quarta-feira, 5 de novembro de 2014

São Zacarias e Santa Isabel


Embora os nomes destes santos não estejam presentes no Calendário Litúrgico da Igreja, há muitos séculos a tradição cristã consagrou este dia à veneração da memória de São Zacarias e Santa Isabel, pais de São João Batista.
Encontramos a sua história narrada no magnífico Evangelho de São Lucas, onde ele descreveu que havia no tempo de Herodes, rei da Judéia, um sacerdote chamado Zacarias; a sua mulher pertencia à descendência de Aarão e se chamava Isabel. Eles viviam na aldeia de Ain-Karim e tinham parentesco com a Sagrada família de Nazaré.

Foram escolhidos por Deus por sua fé inabalável, pureza de coração e o grande amor que dedicavam ao próximo. Zacarais e Isabe eram um casal de idosos e infelizmente Isabel era estéril. Mas foi por sua esterilidade que ela se tornou uma grande personagem feminina na historia religiosa do povo de Deus.

O anjo do Senhor apareceu ao velho sacerdote Zacarias no templo e lhe disse que sua mulher Isabel teria um filho que levaria o nome de João. Zacarias inicialmente se manteve incrédulo e para que pudesse crer precisou de um sinal: ele ficou mudo até que João veio à luz do mundo.

Conta-nos o Evangelho que Maria esteve com Isabel auxiliando-a durante sua gravidez. Após o nascimento de João, Zacarias e Isabel se recolheram à sombra da fama do filho, como convém aos que sabem ser o instrumento do Criador. Com humildade, se alegraram e se satisfizeram com a santidade da missão dada ao filho, sendo fieis a Deus até a morte.

Oração: 

Que Deus conceda aos pais de família imitar Zacarias e Isabel, levando-os a viver uma vida santa, sendo justos diante do Senhor e observando como exatidão seus mandamentos. Por Cristo nosso Senhor. Amém.

Liturgia diária

Invoquemos a presença do Espírito Santo para ler e refletir a liturgia de hoje:

Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor. Enviai o vosso Espírito e tudo será criado e renovareis a face da terra. 

Oremos 

Deus que instruístes os corações dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito e gozemos sempre da sua consolação. Por Cristo, Senhor nosso. Amém.

Oração
Pai, reforça minha disposição a ser discípulo de teu Reino, afastando tudo quanto possa abalar a solidez de minha adesão a ti e a teu Filho Jesus.
Primeira leitura: Fl 2,12-18
Leitura da Carta de São Paulo aos Filipenses
12Meus queridos, como sempre fostes obedientes, não só em minha presença, mas ainda mais agora na minha ausência, trabalhai para a vossa salvação, com temor e tremor. 13Pois é Deus que realiza em vós tanto o querer como o fazer, conforme o seu desígnio benevolente.
14Fazei tudo sem reclamar ou murmurar, 15para que sejais livres de repreensão e ambigüidade, filhos de Deus sem defeito, no meio desta geração depravada e pervertida, na qual brilhais como os astros no universo.
16Conservai com firmeza a palavra da vida. Assim, no dia de Cristo, terei a glória de não ter corrido em vão, nem trabalhado inutilmente. 17E ainda que eu seja oferecido em libação, fico feliz e alegro-me com todos vós. 18Vós também, alegrai-vos pelo mesmo motivo e congratulai-vos comigo.
. - Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Salmos: Sl 27
          — O Senhor é minha luz e salvação!
— O Senhor é minha luz e salvação!

— O Senhor é minha luz e salvação; de quem eu terei medo? O Senhor é a proteção da minha vida; perante quem eu tremerei?

— Ao Senhor eu peço apenas uma coisa, e é só isto que eu desejo: habitar no santuário do Senhor por toda a minha vida; saborear a suavidade do Senhor e contemplá-lo no seu templo.

— Sei que a bondade do Senhor eu hei de ver na terra dos viventes. Espera no Senhor e tem coragem, espera no Senhor!
 
 
Evangelho: Lc 14,25-33
         - O Senhor esteja convosco.
          - Ele está no meio de nós.
          - Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo São Lucas.
          - Glória a vós, Senhor.

        Naquele tempo, 25grandes multidões acompanhavam Jesus. Voltando-se, ele lhes disse: 26“Se alguém vem a mim, mas não se desapega de seu pai e sua mãe, sua mulher e seus filhos, seus irmãos e suas irmãs e até da sua própria vida, não pode ser meu discípulo. 27Quem não carrega sua cruz e não caminha atrás de mim, não pode ser meu discípulo.
28Com efeito: qual de vós, querendo construir uma torre, não se senta primeiro e calcula os gastos, para ver se tem o suficiente para terminar? Caso contrário, 29ele vai lançar o alicerce e não será capaz de acabar. E todos os que virem isso começarão a caçoar, dizendo: 30‘Este homem começou a construir e não foi capaz de acabar!’
31Ou ainda: Qual rei que, ao sair para guerrear com outro, não se senta primeiro e examina bem se com dez mil homens poderá enfrentar o outro que marcha contra ele com vinte mil? 32Se ele vê que não pode, enquanto o outro rei ainda está longe, envia mensageiros para negociar as condições de paz. 33Do mesmo modo, portanto, qualquer um de vós, se não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo!”

