quarta-feira, 1 de agosto de 2012

“Uma semana especial para a Família”


“Só com a união fraterna que se poderá chegar naquilo que se deseja: a saúde para todos”, dom José Antonio Aparecido Tosi Marques na abertura da CF 2012
Todos os anos, no mês de agosto, mês dedicado às diversas vocações na Igreja, celebra-se a Semana da Família. É significativa a comemoração do Dia dos Pais no segundo domingo de agosto. Ligada a esta comemoração, já há diversos anos realiza-se a Semana da Família.
            Por que este destaque especial à Família na vida eclesial e na ação evangelizadora da Igreja.
            Sempre a Família foi reconhecida ambiente eclesial. Desde os inícios da História da Igreja, passou pelas famílias o caminho do Evangelho. Já nos Atos dos Apóstolos vemos que o anúncio do Evangelho vai repercutir na vida das pessoas e em seu ambiente natural fundamental, a família. Assim serão convertidas e batizadas famílias inteiras (cf. At. 10 e 16)
            Será assim que, a família – primeira comunidade humana natural, se constituirá em célula da Igreja – Igreja doméstica. Ali se reúnem dois ou mais em nome de Cristo e, como Ele mesmo prometeu, está no meio deles.
            A história humana é toda ela marcada de engrandecimento de um lado e de ataques à instituição familiar por outro. A humanidade ferida pelo pecado é ambígua em suas realizações. Muitos males que brotam no coração humano ferem os relacionamentos familiares e degeneram as estruturas sociais a partir da célula familiar.
            A graça salvadora de Cristo é oferecida à humanidade para sua redenção. Ela toca as pessoas humanas no mais íntimo de seu ser. O Evangelho é oferecido respeitosamente à inteligência e à liberdade de cada pessoa humana. Já o prólogo do Evangelho segundo João (cap. 1) nos apresenta esta misericordiosa e estupenda obra de Deus: 9 Esta era a luz verdadeira, que vindo ao mundo a todos ilumina. (Jesus – o Verbo feito carne) 10 Ela estava no mundo, e o mundo foi feito por meio dela, mas o mundo não a reconheceu. 11 Ela veio para o que era seu, mas os seus não a acolheram. 12 A quantos, porém, a acolheram, deu-lhes poder de se tornarem filhos de Deus: são os que crêem no seu nome. 13 Estes foram gerados não do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. 14 E a Palavra se fez carne e veio morar entre nós. Nós vimos a sua glória, glória que recebe do seu Pai como filho único, cheio de graça e de verdade. … 16 De sua plenitude todos nós recebemos, graça por graça. 17 Pois a Lei foi dada por meio de Moisés, a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo. 18 Ninguém jamais viu a Deus; o Filho único, que é Deus e está na intimidade do Pai, foi quem o deu a conhecer.”
            Em sintonia e continuidade com o VII Encontro Mundial das Famílias, que ocorreu em Milão nos dias 1 a 3 de junho p.p., promovido pelo Pontifício Conselho para a Família, a Semana da Família no Brasil, promovida pela CNBB, a se realizar entre os dias 12 e 18 de agosto próximo, dedica-se ao tema: “Família – o trabalho e a festa”. Sempre propondo o aprofundamento da vida familiar no Evangelho de Jesus para que a vida familiar seja iluminada e potenciada pela fé.
            Não temos apenas o que de obscuro e tenebroso a dizer sobre a realidade familiar hoje. Temos muita luz e testemunho de realização e felicidade na família que encontrou seu Caminho, sua Verdade e sua Vida.
            O Papa Bento XVI assim se referia à evangelização da família em sua homilia no encontro de Milão: “O projeto de Deus para o casal humano alcança a sua plenitude em Jesus Cristo, que elevou o matrimônio a Sacramento. Com um dom especial do Espírito Santo, queridos esposos, Cristo faz-vos participar no seu amor esponsal, tornando-vos sinal do seu amor pela Igreja: um amor fiel e total. Se souberdes acolher este dom, renovando diariamente o vosso «sim» com fé e com a força que vem da graça do Sacramento, também a vossa família viverá do amor de Deus, tomando por modelo a Sagrada Família de Nazaré. Queridas famílias, pedi muitas vezes, na oração, o auxílio da Virgem Maria e de São José, para que vos ensinem a acolher o amor de Deus como o acolheram eles. A vossa vocação não é fácil de viver, especialmente hoje, mas a realidade do amor é maravilhosa, é a única força que pode verdadeiramente transformar o universo, o mundo.
            Daí a feliz conclusão a ser trabalhada como reconstrução da mesma realidade familiar: “Família, trabalho, festa: três dons de Deus, três dimensões da nossa vida que se devem encontrar num equilíbrio harmonioso. Harmonizar os horários do trabalho e as exigências da família, a profissão e a paternidade e maternidade, o trabalho e a festa são importantes para construir sociedades com um rosto humano. Nisto, privilegiai sempre a lógica do ser sobre a do ter: a primeira constrói, a segunda acaba por destruir. É preciso educar-se para crer, em primeiro lugar na família, no amor autêntico: o amor que vem de Deus e nos une a Ele e, por isso mesmo, «nos transforma em um Nós, que supera as nossas divisões e nos faz ser um só, até que, no fim, Deus seja “tudo em todos” (1 Cor 15, 28)» (Enc. Deus caritas est, 18). Amém.”  Bento XVI
            Como não perceber atuante a força renovadora do Evangelho de Jesus para a renovação da vida humana, a recriação da família humana, a reconstrução da sociedade humana!
+ José Antonio Aparecido Tosi Marques
Arcebispo de Fortaleza

