segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Catequizar é uma obra de misericórdia!

Dom Leomar Brustolin
Bispo-auxiliar de Porto Alegre (RS)
A ignorância, seja da fé ou da educação em geral, constitui-se um mal. A misericórdia reside em resgatar das trevas do erro e do relativismo aqueles a quem o Cristo redimiu por sua paixão. Por isso, a catequese, enquanto educação da fé, e caminho da iniciação cristã, também é uma obra de misericórdia. Esta é a tese defendida por Santo Agostinho em seu De catechizandis rudibus, publicado no Brasil como A Instrução dos catecúmenos.  A obra é datada por volta do ano 400 e foi escrita para atender ao pedido de um diácono de Cartago, chamado Deográtias, encarregado de ensinar e de instruir, na doutrina cristã, aqueles que pretendiam conhecer a fé cristã. 
No capítulo quarto do texto, Santo Agostinho assevera sobre o amor de Deus manifesto em Jesus Cristo que revelou o desígnio salvífico de Deus ao longo da história, que se condensa no amor e na misericórdia de Deus para com a humanidade.  Partindo dessa premissa: o amor misericordioso de Deus para com o ser humano, o Bispo de Hipona estrutura sua pedagogia catequética. Esta é toda moldada pela mensagem de amor, fundada no amor de Cristo, «que veio ao mundo para que o homem saiba quanto Deus o ama e aprenda a abrasar-se inflamado no amor de Deus que o amou primeiro, e no amor ao próximo, de acordo com a vontade e exemplo de quem se fez próximo ao amar previamente, não o que estava perto, mas o que estava longe dele» (De catechizandis rudibus 4,7) .
Neste sentido, Santo Agostinho sustenta que, a partir da misericórdia de Deus face à miséria humana, nasce a caridade que deve nortear todo o ato catequético. A caridade como núcleo da revelação cristã e, por conseguinte, como núcleo da transmissão da fé. O catequista deve apreender que a todos se deve a mesma caridade, porque não há nenhum remédio melhor do que caridade, que ensina, corrige e cura a todos. Na verdade, é movido por este amor que o catequista se une aos seus ouvintes.  Por isso, a caridade deve ser comunicada, não só na exposição da fé, que parte do amor e da misericórdia de Deus, mas, sobretudo, deve ser o fundamento na relação catequista-catequizando. Porque quanto mais o catequista ama aqueles que lhe foram confiados para catequizar,  mais procurará empenhar-se com muita alegria, e sem grande fadiga, em ensinar o caminho do amor de Deus aos seus catequizandos
Para o Santo, somente a caridade do catequista poderá motivá-lo a prestar atenção às necessidades dos diversos ouvintes que compõe o grupo de catequese. Na obra De catechizandis rudibus, Santo Agostinho destaca a humana delicadeza que exige do catequista manifestar profunda simpatia e sincera amizade para com aqueles que ele deve instruir. Esta caridade catequética sintetiza toda a missão do catequista, pois será expressão viva da simpatia e do amor que Deus tem pelo ser humano pessoalmente. Nesse sentido, o Bispo orienta o diácono Deográtias para que tente todos os meios possíveis para fazer com que os que eventualmente estejam apáticos, temerosos ou duvidosos saiam da letargia da timidez e tenham mais confiança e segurança nas palavras que escutam. Isto implica num grande gesto de amor para com os ouvintes da mensagem. E acrescenta: Ora, se o coração entorpecido desperta ao sentir-se amado, se o que já ardia, mais se acende ao saber-se correspondido, é evidente que nada é mais capaz de despertar o amor daquele que ainda não ama, que saber-se amado (De catechizandis rudibus 4,7) .
Fonte: CNBB

