sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Em carta, a Igreja Católica na Amazônia assume o compromisso do apoio à evangelização

Ao final do I Encontro da Igreja Católica na Amazônia Legal, realizado entre os dias 28 e 31 de outubro de 2013, em Manaus, os participantes enviaram uma carta às comunidades. O texto reflete sobre a necessidade da evangelização na região amazônica. “Neste caminho comum damo-nos conta de que são comuns os problemas e desafios que nos interpelam.
Confiando em Jesus, presente no meio de nós, queremos formar uma ampla rede integradora de nossas ações pastorais e evangelizadoras e convocar os irmãos e as irmãs a empenhar-se em favor de um mundo justo, fraterno e solidário”. Confira a íntegra da carta:


“Não ardia o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho,
quando nos explicava as Escrituras” (Lc 24,32)

CARTA DO PRIMEIRO ENCONTRO DA IGREJA CATÓLICA NA AMAZÔNIA LEGAL


Irmãs e irmãos,

Reunidos no Primeiro Encontro da Igreja Católica na Amazônia Legal em Manaus, entre os dias 28 e 31 de outubro de 2013, nós, bispos, presbíteros, religiosas e religiosos, agentes de pastoral leigas e leigos, queremos partilhar com vocês as reflexões e análises sobre a situação atual da nossa região e as respostas que como pastores pretendemos dar aos desafios de nossos tempos. Agradecemos a Deus pelas maravilhas que operou entre nós e nossos irmãos e irmãs que por um compromisso profético testemunharam sua fé, muitas vezes até as últimas consequências (cf. Jo 13,1), dispostos a “dar não somente o Evangelho, mas até a própria vida” (1 Tes 2,8). Ao nos prepararmos para celebrar os 400 anos do início da evangelização na Amazônia assumimos a missão que o Senhor nos propõe, de sermos suas testemunhas, discípulas/os, missionárias/os de sua Palavra, pois a Igreja é “enviada por Cristo a manifestar e a comunicar o amor de Deus a todos os homens e mulheres e a todos os povos” (AG 10).

“CRISTO APONTA PARA A AMAZÔNIA” (Papa Paulo VI): memória da caminhada. Mesmo antes da criação da Amazônia Legal em 1953, a Igreja católica na Amazônia se reunia através dos seus bispos para posicionar-se pastoralmente diante dos problemas sofridos pelos povos desta região e enfrentar os grandes desafios que se anunciavam pelas intervenções políticas e econômicas.

“Se o governo vai tentar o soerguimento econômico destas regiões,  é urgente que um largo surto espiritual se antecipe aos progressos materiais, e os acompanhe, e os envolva, dando-lhes rumo seguro e feliz” (1º Encontro inter-regional dos Bispos da Amazônia, Manaus 2 a 6 de julho de 1952, Documento final).

Apesar de não ter todas as condições necessárias, seja pela precariedade de instalações e meios, seja pela falta de pessoal qualificado para enfrentar os novos problemas, a Igreja amazônica nunca desanimou de sua missão. Sempre contou com missionárias e missionários vindos de outras regiões do Brasil e do mundo que, vivendo a mística do amor e do serviço, deram tudo de si para que povos da Amazônia não só recebessem uma orientação adequada para sua vivência de fé, mas tivessem respeitados seus direitos, sua dignidade e plena cidadania, suas tradições e culturas.

“...em nossas prelazias e dioceses existem sinais de alegria e esperança, próprias de uma Igreja que, mesmo tendo muitas dificuldades, está viva e responde com coragem aos desafios que se lhe apresentam” (Discípulos missionários na Amazônia, Manaus, 11 a 13 de setembro de 2007).

Ao longo de seis décadas, desde o primeiro encontro dos bispos em Manaus, a Igreja tem demonstrado sua vitalidade e posicionamento profético e solidário. Em Santarém 1972 decidiu basear sua ação pastoral e evangelizadora em duas diretrizes: (1) a Encarnação na realidade, pelo conhecimento e pela convivência, na simplicidade, e (2) a Evangelização Libertadora. Armou sua tenda no meio do povo de tal modo que apareceu um rosto eclesial bem amazônico na diversidade sociocultural, na defesa do lar que Deus criou para toda a humanidade e na promoção da Vida em todas as suas dimensões, sobretudo quando é ameaçada pelos impactos causados por um equivocado conceito de progresso que confunde desenvolvimento com crescimento meramente econômico, multiplicação de riqueza material, incremento do PIB, expansão do agronegócio, aumento de produção de biocombustíveis, se descuida porém de políticas públicas e deixa de promover a justiça e o bem-estar de todos e para todos.

