Invoquemos a presença do Espírito Santo para ler e refletir a liturgia de hoje:
Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor. Enviai o vosso Espírito e tudo será criado e renovareis a face da terra.
Oremos:
Deus que instruístes os corações dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito e gozemos sempre da sua consolação. Por Cristo, Senhor nosso. Amém.
terça-feira, 2 de setembro de 2014
Portadores de deficiência mental e serviço aos mais pobres são as intenções do Papa Francisco para setembro
Papa Francisco. Foto: Daniel Ibáñez / Grupo ACI
VATICANO, 01 Set. 14 / 01:03 pm (ACI/EWTN Noticias).- A Santa Sé publicou nesta segunda-feira as intenções do Papa Francisco para o mês de setembro que estão dirigidas ao serviço aos mais pobres e às pessoas portadoras de deficiência mental.
A intenção universal do apostolado da oração do Santo Padre para o mês de setembro de 2014 é: “Para que os portadores de deficiência mental recebam o amor e a ajuda que necessitam para levar uma vida digna”.
Sua intenção evangelizadora é: “Para que os cristãos, inspirados pela Palavra de Deus, se comprometam com o serviço aos pobres e aos que sofrem”.
Fonte: Acidigital
Grito dos Excluídos – 20 anos de atuação na construção de um mundo melhor - Entrevista( Brasil )
Todos os anos, no dia 7 de Setembro, milhares de pessoas vão às ruas em todo o país. Não, não é apenas o Dia da Independência e os já tão cansados desfiles militares que estão no calendário do povo brasileiro. Há 20 anos surgia a primeira edição do Grito dos Excluídos, um momento-espaço-manifestação para denunciar as demandas da população que sofre por conta de tantas exclusões sociais.
Desde então o Grito é um espaço que propõe reflexão e discussão sobre os principais problemas enfrentados no Brasil. Da discussão e reflexão o caminho é a rua. E é nas ruas que a população ganha força e deixa claro a que veio, através de vários temas.
A rede Jubileu Sul Brasil conversou com a equipe da secretaria nacional sobre a trajetória do Grito. Participaram dessa entrevista Karina da Silva, Ari José Alberti e Rosilene Wansetto.
Como está a articulação para o 20º Grito Nacional dos/das Excluídos/as? Pode falar um pouco como andam os preparativos?
O Grito dos Excluídos é uma manifestação popular carregada de simbolismo, é um espaço de animação e profecia, sempre aberto e plural de pessoas, grupos, entidades, igrejas e movimentos sociais comprometidos com as causas dos excluídos.
O Grito dos Excluídos, como indica a própria expressão, constitui-se numa mobilização com três sentidos principais: denunciar o modelo político e econômico que, ao mesmo tempo, concentra riqueza e renda e condena milhões de pessoas à exclusão social; tornar público, nas ruas e praças, o rosto desfigurado dos grupos excluídos, vítimas do desemprego, da miséria e da fome; propor caminhos alternativos ao modelo econômico neoliberal, de forma a desenvolver uma política de inclusão social, com a participação ampla de todos os cidadãos.
A articulação da 20ª edição do Grito está muito animada, e como o grito é um processo, a partir do Encontro Nacional de Articuladores do Grito, a turma nos Estados vai se organizando, com seminários, celebrações, feiras de economia solidária, atividades nas escolas públicas, articulações de lutas locais, realizando pré Gritos como meio de fortalecer a articulação e as atividades na Semana da Pátria que começa a partir de 01 a 07/09. Muitos lugares estão trabalhando juntos as temáticas do Grito, Plebiscito por uma Constituinte Exclusiva e abaixo assinado da Coalisão. As notícias estão chegando, são inúmeras as cidades e locais que o Grito irá se realizar, ainda não temos dados concretos de quantas, mas partindo de dados do ano anterior que foram mais de mil locais, a expectativa para este ano segue nesta mesma linha. Temos notícias de que o Grito está sendo organizado em quase todos os estados, exceto Acre e Tocantins.
