segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Crianças são batizadas pelo papa Francisco no Vaticano

Na Festa do Batismo de Jesus, celebrada na liturgia do domingo, 11 de janeiro, o papa Francisco batizou 33 crianças, na Capela Sistina. Em sua homilia, Francisco pediu aos pais a darem exemplo aos filhos, com a vivência diária da fé, para que cresçam “imersos no Espírito Santo” e na Palavra de Deus.
“Todos os dias, adquiram o hábito de ler um pequeno trecho do Evangelho, pequeninho e levai sempre convosco uma pequena Bíblia no bolso, na bolsa, para poder lê-la. E isto será o exemplo para os filhos, ver o pai, a mãe, os padrinhos, avós, tios, lerem a Palavra de Deus”.
Sobre o batismo, o papa lembrou que o sacramento insere a criança no corpo da Igreja, no povo santo de Deus. “E neste corpo, neste povo em caminho, a fé é transmitida de geração em geração: é a fé da Igreja. É a fé de Maria, nossa Mãe, a fé de São José, de São Pedro, de Santo André, de São João, a fé dos Apóstolos e dos Mártires, que chegou até nós, através do Batismo. Uma cadeia de transmissão de fé. É muito bonito isto! É um passar de mão em mão a vela da fé”.
A luz da fé que as famílias recebem, disse o papa, deve ser transmitida aos filhos, reiterando que Cristo e Igreja são inseparáveis:
“Esta luz vocês recebem na Igreja, no corpo de Cristo, no povo de Deus que caminha em todos os tempos e em todos os lugares. Ensinem aos vossos filhos que não se pode ser cristão fora da Igreja, não se pode seguir Jesus Cristo sem a Igreja, porque a Igreja é mãe e nos faz crescer no amor a Jesus Cristo”.
Ao final, também deixou um recado aos padrinhos: “Queridos pais, queridos padrinhos e madrinhas, se quiserem que suas crianças se tornem verdadeiros cristãos, ajudem-os a crescer “imersos” no Espírito Santo, ou seja, no calor do amor de Deus, na luz da sua Palavra”.
Com informações e fotos da Rádio Vaticano. 
Fonte: CNBB

Celebração homenageia Zilda Arns e dá o primeiro passo para beatificar a fundadora da Pastoral da Criança

O primeiro passo para a beatificação da médica e fundadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns Neumann, aconteceu no último sábado, 10, na Arena da Baixada, em Curitiba (PR). Cerca de 40 mil pessoas de todos os estados brasileiros estiveram presentes na celebração que marcou a entrega oficial da moção que solicita a abertura do processo de beatificação de Zilda Arns.

