sábado, 25 de julho de 2015

Padre Ezequiel: 30 anos de martírio

Por Assessoria de Imprensa   
24 / Jul / 2015 19:19
Nesta sexta (24), celebra-se os 30 anos do martírio do padre Ezequiel Ramin, em Cacoal, em Rondônia. Em parceria com os Missionários Combonianos, a Verbo Filmes produziu um documentário sobre a vida e a trajetória do sacerdote, em defesa dos mais pobres e dos injustiçados.
Padre Ezequiel, missionário comboniano, chegou em Cacoal, no ano de 1984. Encontrou um contexto de gritantes desigualdades pela falta de reforma agrária e de uso da violência pelos grandes latifundiários, que grilavam terras para ampliar suas propriedades. Seguindo de perto o exemplo de Cristo, colocou-se ao lado dos indígenas e pequenos trabalhadores rurais pela conquista do direito à terra, trabalho e vida digna.
No dia 24 de julho de 1985, foi brutalmente assassinado quando voltava de uma missão de paz na Fazenda Catuva, onde havia encontrado posseiros para pedir-lhes que se retirassem, pois corriam perigo. Foi pego de surpresa por jagunços a mando de fazendeiros.
No trabalho de divulgação nos vários municípios rondonienses que compõem a diocese de Ji Paraná, o padre Rafael Vígolo,  missionário comboniano, de Porto Velho e, que coordena o trabalho de divulgação da memória, dos 30 anos da morte do padre Ezequiel Ramin, testemunha que sua memória está viva. 
"Percebo como a memória de Ezequiel continua viva no meio do povo. Assim como a vida de tantos outros mártires, o seu testemunho se tornou semente de novos cristãos, suscitando um compromisso renovado no seguimento de Cristo, que nos chama a abraçar uma missão profética e empreender caminhos de paz e justiça, em favor dos mais pobres e abandonados. Hoje há várias obras e atividades, tanto no campo social, quanto da evangelização, que nasceram e se inspiram na sua vida''.

Uma moção de apoio foi lançada, para a abertura do inquérito diocesano sobre o martírio do padre Ezequiel, que será dirigida a dom Bruno, bispo de Ji Paraná, assim como, o questionário sobre a vida e a morte, para dar início à postulação e ao processo de canonização.
Com informações de Rafael Vígolo, missionário comboniano.
Fonte: POM

Religiosas visitam sede das Pontifícias Obras Missionárias

Por Assessoria de Imprensa   
23 / Jul / 2015 18:38
Um grupo de 32 religiosas encerraram a etapa da formação do Profolider XII, curso para lideranças, organizado pela Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), cuja primeira etapa terminou neste dia 22, no Centro Cultural Missionário (CCM) em Brasília. A partir deste dia 23, o grupo participa de retiro em Ceilândia (DF).
Nesta quarta-feira (22), como parte do curso para formação de lideranças, as religiosas foram recebidas na sede das Pontifícias Obras Missionárias (POM) em Brasília, pelo diretor, padre Camilo Pauletti, que apresentou as POM e a atuação das quatro Obras. Os padres André Luiz de Negreiros e Jaime C. Patias, respectivamente secretários das obras da Infância e Adolescência Missionária (IAM) e da União Missionária também falaram sobres as atividades desenvolvidas em todo o Brasil. 
O grupo conheceu ainda o acervo de materiais missionários, produzidos pelas POM, com distribuição nacional e internacional.  Entre os materiais, as religiosas tiveram acesso aos subsídios da Campanha Missionária de 2015, que ocorre em outubro, Mês das Missões. 
São religiosas de todas as regiões do Brasil, além da França, Bolívia, Timor Leste e Moçambique, que participam até 31 de julho, de retiro de sete dias, na Casa de Retiro das Apóstolas do Coração de Jesus, em Ceilândia (DF).
O Programa de Formação para Lideranças da CRB tem o propósito de "contribuir para uma nova geração de Vida Consagrada, alicerçada no seguimento e discipulado de Jesus, capaz de assumir os riscos da mudança, os desafios dos tempos atuais, gerar formas de lideranças inovadoras e visibilizar, nas relações, os valores evangélicos".
Fonte: POM

