quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Os Bispos e os Políticos


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No dia 18 de agosto, próximo passado, os bispos das nove dioceses do Ceará convidaram os candidatos ao Governo do Estado do Ceará para um encontro na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil aqui em Fortaleza. Cuja finalidade era ouvir dos candidatos seus planos de governo e para apresentar-lhes algumas preocupações dos bispos. Os candidatos Camilo Santana (PT), Eliane Novais (PSB) e Ailton Lopes (Psol) compareceram e apresentaram detalhadamente seus planos de governo num ambiente de grande cordialidade e profundo respeito. O candidato Eunício Oliveira (PMDB) infelizmente não compareceu.
Na ocasião em pauta os bispos entregaram aos candidatos um documento titulado “Os Bispos do Ceará e as Eleições de 2014”. Na primeira parte do documento os bispos externaram suas preocupações em três áreas específicas: a) O modelo de desenvolvimento, onde abordaram: acesso à saúde e educação de qualidade, a concentração da renda e as políticas públicas no âmbito da cultura, esporte e lazer para adolescentes que são, por vezes, tragados pelo mundo das drogas. Também mostraram sua insatisfação com os meios de comunicação em massa não cumprindo o que lhes preceitua a Constituição etc. b) A Democracia como processo permanente de construção coletiva. c) A Segurança Pública. Que deve ter a ambição ampla de ser um movimento que trabalhará as várias dimensões do problema que envolve o drama do tráfico de drogas, da gestão das políticas civil e militar, do abandono do estado de áreas de periferias, do funcionamento do poder judiciário etc.
A segunda parte do documento dos bispos afirma que muitos pleitos se acumulam na sociedade civil nos temas seguintes os quais os bispos elencaram para consideração dos candidatos. a) Populações tradicionais e Excluídas, b) Educação e c) Políticas para o Semiárido. O Documento Episcopal foi assinado pelo Presidente do Regional do Nordeste 1 – CNBB, Dom José Haring, Bispo de Limoeiro do Norte, pelo Vice-Presidente do Regional Nordeste 1, Dom João José Costa, Bispo de Iguatu, e pelo Secretário do Reg. NE 1, Dom Antônio Roberto Cavuto, Bispo de Itapipoca. Quatro bispos compareceram ao encontro: Dom José Haring, Dom Odelir José Magri MCCJ, Dom Ângelo Pignoli e Dom Rosalvo Cordeiro Lima.
Pe. Dr. Brendan Coleman Mc Donald
Redentorista e Assessor do Reg. NE1

Padre e profeta

Dom Pedro Carlos Cipollini
Bispo de Amparo (SP)

Neste mês dedicado às vocações, em especial à sacerdotal, é bom relembrarmos alguns expoentes que ilustraram este ministério ao longo de nossa história. Trata-se do Padre Antonio Vieira, chamado pelo poeta português Fernando Pessoa de "imperador da língua portuguesa". Nascido em Lisboa, com seis anos de idade, veio com a família para o Brasil. Radicado na Bahia, ingressa no colégio jesuíta de Salvador. Em 1634 é ordenado padre. Torna-se missionário e orador, seus sermões o fizeram famoso em todo o reino. Sua obra escrita, de modo especial seus 200 sermões, está impregnada de sabedoria, nela ele aborda temas históricos e políticos de forma magistral. Fascina o estilo, o domínio da língua, mas, sobretudo a exposição da fé que impele á prática da caridade.

Foi homem de estudo e erudição e de ação, que enfrentou com muita coragem as vicissitudes da vida, inclusive processos ante a Inquisição, dos quais acabou anistiado. Morreu em Salvador da Bahia em 1697. Suas atividades no Brasil dizem respeito à defesa da liberdade dos indígenas, invasão holandês, empenho pelo desenvolvimento econômico.
São inúmeros os temas abordados em seus sermões, entre os quais o mais famoso talvez, seja o Sermão da Sexagésima de 1655. Porém, num deles, há um tema utilíssimo, um tanto fora de moda, que me chamou a atenção. Trata-se do pecado da omissão, que ele aborda no sermão do primeiro domingo do advento no ano de 1650. Neste tempo pré-eleitoral que vivemos hoje, é muito útil revisitar este sermão. O sermão tem como eixo o juízo final, cito a seguir um parágrafo, referente à omissão dos governantes.

"Sabei cristãos, sabei príncipes, sabei ministros, que se vos há de pedir estreita conta do que fizestes; mas muito mais estreita do que deixastes de fazer. Pelo que fizestes se hão de condenar muitos, pelo que não fizeram todos. As culpas porque se condenam os Reis são as que se contêm nos relatórios das sentenças: "Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno. E por que? Porque tive fome e não me destes de comer, tive sede e não me destes de beber, porque não recolhestes, não visitastes, porque não vestistes (Mt 25, 42-42). Em suma, que os pecados que ultimamente hão de levar os condenados ao inferno, são os pecados de omissão. Não se espantem os doutos de uma proposição tão universal como esta; porque assim é verdadeira em todo o rigor da Teologia... A omissão é o pecado que com mais facilidade se comete, e com mais dificuldade se conhece; e o que facilmente se comete e dificultosamente se conhece, raramente se emenda. A omissão é um pecado que se faz não fazendo: e pecado que nunca é má obra, e algumas vezes pode ser obra boa."

