Publicado em: 29/06/2012 | Seção: Notícias | Assunto: CNBB • Notícia
De
acordo com o Censo Demográfico 2010, do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), os católicos permanecem sendo maioria,
embora haja uma maior diversidade religiosa da população brasileira. Os
dados mostram que 64,6% da população professa a fé católica, havendo
72,2% de presença neste credo no Nordeste, 70,1% no Sul e 60,6% no Norte
do país. A proporção de católicos foi maior entre as pessoas com mais
de 40 anos, chegando a 75,2% no grupo com 80 anos ou mais.
A análise mostra que outros 22,2% da
população são compostos por evangélicos, 8% por pessoas que se declaram
sem religião, 3% por outros credos e 2% por espíritas.
CERIS mostra “Igreja Viva”
O Censo Anual de 2010 realizado pelo
Centro de Estatística e Investigações Sociais (CERIS) — entidade
brasileira de pesquisa religiosa fundada pela Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil (CNBB) — revelou uma “Igreja Viva”. É o que afirma a
análise sociológica da evolução numérica da presença da Igreja no
Brasil, feita pelo sociólogo Padre José Carlos Pereira, que também é
colaborador do CERIS:
De acordo com o sociólogo, os dados
apontam para o aumento do número de paróquias e para a criação de novas
dioceses, mostrando uma Igreja em constante crescimento:
“Os teóricos da secularização dizem que a
religião está fadada ao fracasso, mas o que vemos é o contrário, pois à
medida que surge a necessidade da criação de mais paróquias e estas de
serem setorizadas, ampliando, assim, o seu alcance, supõe-se que os
resultados são de uma maior adesão religiosa, inclusive de pessoas
afastadas”, especifica o texto.
O centro de estatísticas também apontou
um crescimento considerável em relação às vocações sacerdotais e
religiosas, confirmando no Brasil a tendência do aumento do número de
sacerdotes diocesanos e religiosos no mundo — conforme divulgou o Setor
Estatístico do Vaticano, na semana passada, ao afirmar que o número
passou de 405 mil para 413 mil.
“O quadro geral mostra uma vitalidade da
religião católica, por meio de um borbulhar de novas modalidades, ou
novas formas de viver a fé católica, por meio das novas comunidades,
novos movimentos eclesiais e da volta às origens dos ideais das
primeiras comunidades cristãs, que tem refletido outro quadro
estatístico, que é da evolução do número de presbíteros entre os anos de
1970 e 2010, conforme vemos na atual planilha do CERIS.Isso indica um
retorno ao catolicismo dos afastados, mas também uma identificação maior
daqueles que já praticavam o catolicismo, mas não se sentiam muito
firmes, identificados com a doutrina católica. Sendo assim, por mais que
se diga que houve aumento no número dos que se dizem sem religião, ou
que cresceu o interesse e as adesões a novos grupos religiosos e a novas
igrejas, a Igreja Católica se revela ainda mais estruturada e em franca
expansão, com seus empreendimentos missionários como, por exemplo, os
que foram propostos pela Missão Continental”, destaca a redação da
análise.
Alguns números da pesquisa
Paróquias
Os dados revelam um crescimento
vertiginoso no número de paróquias entre os anos de 1994 a 2010, em
diversos Regionais da CNBB, com destaque para os regionais Leste 2 (de
1.263 para 1.722) e Sul 1 (de 1.651 para 2.431) , que correspondem ao
Estado de Minas Gerais e Espírito Santo (Regional Leste 2) e ao Estado
de São Paulo (Regional Sul 1), que são os dois maiores Regionais em
número de paróquias e de contingente populacional.
Padres
Em 2000 eram 16.772 padres. Em 2010
chegou a 22.119 padres. A distribuição de padres por habitantes é outro
fator levantado pela pesquisa. Em 2000 havia pouco mais de 169 milhões
de habitantes e para cada sacerdote eram 10.123,97 habitantes. Dez anos
depois havia aproximadamente 190 milhões de habitantes e cada padre
teria o número de 8.624,97 habitantes.
A concentração do clero por regiões
brasileiras, segundo a pesquisa do CERIS, mostrou que havia uma
concentração maior na região sudeste em detrimento das outras regiões.
Do total de padres no país a região sudeste concentrava quase metade dos
sacerdotes, com 45%. O sul ficava com um quarto da população de padres,
25%, o nordeste 16%, o centro-oeste apenas 9%. Já o norte seria a
região com menos padres, apenas 3%.
POR: CNBB/ARQUIDIOCESE DO RIO DE JANEIRO