ÁREA PASTORAL SÃO JOSÉ EM FESTA




  Hoje, festa de São Tiago (data de criação) o quarto aniversário de caminhada da nossa Área Pastoral São José - Barroso II em Fortaleza.                                          Queremos, com esperança, alegria e CARIDADE agradecer a Deus por celebrar em ação de graças pelas grandes maravilhas e conquistas que Ele tem realizado em nosso favor nesta Área Pastoral. 
.  
 Com a criação da Área Pastoral São José no dia 25 de julho de 2011, possibilitou uma maior presença na evangelização junto às sete comunidades favorecendo a participação semanal da Eucarística, assim como a administração dos demais sacramentos e acompanhamento das pastorais existentes por parte do vigário designado a suas funções e sues agentes de pastorais.                                                                              As atividades vêm sendo desenvolvidas com um melhor acompanhamento e consequentemente os frutos, aos poucos começamos a colher. Devemos ser conscientes de nosso chamado a sermos discípulos e missionários de Jesus Cristo assumindo o nosso batismo. 

  Convidamos a todos os que fazem a Área Pastoral, as comunidades, famílias, escolas, esportistas, comerciantes, amigos e devotos, para participarem desse momento de crescimento espiritual, agradecendo a Deus as bênçãos e graças recebidas, pela intercessão de São José. 

Dia 31/07 às 19:00h será celebrada a Santa Missa 
na Igreja matriz São José localizada na Avenida Pompílio Gomes, 300 - Passaré - Fortaleza – CE. Informações pelos telefones [85] 3289 3301 (Tarde).

Pe. Luciano Gonzaga, vigário paroquial.

Procurador-Geral da República visita CNBB

O arcebispo de Brasília e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Sergio da Rocha, recebeu, na manhã desta sexta-feira, 24, o Procurador-geral da República, Rodrigo Janot, na sede da Conferência, em Brasília (DF). Esteve presente o bispo auxiliar de Brasília e secretário geral, dom Leonardo Steiner. 
Segundo dom Sergio da Rocha, o procurador Rodrigo Janot retribuiu a visita que a Presidência da CNBB havia feito, logo após ser eleita, em abril deste ano. Ressaltou que encontros como este são importantes para a busca de diálogo entre a Igreja e os órgãos públicos. “A CNBB oferece a sua contribuição, à luz do Evangelho, de valores que norteiam a vida pública”, disse.
Ao falar sobre a importância do diálogo com os órgãos públicos, dom Sergio lembrou a proposta da Campanha da Fraternidade 2015, que aborda a relação entre a Igreja e a Sociedade, a partir do tema “Fraternidade: Igreja e Sociedade” e lema “Eu vim para servir”.  Para o arcebispo, "o diálogo é caminho da convivência fraterna e harmônica entre as instituições". 
Fonte: CNBB

Editores de folhetos e subsídios indicam formação bíblica e litúrgica como urgência

Editores de folhetos e subsídios litúrgicos participaram de encontro realizado no Seminário Santo Afonso, em Aparecida (SP), de 14 a 16 de julho, para a debate de assuntos como as celebrações dominicais da Palavra de Deus; o Jubileu da Misericórdia; os 300 anos do Encontro de Nossa Senhora Aparecida; entre outros.
 Os participantes ressaltaram a significativa procura pelos subsídios referentes às celebrações dominicais da Palavra de Deus e concluíram que as celebrações requerem uma maior atenção pastoral, a fim de que os significados não se percam durante a execução e ela não seja abreviada. Outra conclusão dos presentes foi que a formação bíblica e litúrgica dos agentes de pastoral das comunidades continua sendo uma urgência. O encontro foi assessorado pelo professor Eduardo Delabenta e a irmã Veronice Fernandes.
Os editores de folhetos e subsídios litúrgicos voltarão a se encontrar entre os dias 12 e 14 de julho do ano que vem, para discutir a temática “A sacramentalidade da Palavra de Deus e sua relação com a ação sacramental da ação litúrgica”. 
Fonte: CNBB

Eventos que dizem respeito à família

Dom Milton Kenan Junior
Bispo de Barretos (SP)

