segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Campanha da Fraternidade 2015

padre-Brendan200Em 2015, a Igreja Católica Apostólica Romana celebra o 50º. aniversário de encerramento do Concílio Vaticano II, realizado de outubro de 1962 a outubro de 1965. Tratou-se do evento mais importante da Igreja no século 20. No Brasil, diversos eventos vêm sendo realizados em âmbitos acadêmicos e eclesiais, nos últimos quatro anos, para comemorar esse cinquentenário. Para 2015, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) está promovendo uma reflexão mais ampla, em nível popular, sobre o Concílio, através da Campanha da Fraternidade. Com o tema: “Fraternidade Igreja e Sociedade” e o lema: “Eu vim para servir” (cf. Mc 10, 45) a Campanha aborda a relação Igreja-sociedade à luz da fé cristã e das diretrizes do Concílio Vaticano II.
O Objetivo Geral da Campanha da Fraternidade de 2015 é “Aprofundar, à luz do Evangelho, o diálogo e a colaboração entre a Igreja e a sociedade, propostos pelo Concílio Ecumênico Vaticano II, como serviço ao povo brasileiro, para a edificação do Reino de Deus”. Além do Objetivo Geral, a CF 2015 tem seis Objetivos Específicos: (i) Fazer memória do caminho percorrido pela Igreja com a sociedade, identificar e compreender os principais desafios da situação atual; (ii) Apresentar os valores espirituais do Reino de Deus e da doutrina Social da Igreja como elementos autenticamente humanizastes; (iii) Identificar as questões desafiadoras na evangelização da sociedade e estabelecer parâmetros e indicadores para a ação pastoral; (iv) Aprofundar a compreensão da dignidade da pessoa, da integridade da criação, da cultura da paz, do espírito e do diálogo inter-religioso e intercultural, para superar as relações desumanas e violentas; (v) Buscar novos métodos, atitudes e linguagens na missão da Igreja de Cristo de levar a Boa Nova a cada pessoa, família e sociedade; (vi)  Atuar profeticamente, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, para o desenvolvimento integral da pessoa e na construção de uma sociedade justa e solidária. (Fonte: www.portalkairos.net).
O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, numa carta sobre a Campanha da Fraternidade 2015 disse: “Os cristãos e suas organizações tomam parte da história dos povos e da grande família humana. E a Igreja, “povo de Deus”, fiel à missão recebida de Jesus Cristo, quer estar a serviço da comunidade humana, não zelando apenas pelos seus projetos internos e seu próprio bem”. Segundo Dom Odilo, “O Papa Francisco vem recordando isso constantemente nos seus diversos pronunciamentos, dizendo que a Igreja precisa ser “uma Igreja em saída”, “uma comunidade samaritana”, ou como um hospital de campo”, para socorrer e assistir os feridos”. É oportuno lembrar que a Igreja Católica não pode omitir, nem abster de dar sua contribuição para a reta ordem, social, econômica e política da sociedade.
                                                Pe. Dr. Brendan Coleman Mc Donald,  Redentorista e Assessor da CNBB Reg. NE1

Quando montar a Árvore de Natal e o Presépio?



"Após as I Vésperas do I Domingo do Advento é a hora de montar a árvore de Natal, colocar a guirlanda na porta, armar o presépio, e mudar o capacho da frente de casa por um tapete com decoração natalina." (Rafael Vitola Brodbeck).

A árvore não deve ser montada toda de uma vez: o ideal é acrescentar enfeites e adereços aos poucos, durante as quatro semanas do Advento, que é, para nós católicos, tempo de preparação. 

“Durante o Natal, no Hemisfério Norte, todas as árvores perdem as folhas, com exceção do pinheiro. Por isso, a árvore se tornou símbolo da vida, celebrada no Natal com o nascimento do menino Jesus.” 

A preparação da árvore deve ser intensificada durante a última semana que antecede o Natal. “Até 16 de dezembro, tudo ainda é muito sóbrio, mesmo nas leituras feitas nas Missas do advento. É só a partir do dia 17 de dezembro que a Bíblia começa a falar do nascimento de Jesus, e se inicia um momento de maior expectativa. Esse é o momento, portanto, de intensificar a decoração da árvore.” 