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
 
Comentário do Evangelho
Para seguir Jesus é necessário fazer uma escolha fundamental.Jesus deixa a casa de um dos chefes dos fariseus, onde tinha sido convidado para uma refeição; oportunidade em que ele ensinou os convivas acerca de muitas coisas. Multidões o acompanham para escutá-lo e serem curadas de seus males. A ocasião é propícia para apresentar as exigências do seguimento. É preciso como ponto de partida uma atitude radical de desapego: “renunciar a tudo o que se tem”, pois o Reino de Deus exige a pessoa integralmente (cf. Mt 13,44-46). Para seguir Jesus é necessário fazer uma escolha fundamental. Como dissemos acima, é preciso estar disposto e esforçar-se ao desapego. A liberdade diante dos laços afetivos é requerida, pois os familiares não podem se constituir em obstáculo para o seguimento. Se a família assim procedesse, já não seria amor, mas possessão. Trata-se, ainda, do desapego da própria vida e da aceitação do risco do seguimento, a saber, a perseguição e o sofrimento. É indispensável renunciar à segurança dos bens terrenos para ter em Deus sua única segurança e esperança. Para seguir Jesus tem de se optar pela liberdade e pelo desapego, a fim de estar disponível para o serviço do Reino de Deus.
 
Leitura Orante

Oração Inicial

Preparo-me para a Leitura Orante, fazendo uma rede de comunicação
e comunhão em torno da Palavra com todas as pessoas que se encontram neste ambiente
virtual. Rezamos em sintonia com a Santíssima Trindade, perfeita rede de comunicação:
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém
Senhor, nós te agradecemos por este dia.
Abrimos, com este acesso à internet,
nossas portas e janelas para que tu possas
Entrar com tua luz.
Queremos que tu Senhor, definas os contornos de
Nossos caminhos,
As cores de nossas palavras e gestos,
A dimensão de nossos projetos,
O calor de nossos relacionamentos e o
Rumo de nossa vida.
Podes entrar, Senhor em nossas famílias.
Precisamos do ar puro de tua verdade.
Precisamos de tua mão libertadora para abrir
Compartimentos fechados.
Precisamos de tua beleza para amenizar
Nossa dureza.
Precisamos de tua paz para nossos conflitos.
Precisamos de teu contato para curar feridas.
Precisamos, sobretudo, Senhor, de tua presença
Para aprendermos a partilhar e abençoar!
Ó Jesus Mestre, Verdade-Caminho-Vida, tem piedade de nós.

1- Leitura (Verdade)

O que diz o texto do dia?
Leio atentamente o texto: Lc 14,25-33 - As condições para ser seguidor de Jesus
Jesus Mestre fala claro sobre as exigências para quem se decide a segui-lo. Esta decisão supõe prontidão, desprendimento de outros vínculos, e ainda, a disposição a enfrentar o desconforto. É assim, se quiser seguir o Senhor. Jesus ilustra isto com duas parábolas: a do homem que decide construir uma torre e a do rei que se prepara para um combate. Em ambos os casos, o Mestre fala da necessidade de lançar bases, de preparar.
Jesus Mestre recomenda, através da parábola, a “se sentar e calcular o quanto vai custar” a torre. “Se sentar” supõe atitude de parada, reflexão, criar convicções, definir um projeto com metas e estratégias claras. “Calcular o quanto vai custar”, supõe investimento de valores, sendo o primeiro deles “amar a Jesus” Mais do que tudo, até mais que “a si mesmo”. Supõe como diz o final deste texto, “deixar tudo o que tem”. O que vale não é o “ter”, mas, o “ser com Jesus”, ou, o deixar que Jesus seja o meu tudo, a minha vida.
Jesus não quer meias medidas. Em várias outras passagens, ele diz claro:
Mc 8,34-35:
Disse Jesus: «Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga. Pois, quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas, quem perde a sua vida por causa de mim e da Boa Notícia, vai salvá-la".

2- Meditação (Caminho)

O que o texto diz para mim, hoje?
O meu Projeto de vida é o do Mestre Jesus Cristo? Ou tenho olhado noutra direção? No Documento de Aparecida, os bispos disseram: “Parecidos com o Mestre. A admiração pela pessoa de Jesus, seu chamado e seu olhar de amor despertam uma resposta consciente e livre desde o mais íntimo do coração do discípulo, uma adesão de toda sua pessoa ao saber que Cristo o chama por seu nome (cf. Jo 10,3). É um “sim” que compromete radicalmente a liberdade do discípulo a se entregar a Jesus, Caminho, Verdade e Vida (cf. Jo 14,6). É uma resposta de amor a quem o amou primeiro “até o extremo” (cf. Jo 13,1). A resposta do discípulo amadurece neste amor de Jesus: “Te seguirei por onde quer que vás” (Lc 9,57). (DAp 136.)
E eu me interrogo: Sinto-me uma pessoa parecida com o Mestre? Como respondo ao seu chamado e olhar de amor? Como é minha adesão, o meu “sim” realmente me compromete com Jesus Caminho, Verdade, Vida?

3- Oração (Vida)

O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo, espontaneamente, com salmos e concluo com a oração:
Jesus, Mestre:
que eu pense com a tua inteligência, com a tua sabedoria.
Que eu ame com o teu coração.
Que eu veja com os teus olhos.
Que eu fale com a tua língua.
Que eu ouça com os teus ouvidos.
Que as minhas mãos sejam as tuas.
Que os meus pés estejam sobre as tuas pegadas.
Que eu reze com as tuas orações.
Que eu celebre como tu te imolaste.
Que eu esteja em ti e tu em mim. Amém.
(Bv Alberione)

4- Contemplação (Vida e Missão)

Qual meu novo olhar a partir da Palavra? Sinto-me discípulo/a de Jesus.
Meu olhar deste dia será iluminado pela presença de Jesus Cristo, acolhido no meu coração e no coração das demais pessoas. Comprometo-me a seguir Jesus.

Bênção

- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
-Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.
Fonte: Catequese católica

Aceite-se como você é



Cada um de nós é riquíssimo no seu ser. Fomos feitos à imagem e semelhança de Deus; o que mais poderíamos desejar?