Ao escrever-lhes, neste mês de julho, gostaria de chamar a atenção de vocês para a importância de dois eventos que ocorrem neste ano e que dizem respeito à família. Tratam-se do 8º Encontro Mundial das Famílias, que ocorrerá na Filadélfia, nos Estados Unidos da América, entre os dias 22 e 25 de setembro com o tema “O amor é nossa missão: a família plenamente viva”, inclusive com a presença do Papa Francisco; e da 14ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, que acontecerá em Roma, de 04 a 25 de outubro com o tema “A vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo”.
Dando continuidade a reflexão iniciada em preparação a 13ª Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos que ocorreu em outubro passado, a Igreja conduzida pelo Papa Francisco não deixa de debruçar-se sobre a família, levando em conta o que já afirmara São João Paulo II: “O futuro da humanidade depende da família”.
Não são poucas as realidades, no nosso tempo, que não só ameaçam a estabilidade familiar, mas colocam em risco a própria sobrevivência da família. Hoje, já em várias partes do mundo, a família sobrevive às duras custas, exigindo da Igreja uma atenção constante e cuidado de mãe.
Na Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos que tratou dos desafios pastorais sobre a família no contexto da evangelização, os Padres Sinodais elencaram algumas realidades pastorais mais urgentes que exigem da Igreja respostas rápidas para ajudar as famílias a realizarem na Igreja e no mundo a sua missão: Em primeiro lugar, será importante nos nossos dias, anunciar o Evangelho da família. Será “o testemunho jubiloso dos cônjuges e das famílias, igrejas domésticas” que fará com que a mensagem sobre a família encontre eco no coração e na vida das pessoas. Neste aspecto, “as famílias católicas estão chamadas a serem, elas mesmas, protagonistas ativas da pastoral familiar”, cabendo-lhes “propor valores, respondendo à necessidade dos mesmos que hoje se contata inclusive nos países mais secularizados”.
Dizem, os Padres Sinodais, que é importante ressaltar que “o matrimônio cristão é uma vocação que se acolhe mediante uma preparação adequada ao longo de um itinerário de fé, através de um discernimento maduro, e não deve ser considerado unicamente uma tradição cultural, nem sequer uma exigência social ou jurídica”.
Outra iniciativa será a de orientar os nubentes no caminho de preparação para o matrimonio através de um “maior compromisso da parte de toda a comunidade cristã, em ordem à preparação dos nubentes para o matrimônio”, chamando a atenção para as virtudes (entre elas, a castidade).
Neste espírito, “a participação de toda a comunidade na preparação para o matrimônio, deve contar com o testemunho das próprias famílias, além de uma radicação da preparação para o matrimônio no caminho de iniciação cristã, frisando o nexo do matrimônio com o batismo e os demais sacramentos”.
Da mesma forma, os casais nos primeiros anos de vida matrimonial devem ser acompanhados pastoralmente através da presença de casais com maior experiência. “A paróquia é considerada o lugar onde casais maduros podem ser postos à disposição dos casais mais jovens, com a eventual participação de associações, movimentos eclesiais e novas comunidades”. Neste processo, reafirmam os bispos, será importante destacar a espiritualidade familiar, a oração, a participação na Eucaristia dominical, e os encontros de casais para promover o crescimento da vida espiritual e a solidariedade nas exigências concretas da vida.