Nos próximos dias além da Semana da Pátria que passa a dar uma esquentada no processo do Grito nesta reta final, ocorrem as coletivas de divulgação. Em São Paulo, como parte do processo nacional ocorre no dia 02 de setembro as 14h00 a Coletiva Nacional de Imprensa com a presença de diversas organizações que são membros da coordenação nacional.
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Estamos no vigésimo Grito. Esta edição acontece em ano de Copa, de eleição e ainda sob os efeitos das manifestações de julho de 2013. Que papel tem o Grito nesse contexto?
O Grito tem papel fundamental de convocar as pessoas a serem protagonistas e debaterem, refletirem sobre a realidade de exclusão, e faz isso há 20 anos. Desde o ano passado no calor das manifestações que marcaram um novo tempo, o Grito tem se preocupado e debatido essa realidade de exclusão de modo ainda mais amplo, as ruas em julho de 2013 gritaram e chamaram a atenção para a ausência de políticas publicas.
Contudo a realidade de hoje exige de nós ainda mais. Vivemos um momento onde a legislação foi modificada e o direito de ocupar ruas e praças foi violentamente combatido pelas forças do Estado. Por isso, nos solidarizamos com os manifestantes que desde 2013 estão nas ruas denunciando o não legado da Copa, chamando a atenção sobre os direitos que poderiam receber os recursos que foram para o ralo da Copa. O Grito se soma às centenas e milhares de manifestantes que foram reprimidos nas ruas de nosso país por estarem exigindo melhores condições de vida, como saúde, educação, transporte, moradia. O lema do Grito deste ano vem para fortalecer o apelo da população que saiu às ruas e exigiu inclusive o direito de livre manifestação. Vamos ocupar ruas e praças por liberdade e direitos, esse é o grito, não podemos nos calar diante da supressão de um direito também fundamental, que é o da livre manifestação.
No que se refere às eleições, vivemos essa realidade a cada dois anos. O Grito já criou critérios e princípios que mesmo os candidatos ‘oportunistas” de plantão não conseguem usá-lo em seu beneficio. O Grito tem sua cara, seu modo de organização, autônomo, e temos convivido com a realidade eleitoral de modo autônomo e sadio, sem um espaço confundir-se com outro.
Como se relaciona os temas do Grito com a Campanha Fraternidade?
A proposta do Grito surgiu no Brasil no ano de 1994 e o 1º Grito dos Excluídos foi realizado em setembro de 1995, com o objetivo de aprofundar o tema da Campanha da Fraternidade do mesmo ano, que tinha como lema “Eras tu, Senhor?”, e responder aos desafios levantados na 2ª Semana Social Brasileira, cujo tema era “Brasil, alternativas e protagonistas”. Em 1999 o Grito rompeu fronteiras e estendeu-se para as Américas.
Desde então o Grito sempre procura através dos eixos ou do lema dar continuidade à reflexão proposta na Campanha da Fraternidade. Neste ano o tema da CF denunciou o tráfico humano e a exploração e trabalho escravo. Estes aspectos foram apresentados no material do Grito como parte da necessidade de o Estado responder com políticas públicas que possam combater essas mazelas da sociedade. O tráfico de pessoas é um crime e viola o direito e a liberdade.
“Ocupar Ruas e Praças por liberdade e direitos”. O tema deste ano aborda vários eixos. Pode falar um pouco sobre isso, de como se deu a escolha desses eixos?
O Grito procura a partir de um olhar atento sobre a realidade pensar quais eixos traduziriam de forma mais efetiva a defesa de direitos tão importantes para os verdadeiros protagonistas do Grito, os excluídos, e fazer a denúncia sobre as violações destes direitos.