Assim sendo, a corrupção, segundo Padre Vieira, tão alastrada em nosso meio, ampliada pelo famoso "jeitinho brasileiro", se torna mais grave do que fazer o mal. Ela faz o mal no lugar do bem que devia fazer e não faz, e ainda, sendo um mal, muitas vezes aparece como um bem: perversidade! E assim é, a corrupção e sua irmã gêmea, a incompetência, solapam a ordem e o progresso que desejamos para nossa pátria.

Fica aqui a homenagem a nosso papa Francisco, jesuíta, "profeta suave e firme" que recorda à Igreja o dever de remar contra a corrente por amor ao Evangelho (cf. Angelus junho 2013).


Liturgia Diária

Invoquemos a presença do Espírito Santo para ler e refletir a liturgia de hoje:

Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor. Enviai o vosso Espírito e tudo será criado e renovareis a face da terra. 

Oremos: 

Deus que instruístes os corações dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito e gozemos sempre da sua consolação. Por Cristo, Senhor nosso. Amém.

Oração
Pai, tendo respondido ao teu convite para ser discípulo do Reino, desejo conformar toda a minha vida ao teu querer sendo fiel a ti.
Primeira leitura: Ez 36,23-28
Leitura da Profecia de Ezequiel
Assim fala o Senhor: 23“Vou mostrar a santidade do meu grande nome, que profanastes no meio das nações. As nações saberão que eu sou o Senhor – oráculo do Senhor Deus –, quando eu manifestar minha santidade à vista delas por meio de vós. 24Eu vos tirarei do meio das nações, vos reunirei de todos os países, e vos conduzirei para a vossa terra. 25Derramarei sobre vós uma água pura, e sereis purificados. Eu vos purificarei de todas as impurezas e de todos os ídolos.
26Eu vos darei um coração novo e porei um espírito novo dentro de vós. Arrancarei do vosso corpo o coração de pedra e vos darei um coração de carne; 27porei meu espírito dentro de vós e farei com que sigais a minha lei e cuideis de observar os meus mandamentos. 28Habitareis no país que dei a vossos pais. Sereis o meu povo e eu serei o vosso Deus”.
. - Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Salmos: Sl 51
          — Eu hei de derramar sobre vós uma água pura, e de vossas imundícies sereis purificados.
— Eu hei de derramar sobre vós uma água pura, e de vossas imundícies sereis purificados.

— Criai em mim um coração que seja puro, dai-me de novo um espírito decidido. Ó Senhor, não me afasteis de vossa face, nem retireis de mim o vosso Santo Espírito!

— Dai-me de novo a alegria de ser salvo e confirmai-me com espírito generoso! Ensinarei vosso caminho aos pecadores, e para vós se voltarão os transviados.

— Pois não são de vosso agrado os sacrifícios, e, se oferto um holocausto, o rejeitais. Meu sacrifício é minha alma penitente, não desprezeis um coração arrependido!
 
 
Evangelho: Mt 22,1-14
         - O Senhor esteja convosco.
          - Ele está no meio de nós.
          - Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo São Mateus.
          - Glória a vós, Senhor.

        Naquele tempo, 1Jesus voltou a falar em parábolas aos sumos sacerdotes e aos anciãos do povo,2dizendo: “O Reino dos Céus é como a história do rei que preparou a festa de casamento do seu filho. 3E mandou seus empregados chamar os convidados para a festa, mas estes não quiseram vir.
4O rei mandou outros empregados, dizendo: ‘Dizei aos convidados: já preparei o banquete, os bois e os animais cevados já foram abatidos e tudo está pronto. Vinde para a festa!’ 5Mas os convidados não deram a menor atenção: um foi para o seu campo, outro para os seus negócios, 6outros agarraram os empregados, bateram neles e os mataram.
7O rei ficou indignado e mandou suas tropas, para matar aqueles assassinos e incendiar a cidade deles.8Em seguida, o rei disse aos empregados: ‘A festa de casamento está pronta, mas os convidados não foram dignos dela. 9Portanto, ide às encruzilhadas dos caminhos e convidai para a festa todos os que encontrardes’.
10Então os empregados saíram pelos caminhos e reuniram todos os que encontraram, maus e bons. E a sala da festa ficou cheia de convidados. 11Quando o rei entrou para ver os convidados observou ali um homem que não estava usando traje de festa 12e perguntou-lhe: ‘Amigo, como entraste aqui sem o traje de festa?’ Mas o homem nada respondeu.
13Então o rei disse aos que serviam: ‘Amarrai os pés e as mãos desse homem e jogai-o fora, na escuridão! Ali haverá choro e ranger de dentes’. 14Porque muitos são chamados, e poucos são escolhidos”.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
 