“Liturgias, práticas devocionais e Eucaristias celebradas para as famílias, principalmente no aniversário do matrimônio, foram mencionadas como vitais para favorecer a evangelização através da família”. Em nossas paróquias já existem várias iniciativas que atendem ao que os Padres Sinodais propõem. No entanto, será sempre importante que tenhamos em mente estas indicações, pois elas já nos ajudam a vislumbrar as atitudes que a Igreja pretende fortalecer para ajudar as famílias a cumprirem a sua missão!
Em junho, na reunião do clero da diocese, eu pedi que como gesto concreto de nosso compromisso com as famílias, em todas as paróquias, haja a implantação da Pastoral Familiar, não obstante a presença de outros movimentos familiares. Um núcleo da Pastoral Familiar na paróquia será um instrumento de imenso valor para congregar as famílias, preparar os jovens para o matrimônio, e através do testemunho do casais que o integram, oferecer aos novos casais o testemunho de famílias cristãs, alicerçadas no Evangelho.
Entre os dias 09 a 15 de agosto acontece, em toda Igreja do Brasil, a Semana Nacional da Família. Com toda Igreja do Brasil convidados a dar às nossas famílias, durante esta semana, uma demonstração de nosso carinho com ela, e da nossa preocupação em ajudá-la a ser o que ela é chamada a ser no mundo e na Igreja. Na cidade de Barretos, a Semana da Família é antecipada para a primeira semana do mês, levando em conta a realização da Festa do Peão neste mês que acaba por ocupar bastante o tempo de muitas de nossas famílias e agentes de pastoral.
Aproxima-se a visita da Imagem Peregrina de Nossa Senhora Aparecida à nossa diocese ( 19/08 a 20/10). Na manhã do dia 18 de agosto, na Santa Missa celebrada na Basílica Nacional de Aparecida, transmitida pela Rede Aparecida, irei com um grupo de padres e representantes da Associação Os Independentes e de algumas paróquias da diocese receber a imagem
peregrina que será acolhida na Catedral Divino Espírito Santo, com solene concelebração, no dia 19 de agosto, às 19h, devendo permanecer até o dia 20 de outubro do corrente ano. A comissão responsável por esta Visita divulgará o programa com a escala das nossas paróquias que deverão receber a imagem neste período. Vamos acolher com grande afeto a Mãe Aparecida unindo-nos a todo o povo brasileiro que se prepara para celebrar os 300 anos do encontro da imagem no Rio Paraíba.
No próximo dia 27 de setembro realizaremos o 1º Encontro Diocesano das Famílias. O Setor Família, responsável por esse evento, espera reunir o maior número possível de famílias das paróquias de nossa diocese para um momento de celebração, oração e reflexão em torno da vida e da vocação das famílias. O encontro terá o mesmo tempo do Encontro Mundial das Famílias que ocorrerá nesta mesma ocasião na cidade da Filadélfia, nos Estados Unidos: “O amor é nossa missão: a família plenamente viva”. O evento acontecerá no Jockey Club de Barretos, a partir das 14h, encerrando às 17h com a Santa Missa.
Neste mesmo dia, a Pastoral Fé e Política promoverá na Cidade de Maria, a Manhã de Retiro para Prefeitos, Vice-prefeitos, Presidentes das Câmaras Municipais e Vereadores de nossa diocese. Este Retiro terá início às 8h30 e deverá encerrar-se com o almoço, dando aos participantes a possibilidade de participar também do Encontro das Famílias no período da tarde.
Sem mais, no momento, despeço-me desejando a todos as copiosas bênçãos e luzes do Divino Espírito Santo, Patrono de nossa diocese, e a proteção materna de Nossa Senhora Aparecida que acompanha nossa Igreja na sua caminhada de evangelização.
Fonte: CNBB