Então para este ano foram elencados alguns eixos, tais como:
- Mundo do Trabalho para apresentar a realidade vivida pela juventude, em especial, desemprega ou subempregada ou vivendo da informalidade ou do trabalho precário e terceirizado. Outro agravante é o desemprego, 3,7 milhões de jovens brasileiros/as estão sem trabalho, o que representa 47% do número total de desempregados no país. Muitos jovens vivem a realidade do subemprego, realizando biscates e sem nenhuma seguridade. O Grito através deste eixo procura denunciar a exploração do trabalho.
- Mundo do Trabalho para apresentar a realidade vivida pela juventude, em especial, desemprega ou subempregada ou vivendo da informalidade ou do trabalho precário e terceirizado. Outro agravante é o desemprego, 3,7 milhões de jovens brasileiros/as estão sem trabalho, o que representa 47% do número total de desempregados no país. Muitos jovens vivem a realidade do subemprego, realizando biscates e sem nenhuma seguridade. O Grito através deste eixo procura denunciar a exploração do trabalho.
- Juventude e a Exclusão denuncia a realidade de profunda exclusão social, sem nenhum acesso, ou acesso precário, aos bens culturais, sociais e condições para uma vida digna. Além do que, muitas vezes, são vítimas da prostituição, do assédio do tráfico de drogas ou vítimas do uso abusivo dessas drogas, o que ocasiona as rupturas dos vínculos comunitários e a rua surge como saída para a sobrevivência.
- Comunicação, queremos denunciar os meios de comunicação de massa que vêm, ao longo da história, utilizando as mídias como instrumento de poder, alienação e manipulação da juventude e da sociedade. As mídias alternativas apresentam-se como uma forma de democratizar as informações, articular, mobilizar e impulsionar a organização coletiva em prol de objetivos comuns. Queremos anunciar que outra forma de comunicação é possível.
- Políticas Públicas. O Grito desafia toda a sociedade a debater sobre políticas públicas para a juventude com os movimentos sociais e poder público, para que de fato as políticas públicas sejam implementadas e monitoradas, visando uma sociedade mais justa e igualitária.
- Extermínio da Juventude: A juventude está sofrendo com a violência e o extermínio no Brasil. Os/as jovens de 15 a 24 anos são as principais vítimas de morte, estendendo-se, de forma significativa, até os 29 anos de idade. O Grito dos/as Excluídos/as clama por paz e justiça, contra qualquer tipo de extermínio, seja físico ou mental, que atinja nossa juventude e convida a todos/as a somar-se às lutas que já vêm acontecendo.
- Juventude e Projeto Popular para o Brasil. Os jovens do campo, das periferias e favelas, das escolas e universidades, são constantemente disputados pelo projeto capitalista. É em contraposição a este projeto que os jovens devem se lançar, no desafio da construção do Projeto Popular.
- Povos Indígenas/Tradicionais. O modelo de desenvolvimento desenfreado vem recheado de imposições na execução de seus projetos. No Brasil, o avanço da ocupação amazônica coloca em risco a delimitação de terras indígenas e quilombolas, pois existem interesses de indústrias de extrativismo e do próprio Estado com as novas políticas energéticas. Ainda, a promoção de grandes eventos internacionais vem servindo de justificativa para promover uma série de violações contra a população, como desapropriações de comunidades tradicionais – quilombolas e indígenas – projetos que tendem a somente enriquecer empreiteiras, conglomerados de comunicação e outras grandes corporações. Queremos mudanças profundas! Como a demarcação de terra e autonomia desses povos historicamente vítimas de exclusão, extermínio e escravidão. Para isso destacamos o protagonismo assumido pelos povos indígenas, que lutam pelo reconhecimento de seus territórios e denunciam as agressões e mortes que vêm sofrendo. Esse também é nosso grito!