Alegria do Advento

Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba (MG)
 Iniciamos mais um Ano Litúrgico, preparando-nos para o nascimento de Jesus Cristo no tempo do Natal. Nascimento que só tem sentido quando as pessoas conseguem abrir seus corações e deixarem acontecer o encontro íntimo com Aquele que vem como enviado do Pai. Assim se cumpre a realização da promessa de libertação projetada nos anúncios do Antigo Testamento.
Jesus foi prometido e proclamado como rei justo no meio de um mundo marcado pelas práticas de injustiça e de degradação da identidade da pessoa humana. O que vemos, na prática, e em todos os tempos, é o sofrimento condicionado pelos desvios do projeto querido pelo Criador. A injustiça, generalizada como está, diminui as condições necessárias para uma vida feliz e humana.
A vontade de Deus é a realização do direito e da justiça, isto é, de uma vida conforme as prescrições dos mandamentos e das indicações das bem-aventuranças do Evangelho. Não fomos criados para a destruição, indiscriminada, dos bens da natureza. “Dominai a terra” (Gn 9,7) significa construir, possibilitando o necessário para as pessoas terem uma vida saudável e digna.
A consistência do mundo depende do cuidado e de como ele é usado. Certas práticas causam medo e angústia nas pessoas, porque fragilizam a qualidade de vida e minam a alegria e as expectativas de um futuro promissor. A preparação para o Natal estimula uma concreta esperança, capaz de elevar o espírito abatido.
Estamos sensibilizados diante das ameaças causadas pelos últimos acontecimentos, tanto em Mariana, como nos atentados suicidas lá na França. Caminhamos por caminhos que levam ao caos, quase como o dilúvio citado pela Sagrada Escritura. Dá a impressão de que caminhamos para a destruição total. Isso pode acontecer se providências corajosas não forem tomadas.
A fonte do verdadeiro amor é Deus. Podemos até imaginar ou construir outros caminhos de amor, mas nunca estaremos totalmente realizados se nosso olhar não for voltado para essa fonte cristalina em Deus, através de Jesus Cristo, que causa compromisso de justiça de uns para com os outros no relacionamento.
 Fonte: CNBB

Assessores apresentam implicações do Ano da Misericórdia nos trabalhos das Comissões

Reunião do Grupo de Assessores (GA) acontece hoje, em Brasília
Reunidos na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília, os assessores da entidade abordaram nesta segunda-feira, 23, a as implicações da Bula de Proclamação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia nos trabalhos das Comissões da CNBB.
A partir do estudo da Bula, que tem o título Misericordiae Vultus, os assessores apresentaram uma reflexão e falaram sobre as atividades e propostas das Comissões para o ano de 2016 relacionadas ao Ano Santo da Misericórdia, que terá início no próximo dia 8 de dezembro e seguirá até 20 de novembro do ano que vem.
O assessor da Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB (CMOVC/CNBB), padre Deusmar Jesus da Silva, disse que as atividades que serão realizadas partem da premissa de que a Bula “terá incidência total sobre todos os trabalhos”, uma vez que atua com os “ministros da Misericórdia”, que são os padres e bispos; com aqueles “que devem ser o rosto da Misericórdia da Igreja no meio do povo”, os diáconos permanentes; e com as “testemunhas da Misericórdia do Senhor”, as pessoas consagradas.
Padre Deusmar  lembrou que as atividades dos vários organismos da Comissão, que acontecem durante o Ano da Misericórdia, terão presente a temática, assim como a Reunião Ampliada da CMOVC, marcada para outubro do próximo ano, com o tema “Sobre o ano da Misericórdia”.
Para o Mês Vocacional, celebrado em agosto, o tema será “solidári@s.com#paixão - seguindo Jesus” e o lema “Misericordiosos como o Pai” (cf. Lc 6, 36).
A Comissão Episcopal Pastoral para a Doutrina da Fé realizará um seminário com especialistas para aprofundar alguns aspectos da Bula Misericordiae Vultus e pretende, ainda, preparar uma publicação.
No âmbito da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética, há um incentivo ao fortalecimento da espiritualidade dos catequistas. “Nossa espiritualidade será autenticamente bíblica, cristocêntrica, eclesial, mariana, litúrgica, encarnada na realidade na medida em que a misericórdia soar no nosso coração e ressoar a partir dele”, explica o assessor da Comissão, padre Antônio Marcos.
A partir do texto de Estudos nº 59 da CNBB “Formação de Catequistas”, são destacadas sete atitudes que auxiliam a percepção da íntima sintonia da espiritualidade catequética com a proposta do Ano da Misericórdia.
As atitudes, de acordo com padre Antonio Marcos Depizzoli, são “relacionamento pessoal e profundo com Deus-Pai; seguimento a Cristo nas atitudes e no interesse pelo Reino de Deus, fruto de uma adesão sincera; comunhão com a Igreja, comunidade que evangeliza, celebra e testemunha Jesus Cristo; vivência do mistério cristão e da missão catequizadora dentro do grupo de catequistas; atitudes de serviço para com todos; amor aos empobrecidos e vivência da pobreza evangélica; e a alegria de ser evangelizador”.
A reunião do GA antecede a última reunião do ano do Conselho Episcopal Pastoral da CNBB, que começará amanhã, dia 24.
 Fonte: CNBB

ESPAC CATEQUESE : CURSO DE APROFUNDAMENTO BÍBLICO

INSCRIÇÕES NA SECRETARIA DA ESPAC - RUA TENENTE BENÉVOLO, 201. Fone: 3219-6445 - a partir das 15:00h.

Festejos na Comunidade Nossa Senhora das Graças