São Joaquim e Sant'Ana



Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém do Pará

No dia vinte e seis de julho, comemoração de São Joaquim e Sant'Ana, pais da Virgem Maria, fazemos festa para os avós, homens e mulheres com uma missão importante e essencial nas famílias e na sociedade. E o grande Papa Francisco, quando lhe perguntaram sobre os celulares com os quais jovens de todas as idades querem fazer "selfies" com ele, disse sentir-se bisavô! Nas Filipinas, foi chamado "Lolo Kiko" — ou seja, vovô Francisco. E recentemente, numa série de catequeses sobre a família, dedicou duas delas aos avós e aos idosos em geral, das quais recolhi ensinamentos que me apraz oferecer aos leitores (Cf. Catequeses do Papa Francisco nos dias quatro e onze de março de dois mil e quinze), em homenagem a tanta sabedoria que se esconde e se manifesta nos cabelos brancos.

Constata o Papa que, graças aos progressos da medicina, a vida prolongou-se, mas nossas sociedades não se organizaram suficientemente para deixar espaço aos idosos, com o justo respeito e a concreta consideração pela sua fragilidade e dignidade. Quando jovens, somos levados a ignorar a velhice, como se fosse uma enfermidade da qual nos devemos manter à distância; depois, quando envelhecemos, especialmente se somos pobres, doentes e sós, experimentamos as lacunas de uma sociedade programada sobre a eficácia que, consequentemente, ignora os idosos. Mas os idosos são uma riqueza, não podem ser ignorados!
No Ocidente, os estudiosos apresentam nosso século como o século do envelhecimento, pois os filhos diminuem e os anciãos aumentam. Este desequilíbrio é um grande desafio. Uma cultura do lucro insiste em fazer com que os idosos pareçam um peso, pois não só não produzem, mas chegam a ser uma carga, e devem ser descartados. Há algo de vil neste habituar-se à cultura do descartável. E nós nos habituamos a descartar as pessoas. Queremos remover o nosso elevado medo da debilidade e da vulnerabilidade; mas agindo deste modo, aumentamos nos anciãos a angústia de serem mal tolerados e até abandonados.
Conta o Papa: "Quando eu era criança, um dia a minha avó narrou-me a história de um avô que se sujava quando comia, porque não conseguia levar bem a colher de sopa à própria boca. E o filho, ou seja o pai de família, decidiu tirá-lo da mesa comum e mandou fazer-lhe uma mesinha na cozinha, onde não se via, para ali comer sozinho. Assim, não faria má figura quando os amigos viessem almoçar ou jantar. Poucos dias depois, chegou em casa e encontrou o seu filho pequeno brincando com um pedaço de madeira, um martelo e alguns pregos; construía algo, e o pai disse-lhe: 'Mas o que fazes? — Faço uma mesa, pai. — Uma mesa, por que? — Para que esteja pronta quando tu envelheceres, assim poderás comer aí!'. As crianças têm mais consciência que nós!"
Na tradição da Igreja, assim como em povos de nosso tempo com respeito cultivado aos mais velhos, existe uma bagagem de sabedoria que sempre sustentou a proximidade aos anciãos e seu acompanhamento. A raiz está na Sagrada Escritura: Esta tradição está arraigada na Sagrada Escritura: "Não desprezes alguém na sua velhice, pois nós também ficaremos velhos. Não te escape o que contam os velhos, pois eles o aprenderam de seus pais: deles aprenderás a inteligência e a arte de responder na hora oportuna" (Eclo 8, 7.11-12).