- Violência contra a Mulher. O número de mulheres violentadas cresce a cada ano: a cada 15 segundos uma mulher é vítima de violência no Brasil. Isso se dá pela grande desigualdade entre homens e mulheres. No mundo do trabalho, as mulheres que estão nos espaços de poder e decisão ainda são poucas, sem falar do salário, que embora exerçam a mesma função do homem, continua sendo 28% inferior ao deles. Grande parte das mulheres, especificamente 70% são ou já foram violentadas por homens e muitas vezes esta agressão parte do próprio companheiro. Como desafio, temos que nos apropriar da Lei Maria da Penha. O Grito impulsiona a discussão do papel do homem e da mulher, para que possamos combater este mal pela raiz.
Que balanço se pode fazer desses 20 anos de plena atuação, sempre levando temas importantes para a população?
Sem dúvida o Grito marca seu caminho e se estabelece como processo, inclusive mudando a cara da semana da Pátria com seus desfiles militares. Ao contrário, vemos povo na rua, manifestando e gritando por direitos. Prova disso tem sido a trajetória das mobilizações populares relacionadas ao Grito dos Excluídos ao longo de suas repetidas edições, desde 1995. Quanto ao primeiro ingrediente, é amplamente conhecido e notório o mal-estar crescente da população com o aprofundamento da crise do sistema capitalista, de filosofia neoliberal, particularmente a partir do início da década de 1970.
O descontentamento generalizado se manifesta, de início, com a força viva e simbólica das Comunidades Eclesiais de Base e da Teologia da Libertação, com o surgimento dos movimentos e pastorais sociais, com as manifestações estudantis e o sindicalismo combativo, com a abertura democrática no início da década de 1980, além de outras organizações de base… Mais tarde, o sonho de mudança volta à carga nos debates amplos e plurais das Semanas Sociais Brasileiras (SSBs), dos plebiscitos e assembleias populares, da Campanha Jubileu Sul e em tantas outras iniciativas do gênero. Não é à toa que, justamente em meados da década de 1990, nasce o Grito dos Excluídos tendo como espinha dorsal o tema da Vida em primeiro lugar.
O segundo ingrediente dispensaria maiores comentários, se não fizesse parte do lema que deverá orientar a 20ª edição do Grito dos Excluídos, em 2014: “Ocupar as ruas e praças por liberdade e direitos”. O ano de 2013 prodigalizou um vasto mosaico de manifestações populares em todo o território nacional, as quais retornam com insistência no curso deste ano. Apresenta-se com energia juvenil e veemência profética a exigência do “padrão Fifa” não só para estádios, infraestrutura e eventos da Copa do Mundo ou das Olimpíadas, mas sobretudo para os direitos básicos da população de baixa renda: terra e trabalho, educação e saúde, transporte e segurança, alimentação de qualidade, entre outros. Direitos que se traduzem em condições reais de existência digna e de liberdade.
Por fim, o terceiro ingrediente das mudanças sociais reconhece o oxigênio primaveril dos jovens como fator preponderante, sangue novo num organismo social e político carente de uma verdadeira transfusão de valores novos e renovados. Assim, o lema da precedente edição do Grito – Juventude que ousa lutar constrói o projeto popular – mantém-se de pé no processo de preparação do Grito deste ano.
Resumindo, mal-estar social, juventude crítica e ativa e ocupação de ruas e praças, quando conscientes, reunidos e organizados, constituem três temperos de uma mistura explosivamente positiva na construção de um projeto popular para o país – na linha dos debates da 5ª SSB. Parafraseando o clima de expectativa em vista da Copa do Mundo, não basta assistir das arquibancadas o desenrolar do jogo: é necessário entrar em campo – “ocupar as ruas e praças” – e participar de forma patrioticamente ativa nas decisões sobre um futuro justo, solidário, sustentável e fraterno.
Por Ana Rogéria, Rede Jubileu Sul Brasil.
Arquidiocese de Fortaleza lança seu primeiro Aplicativo:Pastoral Vocacional ( PV )
A Pastoral Vocacional lançou neste dia 31 de agosto o aplicativo PV Fortaleza, é o primeiro da Arquidiocese de Fortaleza. A ferramenta foi desenvolvida pelo seminarista Iury Nascimento.