A moção é um documento que reúne assinaturas, com o objetivo de demonstrar o apoio da população a uma causa ou proposta. Neste caso, os fiéis apoiam o reconhecimento à fama de santidade e ao legado evangelizador e pastoral da doutora Zilda.
A celebração eucarística foi conduzida pelo presidente da Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Raymundo Damasceno, e contou com a presença de mais de 20 bispos de vários municípios brasileiros e autoridades municipais e estaduais.
Beatificação
De acordo com Nelson Arns, coordenador nacional adjunto da Pastoral da Criança e filho de Zilda, o evento foi resultado de uma rede nacional de mobilização, que coletou assinaturas para a moção de apoio à beatificação. O documento com mais de 130 mil assinaturas foi entregue durante a celebração eucarística à arquidiocese de Curitiba e o próximo passo será o encaminhamento do processo completo para o Vaticano.
“O trabalho de minha mãe à frente da Pastoral foi marcado pelo altruísmo e isso permanece até hoje. As pessoas que integram a Pastoral buscam melhorar sua atuação junto às crianças e à sociedade, não pedem nada para si, mas pelos outros. O apoio à beatificação de uma pessoa que não era religiosa também chama a atenção para o fato de que todos os cristãos são chamados à santidade, e não apenas aqueles que seguem a vocação religiosa”, disse.
Para o arcebispo da Paraíba (PB) e membro do Conselho Diretor da Pastoral da Criança, dom Aldo Di Cillo Pagoto, responsável pelo anúncio de que a Igreja do Brasil daria início ao pedido de beatificação de Zilda, o reconhecimento da médica representaria a valorização do enorme legado deixado por ela. “Zilda dedicou-se à uma certa concepção de vida que precisa ser valorizada. Foi agregadora dos valores de defesa e promoção da vida de crianças e idosos. Seu trabalho tem um caráter sagrado, mas também político. Por isso pedimos reconhecimento para essa líder e benemérita”, declarou.
Biografia
Zilda Arns nasceu em 25 de agosto de 1934, em Forquilhinha, Santa Catarina (SC). Ela desenvolveu um importante trabalho social, reconhecido em todos o país. Fundou a Pastoral da Criança em 1983 e, mais tarde, a Pastoral da Pessoa Idosa. A médica pediatra e sanitarista ficou conhecida nacionalmente e em mais 21 países pelo trabalho de combate à mortalidade infantil e de proteção a gestantes e idosos, com a ajuda de um exército de mais de 200 mil voluntários.
A candidata à beata morreu no dia 12 de janeiro de 2010, durante o terremoto que devastou o Haiti, onde estava em missão humanitária, para introduzir a Pastoral da Criança no país.  
Zilda Arns encontrava-se em Porto Príncipe, em missão humanitária, para introduzir a Pastoral da Criança no país.
Foto do jornal O Tempo
Fonte: CNBB

Encontro Arquidiocesano do Clero


O encontro aconteceu de 5 a 9 de janeiro no Condomínio Espiritual Uirapuru (CEU) no bairro Castelão, com a presença do arcebispo de Brasília, dom Sergio da Rocha. O tema do encontro foi “A Nova Evangelização – Arquidiocese de Fortaleza: 100 anos, Boa Nova em Novos Tempos”.
Foto:Francisco Vladimir, Secretariado Arquidiocesano de Pastoral

Um Francisco consequente!