Impressionou-me a abertura de coração do Papa: "Nós, idosos, somos todos um pouco frágeis. No entanto, alguns são particularmente débeis, muitos vivem sozinhos, marcados por uma enfermidade. Outros dependem de curas indispensáveis e da atenção dos outros. Daremos por isso um passo atrás, abandonando-os ao seu destino? Uma sociedade sem proximidade, onde a gratuidade e o afago sem retribuição começam a desaparecer, é uma sociedade perversa. Fiel à Palavra de Deus, a Igreja não pode tolerar estas degenerações. Uma comunidade cristã em que a proximidade e a gratuidade deixassem de ser consideradas indispensáveis perderia juntamente com elas também a sua alma. Onde não há honra pelos idosos não há porvir para os jovens". E o Papa estimulou os sentimentos adequados a serem cultivados, a gratidão, o apreço e a hospitalidade, que levem as pessoas idosas a se sentirem parte viva da família e da comunidade.
Para ele, devemos despertar o sentido comunitário de gratidão, de apreço e de hospitalidade, que levem o idoso a sentir-se parte viva da sua comunidade, pois são homens e mulheres, pais e mães que antes de nós percorreram o nosso próprio caminho, estiveram na nossa mesma casa, combateram a nossa mesma batalha diária por uma vida digna. O idoso somos nós: daqui a pouco ou daqui a muito tempo, inevitavelmente, embora não pensemos nisto.
Ensina o Papa que o Senhor nos chama a segui-lo em todas as fases da vida. Para ele, a velhice é uma vocação! Ainda não chegou o momento de se resignar. Para ele, trata-se de delinear uma espiritualidade das pessoas idosas, e não faltam testemunhos de santos e santas idosos! No mês de outubro, pela primeira vez, simultaneamente, um casal de pais de família será canonizado, durante o Sínodo da Família. Trata-se dos pais de Santa Teresinha, Luís e Zélia Martin, exemplo de santidade vivida no matrimônio, que educaram os filhos no caminho da santidade. Em tempos de família em crise, justamente a santidade de um casal que percorreu exemplarmente os passos da fidelidade à própria vocação se torna um presente da Igreja ao mundo!
Ainda o Papa, falando sobre a família, oferece uma imagem muito bonita, tirada o Evangelho de São Lucas (Cf. Lc 2, 25-39): é a imagem de Simeão e Ana. Certamente eram idosos, o velho Simeão e a profetisa Ana, que tinha oitenta e quatro anos, uma mulher não escondia a sua idade! Todos os dias esperavam a vinda de Deus, havia muitos anos. Este era o seu compromisso: esperar o Senhor e rezar. Ao encontrarem Maria, José e o Menino, eles reconheceram o Menino e descobriram uma nova força, para uma renovada tarefa: dar graças e testemunhar este Sinal de Deus. Dar graças, interceder, purificar o coração pela oração! É a recomendação do Papa aos idosos. Precisamos de anciãos que orem, pois a velhice nos é oferecida precisamente para isto. A oração dos idosos é bonita! E como é bonito o encorajamento que o ancião consegue transmitir ao jovem em busca do sentido da fé e da vida! "Esta é verdadeiramente a missão dos avós, a vocação dos idosos! Como gostaria de uma Igreja que desafia a cultura do descartável com a alegria transbordante de um novo abraço entre jovens e idosos! E é isto, este abraço, que hoje peço ao Senhor", concluiu o Papa Francisco.
Confio à proteção de São Joaquim e de Sant'Ana o tesouro que são os avós na Igreja e na sociedade. 
Fonte:  CNBB