Pe. Rafhael Maciel classifica a iniciativa como “mais um meio de difusão vocacional” e também uma “resposta ao apelo do Papa Francisco que nos pediu que usássemos os diversos meios e plataformas de comunicação social para a evangelização”.
Para Iury, “a necessidade de colocar a pastoral ainda mais presente no mundo digital” foi determinante para executar o projeto. A ferramenta será uma extensão dos canais de comunicação da Pastoral já existente na Web.
Através do aplicativo será possível saber mais sobre a Pastoral Vocacional e suas atividades, ter acesso a fotos e vídeos, bem como aos perfis da PV no Twitter, Facebook, Instagram e Blog. O Aplicativo PV Vocacional está disponível nas plataformas IOS e Android.
Confira os endereços da Pastoral Vocacional na Web
Aplicativo: PV Fortaleza
Site: http://pastoralvocacionalfor.blogspot.com.br/
Facebook: www.facebook.com/PastoralVocacionalFortaleza
Twitter: @PvFor
In’stagram: @pastoralvocacionalfor
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Por Pastoral Vocacional da Arquidiocese de Fortaleza.
Setembro o mês da Bíblia
Desde 1971 a Igreja Católica dedica o mês de setembro à Bíblia. Setembro foi escolhido pelos Bispos do Brasil como o mês da Bíblia, em razão da festa de São Jerônimo, celebrada no dia 30 deste mês. São Jerônimo, que viveu entre 340 e 420, foi o secretário do Papa Dâmaso e por ele encarregado de revisar a tradução latina da Sagrada Escritura. Essa versão latina feita por São Jerônimo recebeu o nome de Vulgata, que, em latim, significa popular e o seu trabalho é referência nas traduções da Bíblia até os nossos dias. O tema proposto para o Mês da Bíblia de 2014 é “Discípulos missionários a partir do Evangelho de Mateus”, partindo das prioridades do Projeto de Evangelização “O Brasil na Missão Continental” e dos aspectos fundamentais do processo de discipulado: o encontro com Jesus Cristo, a conversão, o seguimento, a comunhão fraterna e a missão. O lema indicado pela Comissão Bíblico-Catequético da CNBB é “Ide, fazei discípulos e ensinai” (cf. Mt 28, 19-20). Neste mês, em quase todas as paróquias e comunidades eclesiais há cursos bíblicos. Incentiva-se a leitura e o estudo da Bíblia. Nas celebrações ela ocupa lugar de especial destaque e os grupos de reflexão trabalham no sentido de ligar mais os textos lidos com a vida. Quando ouvimos a palavra “bíblia”, logo pensamos em Palavra de Deus. Esta é a idéia mais difundida e popular da Bíblia. Ela é de fato a Palavra de Deus, a comunicação de sua vontade e da sua presença libertadora para todos aqueles que a procuram com sede e fome de vida mais plena. A Bíblia é o livro mais conhecido do mundo inteiro. Já foi traduzido para 1785 línguas. Mesmo assim, continua sendo um livro desconhecido. Muita gente tem em casa, mas não a abre.
Na Bíblia se encontra a história do povo de Israel e sua lenta caminhada na descoberta de Deus que revela ao seu povo o que com ele deseja e faz uma aliança de amor. Os profetas surgem, chamados por Deus, para mostrar ao povo e às suas autoridades quando e como estão traindo esta aliança. Os Salmos, orações que brotam do chão da vida, alimentam o povo em sua caminhada para a realização do projeto de Deus.
Finalmente, “quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu próprio Filho”, a Palavra de Deus se fez carne e habita no meio de nós. Em Jesus Cristo todas as promessas de Deus se realizam e se tornam esperanças de vida nova para todos nós. É por tudo isso que a Bíblia não deve ser um livro que enfeita a estante, não deve ser o livro de cabeceira que faz passar as horas de insônia, e muito menos ainda um livro que se transforma em fonte de conflitos e divisões.