geovane200Padre Geovane Saraiva*
Quando os três magos do oriente, guiados pela estrela, caminharam ao encontro do Menino Jesus, mostrando ao mundo que a vida das pessoas é uma caminhada, e que na misteriosa e inaudita manifestação, somos chamados a fazer a mesma coisa. “Aquele menino, nascido em Belém da Virgem Maria veio para libertar não só o povo de Israel, que foi representado pelos pastores, mas também para a humanidade, representada pelos Magos vindos do Oriente”, disse o Papa Francisco aos 06.01.2015, na festa da Epifania do Senhor. Eles andaram, caminharam, deixaram claro que a Igreja é dinâmica e que está a caminho. O Sumo Pontífice fala de uma “Igreja em saída, que Deus quer provocar os crentes; que Abraão aceitou o chamado para partir rumo a uma nova terra”. Disse ainda mais, que “a Igreja em saída é uma Igreja de portas abertas. Sair na direção do outro aos outros para chegar às periferias humanas não significa correr pelo mundo sem direção nem sentido” (cf. EG 19, 46).
Compreendemos perfeitamente o rigor e a lógica do Papa Francisco, quando fala de uma Igreja em saída, na surpreendente antecipação de nomear os 15 novos cardeais, em 04.01.2015, com menos de 80 anos, de países que incluem Tonga, Nova Zelândia, Cabo Verde e Birmânia, para nos fazer pensar na diversidade de dons e carismas dentro de uma Igreja que sai e, ao mesmo tempo, quer valorizar seu crescimento em regiões de missão, tais como Ásia, África e Oceania. Como nosso coração vibrou ao falar da janela do Vaticano à uma multidão na Praça de São Pedro, para anunciar essa boa e surpreendente notícia! Palavras de Miguel Ângelo, um jovem cabo-verdiano que mora em Fortaleza, na nossa paróquia Santo Afonso, e encontra-se em fase de conclusão de seu doutorado sobre o meio ambiente na UFC: “É isso aí Padre Geovane Saraiva, nosso Papa Francisco nos enche de alegria; a comunidade católica dos países lusófonos está de parabéns! Quem diria um país tão pequeno, de cerca de 500 mil habitantes, sendo 98% católicos, com voto útil no colégio cardinalício?” Conforme a assessoria do Vaticano acrescentou ainda, que nos dias 12 e 13 de fevereiro, vai liderar um encontro com todos os cardeais para “refletir sobre as orientações e propostas para a reforma da Cúria Romana”, organismo administrativo da Igreja Católica.
Apesar de suas inúmeras realizações, como é imprescindível olhar para um Francisco consequente à frente da Igreja, também nas suas sábias e proféticas palavras, as quais penetram no coração do mundo como um clamor e grito. Mesmo quando é criticado, porque não tem medo de dizer: “Quem doa à Igreja e rouba o estado é falso cristão, porque anuncia a deusa da corrupção”. A profecia do Bispo de Roma nem sempre agrada e é bem acolhida, surgindo um ambiente a corroborar no sentido de hostilizá-lo. Diversos são os comentários a respeito de um clima hostil e desfavorável ao Santo Padre, marcado por críticas pesadas, articuladas e crescentes em diversos lugares do mundo, mas principalmente dentro da Igreja, na Itália, entre os cardeais. Vejo aqui a presença clara do querido Francisco diante do Evangelho da cruz, da paixão: “Eu vim trazer fogo à terra, e como desejaria que já estivesse acesso. Devo pregar um batismo, e como me angustia até que esteja consumado!” (cf. Lc 12, 49-50).
O pedido de perdão por suas faltas e de seus colaboradores e mesmo sobre as quinze “enfermidades” da Cúria Romana, penso que está bem dentro do desejo do Santo Padre, de que se faça a experiência do Evangelho lá na Cúria, segundo o questionamento de Franco Monaco, jornalista e ex-presidente da Ação Católica de Milão, “O Evangelho também não é ‘sinal de contradição’, ‘espada de dois gumes’ ‘escândalo e loucura’?”, na palavra de Deus que é clara: “Não pensem que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada” (cf. Mt 10, 34).  Insatisfações fortíssimas que se personificam no escritor Vittorio Messori no Corriere della Sera de Milão, com o título: ”As opções de Francisco: dúvidas sobre a virada do Papa Francisco” (24/12-2014). Podemos compreender, à luz da fé, um papa consequente porque desafia a montanha milenar que não quer abraçar o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo na sua plenitude. Daí as diversas palavras impiedosas, usadas para atacar o Santo Padre, aproveitando-se do momento auspicioso da véspera do Natal para atingi-lo.
Percebe-se que o bendito plano de reforma da Igreja, sem esquecer suas fortes críticas à economia de exclusão, e o comodismo de alguns padres e agentes evangelizadores da Igreja ganhou espírito hostil. Sobre a “economia de exclusão”, segundo o papa argentino, “assim como o mandamento de ‘não matar’ coloca um limite claro para garantir o valor da vida humana, hoje temos de dizer ‘não a uma economia de exclusão e desigualdade’. Essa economia mata. (…) Hoje, tudo está dentro do jogo e da competitividade, onde o forte devora o fraco. Como resultado, grandes massas da população são excluídas e marginalizadas: sem emprego, sem horizontes”. Para Francisco, os “excluídos não são explorados, mas resíduos, excedentes”.
Todavia o Augusto Pontífice não se cansa jamais e tendo por base uma mística e caridade pastoral a sensibilizar e comover corações, repleta da mais profunda esperança, Francisco agora vai partir para sua sétima viagem internacional, com destino ao Sri Lanka e Filipinas nos dias 13-19.01.2015, querendo ser um farol a iluminar os caminhos da história daqueles povos asiáticos, oferecendo-lhes, dentro de um clima, no qual favoreça a compreensão cultural e espiritual, em um clima revestido da ternura franciscana, com profundo respeito pela realidade ecológica e ambiental, na qualidade de pastor universal, vai se encontrar com as vítimas do devastador (tsunami) desastre ecológico de 2004, que além de causar milhares de mortes, deixou uma triste e maldita herança de aproximadamente cinco milhões de criaturas humanas desabrigadas. Quão preciosa e de inigualável importância é a visita do Sumo Pontífice àqueles povos! Compreendo-a como já sendo o prólogo de sua nova Encíclica sobre a realidade supracitada do planeta, no seu ecossistema comprometido, nos gemidos da criação como em dores de um parto (cf. Rm 8, 22), que ansiosamente a aguardamos!
 *Escritor, blogueiro, colunista, vice-presidente da Previdência Sacerdotal e Pároco de Santo Afonso, Parquelândia, Fortaleza-CE – geovanesaraiva@gmail.com