A montagem do presépio, também tradicional em tempos de Natal, deve seguir a mesma linha da preparação da árvore de natal. “Aos poucos, pode-se começar a montar a gruta, colocar os animais e os pastores, mas a Virgem Maria, São José e o menino Jesus devem fazer parte do presépio apenas mais próximo da noite do Natal.” 

O presépio, enquanto “encenação”, foi uma invenção de São Francisco de Assis para lembrar a simplicidade e as dificuldades enfrentadas pela Virgem Maria e São José no nascimento de Jesus. A orientação para quem pretende seguir a tradição católica é não sofisticar os presépios com luzes e enfeites. 

“Costumamos dizer sempre também que é muito importante envolver as crianças na montagem dos presépios, e o ideal seria que eles fossem feitos nas próprias casas, pelas crianças, para que eles percebam o real sentido do natal.” 

Hora de desmontar 

Tradicionalmenteo dia de desmontar a árvore de Natal, o presépio e toda a decoração natalina é 6 de janeiro, o Dia de Reis. “É nesse dia que três magos, pessoas sábias, encontram o menino Jesus e ele é então revelado a todas as nações.” 

Advento 

Um dos grandes símbolos do Natal para a Igreja é a coroa do Advento. Formada com ramos verdes e em formato de círculo, a coroa simboliza a unidade e a perfeição, sem começo e sem fim. “A coroa representa o nascimento do rei. Em cada um dos quatro Domingos do Advento uma vela é acesa. Com a proximidade do nascimento de Jesus, a luz se torna mais intensa, e é o Natal enquanto festa da luz que celebramos.”


Fonte: Salvem a liturgia


A finalidade sobrenatural do ano litúrgico

Por Rafael Vitola Brodbeck

O ano litúrgico está chegando ao fim, e outro começa com o próximo I Domingo do Advento. Servimo-nos da oportunidade para apresentar um excerto do magnífico tratado “Historia de la liturgia”, de Mario Righetti:
A Igreja compôs, laboriosamente, através dos séculos e compõe hoje em dia as próprias festas, segundo a frase de Tertuliano, com a mesma finalidade com que presidiu o surgir e o organizar-se do primeiro núcleo festivo. Os mistérios da vida de Cristo, junto com as gestas dos santos, que foram seus mais fiéis imitadores, são para ela como um memorial, ao qual todo cristão deve constantemente atender para realizar com Cristo e por Cristo a própria formação sobrenatural. O ano litúrgico não quer ser, portanto, uma simples evocação histórica dos fatos da redenção, nem sequer uma gloriosa resenha de heróicas figuras de santos. Mais que uma página de história, é uma página de vida, daquela vida divina que se nos dá por ter Cristo vindo a terra. Ut vitam habeant et abundantius habeant.
Mas para que isto se realize, é necessário estabelecer contato entre Cristo santificador e seus fiéis. Esse contato vivo e vivificante foi estabelecido desde o princípio pela Igreja na Missa e nos sacramentos.
O Cristo que se reproduz na Santa Missa e se oferece no altar é o Cristo da Encarnação no seio da Virgem, do nascimento em Belém, vida escondida em Nazaré; o mesmo Jesus que no Cenáculo instituiu a Eucaristia; que sofreu, morreu e ressuscitou, e que subiu aos céus e que lá em cima, junto do Pai, perpetua seu sacerdócio. Eis aqui porque, nas várias solenidades do ano, exceto no Ofício e no prefácio diriascálicopróprio do dia, é sempre e sobretudo a Missa a que serve para celebrar os mistérios de Cristo e os aniversários de seus santos. De igual maneira, quer a Igreja celebre as múltiplas festas marianas, quer a consagração de seus sacerdotes e as bênçãos núpcias sobre os novos esposos, é sempre o sacrifício eucarístico o que constitui o rito central da solenidade, já que, pelos méritos da Cruz e da plenitude da graça que há em Cristo-cabeça, flui todo carisma ao organismo todo da Igreja, que é precisamente seu Corpo Místico, seu verdadeiro pleroma, como a chama o Apóstolo. Essa união dos cristãos a Cristo está belamente expressa na liturgia, que de cada altar faz uma espécie de tumba, onde, sob a mesa palpitam os ossos dos mártires, a fim de que associem a humildade de seu sacrifício capital à Paixão do Senhor.
Desta forma, a liturgia dos santos não resulta uma liturgia colateral, senão que se use e se enxerta toda na divina liturgia dos mistérios de Cristo. Na única liturgia cristã revive Cristo: Cristo-cabeça na celebração de seus mistérios redentores; Cristo-corpo na celebração da liturgia santoral. Naqueles, Cristo comunica à Igreja sua vida; nesta, a Igreja oferece por Cristo ao Pai a santidade que recebeu de seu Esposo.
Depois, nada há tanto em função dos mistérios de Cristo celebrados e revividos no ciclo litúrgico como os sacramentos, efetiva comunicação vital da alma ao grande mistério da graça, dada por Cristo na Encarnação e participada através das sete artérias sacramentais. A liturgia dos sacramentos derivou, inclusive historicamente, do ano eclesiástico, e ninguém ignora a íntima conexão do Batismo e da Eucaristia com o mistério pascal, das Ordens sagradas com as Têmporas, da consagração dos óleos sacramentais com a Quinta-feira Santa, da Penitência com a Quarta-feira de Cinzdas e a Sexta-feira Santa, do catecumenato com a Quaresma etc. Quer dizer, a Igreja não separa os sacramentos dos mistérios de Cristo revividos no ciclo litúrgico, senão que estão vinculados essencialmente e levam sua virtude santificadora às almas.