Comentário do Evangelho
A iniciativa do convite é de Deus.
Os destinatários dessa parábola são os chefes dos sacerdotes e os fariseus (cf. 21,45). A imagem utilizada na parábola é a da festa de casamento de um membro da família real, o filho. Como era costume, a festa de casamento durava vários dias. Não obstante a insistência de chamar os convidados para festa, por três vezes a parábola comenta que eles não deram importância ao convite e se recusaram a ir. Certamente, a mensagem da parábola é o apelo que Deus faz aos judeus por meio de Jesus, de entrarem no Reino dos Céus, isto é, de viverem os valores do Reino revelados no ensinamento do Filho único de Deus. Os judeus rejeitam o convite. Daí a oportunidade de afirmar a universalidade da salvação a todos, maus e bons, e aos pagãos. A iniciativa do convite é de Deus. Por isso, participar do seu Reino não é mérito de ninguém, mas graça oferecida a todos. A parábola é a imagem da rejeição de Jesus por parte de Israel e, ao mesmo tempo, a abertura da salvação a todas as pessoas e povos.
 
Leitura Orante

Oração Inicial

Preparo-me para a Leitura Orante, rezando com todos que buscam encontrar-se com Deus na web:
Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.Amém.
Jesus, Mestre,
que eu pense com a tua inteligência,
com a tua sabedoria.
Que eu ame com o teu coração.
Que eu veja com os teus olhos.
Que eu fale com a tua língua.
Que eu ouça com os teus ouvidos.
Que as minhas mãos sejam as tuas.
Que os meus pés estejam sobre as tuas pegadas.
Que eu reze com as tuas orações.
Que eu celebre como tu te imolaste.
Que eu esteja em ti e tu em mim. Amém.

1- Leitura (Verdade)

1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente, na Bíblia, o texto: Mt 22,1-14, e observo a parábola contada por Jesus sobre a festa de casamento.
De novo Jesus usou parábolas para falar ao povo. Ele disse:
Esta parábola contada por Jesus me ensina diversas coisas.
1º É um privilégio ser convidado para a festa do Reino, para a Aliança com Deus.
2º Os empregados são os apóstolos, os profetas, os discípulos e missionários.
3º Os que rejeitam o convite são os que preferem o ter, os bens materiais.
4º Os que estão pelas estradas e ruas, e são convidados, são os mendigos, pobres, os que estão à margem, fora do convívio, “tanto bons como maus”.
5º A roupa de festa exigida simboliza a conduta de acordo com o chamado, ou seja, fé e abertura de coração para a justiça. Cabe recordar que justiça é amor de Deus para todos.
6º A exclusão, expressa nas palavras “joguem fora, na escuridão. Ali ele vai chorar...” fala da conseqüência de quem renuncia à intimidade com Deus.

2- Meditação (Caminho)

O que o texto diz para mim, hoje?
Os bispos em, Aparecida, disseram: “Por assim dizer, Deus Pai sai de si, para nos chamar a participar de sua vida e de sua glória. Mediante Israel, povo que fez seu, Deus nos revela seu projeto de vida. Cada vez que Israel procurou e necessitou de seu Deus, sobretudo nas desgraças nacionais, teve uma singular experiência de comunhão com Ele, que o fazia partícipe de sua verdade, sua vida e sua santidade. Por isso, não demorou em testemunhar que seu Deus – diferentemente dos ídolos – é o “Deus vivo” (Dt 5,26) que o liberta dos opressores (cf. Ex 3,7-10), que perdoa incansavelmente (cf. Ecl 34,6; Eclo 2,11) e que restitui a salvação perdida quando o povo, envolvido “nas redes da morte” (Sl 116,3), dirige-se a Ele suplicante (Cf. Is 38,16).” (DAp 129).
Deus continua nos fazendo convite para minha participação na sua vida. Como respondo?

3- Oração (Vida)

O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo, espontaneamente, com salmos ou outras orações e ouço ou canto a canção do padre Zezinho:
Vocação
Se ouvires a voz do vento
Chamando sem cessar
Se ouvires a voz do tempo
Mandando esperar.
A decisão é tua
São muitos os convidados
Quase ninguém tem tempo
Se ouvires a voz de Deus
Chamando sem cessar
Se ouvires a voz do mundo
Querendo te enganar
O trigo já se perdeu
Cresceu, ninguém colheu
E o mundo passando fome
De paz, de pão e de Deus.

4- Contemplação (Vida e Missão)

Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Meu novo olhar é para perceber os convites de Deus e responder com a minha adesão.

Bênção

- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém. -
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.
Fonte: Catequese Católica