Liturgia Diária

Invoquemos a presença do Espírito Santo para ler e refletir a liturgia de hoje:

Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor. Enviai o vosso Espírito e tudo será criado e renovareis a face da terra. 

Oremos 

Deus que instruístes os corações dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito e gozemos sempre da sua consolação. Por Cristo, Senhor nosso. Amém.

Oração
Pai, torna-me solícito em atender o convite à conversão, proclamado por Jesus. Que eu não perca a chance que me é dada de aderir, com sinceridade, ao teu Reino.
Primeira leitura: Hb 1,1-6
Início da Carta aos Hebreus

1Muitas vezes e de muitos modos falou Deus outrora aos nossos pais, pelos profetas; 2nestes dias, que são os últimos, ele nos falou por meio do Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas e pelo qual também criou o universo.
3Este é o esplendor da glória do Pai, a expressão do seu ser. Ele sustenta o universo com o poder de sua palavra. Tendo feito a purificação dos pecados, ele sentou-se à direita da majestade divina, nas alturas. 4Ele foi posto tanto acima dos anjos quanto o nome que ele herdou supera o nome deles.
5De fato, a qual dos anjos Deus disse alguma vez: “Tu és o meu Filho, eu hoje te gerei”? Ou ainda: “Eu serei para ele um Pai e ele será para mim um Filho”? 6Mas, quando faz entrar o Primo­gênito no mundo, Deus diz: “Todos os anjos devem adorá-lo!”
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Salmos: Sl 96
           — Adorai o Senhor Deus, vós anjos todos!
— Adorai o Senhor Deus, vós anjos todos!

— Deus é Rei! Exulte a terra de alegria, e as ilhas numerosas rejubilem! Treva e nuvem o rodeiam no seu trono, que se apoia na justiça e no direito.

— E assim proclama o céu sua justiça, todos os povos podem ver a sua glória. Aos pés de Deus vêm se prostrar todos os deuses!

— Porque vós sois o Altíssimo, Senhor, muito acima do universo que criastes, e de muito superais todos os deuses. 
 
 
Evangelho: Mc 1,14-20
         - O Senhor esteja convosco.
          - Ele está no meio de nós.
          - Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo São Marcos.
          - Glória a vós, Senhor.

        14Depois que João Batista foi preso, Jesus foi para a Galileia, pregando o Evangelho de Deus e dizendo: 15“O tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos, e crede no Evangelho!”
16E, passando à beira do mar da Galileia, viu Simão e André, seu irmão, que lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores. 17Jesus lhes disse: “Segui-me e eu farei de vós pescadores de homens”. 18E eles, deixando imediatamente as redes, seguiram a Jesus.
19Caminhando mais um pouco, viu também Tiago e João, filhos de Zebedeu. Estavam na barca, consertando as redes; 20e logo os chamou. Eles deixaram seu pai Zebedeu na barca com os empregados, e partiram, seguindo Jesus.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
 