Fonte: Salvem a Liturgia

Papa: a Igreja não deve se isolar em um "microclima eclesiástico"

014-11-17 Rádio Vaticana

Cidade do Vaticano (RV) – Na missa desta segunda-feira, na Casa Santa Marta, o Papa falou dos cristãos que correm o risco de se isolarem em um “microclima eclesiástico”, ou seja, que querem estar com Jesus, mas não com os pobres.
Para Francisco, a Igreja vive em todas as épocas a tentação de olhar para Jesus esquecendo de ver Nele o pobre que pede ajuda, fechando-se em um “microclima eclesiástico”, ao invés de se abrir aos excluídos sociais. A homilia foi inspirada em uma das páginas mais intensas do Evangelho, cujo protagonista é o cego de Jericó.
O cego, explicou o Papa, representa “a primeira classe de pessoas” que povoa a narração do evangelista Lucas. Um homem que não contava nada, mas que “tinha sede de salvação”, “de ser curado”, e que, portanto, grita mais forte do que o muro de indiferença que o circunda, “para bater à porta do coração de Jesus”. A este homem se opõe o círculo dos discípulos, que querem calá-lo para evitar que incomode e, assim – afirmou o Papa – afastar “o Senhor da periferia”:
Esta periferia não podia chegar ao Senhor, porque este círculo – mas com muita boa vontade, hein – fechava a porta. E isso acontece com frequência entre nós, fiéis: quando encontramos o Senhor, sem que percebamos, se cria este microclima eclesiástico. Não só os padres, os bispos, mas também os fiéis: ‘Mas nós somos os que estão com o Senhor’. E de tanto olhar para Ele, não olhamos para as suas necessidades: não olhamos para o Senhor que tem fome, que tem sede, que está na prisão, que está no hospital. ‘Aquele Senhor não, pois é um marginalizado’. E este clima nos faz tão mal”.
A seguir, o Papa descreveu o grupo dos que se sentem eleitos pelo Senhor e que, por isso mesmo, querem afastar qualquer pessoa que posa incomodá-Lo – inclusive as crianças. Essas pessoas, observou, esqueceram e abandonaram o primeiro amor:
Quando na Igreja os fiéis, os ministros se tornam assim... não eclesial, mas ‘eclesiástico’, de privilégio de proximidade ao Senhor, têm a tentação de esquecer o primeiro amor, aquele amor tão bonito que todos nós recebemos quando Ele nos chamou, nos salvou. Esta é uma tentação dos discípulos: esquecer o primeiro amor, ou seja, esquecer inclusive as periferias, onde eu me encontrava, e também me envergonhar disso”.
Há ainda o terceiro grupo nesta narração: o povo simples, que louva a Deus pela cura do cego. “Quantas vezes, afirmou o Papa, encontramos pessoas simples, quantas idosas que caminham, com sacrifício, para rezar em um santuário de Nossa Senhora”. “Não pedem privilégios, mas somente graça”. É o “povo fiel”, que “sabe seguir o Senhor sem pedir qualquer privilégio”, capaz de “perder tempo com Ele” e, sobretudo, de não esquecer a “Igreja marginalizada” das crianças, dos doentes, dos prisioneiros. O Papa então conclui:
Peçamos ao Senhor a graça de que todos nós, que temos a graça de sermos chamados, de jamais nos afastar desta Igreja; de jamais entrar neste microclima dos discípulos eclesiásticos, privilegiados, que se afastam da Igreja de Deus, que sofre, que pede salvação, que pede fé, que pede a Palavra de Deus. Peçamos a graça de ser povo fiel de Deus, sem pedir ao Senhor qualquer privilégio que nos afaste de Seu povo”.
Fonte: News.VA