Como, então, você pode ficar reclamando das qualidades que você não tem?

Não seria isto ser ingrato com Deus?

Antes de lamentar e lamuriar o que você não tem, agradeça o que você tem, e tudo o que recebeu gratuitamente Dele.

Olhe primeiro para as suas mãos perfeitas… E diga muito obrigado Senhor.

Pense nos teus olhos que enxergam longe, teus ouvidos que ouvem o cantar dos grilos, e diga obrigado Senhor!

Olhe para a beleza e vigor de sua juventude, e agradeça ao bom Pai, de quem procede toda a dádiva boa.

A pior qualidade de um filho é a ingratidão diante do pai.

Jesus ficou muito aborrecido quando curou dez leprosos (uma doença incurável na época!), mas só um voltou para agradecer. E este não era judeu, era samaritano; isto é, o único que não era considerado pertencente ao povo de Deus.

Você recebeu uma grande herança de Deus, que está dentro de você; sua inteligência, sua memória, sua consciência, etc., enfim, seus talentos, que Deus espera que você faça crescer para o seu bem e dos outros.

A primeira coisa para que você possa multiplicar esses talentos, é aceitar-se como você é, física e espiritualmente.

Não fique apenas olhando para os seus problemas, numa espécie de introspecção mórbida, porque senão você acabará não vendo as suas qualidade; e isto te tornará escravo do teu complexo de inferioridade.

São Paulo disse que somos que “vasos de barro” mas que trazemos um tesouro de Deus escondido aí dentro (cf. 1 Cor 4, 7).

Eu não estou dizendo que você deve se esconder dos seus problemas, ou fazer de conta que eles não existem, não é isto. Reconheça-os e aceite-os; e, com fé em Deus, e confiança em você, lute para superá-los, sem ficar derrotado e lamuriando a própria sorte.

Saiba que é exatamente quando vencemos os nossos problemas e quando superamos os nossos limites, que crescemos como pessoas humanas.

Não tenha medo dos seus problemas, eles existem para serem resolvidos. Um amigo me dizia que todo problema tem solução, e que quando um deles não tem solução, deixa de ser problema.

É na crise e na luta que o homem cresce. É só no fogo que o aço ganha têmpera.

Por isso, é importante eliminar as suas atitudes negativas.

Deus tem um desígnio para cada um de nós; uma bela missão a ser cumprida, e você pode ter a certeza de que Ele lhe deu os talentos necessários para cumprí-la.

Deus quer que você seja um aliado dele, um cooperador Seu, na obra da construção do mundo. Ele não nos entregou o mundo acabado, exatamente para poder nos dar a honra e a alegria de sermos seus colaboradores nesta obra.

Ele precisa de mãos e de nossa inteligência, Ele quer usar os seus talentos.

O homem mais infeliz é aquele que se fecha em si mesmo e não usa os seus talentos para o bem dos outros.

Na parábola dos talentos Jesus mostrou que só foi pedido um talento a mais àquele que tinha dado dez. Deus é coerente.

Você já sabe que é único aos olhos de Deus; logo, você recebeu talentos que só você tem; então, Deus espera que você desenvolva esta bela herança, sendo aquilo que você é.

É um ato de maturidade ter a humildade de reconhecer os seus limites e aceitá-los; isto não é ser menos importante, é ser real.

Aceite suas limitações, seus problemas, seu físico, sua família, sua cor, sua casa, também seus pais e seus irmãos, por mais difíceis que sejam… e comece a trabalhar com fé e paciência, para melhorar o que for possível.

Se você não começar por aceitar o seu físico, aquilo que você vê, também não aceitará os defeitos que você não vê.

Você corre o risco de não gostar de você e não aceitar o seu corpo.

Muitos se revoltam contra si mesmos e contra Deus por causa disto.

Você só poderia gostar de você – amar a si mesmo – aceitar-se como é, física e espiritualmente. Caso contrário não será feliz.

É claro que é bom aprender das coisas boas com os outros, mas não podemos querer imíta-los em tudo.

Você não pode ficar se comparando com outra pessoa, e quem sabe, ficar até deprimido porque não tem os mesmos sucessos dela. Cada um é um diante de Deus.

Também não se deixe levar pelo julgamento que as pessoas fazem de você. Saiba de uma coisa: você não será melhor porque as pessoas o elogiam, mas também não será o por porque o criticam.

Como dizia São Francisco, “sou, o que sou diante de Deus”.

Certa vez iam por uma estrada um velho, um menino e um burro.

O velho puxava o burro e o menino estava sobre o animal. 

Ao passarem por uma cidade, ouviram alguém dizer:“Que menino sem coração, deixa o velho ir a pé. Devia ir puxando o burro e colocar o velho sobre este!”.

Imediatamente o menino desceu do burro e colocou o velho sobre ele, e continuaram a viagem.

Ao passar por outro lugar, escutaram alguém dizer:“Que velho folgado, deixa o menino ir a pé, e vai sobre o burro!”

Então eles pararam e começaram a pensar no que fazer:

O velho disse ao menino:

Só resta uma alternativa: “irmos a pé e carregando o burro nos nossos braços!…”

Moral da estória: é impossível agradar a todos!


Felipe Aquino

A santidade em 3 passos

santidade à qual aspiramos é a santidade dos pequenos, das crianças que confiam. É a santidadedo amor cotidiano, dos gestos simples de entrega.
 
Uma santidade feita de pequenos gestos. Umasantidade que consiste em fazer as coisas cotidianas extraordinariamente bem. Uma santidadedo amor que se entrega com liberdade e paz no dia a dia.
 