Comentário do Evangelho
No início do ministério público de Jesus, segundo Marcos, há um apelo: "convertei-vos e crede na Boa-Nova (o evangelho)". A conversão é necessária para acolher e reconhecer o Reino de Deus que, em Jesus, se fez próximo de nossa humanidade. A conversão não se confunde com um sentimento; ela é fé no evangelho, confiança na Boa-Nova que Jesus anuncia por gestos e palavras; confiança na própria pessoa de Jesus, que é a Boa-Notícia de Deus para todos.
O relato do chamado dos quatro primeiros discípulos apresenta a participação destes na missão de Jesus. Se o chamado, iniciativa de Jesus, é feito no presente, "segui-me", a missão é dita para o futuro: "... farei de vós pescadores de homens". Entre um e outro há o discipulado, tempo do aprendizado, da escuta, do exercício da liberdade interior, pois é preciso desapego para seguir o Senhor; é preciso deixar os laços afetivos e com as demais coisas ("deixaram as redes e o seguiram"; "deixando o pai Zebedeu no barco com os empregados, puseram-se a seguir Jesus").
 
Leitura Orante
- A nós, unidos pela rede da internet, a paz de Deus, nosso Pai,
a graça e a alegria de Nosso Senhor Jesus Cristo,
no amor e na comunhão do Espírito Santo.
- Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!
Preparo-me para a Leitura, rezando:
Jesus Mestre,
sois o Mestre e a Verdade:
iluminai-nos, para que melhor compreendamos
as Sagradas Escrituras.
Sois o Guia e o Caminho:
fazei-nos dóceis ao vosso seguimento.
Sois a Vida:
transformai nosso coração em terra boa,
onde a Palavra de Deus produza frutos
abundantes de santidade e missão.
(Bv. Alberione) 

1. Leitura (Verdade) 
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente o texto Mc 1,14-20
Jesus inicia seu ministério na Galileia. Anuncia o Reino. E resume seu Projeto em conversão - "arrependam-se" -, e na fé no Evangelho. Começa a formar sua equipe de evangelização. Chama os primeiros apóstolos: Pedro, André, Tiago e João. Como eram pescadores de profissão, ele os chama a serem pescadores de gente. 

2. Meditação (Caminho) 
O que o texto diz para mim, hoje? Qual palavra mais me toca o coração?
Reflito: o que o texto me diz no momento? O meu Projeto de vida é o do Mestre Jesus Cristo?
Mais uma vez nos falam os bispos que estiveram reunidos na Conferência de Aparecida: "O chamado que Jesus, o Mestre faz, implica numa grande novidade. Na antiguidade, os mestres convidavam seus discípulos a se vincular com algo transcendente e os mestres da Lei propunham a adesão à Lei de Moisés. Jesus convida a nos encontrar com Ele e a que nos vinculemos estreitamente a Ele porque é a fonte da vida (cf. Jo 15,1-5) e só Ele tem palavra de vida eterna (cf. Jo 6,68). Na convivência cotidiana com Jesus e na confrontação com os seguidores de outros mestres, os discípulos logo descobrem duas coisas originais no relacionamento com Jesus. Por um lado, não foram eles que escolheram seu mestre foi Cristo quem os escolheu. E por outro lado, eles não foram convocados para algo (purificar-se, aprender a Lei...), mas para Alguém, escolhidos para se vincular intimamente a sua pessoa (cf. Mc 1,17; 2,14). Jesus os escolheu para "que estivessem com Ele e para enviá-los a pregar" (Mc 3,14), para que o seguissem com a finalidade de "ser d'Ele" e fazer parte "dos seus" e participar de sua missão. O discípulo experimenta que a vinculação íntima com Jesus no grupo dos seus é participação da Vida saída das entranhas do Pai, é se formar para assumir seu estilo de vida e suas motivações (cf. Lc 6,40b), viver seu destino e assumir sua missão de fazer novas todas as coisas. (DA 131). 