"Direito ao esquecimento": O que os fiéis dizem no confessionário, fica no confessionário

Imagem referencial. Foto: Flickr Olocau.Digital (CC BY-SA 2.0)
ROMA, 17 Nov. 14 / 02:33 pm (ACI/EWTN Noticias).- Há algum tempo tem sido debatido a nível teológico o chamado “direito ao esquecimento” dos pecados. Sobre este tema, o Penitenciário Maior da Penitenciária Apostólica, Cardeal Mauro Piacenza, assegurou que “é correto sancionar àqueles que erram, mas existe o direito a que os erros do passado não gravem para sempre a reputação das pessoas”.

Conforme informa o jornal L’Osservatore Romano, o Cardeal Piacenza encerrou no dia 13 de novembro uma conferência sobre o tema “O segredo de confissão e a privacidade pastoral”, celebrado pela Penitenciária Apostólica no Palácio da Chancelaria de Roma.

Na ordem da justiça divina, explicou o Cardeal, este direito ao esquecimento “sempre se reconhece ao penitente que, com o coração humilde e arrependido, aproxima-se ao sacramento da reconciliação”.

Neste sentido, depois da absolvição dada pelo confessor “Deus, rico em misericórdia, não recorda mais o pecado do penitente, porque foi definitivamente eliminado pela grandeza do seu amor”, disse.

O Penitenciário Maior destacou que no âmbito do segredo de confissão e do segredo sacramental, a Igreja “elaborou ao longo dos séculos uma experiência riquíssima e uma normativa detalhada e rigorosa, dirigida a tutelar e proteger o que se pode considerar sem lugar a dúvida, a forma mais alta de segredo, e que pertence a cada sacerdote confessor”.

A autoridade vaticana assinalou que esta normativa é a base “do mais amplo segredo ministerial dos sacerdotes e orienta com força a própria normativa dos regulamentos civis em tema de segredo profissional”.

O Cardeal recordou alguns dos temas tratados pelos relatores, como a confissão e o acompanhamento espiritual “são os principais meios da formação em sua dimensão pessoal e mais interior”.

Nas reuniões também se recordou que no mundo juvenil “emerge uma necessidade de escuta, de relação autêntica na verdade, de misericórdia, de orientação e de salvação”.

A justiça “é outro modo de amar de Deus, quer dizer, outro modo com o qual Deus quer o bem dos homens”, e “é necessário destacar que quando Deus usa a justiça, ama. Uma das formas de amor é respeitar a justiça”, adicionou.
Fonte:Acidigital

Pastoral dos pescadores lança documentário “Vento Forte”