A Igreja na Amazônia adotou e incorporou as novas orientações eclesiológicas e pastorais vindas do Concílio Vaticano II, de Medellín e Puebla, Santo Domingo e Aparecida e buscou evangelizar a partir de uma visão mais ampla e profunda da vida e da realidade amazônicas. Assumiu a mística e espiritualidade do seguimento de Jesus Cristo, uma pastoral e uma missionariedade dentro da realidade local. Centenas de milhares de irmãs e irmãos leigos e religiosos, presbíteros e bispos embrenharam-se nas matas, navegaram rio abaixo rio acima, viajaram pelas estradas desse mundo desigual, levando a Palavra de Deus, fundando e organizando as comunidades eclesiais, vivas e participativas, proféticas e missionárias, numa grande rede de solidariedade que as fez enfrentar as precariedades existenciais, manter viva a chama de sua fé e sua esperança e valorizar sobretudo sua religiosidade popular expressada nas festas religiosas, em novenas e procissões.

“E porque progredimos na compreensão de sermos uma Igreja no mundo, amando o mundo amazônico, temos a certeza que estamos dando à sociedade amazônica nossa contribuição histórica de alta qualidade para o resgate das dívidas sociais tão pesadas neste Norte do Brasil” (A Igreja arma sua tenda na Amazônia, Manaus, 9 a 18 de setembro de 1997).

Esta ação evangelizadora favoreceu o crescimento de uma Igreja mais local, ministerial, laical e missionária. Ao celebrar os 40 anos desde o Documento de Santarém, a Igreja na Amazônia manifesta a continuidade de sua caminhada como discípula missionária do Reino e enfrenta corajosamente velhos e novos desafios: 

“Diante dos desafios sociais, políticos, econômicos, culturais, religiosos e eclesiais da realidade amazônica, decidimos fortalecer o compromisso profético de transformação e reafirmar o projeto de formação inspirado na espiritualidade do seguimento de Jesus, que convoca a Igreja para uma profunda conversão pastoral”  (DAp, 170-175; 360-365, citado em “Conclusões de Santarém: memória e compromisso, 2012”).

As palavras do Papa Francisco aos Bispos do Brasil por ocasião da Jornada Mundial da Juventude dão-nos novo impulso para refletirmos sobre a realidade politica e religiosa da Amazônia Legal e promover e defender a vida dos habitantes dessa região e de sua rica biodiversidade. Cala fundo em nosso coração a expressão do Papa Francisco que a Amazônia é “teste decisivo, banco de prova para a Igreja e a sociedade brasileiras” (Rio de Janeiro, 27 de julho de 2013). Essas palavras incentivam-nos a retomar as intuições de Santarém 1972 e Manaus 1974 e dar-nos conta da atualidade das prioridades de então: formação de agentes de pastoral – comunidades cristãs de base – pastoral indígena – grandes projetos – juventude. 

PRIMEIRO ENCONTRO DA IGREJA CATÓLICA NA AMAZÔNIA

“A Igreja que está na Amazônia não como aqueles que têm as malas na mão, para partir depois de terem explorado tudo o que perderam. Desde o início a Igreja está presente na Amazônia com missionários, congregações religiosas, sacerdotes, leigos e bispos e lá continua presente e determinante no futuro daquela área” (Papa Francisco aos Bispos do Brasil, Rio de Janeiro, 27 de julho de 2013).

Conscientes de que falta muito a ser realizado em nossa missão evangelizadora, conforme nos pede o Senhor da História (cf. Col 1,13 – 20), novamente nos encontramos em Manaus, desta vez com a participação de todos os regionais da CNBB que integram a Amazônia Legal (Norte I, II e III, Noroeste, Nordeste 5 e Oeste II). Sabemos que temos um mesmo caminho a palmilhar. Lembramo-nos de que Jesus mesmo é o Caminho (Jo 14,6). Jesus caminha conosco como o fez com os discípulos de Emaús que exclamaram “Não ardia o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho, quando nos explicava as Escrituras!” (Lc 24,32). E não foi adiante, mas “entrou para ficar” (Lc 24,29). Jesus está na Amazônia para ficar. E o reconhecemos ao partir o pão. 

Neste caminho comum damo-nos conta de que são comuns os problemas e desafios que nos interpelam. Confiando em Jesus, presente no meio de nós, queremos formar uma ampla rede integradora de nossas ações pastorais e evangelizadoras e convocar os irmãos e as irmãs a empenhar-se em favor de um mundo justo, fraterno e solidário. Queremos convocar também mulheres e homens que não professam a nossa fé ou se afastaram de nossa Igreja a irmanar-se conosco na defesa da dignidade e dos direitos dos povos da Amazônia e da criação que Deus em sua bondade e imenso amor confiou ao seu zelo e seus cuidados (cf. Gn 1,18).