3.Oração (Vida) 
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo pelas vocações, com o papa:
Ó Pai, fazei com que surjam, entre os cristãos, numerosas e santas vocações ao sacerdócio, que mantenham viva a fé e conservem a grata memória do vosso Filho Jesus pela pregação da sua palavra e pela administração dos sacramentos com os quais renovais continuamente os vossos fiéis.
Dai-nos santos ministros do vosso altar, que sejam atentos e fervorosos guardiões da Eucaristia, o sacramento do supremo dom de Cristo para a redenção do mundo.
Chamai ministros da vossa misericórdia, os quais, através do sacramento da Reconciliação, difundam a alegria do vosso perdão.
Fazei, ó Pai, que a Igreja acolha com alegria as numerosas inspirações do Espírito do vosso Filho e, dóceis aos seus ensinamentos, cuide das vocações ao ministério sacerdotal e à vida consagrada.
Ajudai os Bispos, os sacerdotes, os diáconos, as pessoas consagradas e todos os batizados em Cristo para que cumpram fielmente a sua missão no serviço do Evangelho.
Nós Vos pedimos por Cristo, nosso Senhor. Amém.
Maria, Rainha dos Apóstolos, rogai por nós.
Papa Bento XVI 

4.Contemplação (Vida e Missão) 
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Vou olhar o mundo e a vida com os olhos de Deus, como discípulo e missionário de Jesus Cristo.

Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
-Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

Fonte: Catequese Católica

Marcados para morrer

Dom Murilo S. R. Krieger
Arcebispo de São Salvador da Bahia, Primaz do Brasil

Tenho, por vezes, a impressão de que nossos jornais e noticiários de TV reservam um espaço diário para as tragédias de trânsito. Variam os locais dos acidentes e são diferentes os horários e as circunstâncias em que ocorrem; também não coincide o número de envolvidos ou o saldo de mortos e feridos. Mas as notícias de capotamentos, batidas e acidentes se renovam, numa repetição que seria monótona, se não fosse trágica.

Sucedem-se reportagens sobre as condições das estradas e o comportamento dos motoristas. Há aquelas que acentuam mais a falta de segurança nas rodovias; outras, a inexistência de um mínimo de sinalização que dê tranquilidade aos que viajam de dia ou em noites de chuva; a maioria das reportagens se referem, contudo, à imprudência daqueles que se julgam verdadeiros pilotos da Fórmula 1, constituindo-se numa constante ameaça aos demais motoristas das rodovias ou avenidas de nossas cidades.
Os números e os pormenores a respeito dos acidentados são cruéis. As estatísticas não se resumem mais ao número de mortos num determinado período: começamos a ser informados sobre o número daqueles que morrerão até o final do ano em curso ou dos próximos anos. Há o perigo de nos familiarizarmos com os quadros que nos mostram quantos estão marcados para morrer, como se isso fosse inevitável. O pior de tudo é que a realidade tem superado tais previsões: o número de acidentes, de mortos e feridos tem sido acima das expectativas mais pessimistas.
Sabe-se que há, realmente, muito de imprudência por trás de tais números. Basta transitarmos um pouco por nossas cidades ou rodovias para nos convencermos de que é necessária uma reeducação para o trânsito. Tem-se, por vezes, a impressão de que já que não conseguiram fazer tudo o que haviam planejado, muitos motoristas querem, a todo o custo, superar os limites impostos pelo tempo e espaço. À medida que desrespeitam as mais elementares leis de trânsito, põem em perigo não só suas próprias vidas – o que já seria de se lastimar –, mas também as de inúmeros inocentes, que nada têm a ver com as tensões e a pressa de motoristas imprudentes.
Viajar, por vezes, significa arriscar-se, enfrentando perigos que se renovam. Quem tem fé, mais do que oferecer sua viagem ao Senhor da Vida sente que é preciso oferecer a vida ao Senhor da História, porque não sabe o que o aguarda nos momentos seguintes. Um dos personagens de Guimarães Rosa dizia que "Viver é muito perigoso". Não é possível imaginar o que tal personagem diria se, saindo do interior de Minas Gerais e deixando de lado mula, palheiro e companheiros de prosa, conhecesse nossas estradas e avenidas.
Soube que, tempos atrás, numa determinada rodovia, todos os carros tiveram que parar. Foi perguntado a um homem que, a pé, vinha em sentido contrário, o que teria acontecido. Com a naturalidade de quem vira algo que lhe era comum, respondeu secamente: "Um desastre. Morreram quatro."
"Morreram quatro!" Um número. Um dado para as estatísticas. Se tivessem sido dois, três ou seis, parece que seria a mesma coisa. Temos a terrível capacidade de nos acostumar com a desgraça alheia.
Por trás dos números, porém, há nomes, idades e histórias. Há pais que passarão a chorar o resto de suas vidas a dor de um filho que não mais voltará para casa. E a esposa que verá, de repente, a destruição de tantos sonhos? E o olhar perdido de filhos, à espera de alguém que lhes diga que foi engano, que papai voltará e poderá, então, brincar com eles?...
Há necessidade de um verdadeiro mutirão, do qual participem autoridades, políticos, comerciantes, estudantes e operários, adultos e jovens – mutirão que, diante do triste quadro de nosso trânsito, procure dar uma resposta à pergunta: O que podemos fazer para mudar essa situação?
Não podemos é ficar indiferentes diante de frias estatísticas, aguardando a confirmação ou não do número daqueles que foram marcados para morrer no próximo carnaval, na festa de São João ou num outro feriado qualquer de nosso calendário...   
Fonte: CNBB