Convite DocCPP 350x227O Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP), vinculado à Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), lançará o documentário “Vento Forte”, que aborda situações de conflitos socioambientais em comunidades pesqueiras do Brasil. O lançamento ocorrerá na segunda-feira, dia 17, às 19h30, na sede da CNBB, em Brasília (DF).
O evento contará com uma mesa de abertura composta pelo bispo auxiliar de Brasília e secretário geral da CNBB, dom Leonardo Ulrich Steiner; o bispo de Ipameri (GO) e presidente da Comissão Episcopal para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz da entidade, dom Guilherme Werlang; a procuradora da 6º Câmara do Ministério Público Federal (MPF) – Para a defesa dos Direitos das Comunidades Tradicionais, Débora Duprat, e os integrantes do Movimento de Pescadores e Pescadoras Artesanais (MPP), Marizelha Carlos Lopes e Josemar Durães.
O documentário propõe uma reflexão sobre a importância dos pescadores e das pescadoras artesanais para o país e a urgência em debater as problemáticas que atingem seu modo de vida. Segundo o CPP, são diversos os conflitos socioambientais que envolvem as comunidades pesqueiras. “A aquicultura empresarial, o turismo predatório, a pesca industrial e os grandes empreendimentos compõem parte dessas ameaças que negam os direitos das populações tradicionais”, enumera.
De acordo com a secretária executiva do CPP, Maria José Honorato Pacheco, o filme dá visibilidade à situação de ameaça que as comunidades pesqueiras do Brasil vivem, além das violações dos direitos humanos. “Ele demonstra os graves impactos do modelo desenvolvimentista que ameaça o modo de vida das comunidades e que destroem o meio ambiente, colocando em risco toda sociedade e prejudicando as gerações futuras. Esse será um instrumento de divulgação e denúncia aos órgãos competentes em fóruns nacionais e internacionais”, explica.
Fonte: CNBB

Estatísticas religiosas

padre-Brendan200Segundo estudo do Centro Pew Research (Washington DC) divulgado na quinta feira, dia 13, próximo passado, apesar da popularidade e admiração do papa Francisco, a Igreja Católica perde fiéis. A pesquisa foi feita com 30 mil pessoas em 18 países latino-americanos. As amostragens foram ponderadas de acordo com a representação de cada país na população geral. Segundo o levantamento, 69% da população da região é católica, 19% protestante e 8% seguem outras religiões. Outros 4% disseram que não têm religião ou não seguem nenhuma denominação. Um dado interessante que a referida pesquisa mostra é que a maior parte dos protestantes na região teve formação católica. Apenas 9% dos entrevistados foram doutrinados no protestantismo, enquanto 84% no catolicismo.
Na América do Sul, onde a presença da Igreja Católica é maior, o Brasil é o país com a maior proporção de protestantes, com 26%, e o Paraguai com o menor, com 8%. A maioria dos novos protestantes está filiada a denominações de origem pentecostais, como a Assembleia de Deus, a Igreja Universal do Reino de Deus e a Igreja Mundial do Poder de Deus. No Brasil 80% entre os protestantes são pentecostais. Há também muitos católicos que são carismáticos. Atualmente na América Latina a porcentagem das religiões são as seguintes segundo a “Pesquisa Pew Research”: Católicos 69%, Protestantes 19%, Sem Religião 4% e outros 8%.
Os motivos oferecidos para a mudança da Igreja Católica para as Igrejas protestantes em % são: a) Busca de maior contato com Deus 81%, b) Gosta do estilo da nova igreja 69%, c) Maior ênfase na moralidade 60%,  d) Maior ajuda dos fiéis da Igreja 59%, e e)  Foi convidado por outro fiel. O Centro Pew Research usa a palavra “protestante” na pesquisa, porém, aqui no Brasil a palavra mais indicada seria “Evangélica”. A maioria dessas igrejas na América Latina rejeita o casamento gay, o aborto, e desaprovam a influência de religiosos na política. No Brasil 55% dos evangélicos aprovam a influência de religiosos na política.
O papa Francisco várias vezes criticou o distanciamento da hierarquia da Igreja (bispos e padres) dos fiéis, convidando-os a sair da sacristia e ir à periferia das grandes cidades. Também lamentou a formação inadequada dos católicos na sua religião. Ele enfatizou especificamente a preparação para o Batismo e para o sacramento da crisma. Desde o papa Francisco assumiu como chefe da Igreja Católica nos últimos dois anos as saídas da Igreja diminuíram bastante. As estatísticas acima apresentadas merece um estudo por parte da Igreja Católica.
                                                   Pe. Brendan Coleman Mc Donald,  Redentorista e Assessor da CNBB Reg. NE1

Festa de Cristo Rei - 2014







Programação completa da festa:

6ª Festa da Vida na Arquidiocese de Fortaleza




Veja a carta a de dom José Luiz Vasconcelos, bispo auxiliar, que nos convida a participar da 6ª Festa da Vida na Arquidiocese, no dia 14 de dezembro de 2014, no Conjunto Palmeira.