Penso que Santo Agostinho, ao dizer que Deus escreveu dois livros, a Bíblia e a Vida, nos ajuda a superar os preconceitos e recuperar o verdadeiro sentido da Sagrada Escritura. Ver, ler a vida do dia-a-dia, nosso dia, o da nossa família, da nossa comunidade, da sociedade e do mundo e captar aí os apelos de Deus para a justiça, para a fraternidade, para o amor. Nesse exercício diário vamos entrando no mundo da Bíblia. Afinal, o que ela conta? A história de uma aliança de amor entre Deus e seu povo. Aliança esta marcada pela fidelidade e pelas infidelidades do povo. Aos trancos e barrancos este povo vai aprendendo a perceber e a viver a vontade de Deus sempre presente e que se fez carne em Jesus Cristo e que continua atuando em nossa história.
A realidade infeliz é que nós cristãos, por não nos dedicarmos ao conhecimento da Bíblia, não sabemos a vontade do Pai. Não a conhecendo, não podemos colocá-la na prática. Não é de estranharmos que nos falte a alegria e a felicidade dos filhos de Deus que fez a parte dele.
Abrindo a Bíblia, estamos abrindo um dos livros mais lidos de toda a história da humanidade. Antes de nós, milhões de pessoas procuraram aí dentro um sentido para sua vida e o encontraram. A Bíblia foi escrita para nós. Precisamos ler e compreender a Palavra de Deus. Ela dará a nós a certeza de salvação; confiança e poder na oração; certeza de perdão de Deus; orientação e paz em nossas vidas e capacidade de testemunhar Jesus Cristo. Uma palavra tem a força e o valor daquele que a pronuncia. A palavra nossa, palavra humana, pode errar e enganar, pois o homem é fraco e não oferece uma segurança total. Mas a Palavra de Deus não erra nem engana. Ela é prego seguro e firme para sustentar a vida de quem nela se agarra e por ela se orienta. Diz o Salmo: “Tua palavra, Senhor, é um facho a iluminar os meus passos, uma luz a guiar-me nos caminhos da vida” (Sl 118, 105). E ainda: “Eu me agarro a ti, Senhor, e tu me seguras com tuas mãos!”.
Por isso, “toda escritura inspirada por Deus é útil para instruir e refutar, para corrigir e formar na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito, qualificado para toda a espécie de boas obras” (1Tm 3,16). Assim, “pela perseverança e pela consolação que as Escrituras nos oferecem, podemos ter esperança” (Rm 15,4). Que esperança? A esperança de que, um dia, a verdade e a justiça voltem a ser a marca de toda a palavra que sai da boca dos homens! O documento de Aparecida disse: “Desconhecer a Escritura é desconhecer Jesus Cristo e renunciar a anuncia-lo. Se queremos ser discípulos e missionários de Jesus Cristo é indispensável o conhecimento profundo e vivencial da Palavra de Deus. É preciso fundamentar nosso compromisso missionário e toda a nossa vida cristã na rocha da Palavra de Deus” (cf. doc. cit. 247).
Pe. Dr. Brendan Coleman Mc Donald
Redentorista e Assessor da CNBB Reg. NE1
Redentorista e Assessor da CNBB Reg. NE1
Coração de peregrino
Dom Murilo S.R. Krieger
Arcebispo de Salvador (BA)
Arcebispo de Salvador (BA)
“Por que vieram a este santuário?” Minha pergunta, um tanto inesperada, deixou o grupo de peregrinos surpreso, ainda mais que não me conheciam. Não me foi fácil explicar que não lhes estava cobrando nada; apenas desejava conhecer as motivações que os haviam levado àquele centro de peregrinações em que nos encontrávamos.