Este é o meu Filho amado!

Dom Eurico dos Santos Veloso
Arcebispo Emérito de Juiz de Fora (MG)

O gesto de Jesus pedir a São João Batista para ser batizado, significa que humildemente Ele rompe todas as divisões e faz de cada um que O Segue, um novo povo, o povo da nova e eterna Aliança.

João dizia: “Depois de mim virá alguém mais forte do que eu. Eu nem sou digno de me abaixar para desamarrar suas sandálias. Eu vos batizei com água, mas ele vos batizará com o Espírito Santo”. Se o batismo de João era um batismo de conversão, de mudança, de vida, porque Jesus quis se fazer batizar? Jesus se fez batizar para demonstrar que a partir daquele gesto de humildade dava-se início ao seu tempo público de anúncio da Salvação e de pregação do Reino.
E o Espírito Santo que desceu sob Nosso Senhor Jesus Cristo, como fala o próprio Evangelho: “Naqueles dias, Jesus veio de Nazaré da Galiléia, e foi batizado por João no rio Jordão. E logo, ao sair da água, viu o céu se abrindo, e o Espírito, como pomba, descer sobre ele. E do céu veio uma voz: “Tu és o meu Filho amado, em ti ponho todo meu bem-querer”(Cf. Mc 1,9-11).
Por isso o prefácio próprio da Solenidade de hoje resume bem o espírito que deve nos animar: “Hoje, nas águas do rio Jordão, revelais o novo Batismo, com sinais admiráveis. Pela voz descida do céu, ensinais que vosso Verbo habita entre os seres humanos. E pelo Espírito Santo, aparecendo em forma de pomba, fazeis saber que o vosso Servo, Jesus Cristo, foi ungido com o óleo da alegria e enviado parara evangelizar os pobres”.
Sim, a evangelização inicia-se com o nosso batismo. Por isso vamos rezar, insistentemente, agradecendo a graça de ter nascido católico. Rezemos pelos nossos pais que nos levaram a pia batismal, pelo sacerdote que nos batizou e pelos nossos padrinhos que ajudaram nossos pais e mães a nos educarem na fé. O batismo gera este compromisso novo, esta graça santificante, que nos lava do pecado original e nos anima a caminhar unidos com a Igreja, sacramento do Reino de Deus, vivendo com alegria a graça que recebemos.
Quem é batizado vive a justiça e promove a paz. Isaías sinaliza para nós que: “Eu, o Senhor, te chamei para a justiça e te tomei pela mão. Eu te formei e te constituí como o centro de aliança do povo, luz das nações, para abrires os olhos dos cegos, tirares os cativos da prisão, livrares do cárcere os que vivem nas trevas”(Cf. Is 42,6-7). Se batizados somos criaturas novas não podemos viver como se vivêssemos nas trevas e no erro. Nestes dias, na Europa, quantas pessoas foram vítimas do terrorismo. Mesmo no Brasil, nas grandes cidades, quantas pessoas são assassinadas friamente e nem notícia são mais para a grande imprensa. Vivemos um tempo difícil de violência, de perseguições de toda a sorte, dentro e fora da Igreja, no mundo, na sociedade. Parece que as palavras proféticas e o testemunho do Papa Francisco não ecoam nas instâncias da Igreja. Muitos vivem apenas como diplomatas e não como discípulos-missionários de Jesus Cristo. O Cardeal Moreira Neves, certa feita, disse: “Não sejamos homens que vivem a dizer que querem os agnósticos ouvir. Sejamos homens de atitudes e de palavras que sejam coerentes, absolutamente coerentes com o Evangelho”. E a coerência com o Evangelho passa pelo batismo. Pela transmissão integral da fé, não em consonância com as instâncias de poder, mas em consonância com a Palavra de Deus. Do céu, nos dias de hoje, continua ecoando a voz do Pai: “Tu és o meu Filho amado, em ti ponho meu bem-querer”.
 Fonte: CNBB