Ser santos hoje não significa afastar-nos do mundo. Não, muito pelo contrário! O mundo de hoje precisa de santos vivos e próximos, que possam ser tocados. Às vezes colocamos a santidade tão longe das nossas vidas, que não acreditamos nasantidade dos que estão mais perto de nós.
 
Vestimos a santidade de perfeição e não admitimos, então, que os santos tenham defeitos. Nem erros. Nem quedas. Desenhamos uma santidade de branco e ouro, de perfeições inalcançáveis e, assim, nos eximimos da obrigação de ser santos.
 
Santa Teresinha queria chegar até Jesus como se fosse levada por Ele por um elevador. A verdadeira santidadeimplica deixar que Jesus nos carregue em seus braços. Mas não podemos ser santos sem intimidade com Ele.
 
É impossível avançar sem um amor pessoal a Ele.
 
Há algum tempo, contaram-me de uns “cristãos” que confessavam nunca rezar a Jesus. A resposta me surpreendeu. Porque, sem essa conversa próxima e pessoal com Jesus, nossa vida interior não pode crescer. É como o amor do amigo: se não se cultiva, ele esfria.
 
Jesus é esse amigo desconhecido para muitos. Um autêntico estranho em suas vidas. Não deixamos que Ele nos acompanhe em tudo o que fazemos? Não dirigimos o olhar a Ele cada vez que nos sentimos sozinhos? Não nos ancoramos nele? Sem esse olhar profundo, sem esse encontro profundo, não podemos aspirar à santidade.
 
santidade sempre vai ser grande demais para nós. Porque ela é uma graça de Deus, que nos reveste do seu amor. Mas tudo começa com o reconhecimento da nossa pobreza. Quando assumimos que não podemos fazer nada sozinhos.
 
Ser santos não tem a ver com perfeição. Porque não podemos ser perfeitos. É algo grande demais para nós. Nossa torpeza tem pouco a ver com uma vida perfeita e sem manchas.
 
Aspiramos à santidade como um dom de Deus que pedimos todos os dias. É o desejo que cresce no coração. Depende de nós, porque a parte de Deus já está feita. Queremos ser santos?
 
Mas, se não damos o nosso “sim”, nada vai mudar. Então, temos dois caminhos: ou continuais iguais ou caminhamos rumo à santidade. Ou nos arrastamos pela vida pensando que estamos cansados ou continuamos caminhando sem medo do que está por vir. 

Padre Carlos Padilla - 
aleteia.org

Bondade de Elton John: “Façam do Papa Francisco um santo”!

Por Padre Geovane Saraiva*
Nosso querido Papa Francisco, nas palavras de alegria, gratidão e esperança, ao receber em audiência o Arcebispo Metropolitano de Brasília, Dom Sérgio da Rocha, em 31 de outubro de 2014, que renovou o convite para visitar a Capital Federal em 2017, dentro do contexto do jubileu dos 300 anos da Imagem de Nossa Senhora Aparecida, a qual foi encontrada no ano de 1717, nas águas do rio Paraíba do Sul. Neste sentido, como resposta do Vigário de Cristo, Dom Sérgio ouviu nas três palavras: “Alegria por sentir o afeto por parte do povo e do episcopado brasileiro, gratidão pelo convite e, por fim, a esperança que ele mesmo demonstrou de concretizar a visita”.
Esperança parece ser a tônica do seu profícuo pontificado, quando afirmou na manhã do mesmo dia: “O amor abre as portas da esperança e não o rigor da lei”. Também alegra-nos e enche-nos de esperança as palavras da figura emblemática e planetária de Elton John, ao elogiar empolgadamente o Bispo de Roma em 29 de outubro 2014: “Ele é um homem amável e compassivo, que quer que todo mundo seja incluído no amor de Deus; o Papa Francisco está quebrando as barreiras da Igreja Católica”, disse ao público durante a edição 2014 do evento Elton John AIDS Foundation, que foi realizado em Nova Iorque, na qual o célebre cantor e gênio da música internacional pronunciou um discurso marcado pela generosidade, que logo teve enorme repercussão. Na ocasião, John pediu para que o Papa Francisco fosse reconhecido imediatamente como santo: “Há dez anos um dos maiores obstáculos para o combate à sida era a Igreja Católica e hoje temos um Papa que questiona isso” e finalizou com a feliz expressão: “Agora façam imediatamente desse homem um santo”!
Sem esquecer o trinômio terra, moradia e trabalho, palavras saídas da boca abençoada do Santo Padre e dirigidas às lideranças dos movimentos populares, que concluíram no dia 29 de outubro de 2014 um encontro inédito, convocado a pedido do Santo Padre, que causou inaudito eco: “Estar ao lado dos pobres é Evangelho, não comunismo”, palavras que nos fazem lembrar da célebre frase de Dom Helder Câmara: “Se eu dou comida a um pobre, me chamam de santo, mas se eu pergunto por que ele é pobre, me chamam de comunista”. Também são oportunas as palavras do pastor dos empobrecidos: “Ai do mundo se não fosse a utopia, ai do mundo se não fossem os sonhadores”, ao ser acusado de demagogo, sonhador ou outro cavaleiro andante.
É missão de todos nós colocarmos bem no centro da nossa existência a esperança, na certeza de que, a partir da mesma, a humanidade saiba perceber que é chamada a olhar para frente, de recordar e ter diante dos olhos e no âmago do coração a promessa do próprio Deus feita a Abraão: “Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que eu te mostrarei” (cf. Gn 12, 1).  Daí a exortação do apóstolo Pedro, quando nos deixa clara a razão da nossa esperança, que se deve mostrar ao mundo (cf. 1Pd 3, 15), tão viva e presente no Papa Francisco.
O que é esperança para nós cristãos? É a mais absoluta certeza do caminho certo, de que o mundo necessita de homens e mulheres com espíritos imbuídos desta virtude teologal, que no dizer do Santo Padre, o Papa Francisco, na catequese de 29 de outubro de 2014, significa: “Quando se olha Cristo não se erra”. E aqui me recorda a assertiva do apóstolo dos gentios: “Esperança, com efeito, é para nós qual âncora da alma, segura e firme, penetrante para  além do véu, onde Jesus entrou por nós, como precursor, feito  sumo sacerdote para a eternidade, segundo a ordem de Melquisedec” (cf. Hb 6,19-20).
Esperança, que seja a palavra de ordem, a qual nos protege de todo mal e de todo desânimo, além de ser alento diante do sofrimento e esmorecimento; que permanentemente saibamos dar a devida importância, considerando-a um símbolo sólido de firmeza, força, tranquilidade e fidelidade, de tal modo que por meio dela, quando surgirem tempestades, possamos sempre mais nos colocar no caminho seguro e duradouro da existência humana. Quem sabe esperar no Senhor, jamais irá passar pelo perigo de ver seu barco naufragar. “O cristão deve ter paixão pela esperança” (Papa Francisco).
Assim seja!
*Padre da Arquidiocese de Fortaleza, escritor, colunista, blogueiro, membro da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza, da Academia de Letras dos Municípios do Estado Ceará (ALMECE) e Vice-Presidente da Previdência Sacerdotal – Pároco de Santo Afonso – geovanesaraiva@gmail.com