Sempre me impressionaram as grandes multidões que acorrem a santuários mundialmente famosos como Lourdes, Fátima, Guadalupe e Aparecida. Interesso-me também pelos peregrinos que se dirigem a santuários regionais, como é o caso do Santuário do Senhor Bom Jesus da Lapa e, para lembrar os nossos, os santuários do Senhor Bom Jesus do Bonfim e de Nossa Senhora da Conceição da Praia.
A pergunta: “Por que vieram a este Santuário?” poderá ser feita aos peregrinos de qualquer desses locais sagrados. As respostas que obtivermos não serão muito diferentes das que ouvi lá onde eu estava: “Sinto-me bem aqui!”; “Venho renovar a minha fé”; “Estou pagando uma promessa”; “Quero passar algumas horas em profunda oração” etc.
Provavelmente, ao ouvir isso, veremos também a multiplicação de gestos: mãos fazendo desenhos no ar, tentando completar o que as palavras não conseguem exprimir.
A história de cada peregrino é única, é original. Seus sentimentos, contudo, confundem-se com os dos peregrinos do Templo de Jerusalém - e Jesus foi um deles! (cf. Lc 2,41-52).
O Salmista assim resumiu sua experiência de peregrino: “Como são amáveis tuas moradas, Senhor dos exércitos! Minha alma desfalece e suspira pelos átrios do Senhor. Meu coração e minha carne exultam no Deus vivo. Até o pássaro encontra casa e a andorinha o ninho onde pôr os filhotes, junto a teus altares, Senhor dos exércitos, meu rei e meu Deus. Feliz quem mora em tua casa: sempre canta teus louvores” (Sl 84/83,2-5).
Sintetizando o significado dos santuários na vida da Igreja, o Papa São João Paulo II destacou que eles se caracterizam por serem centros de atração e irradiação (cf. RM 28). Centros de atração: pessoas, grupos ou comunidades sentem uma irresistível vontade de visitá-los ou de renovar a experiência que fizeram numa visita anterior. Quando se trata de santuários marianos, os peregrinos buscam o encontro com a Mãe do Senhor, “aquela que é feliz porque acreditou”, segundo Isabel. Os santuários são centros de irradiação: quem visita um deles com espírito de peregrino, sente-se bem e sai renovado, testemunhando, normalmente de forma silenciosa, a alegria de sua fé. É que no centro deles encontram-se os sacramentos da penitência e da eucaristia.
Para apresentar o rosto da Igreja, o Concílio Vaticano II (1962-1965) utilizou-se de belíssimas expressões; uma das que mais se popularizou é a que a apresenta como o povo de Deus em marcha para a casa do Pai. O peregrino de qualquer santuário é um símbolo desse povo que não tem aqui na terra morada permanente, mas sente ser seu dever trabalhar para que todos possam viver plenamente, já aqui na terra, sua dignidade de filho ou filha de Deus.
Os leigos estão particularmente ligados à vida dos santuários. São eles que organizam a maioria das peregrinações, dão vida às celebrações e transformam esses ambientes em uma festa perene. Sabem que vão ali por um breve tempo, mas o vivem com tal intensidade e em comunhão tão profunda com Deus e com os irmãos que, ao começarem o caminho de volta, surpreendem-se com a pergunta: “Quando será que voltarei?”
“Minha alma desfalece e suspira pelos átrios do Senhor”, dizia o Salmista. O peregrino de hoje sente também arder seu coração pela oportunidade de um encontro especial com o Pai, por Cristo. Por isso, ao visitar qualquer santuário, pergunte a um peregrino: “Por que você veio aqui?” Provavelmente, a resposta que receberá não será feita de muitas palavras; também não ouvirá uma explicação intelectualizada. Mas, se estiver atento aos gestos e, particularmente, ao brilho do olhar do peregrino, captará um pouco do mistério vivenciado não só por ele, mas pelos peregrinos de ontem, de hoje e de sempre.