Primeira leitura (Jeremias 15,10.16-21)



Leitura do Livro do Profeta Jeremias.
10
Ai de mim, minha mãe, que me geraste um homem de controvérsia, um homem em discórdia com toda a gente! Não emprestei com usura nem ninguém me emprestou, e contudo todos me amaldiçoam. 16Quando encontrei tuas palavras, alimentei-me, elas se tornaram para mim uma delícia e a alegria do coração, o modo como invocar teu nome sobre mim, Senhor Deus dos exércitos.
17
Não costumo frequentar a roda dos folgazões e gabo-me disso; fiquei a sós, sob o influxo de tua presença e cheio de indignação. 18Por que se tornou eterna minha dor, por que não sara minha chaga maligna? Para mim te tornaste como miragem de um regato, como visão d’águas ilusórias. 19Ainda assim, isto diz-me o Senhor: “Se te converteres, converterei teu coração, para te sustentares em minha presença; se souberes separar o precioso do vil, falarás por minha boca; os outros voltarão para ti, e tu não voltarás para eles. 20Em favor deste povo, farei de ti uma muralha de bronze fortificada; combaterão contra ti, mas não prevalecerão, porque eu estou contigo para te salvar e te defender diz o Senhor. 21Eu te libertarei das mãos dos perversos e te salvarei dos prepotentes”.


- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo (Salmos 58)



— Sois meu refúgio no dia da aflição.
— Sois meu refúgio no dia da aflição.


— Libertai-me do inimigo, ó meu Deus, e protegei-me contra os meus perseguidores! Libertai-me dos obreiros da maldade, defendei-me desses homens sanguinários!

— Eis que ficam espreitando a minha vida, poderosos armam tramas contra mim. Mas eu, Senhor, não cometi pecado ou crime.
— Minha força, é a vós que me dirijo, porque sois o meu refúgio e proteção, Deus clemente e compassivo, meu amor! Deus virá com seu amor ao meu encontro, e hei de ver meus inimigos humilhados.
— Eu, então, hei de cantar vosso poder, e de manhã celebrarei vossa bondade, porque fostes para mim o meu abrigo, e meu refúgio no dia da aflição. Minha força, cantarei vossos louvores, porque sois o meu refúgio e proteção, Deus clemente e compassivo, meu amor!