Coletiva de Imprensa sobre o Ano Centenário da Arquidiocese de Fortaleza

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Coletiva de imprensa sobre o Ano Centenário da Arquidiocese de Fortaleza com Dom José Antonio A. Tosi Marques,dia 4 de novembro de 2014, às 9 horas, no auditório da Cúria Arquidiocesana, localizada no Seminário da Prainha, Avenida Dom Manuel, 3, Centro – Fortaleza
VEJA as fotos – Por Janayna Gomes – Setor de Comunicação – dia 4/11/2014 

Coletiva de imprensa sobre o Ano Centenário da Arquidiocese de Fortaleza

JUBILEU_100-ANOS

No próximo dia 14 de novembro terá início o Jubileu do Centenário da Arquidiocese de Fortaleza(novembro de 2014 a novembro de 2015). Para festejar os 100 anos da Arquidiocese de Fortaleza, Dom José Antonio Aparecido Tosi Marques, arcebispo de Fortaleza, elaborou uma vasta programação para toda a arquidiocese: Regiões Episcopais, Paróquias, Áreas Pastorais, Comunidades, Pastorais, Movimentos, Serviços, Associações e Organismos.
Em carta-circular dirigida a todas as lideranças da Arquidiocese, diz Dom José “Com a programação do Jubileu Centenário, queremos dar graças ao Senhor pelo crescimento e vitalidade de Sua Igreja entre nós. Queremos reconhecer os dons do Amor de Deus que tem sido tão abundante nos cem anos passados desde que a Diocese de Fortaleza se desdobrou em tantas outras Igrejas Diocesanas (atualmente 9 d      ioceses em todo o Ceará). Graças pelos dons do Espírito no testemunho dos fiéis e das comunidades em sua vida e missão: santidade que é caridade em muitas formas de obras de misericórdia.       Os eventos programados querem expressar a comunhão de toda a Igreja e relançar nova a missão do Evangelho. “Firmes na Fé, alegres na Esperança e solícitos na Caridade” para ‘Nova evangelização em novos tempos’.”
  A Arquidiocese de Fortaleza convida a todos para a Coletiva com Dom José Antonio A. Tosi Marques, na próxima terça-feira, dia 4 de novembro de 2014, às 9 horas,
no auditório da Cúria Arquidiocesana, localizada no Seminário da Prainha, Avenida Dom Manuel, 3, Centro – Fortaleza.
  •  Contatos:
Setor de Comunicação da Arquidiocese  – (85) 3388 8703, com Marta Andrade (85) 9921 6742 e Janayna Gomes. (85) 9921 6701.

Sínodo e Família

Dom Alfredo Schaffler 
Bispo de Parnaíba (PI)

O Papa Francisco convocou um sínodo para refletir sobre a família hoje. Isso provocou muitas questionamentos e interrogações.