Fonte: CNBB
Comissão da CNBB prepara curso de atualização para presbíteros
A Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) prepara um curso de atualização para presbíteros. Segundo o arcebispo de Palmas (TO) e presidente da Comissão, dom Pedro Brito Guimarães, a ideia surgiu a partir dos debates e encontros com o clero.
"A gente sente que a missão sobrecarrega muito o sacerdote. Ele fica sem tempo de ler, se atualizar. Existem tantas coisas novas que surgem, que podem agregar valor no ministério do padre, para estar de acordo com a atualidade, com as marcas do tempo atual", explica dom Pedro.
A proposta foi aprovada por unanimidade durante a última assembleia geral da CNBB, ocorrida em maio deste ano em Aparecida. Os organizadores decidem, agora, a grade curricular e os professores que ministrarão as aulas.
O curso oferecerá 60 vagas. Esta primeira edição acontecerá, de 5 a 25 de janeiro, no Retiro Casa das Rosas, em Cachoeira do Campo (MG). Mas a ideia é que cada ano a iniciativa aconteça em uma região diferente, com o apoio das dioceses locais. O curso será voltado apenas para sacerdotes que, de preferência, tenham entre 10 e 25 anos de ordenados.
Fonte: CNBB
O que agrada a Deus
Por: DOM EURICO DOS SANTOS VELOSO
ARCEBISPO EMÉRITO DE JUIZ DE FORA, MG.
São Paulo convida a comunidade cristã a responder no dia-a-dia aos apelos da misericórdia divina. O amor de Deus tomou conta de todos, judeus e pagãos. A resposta do cristão não pode ser outra a não ser a do amor.
A exortação é feita “pela misericórdia de Deus”. Portanto, o apelo que Paulo lança aos cristãos de Roma é feito com base nessa misericórdia divina que tomou a iniciativa de anistiar a todos por amor.
Como agradecer a esse amor? No Antigo Testamento, de modo geral, a gratidão se manifestava através dos sacrifícios (animais) oferecidos a Deus. A grande novidade que Paulo, repetindo Jesus, introduz é esta: não mais sacrifícios externos, mas o nosso corpo é o sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. Este é o culto espiritual dos cristãos.
O corpo humano é o centro das relações com Deus, com as pessoas e com as coisas. Em outras ocasiões, Paulo já havia insistido no aspecto do corpo enquanto presença de Deus e do Espírito. Com essa nova realidade, desaparece o antigo culto baseado no templo, sacrifícios e sacerdócio. Cada cristão é, ao mesmo tempo, sacerdote, oferta e templo, oferecendo a si próprio como único sacrifício que Deus aceita.
Essa é a grande meta do ser cristão. Mas o ideal não é algo que possa ser alcançado fugindo da realidade que nos cerca. Paulo sabe disso e sabe também que ser cristão é não se conformar com os modelos deste mundo.
Por que os cristãos são convocados ao não conformismo? Porque, não raro, as estruturas da sociedade são marcadas pelo descompromisso com a justiça e o projeto de Deus. Resultado desse descompromisso são a exploração, os abusos e as manipulações, exatamente como acontecia na Roma antiga e como acontece hoje no meio de nós. E, não se espantem, como diz com vigor o Papa Francisco: muitas pessoas dentro da Igreja, da própria hierarquia, manipula informações, difama os que são mais capacitados, oprime em nome de Deus e da própria Santa Sé, sempre se escondendo por detrás de Roma para esconder a sua mediocridade ou mesmo a maldade que está por detrás de suas perversidades. A estes verdadeiros psicopatas e pais da injustiça o castigo divino será aterrador.
O não conformismo não é somente critica da injustiça, mas, sobretudo compromisso de transformação comunitária. Isso demonstra que o projeto de Deus requer discernimento constante para distinguir entre o que leva à vida e o que conduz à morte.
A vontade de Deus se torna clara à medida que lutamos por aquilo que suscita, promove e sustenta a vida. Esse é o sacrifício que agrada a Deus.
Fonte: Catequese Católica
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