Um Pouco de Reflexão!

O Senhor não diz quem foi o homem que encontrou o tesouro escondido no campo, tampouco como ele o encontrou – se arando, cavando ou plantando. Também não se sabe qual foi o tesouro encontrado.
Era uma coisa comum, tanto na época do Antigo Testamento quanto do Novo, esconder riquezas debaixo da terra por causa das guerras e revoluções tão frequentes. Era mais seguro guardá-las no campo do que deixá-las em casa, pois poderiam ser roubadas por ladrões ou levadas pelos invasores como despojo.
Na maioria das vezes, porém, o proprietário do tesouro morria sem revelar a ninguém onde o havia escondido. Deus fala de algo conhecido por seus ouvintes. Ele não está usando uma figura irreal e fantasiosa ao falar do tesouro escondido.
O homem que encontrou o tesouro, no campo, não estava à sua caça. Ele o encontrou ao acaso. Qual foi a sua reação ao encontrá-lo? Escondeu-o de volta e, tomado por grande alegria, retornou para sua casa, vendeu todos os seus bens e comprou aquele campo, no qual o tesouro estava escondido.
O Senhor Jesus também conta a história de um negociante de jóias que estava à procura das melhores pérolas, pois, no primeiro século da era cristã, elas tinham um grande valor, assim como tem o diamante em nossos dias. Elas serviam como símbolo de status e posição entre os ricos, e apenas estes as possuíam.
O homem da parábola é um negociante que está em busca das melhores pérolas. Jesus não diz para onde ele foi, somente afirma que ele encontrou, em sua busca, a pérola de grande valor que tanto procurava. Ele não sossegou enquanto não a obteve. Jesus nos conta que aquele negociante, tendo achado uma pérola de grande valor, vendeu tudo o que possuía e a comprou.
Comparando ambas as parábolas, observamos um ponto de semelhança entre elas: a atitude dos dois homens depois de terem encontrado seus tesouros. Ambos reconheceram o imenso valor do que haviam encontrado e, com alegria, não hesitaram em vender tudo que tinham para obtê-lo.
Certamente, os parentes e conhecidos desaprovaram a atitude deles, pois não sabiam o que eles estavam fazendo. Mas esses homens não pensaram duas vezes; com o coração resoluto e alegre – sem nenhum sentimento de perda – desfizeram-se de tudo quanto possuíam para obter o tesouro e a pérola que cada um encontrou.
Este é o ponto central da parábola, por meio da qual Jesus quer nos ensinar uma verdade acerca do Seu Reino. Nada nem ninguém se pode ser comparado ao valiosíssimo tesouro que é Jesus Cristo nosso Senhor.
Cante de alegria, venda tudo o que possui e diga: “Encontrei Jesus, Ele é o meu libertador! É meu Senhor, meu amigo e amor. Ninguém O tirará de mim! Jamais O deixarei. Ele vai comigo no meu coração. Ele é o caminho que me conduz ao Pai, a verdade certa, é a vida que me faz viver. É luz que ilumina o meu caminho, a força na minha fraqueza, a alegria na tristeza”.
Vale a pena tudo superarmos para possuir Cristo, porque, com Ele, tudo teremos e tudo venceremos.
Padre Bantu Mendonça-Canção Nova

Evangelho (Mateus 13,44-46)




— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.

— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.


Naquele tempo, disse Jesus à multidão:
44“O Reino dos Céus é como um tesouro escondido no campo. Um homem o encontra e o mantém escondido. Cheio de alegria, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquele campo. 45O Reino dos Céus também é como um comprador que procura pérolas preciosas. 46Quando encontra uma pérola de grande valor, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquela pérola”.


- Palavra da Salvação.

- Glória a vós, Senhor.