Os que sofrem com a solidão

Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo da diocese de Campos (RJ)


A intenção Geral do Apostolado da Oração deste mês de novembro é particularmente sugestiva : focaliza os que sofrem com a solidão. Muito embora estejamos rodeados de agitação e barulho, e tenhamos aumentado os meios de conexão digital, a realidade nos mostra o drama e a miséria dos que sofrem solidão.
Parece que nossa civilização despertando o individualismo mais acirrado e a sociedade selfie do espetáculo e da imagem tem esquecido de promover laços de amizade e de ternura. Vemos assim pessoas ensimesmadas, encasteladas que não podem ou sabem romper as barreiras do isolamento, sair do cativeiro da solidão. Solidão é diferente de solitariedade, podemos viver solitários e estar em profunda comunhão como os eremitas ou contemplativos, a solidão é um estado de inanição e perda total de relacionamentos.
A solidão é contraria a condição humana, pois como dizia o grande monge Tomás Merton, nenhum homem é uma ilha. Fomos criados pela comunhão e para a comunhão, somos seres reticulares, nos realizamos tecendo e vivendo relacionamentos com nossos semelhantes.
O amor e expansivo, nos impulsiona e no sim por aproximarmo-nos dos outros para torná-los nossos amigos, para gerar fraternidade e convivência. Certamente que uma obra cristã inspirada pela caridade é ajudar a tirar uma pessoa sozinha de seu sofrimento e abandono.
Devemos ser a família dos sem família, o lar amigo e solidário que acolhe os corações esquecidos e marginalizados. Não há maior pobreza que carecer de amor, de amizade, de ternura, que saibamos hospedar e ser irmãos solícitos para as pessoas sozinhas e singulares que procuram abrigo e afeto.
A Igreja antes que nada está para oferecer acolhida e recepção, pois ela quer sendo fiel a Jesus, viver como Casa e Escola de comunhão, lar de todos/as: dos pobres, dos aflitos e abandonados. Que o Deus amor nos torne cheios de compaixão e de compreensão para quem padece de solidão. Deus seja louvado!
Fonte: CNBB

Viradas civilizatórias

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte (MG)

Incontáveis exigências de mudanças profundas marcam o mundo atual e criam ambiente favorável para uma virada civilizatória. O cenário contemporâneo atrai a atenção e é objeto de análises complexas, cientificamente sofisticadas, que permitem diferentes leituras. Parece importante alimentar a convicção e a interpelação para uma incontestável urgência de mudanças de paradigmas, sob pena de avolumarem-se as “falências” que já estão se manifestando. Um conjunto de perdas que impõe dificuldades sérias à vida contemporânea, mesmo com tantos avanços tecnológicos e outras facilidades conquistadas pela humanidade.

Essas “falências” já são muitas e incluem a violência crescente, o descaso social que perpetua a exclusão, a corrupção e o enfraquecimento de instituições que, ao perderem credibilidade, não conseguem oferecer contribuições que são demandadas por seu campo próprio de atuação. As perdas, obviamente, incidem sobre a vida de cada pessoa e produzem crises muito sérias. No ambiente institucional, por exemplo, há uma carência de lideranças qualificadas. Além disso, há também os que buscam apenas se servir, como hospedeiros, das instituições, sem oferecer contribuições para que elas ajudem a dar novos rumos à sociedade. Ocupam cargos exclusivamente para sentir a satisfação de exercer o poder.