Cidades em discussão

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte (MG)

O Papa Francisco, preocupado com os aspectos humanísticos e espirituais que norteiam os processos de urbanização, se reuniu com os prefeitos das grandes metrópoles do mundo para um momento de diálogo e reflexão. Um encontro de partilha para sublinhar o alto grau de responsabilidade quando se pensa cada cidade, a definição de prioridades, os graves prejuízos em razão da corrupção, do excesso de burocracia e, acima de tudo, do tratamento dedicado aos mais pobres e sofredores.

Os especialistas em urbanismo e urbanizações revelam complexidades, urgências e apontam saídas. Desafiam os gestores e governantes a apresentarem respostas efetivas, ante a série de graves problemas que comprometem a cultura e desrespeitam a dignidade da pessoa humana, o que inclui a lamentável indiferença em relação aos que estão sem terra, sem casa, sem saúde e educação. É oportuno focalizar a abordagem do Papa Francisco, na Carta Encíclica Louvado Sejas - sobre o cuidado da casa comum, quando trata da crise do antropocentrismo moderno e suas consequências. Trata-se de significativa contribuição que vai além das dimensões técnicas.
O antropocentrismo moderno colocou a razão técnica acima da realidade. Condicionou o ser humano a considerar a natureza apenas como espaço e matéria. Isso o leva a tratá-la sem medir o que pode suceder como consequência. Clara perda do sentido humanístico e espiritual no tratamento adequado do meio ambiente, que é dom da criação para o bem de todos. Esse descompasso explica o quadro abominável de devastação ambiental, com exploração ilimitada que ameaça a própria dignidade da pessoa humana. Uma dignidade desrespeitada por posturas tolerantes com o desperdício, encurralada pela mesquinhez da ganância, desconsiderada pela indiferença que preside o coração de quem perdeu a sensibilidade, particularmente diante da miséria e da exclusão.
Esse quadro se agrava com a ineficiência de governantes que não conseguem levar adiante, com a qualidade e a velocidade requeridas, os processos de atendimento das necessidades da população. Também são expressão desse quadro desalentador os desencontros de atitudes, falas e escolhas de prioridades, de líderes que ocupam lugares importantes nos contextos político, religioso, educacional e cultural. O desafio primeiro para tornar as cidades verdadeiramente sustentáveis - não apenas embelezadas, mas justas com os cidadãos, especialmente com os mais pobres - começa com a indispensável consciência que o ser humano deve ter sobre si e sobre o lugar onde vive.
Há um inadequado entendimento sobre o sentido de humanidade e de presença no planeta. A consequência é terrível no tratamento da realidade, precipitando-a num verdadeiro caos. Torna-se indispensável, ao lado da técnica e das análises pertinentes, uma espiritualidade que possibilite alcançar profunda compreensão sobre o ser humano e o meio ambiente. O Papa Francisco adverte que nos tempos modernos verificou-se notável excesso de perspectivas antropocêntricas. Com isso, enfraqueceram-se o sentido e o respeito do que está no âmbito do bem comum, e a importância dos laços sociais. É preciso superar essa perda, pois as cidades sustentáveis incluem o compromisso com um desenvolvimento humano e social mais fecundo e saudável. Isso significa repensar a relação do ser humano com o mundo para qualificar, por lições preciosas, os vínculos entre as pessoas, configurando uma cidadania capaz de encontrar respostas para graves problemas, como a violência, a exclusão e os esquemas destrutivos da corrupção.
Os governantes e os cidadãos estão convocados a buscar políticas que podem dar um rosto novo e sustentável a cada cidade, promover mudanças no contexto local, sem perder de vista o global. Cada pessoa deve se dedicar às muitas situações que demandam respostas para se alcançar o bem comum - não simplesmente o atendimento de interesses ideológicos e políticos, com privilégios para alguns em detrimento, especialmente, dos fracos e dos pobres. O Papa Francisco formula um interessante princípio, que pode trazer a possibilidade de um passo novo na superação de marasmos e de gargalos que fazem das cidades um verdadeiro caos.
O Santo Padre diz que a estrutura política e institucional não existe apenas para evitar malversações, mas para incentivar as boas práticas, estimular a criatividade que busca novos caminhos, facilitar as iniciativas pessoais e coletivas. O segredo é contar com líderes que contribuam na condução desses processos e que promovam a ampla participação, ajudando a construir os cenários próprios de cidades sustentáveis. Percebe-se que há um longo caminho a percorrer. É preciso mudar a cultura e as mentalidades. Um processo que exige reflexões e a contribuição de todos sobre o lugar onde se vive.
 Fonte: CNBB