Muitos esperam que desta assembleia saiam soluções para os vários tipos de problemas que hoje envolvem o casamento e a família.
Será que, depois deste Sínodo, casamento e família ainda serão os mesmos que foram até agora?
O que, por exemplo, deveria mudar?
Será Que o casamento deixe de ser entre duas pessoas de sexos diversos?
Será que os casais deixem de procriar?
Será que a mulher tenha que se virar sozinha com os filhos?
Será que os filhos sejam gerados em laboratórios e entregues à responsabilidade do Estado, sem contato com os pais?
Será que deveríamos resignar-nos e concordar com aqueles que dizem que a família acabou e faz parte de um tempo que já se foi?
Quem olha para as crianças, os idosos, as pessoas com deficiência?
Será que o Estado ou a sociedade deveriam assumir inteiramente o papel da família?
As relações de parentesco deveriam ser ignoradas?
Será que o sonho dos jovens enamorados, que querem ter família, seria apenas ilusão romântica?
Será que deveria a Igreja mudar seu pensamento em relação à família?
O exagero das perguntas é proposital, para ajudar a ver que há coisas essenciais, em relação à família, que não poderiam mudar, sem comprometer seriamente a própria existência da comunidade humana.
As questões relacionadas com a família e a casamento são, ao mesmo tempo, simples e complexas pois dizem respeito aos elementos básicos da existência humana.
Olhamos a afetividade e o amor, o respeito delicado de pessoa a pessoa, a complementariedade, a vida gerada, acolhida e doada, o senso de pertença, de aconchego e de intimidade, a confidência, a aceitação da pessoa, como ela é, a gratuidade e o amor desapegado, a confiança, a alegria simples, a esperança...
São todas coisas boas, e quem não as gostaria de ter?
 A Igreja quer continuar a contribuir para que isso aconteça na vida dos casais e das famílias.
Em que consiste o mal-estar, tão frequente, em relação ao casamento e à família, a ponto de muitos preferirem viver como “singles”?
Tem-se por vezes a impressão de que a família é terra de ninguém, onde qualquer um pode entrar, pegar, arrancar, devastar, levar embora...
Ou como um campo devastado, cheio de destroços e com muitos feridos! Pobre família, tão maltratada e desprestigiada... Ao mesmo tempo, tão cobrada para assistir os órfãos de afeto, os abandonados pela sociedade dos fortes e eficientes, as vítimas do desmantelamento da própria família, esse primeiro bem, que Deus pensou para as pessoas!
O papa Francisco, ao abrir o Sínodo, no dia 05 de outubro, tomou a parábola do Evangelho sobre os “vinhateiros homicidas” (cf Mt 21,33-43), para dizer que a família é um bem precioso, que Deus confiou a todos os “administradores” e responsáveis da sociedade:
Todos devemos tomar conta, com muito carinho, não deixando que seja devastada por invasores e assaltantes mal intencionados...
Será que é a família que tem que mudar, ou são nossas atitudes em relação à família que precisam mudar?
A verdade é que a família vem sendo desconfigurada há muito tempo; atualmente, parece que se chegou num momento crucial, estando em crise a própria identidade da família.
É o caso recomeçar pelo mais essencial no casamento e na família:
o amor sincero e generoso, a confiança nos sentimentos bons, a fidelidade aos propósitos assumidos, a firmeza na edificação do projeto comum, a alegria partilhada, a disciplina da virtude, a fé em Deus...
Para o futuro da família, é bem isso que vai continuar, pois está na própria base da família.
E que Deus continue a abençoar esta obra do seu amor!
Firme na fé e fiquem com Deus.
Fonte: CNBB

Divorciados recasados

Dom Fernando Arêas Rifan
Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney (RJ)

As notícias e repercussões do último Sínodo Extraordinário perturbaram o mundo católico, especialmente o assunto da comunhão dos divorciados recasados. Muitos consideraram uma grande abertura da Igreja, principalmente do Papa Francisco, ao dizer que esses casais devem ser bem tratados e acolhidos, como se isso fosse grande novidade. 

Na verdade, o Papa S. João Paulo II já escrevera, em 1981, em sua Exortação Apostólica Familiaris Consortio (n. 84): “A Igreja, com efeito, instituída para levar à salvação todos os homens e sobretudo os batizados, não pode abandonar aqueles que, unidos já pelo vínculo matrimonial sacramental, passaram a novas núpcias. Por isso, esforçar-se-á infatigavelmente por proporcionar-lhes os meios de salvação... Exorto vivamente os pastores e a inteira comunidade dos fiéis a ajudar os divorciados, promovendo com caridade solícita que eles não se considerem separados da Igreja, podendo, ou melhor devendo, enquanto batizados, participar na sua vida. Sejam exortados a ouvir a Palavra de Deus, a frequentar o Sacrifício da Missa, a perseverar na oração, a incrementar as obras de caridade e as iniciativas da comunidade em favor da justiça, a educar os filhos na fé cristã, a cultivar o espírito e as obras de penitência para assim implorarem, dia a dia, a graça de Deus. Reze por eles a Igreja, encoraje-os, mostre-se mãe misericordiosa e sustente-os na fé e na esperança”.
S. João Paulo II, fiel à Tradição doutrinária da Igreja, acrescenta: “A Igreja, contudo, reafirma a sua práxis, fundada na Sagrada Escritura, de não admitir à comunhão eucarística os divorciados que contraíram nova união. Não podem ser admitidos, dado que seu estado e condições de vida contradizem objetivamente aquela união de amor entre Cristo e a Igreja, significada e atuada na Eucaristia. Há, além disso, outro peculiar motivo pastoral: se se admitissem estas pessoas à Eucaristia, os fiéis seriam induzidos em erro e confusão acerca da doutrina da Igreja sobre a indissolubilidade do matrimónio”.
Sabe-se que houve várias propostas mais liberais a esse respeito. Mas, já em 1994, na “Carta aos Bispos da Igreja Católica a respeito da recepção da comunhão eucarística por fiéis divorciados novamente casados” (n. 6), o Cardeal Joseph Ratzinger, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, depois Bento XVI, explicava: “Face às novas propostas pastorais acima mencionadas, esta Congregação considera pois seu dever reafirmar a doutrina e a disciplina da Igreja nesta matéria. Por fidelidade à palavra de Jesus Cristo, a Igreja sustenta que não pode reconhecer como válida uma nova união, se o primeiro Matrimónio foi válido. Se os divorciados se casam civilmente, ficam numa situação objetivamente contrária à lei de Deus. Por isso, não podem aproximar-se da comunhão eucarística, enquanto persiste tal situação”.
Mas, poder-se-ia perguntar, por que tanta severidade? O Catecismo da Igreja Católica nos responde que a Igreja não possui qualquer poder de dispensa quando se trata de disposições do direito divino (n. 1640).
Fonte: CNBB

As andanças do Bispo -4

Dom Luiz Demétrio Valentini
Bispo de Jales (SP)

3. Um comício em Londres!
Quando em abril de 1999 terminei, finalmente, meu segundo mandato na CNBB, ainda tinha pela frente alguns compromissos marcados, que me implicavam uma longa viagem à Europa: participar da assembléia internacional da Cáritas em Roma, e ir para a Suíça participar do encontro das Nações Unidas sobre migrações. A estes dois compromissos se emendaram outros: ir para Londres e para a Alemanha, participar de encontros sobre Dívida Externa, assunto que tínhamos levantado com força na Terceira Semana Social Brasileira, e por isto queriam contar com minha presença.