Para se alcançar a virada civilizatória, um ponto de partida é cada pessoa reconhecer-se como um coração da paz. Incontestavelmente, essa mudança interior pode impulsionar grandes transformações, fazendo surgir um movimento contrário à crescente perda do sentido de respeito ao outro, que compromete o indispensável humanismo social, sustentáculo para uma sociedade que urge a recuperação do equilíbrio solidário. Basta observar o número de homicídios, em condições e por motivações variadas, que desenham um ambiente de guerra, para ter certeza que hoje esse equilíbrio está perdido.
O indispensável tratamento sistêmico da segurança e da superação da violência, em vista de uma significativa virada civilizatória, não pode desconsiderar a sacralidade do respeito a cada pessoa, que é vetor na promoção da paz. Esse é um caminho cuja dinâmica pode superar irracionalidades e falta de sentido. Permite reconquistar uma lógica moral indispensável para iluminar a existência humana, tornar possível o diálogo afetuoso e solidário entre as pessoas e povos. A consideração da dignidade de cada pessoa, à luz de uma equilibrada consciência da própria dignidade, é caminho inigualável no enfrentamento das injustiças e desigualdades que tragicamente afligem a humanidade.
Na contramão dessa trajetória, está a indiferença que cega e faz perder a sensibilidade social, incapacitando os cidadãos na percepção das terríveis desigualdades, como o acesso aos bens essenciais e aos direitos humanos básicos. A fórmula para superar a globalização da indiferença inclui um componente de elementar importância, a ser aprendido, ensinado e renovado nas consciências: o reconhecimento que na essência somos todos iguais. Isso só é possível quando se alcança o sentido de transcendência da dignidade humana. A consideração da igualdade comum entre as pessoas é um facilitador eficaz para promover uma virada civilizatória. Trata-se de antídoto para a cristalizada consciência social e política que permite a convivência vergonhosa com a miséria de muitos, atribuindo sempre a outros a responsabilidade e a tarefa de mudar a realidade. Uma percepção que gera acomodações, impede a partilha e coloca em risco a paz.
Vale lembrar que não são somente os excluídos, os mais pobres, que sofrem com a falta de paz. Todos, hoje, estão permanentemente ameaçados pela insegurança crescente. Conclui-se que uma virada civilizatória supõe investir na ecologia da paz, que abrange a permanente busca pela superação de todo tipo de desprezo. Indispensável nesta evolução é a superação de visões redutivas do ser humano, que comprometem diálogos autênticos, fonte de posturas autoritárias, manipuladoras, e que fragilizam cada pessoa diante da opressão e violência. A defesa e o respeito à transcendência do significado de cada ser humano - inspirando gestos, intervenções firmes de governos, participação incidente de instituições - são indispensáveis neste inegociável investimento de trabalhar por significativas viradas civilizatórias.
 Fonte: CNBB

As andanças do Bispo -6

As terras maravilhosas da Argentina
No final de setembro de 1999, tive a oportunidade de conhecer melhor a Argentina.

De todos os países da América, nesses anos de CELAM, só faltava ver a Argentina. Fui convidado a ir a Santa Fé, a capital da Província de Entre Rios, onde se realizava o Congresso Missionário Continental. O Arcebispo de Santa Fé, Mons.Estanislau Karlik, também fazia parte da Comissão do Sínodo da América. Ele insistiu para que eu fosse ao Congresso em sua cidade. E assim, pude ver mais de perto as terras da Argentina.
De fato, fiquei impressionado vendo as planícies sem fim, estendendo-se território adentro, a partir de Buenos Aires. Imaginei então nossos pobres migrantes italianos, alemães e poloneses, que no final do século dezenove foram se instalar no sul do Brasil. Eles tiveram que arrancar à unha o seu sustento nas montanhas do Rio Grande. Quando os que foram para a Argentina encontraram a facilidade de cultivar aquelas planícies, com sua fabulosa fertilidade.
Na viagem de Buenos Aires a Santa Fé, ao longo de quinhentos quilômetros, pude observar com a terra é plaina, como o assoalho de uma casa. E assim é toda a região da “Pampa Úmida”, num círculo de mil quilômetros nas vizinhanças de Buenos Aires. A perder de vista, a mesma planície, que permitia ver os carros passando a quilômetros de distância.
Pensando agora na crise da Argentina, a gente compreende como durante tanto tempo estas terras férteis foram a fonte da abundância e da riqueza dos argentinos. Na época anterior à “revolução verde”, que transformou a agricultura européia, os argentinos exportavam seus produtos para a Europa, colhidos com facilidade, para compradores europeus que precisavam deles matar a fome com eles.
Agora, o protecionismo agrícola da Europa e dos Estados Unidos mudou a situação. Talvez os argentinos tenham se acostumado mal. E as terras, nas mãos dos grandes fazendeiros, que só se interessam por lucro fácil, acabaram se tornando um fator a mais para embananar a situação econômica da Argentina.
Talvez seja válida uma constatação: mais vale a austeridade de vida e a garra de trabalhar, do que a exuberância fácil da riqueza que custa pouco.
Próximo seguimento: A bolsa de Chicago
Fonte: CNBB