Multiplicação dos pães

Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ)

Iniciamos neste final de semana a leitura do capítulo sexto do Evangelho de João, que começa com a multiplicação dos pães, e depois virá o grande anúncio de Cristo como pão da vida, ou seja, a Eucaristia. Como o Evangelho de Marcos é mais curto neste ano, temos, portanto, esse trecho de João nesta época. É uma oportunidade de aprofundarmos o sentido da partilha, do alimento e da Eucaristia. Serão domingos em que esse tema retornará e nos ajudará a vivenciar ainda mais a nossa vida como cristãos hoje.


Este é o 17º Domingo do Tempo Comum: a primeira leitura e o Evangelho (2Rs 4,42-44 e Jo 6,1-15) têm como tema central a providência de Deus. Em 2Rs 4,42-44, lê-se a multiplicação dos pães levada a cabo na época do profeta Eliseu, multiplicação esta que é figura e prenúncio daquela outra que foi realizada uns oito séculos mais tarde por Jesus e que se lê no Evangelho (Jo 6,1-15). Um homem apresenta-se ao profeta levando consigo “vinte pães de cevada” e recebe a ordem de distribuí-los à sua gente: cem homens. O servo responde, dizendo que tal provisão é insuficiente, mas Eliseu repete a ordem em nome de Deus: “dá ao povo para que coma; pois assim diz o Senhor: ‘comerão e ainda sobrará’”. (2Rs 4, 43).
O tema do pão na liturgia de hoje: ele aparece claramente na primeira leitura e no Evangelho e, de modo implícito, está presente também no salmo. Na tradição bíblica, o pão recorda duas coisas importantíssimas. Lembra-nos, primeiramente, que não somos autossuficientes, não possuímos a vida de modo absoluto: devemos sempre renová-la, lutar por ela. O homem não se basta a si próprio; precisa do pão de cada dia. E aqui, um segundo importante aspecto: o homem não pode, sozinho, prover-se de pão: é Deus quem faz a chuva cair, quem torna o solo fecundo, quem dá vigor à semente. Assim, a vida humana está continuamente na dependência do Senhor. Todos nós necessitamos do pão nosso de cada dia – e este é dom de Deus. "O que tens tu, ó homem, que não tenhas recebido? E, se recebeste, do que, então, te glorias"?
O milagre repete-se, mas de uma maneira mais imponente, nos verdes montes da Galileia, quando Jesus se vê rodeado de uma grande multidão que O procurava (Jo 6,5). Jesus provê as necessidades das multidões que O acompanhavam para ouvir a Sua palavra: cinco pães e dois peixes saciam uns cinco mil. Há sobras – doze cestos – para mostrar que Deus não é avaro em prover as necessidades de Suas criaturas. Reza o Salmo: “Vós abris a vossa mão prodigamente e saciais todo ser vivo com fartura”. (Sl 144 (145), 16).
Significativa a sobra dos doze cestos. O novo Povo de Deus, nascido do mistério pascal de Cristo, será alimentado por Jesus multiplicado nos Doze Apóstolos que participam da multiplicação dos pães. Mais importante ainda do que a multiplicação dos pães é o seu simbolismo. Para saciar a fome da multidão faminta, Jesus quer multiplicar-se nos seus Apóstolos, nos seus discípulos, em sua Igreja.
Se o milagre de Eliseu é figura da multiplicação dos pães levada a cabo por Cristo, esta é preparação e figura de um milagre mais estrondoso: a Eucaristia. Não está por acaso a descrição dos gestos do Senhor: “tomou os pães, deus graças e distribuiu-os aos que estavam sentados…” (Jo 6,11). Ela antecipa, quase à letra, os gestos e as palavras da instituição da Eucaristia. Depois de ter saciado tão copiosamente a fome dos corpos, Jesus também proverá, de maneira divina e inefável, a da alma. Alimentados por um único pão, o Corpo do Senhor, os fiéis formam um só corpo, o Corpo Místico de Cristo. Esta realidade é o alicerce do dever da caridade e da solidariedade cristã de que fala São Paulo em Ef 4,1-6, ao exortar os fiéis a “caminhardes de acordo com a vocação que recebestes; com toda humildade e mansidão, suportai-vos uns aos outros com paciência, no amor”. (Ef 4,1).
Jesus, ao multiplicar os pães, apresenta-se como aquele que dá vida, que nos sacia com o sentido da existência – sim, porque não há vida de verdade para quem vive sem saber o sentido do viver! Dá-nos Jesus a vida física, a vida saudável, mas dá-nos, mais que tudo, a razão verdadeira de viver uma vida que valha a pena. Mas, continuando a leitura, iremos ver que João, em vez de falar da Eucaristia na última ceia como os Evangelhos sinóticos, diz que ela irá aprofundar justamente o significado de sua vida (corpo e sangue) entregue para alimento de todos nós.
O mandato de recolher os pedaços que sobram, ensina que os bens materiais, por serem dons de Deus, não se devem desperdiçar, mas hão de ser usados com espírito de pobreza. Neste sentido, explica o Beato Paulo VI que “depois de ter alimentado com liberalidade a multidão, o Senhor recomenda aos seus discípulos que recolham o que sobrou para que nada se perca. Que formosa lição de economia, no sentido mais nobre e mais pleno da palavra, para a nossa época, dominada pelo esbanjamento! Além disso, leva consigo a condenação de toda uma concepção da sociedade em que até o próprio consumo tende a converter-se no próprio bem, desprezando os que se veem necessitados e em detrimento, em última análise, dos que julgam ser seus próprios beneficiários, incapazes já de perceber que o homem é chamado a um destino mais alto”. (Discurso aos participantes na Conferência Mundial da Alimentação, 09 de novembro de 1974). Como não ver aqui também a exortação do Papa Francisco sobre a questão da fome no mundo e também as questões levantadas no documento “Laudato si’”?
Vivendo intensamente esse Mistério, nos tornamos realmente membros do corpo de Cristo, que é a Igreja. Cumprem-se em nós, de modo real, as palavras do Apóstolo na segunda leitura deste domingo (Ef 4, 1-6): "Há um só Corpo e um só Espírito, como também é uma só a esperança a que fostes chamados. Há um só Senhor, uma só fé, um só batismo, um só Deus e Pai de todos, que reina sobre todos, age por meio de todos e permanece em todos". Eis, caríssimos! Que o bendito Pão do céu, neste sinal tão pobre e humilde do pão e do vinho eucarísticos, nos faça compreender e acolher a constante presença do Senhor entre nós e nos dê a graça de vivermos de verdade a vida de Igreja, sendo um sinal seu no meio do mundo. Amém!
Fonte: CNBB