Iniciei então a viagem, indo direto para Londres. Nunca tinha ido à Inglaterra. Pude conhecer, então, a capital do antigo império britânico: bem organizada, com amplos espaços arborizados, sobretudo ao longo do Rio Tâmisa, onde aproveitaram as terras que pertenciam aos nobres, e as transformaram em praças públicas. Uma boa destinação da herança dos nobres!
Pois bem, a manifestação sobre a Dívida Externa estava marcada para o domingo dia 13 de junho. E deu sorte, pois foi um dia bonito, o primeiro dia de sol na lenta primavera inglesa. E isto ajudou para o povo atender ao apelo das organizações. E deu uma multidão calculada em 50 mil pessoas, que saíram às ruas. E de repente, me vi participando de um comício em plena Londres, discursando na famosa “Trafalgar Square”, a Praça onde está a estátua de Nelson, aquele que venceu Napoleão. Do pedestal da estátua improvisamos o palanque para nosso comício. E foi muito aplaudido, mesmo se os ingleses continuam com culpa no cartório nesta história de dívida externa. Mas afinal, é preciso sacudir as velhas heranças!
Foi o que fizemos duas semanas mais tarde, em Colônia, na Alemanha. Enquanto os Sete grandes se reuniam, para fazerem seus planos, nós, os pobres do terceiro mundo, nos reunimos também, e embalados na idéia do Jubileu, do “Perdão das Dívidas”. Junto com a multidão, lá também, cercamos a cidade num grande abraço, para dizer que os povos do mundo querem outra ordem, com mais justiça e mais vida, e não a globalização que só favorece aos ricos. Em todo o caso, conseguimos que eles ao menos prometessem abater a dívida de países pobres.
Enquanto isto, já tinha ido a Roma, participar da assembléia da Cáritas. E de Colônia, fui a Genebra, na Suíça, onde ainda existem alguns escritórios das Nações Unidas, herança ainda do tempo da “Liga das Nações”, organizada depois da primeira guerra mundial.
Genebra é o símbolo da função de mediação que a Suíça exercia tempos atrás, e que agora está perdendo cada vez mais. Uma cidade limpa, rica, bonita. Mas, o que quase não se vê por lá são crianças. E discutindo sobre migrações, a própria Suíça é dos países que mais fecha as fronteiras para não receber migrantes, para não correr o risco de repartir sua riqueza. Só que alguns se perguntam com quem vai ficar esta riqueza daqui a algumas décadas, se não houver mais suíços para herdá-la!
De Genebra peguei o trem, e fui para o norte da Itália, passar ao menos dois dias na casa dos parentes, no lugar onde nasceu o avô Felice Valentini. E de lá voei de volta para o Brasil, para encontrar, como sempre, a pilha de compromissos a me esperar.
Próximo seguimento: os ventos que sopram do Chile
Fonte: CNBB

As andanças do Bispo -3

Dom Luiz Demétrio Valentini
Bispo de Jales (SP)

Andanças pelo mundo
Os oito anos de CNBB foram muito carregados. Mas, por incrível que pareça, a carga aumentou depois que deixei a CNBB. Em parte porque começaram a me “cobrar” presença em lugares onde não podia ir por causa dos meus compromissos na CNBB. Assim, passei a “pagar dívidas”, que me custaram muitas viagens. Nestes dias tive o cuidado de refazer o roteiro, e quase me assustei de tantas andanças. Em 1999, fazendo as contas, foram sete viagens para o exterior: começando em janeiro daquele ano no México, passando depois por Honduras, e indo para outro compromisso em Bogotá. Em março fui a Roma para a reunião do Sínodo. Em junho passei quase todo o mês na Europa, com compromissos na Inglaterra, na Itália, na Alemanha e na Suíça! Depois, precisei ir duas vezes para o Chile, em setembro e novembro. Uma vez na Argentina para o Congresso Missionário. E finalmente nos Estados Unidos, a convite da Universidade de Notre Dame.

Depois, veio o ano 2000. Foi o mais pesado de todos. Pois precisei fazer seis viagens para o exterior, mas todas com compromissos que me exigiram muito trabalho. Em fevereiro uma semana na Guatemala, na América Central, e depois uma semana em Roma na Comissão do Sínodo. No início de março, dez dias de pregações na Suíça. No início de abril, dez dias na França. No final de maio, uma semana na Alemanha. E em setembro, uma semana na Colômbia. Além de diversas viagens também no Brasil, das quais dez dias no Tocantins, onde nossa Diocese mantinha uma missão, sustentando lá uma paróquia. E um ano super carregado de serviços na Diocese, com diversas iniciativas que me preocuparam, e com as complicações que aparecem quando menos a gente espera, mas que precisam ser enfrentadas. Assim foi o 2000.
Em 2001 o ritmo diminuiu, graças a Deus. Assim mesmo, foram três viagens ao exterior: para a Bolívia em fevereiro, quinze dias na Europa em junho, e no final de outubro uma semana na Áustria, que aceitei ir depois de tanto insistirem.
Claro que teria tantas coisas a contar. A começar pela Áustria, por exemplo, onde pensei muito nos quatro avós, que vieram da Europa para o Brasil no final de século dezenove. Tanto o avô Bortolo Bertoldi, que falava alemão, como o Felice Valentini, e as duas avós, quando nasceram, aquela parte da Itália pertencia à Áustria.
Próximo seguimento: Um comício em Londres
Fonte: CNBB