Sentir-se comprometido

Dom Paulo Mendes Peixoto

Arcebispo de Uberaba (MG)

Não basta a pessoa ficar sensibilizada diante de motivações recebidas a partir do que ela escuta. Tudo depende do compromisso que é assumido e colocado em prática. Muitos dizem que “as palavras comovem, mas são os exemplos, ‘isto é, as práticas concretas’, que arrastam”. Mesmo em cultura de superficialidade, é possível ser comprometido e autêntico.

Entendo que as pessoas têm uma missão própria a desenvolver na construção do bem social. Para isso, é fundamental a capacidade natural de doação e busca da perfeição. Em outras palavras, de compromisso sério na realização e concretização da história de vida das pessoas. O que está em jogo é a superação do individualismo e do egoísmo, que destroem o bem comum.
Quando construímos o bem da vida, de forma comunitária, colocamos em evidência os princípios do Reino de Deus. Reino de justiça, de amor e de paz, como realidade que beneficia o bem popular, e todas as pessoas passam a ser valorizadas. Os benefícios desse comprometimento atingem a toda comunidade ali envolvida.
Essa realidade de comprometimento teve como expressão concreta a vida dos primeiros cristãos. Entre eles destacamos a prática de Jesus Cristo e dos seus apóstolos. Eles não perderam de vista a autenticidade da missão recebida e não se abateram diante da cultura contrária, que existia, em seu tempo. Foram verdadeiramente autênticos.
Autenticidade significa agir com liberdade e consciência diante da missão. Ela não pode ser confundida com libertinagem, com atos irresponsáveis e imorais, que esvaziam o sentido da vida e da vocação natural de todo ser humano. Fere também a identidade do cidadão, membro de uma realidade social, que ele deve construir.
Ao agir concretamente, o cidadão deve saber ouvir, escutar e meditar para descobrir sua real missão na sociedade. Não pode ficar preso em seus próprios interesses, ser egoísta, mas estar atento na descoberta daquilo que mais lhe faz bem e ajuda no bem das outras pessoas. Com isto, estará construindo também sua própria realização. A verdadeira felicidade depende do bem que conseguimos fazer aos outros.
Fonte: CNBB