus!”
26
Eles ficaram muito espantados ao ouvirem isso, e perguntavam uns aos outros: “Então, quem pode ser salvo?” 27Jesus olhou para eles e disse: “Para os homens isso é impossível, mas não para Deus. Para Deus tudo é possível”.


- Palavra da Salvação.

- Glória a vós, Senhor.