As andanças do Bispo -2

Dom Luiz Demétrio Valentini
Bispo de Jales (SP)

Oito anos de CNBB: sem tempo de ver o tempo passar 
Os meus compromissos de bispo aumentaram muito em 1991, quando fui eleito para a CNBB, como membro da Comissão Episcopal de Pastoral, por quatro anos. Em 1995 fui reeleito, de modo que fiquei neste cargo oito anos, até abril de 1999. Na CNBB tive que assumir o cargo mais complicado e mais difícil, como responsável pela Pastoral Social. Tive que acompanhar, na medida do possível, dez Pastorais Sociais que têm atuação em nível nacional. Além das Pastorais Sociais, nos oito anos, tive que assumir a Presidência da Cáritas Brasileira, o que também empenhou muito trabalho e sobretudo muitas reuniões e viagens, dentro e fora do Brasil.

Mas, nestes oito anos, foram chegando outros compromissos. Sobretudo por dois acontecimentos, dos quais tive que participar, e que acabaram me envolvendo muito: em 1992, a Conferência de Santo Domingo, onde precisei me meter em cheio nos trabalhos, e de onde resultou um envolvimento com muitos teólogos da América Latina que continua até hoje, com reuniões periódicas em diversos pontos do continente. E o outro acontecimento, em 1997, em Roma, com o Sínodo da América, onde também o meu trabalho foi intenso, do qual resultou minha eleição para fazer parte da Comissão Permanente do Sínodo da América, o que me implicou diversas viagens a Roma, sendo três delas só em 1998.
Outra iniciativa que acabou me envolvendo de maneira especial, nesses oito anos, foram as “Semanas Sociais Brasileiras”, que desencadearam um processo crescente de participação, me exigindo uma presença e uma atenção especial em muitos encontros, em diversos pontos do país.
O trabalho normal na CNBB me exigiu, no mínimo, uma semana cada mês em Brasília. As viagens eram sempre apressadas, pois precisava, primeiro, dar conta dos compromissos aqui na Diocese. A distância entre Jales e Brasília é de 882 quilômetros, que pude medir tantas vezes. Para não pesar para a CNBB, ia de ônibus, depois de viajar de carro até Rio Preto. Mas a maioria das vezes não tinha tempo de esperar o ônibus, que demorava com suas voltas nas rodoviárias. Por isto, me acostumei a ir de carro até Brasília, guiando sozinho, enfrentando a estrada, em qualquer hora do dia ou da noite, dependendo dos compromissos que precisava concluir antes de viajar. Para minhas viagens, usava uma Parati. Ela agüentou muito bem: nos oito anos usei o mesmo carro, que chegou a 420 mil quilômetros sem mexer no motor!
Além disto, durante os oito anos, me pediram para fazer parte também do CELAM, o Conselho Episcopal Latino Americano, que tem sua sede em Bogotá. De modo que precisava participar, também, de diversas reuniões na Colômbia.
Foi assim o ritmo desses anos. Com muitas preocupações, muitas reuniões, muitas viagens, além do trabalho na Diocese. Não deixei, por exemplo, um dia sequer de fazer o meu programa diário na rádio, gravando com antecedência quando precisa viajar.
No Brasil, os compromissos me levaram a visitar, também, quase todos os Estados.
 Fonte: CNBB

As andanças do Bispo -1

Dom Luiz Demétrio Valentini
Bispo de Jales (SP)

Já se passaram tantos anos! Cheguei em Jales em agosto de 1982. Já completei, portanto, 32 anos como “Bispo de Jales”. É assim que me identificam. Constato que muita gente não sabe onde fica Jales. Mas sabe que Dom Demétrio é “Bispo de Jales”. 

Não vou explicar por que estou por aqui há tanto tempo. Lembro a Assembléia da CNBB de 1983, a primeira de que participei. Nada menos que quatro bispos vieram me cumprimentar, efusivamente, por ser o Bispo de Jales. Perguntei pela razão deste contentamento. Cada um deles me explicou como tinha recebido a proposta de ser bispo de Jales, mas não tinha aceitado!
Eu aceitei!
Agora, com boas razões, penso que está chegando a hora de procurar alguém para me substituir. Espero que o convidado aceite. Depois de trinta anos, acredito que a Diocese de Jales não apresenta nenhum problema especial. O novo bispo poderá com tranqüilidade levar em frente a caminhada da Diocese.
Percorrendo a memória, me dei conta de quanto foram intensos os anos vividos em Jales!
No início de 2015 vou completar 75 anos de vida, e 50 de ordenação sacerdotal.
Pensei que seria válido recordar, ao menos, os tempos mais carregados de responsabilidades.
Vou distribuir a história em capítulos, para facilitar a leitura. Vou contar sobretudo minhas andanças, que foram muitas, por causa dos muitos compromissos que tive que assumir, especialmente na década de noventa, e na virada do milênio.
Olhando para eles, nestes dias, até eu me assustei, e me perguntei como foi possível fazer tantas coisas, sem perder a saúde, e continuar vivo, graças a Deus!
Com este relato quero, em primeiro lugar, agradecer a Deus, que me protegeu nessas andanças todas. E pedir que continue protegendo a todos.
Fica o convite para seguir, semanalmente, um capítulo destas andanças.
 Fonte: CNBB