Refletimos nestes dias sobre problemas que continuam a atingir e causar danos e ameaças à vida e à existência de pessoas e povos e ao meio ambiente na Amazônia. Ajudados por estudiosos e especialistas e ouvindo pessoas que sentem na pele os dramas causados por políticas de dominação em total desrespeito aos legítimos anseios e necessidades dos povos desta região:
• analisamos e discutimos a realidade urbana e a mobilidade humana que tantos sofrimentos tem causado aos povos amazônidas como o desenraizamento da terra e a perda do patrimônio cultural e religioso próprio e comum aos povos tradicionais e dos que vem de outras regiões; 
• verificamos um acentuado crescimento das igrejas evangélicas e dos sem-religião também na Amazônia como consequência da precária presença de nossa Igreja nos movimentos migratórios;
• fomos informados a respeito dos grandes projetos implementados na região, de modo especial as hidrelétricas, que representam uma nova invasão do capital visando explorar as nossas riquezas naturais e aproveitar o potencial energético de nosso rios, sem olhar para os prejuízos que causam ao meio ambiente com sua imensa biodiversidade e a destruição da vida e da história de muitos povos tradicionais;
• o desmatamento contínuo e novamente crescente das florestas amazônicas nos assusta pelos prejuízos incomensuráveis e pela ameaça ao equilíbrio ecológico do planeta;
• frente ao desmatamento, à concentração da terra e às monoculturas percebemos a urgência da realização da Reforma Agrária e Agrícola;
• constatamos o crime impune da prática do trabalho escravo que ocorre nas empresas do agronegócio e nas áreas de mineração; 
• ficamos horrorizados ante o criminoso tráfico de pessoas e drogas, sustentado pela ganância, miséria e impunidade, e o assassinato de jovens;
• ouvimos ainda os relatos de um representante dos povos indígenas e de um quilombola que nos falaram de suas organizações, lutas e conquistas e nos alertaram para os graves riscos de perderem, através da Proposta de Emenda Constitucional (PEC 215), direitos conquistados em relação à demarcação e garantia de seus territórios, asseguradas nos Art. 231 e 232 da Constituição Federal de 5 de outubro de 1988; lembramos ainda que o Art. 68 das Disposições Transitórias da Constituição Federal reconhece aos remanescentes dos quilombos a propriedade definitiva de suas terras, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos.

Enfim, constatamos que o domínio de um sistema único de mercado, o individualismo típico da cultura/sociedade de hoje e a violência urbana destroem os laços e as relações tradicionais: a família, a natureza, o mundo dos povos indígenas, dos caboclos, seringueiros, agricultores, ribeirinhos. Tudo é desagregado e desestruturado e essa realidade provoca a crise da esperança, pois rouba os sonhos, as aspirações, desorganiza as lutas, abre espaços para messianismos políticos e religiosos ou para um milenarismo alienante e vazio de sentido. 

Esses problemas atingem também os fiéis em suas necessidades subjetivas: sua busca de Deus e sua noção de vinculação com a Igreja. Está na hora de valorizarmos a religiosidade do povo e ampliarmos o diálogo ecumênico e inter-religioso.

COMPROMISSOS 

Os enormes desafios apresentados nos relatos e testemunhos nos interpelam como Igreja na Amazônia Legal a assumir compromissos pastorais que devem nortear a caminhada de nossa Igreja no presente e no futuro:

Reafirmamos nossa identidade de ser Igreja discípula da Palavra, testemunha do dialogo, servidora e defensora da vida, irmã da criação, missionária e ministerial, que assume a vida do povo, que se articula na paróquia como rede de comunidades e nas comunidades eclesiais de base (cf. Conclusões de Santarém: memória e compromisso, 2012, p. 19).

Causa-nos uma profunda dor ver milhares de nossas comunidades excluídas da eucaristia dominical. A maioria delas só têm a graça de celebrar o Memorial da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor uma, duas ou três vezes ao ano. O Senhor, na véspera de sua morte, não deu um bom conselho, mas um mandato explícito: “Fazei isto em minha memória” (1 Cor 11,24; Lc 22,19). O Decreto “Presbyterorum Ordinis” do Concílio Vaticano II declara que a Eucaristia é fonte e, ao mesmo tempo, ápice de toda a Evangelização (cf. PO 5). “Nenhuma comunidade cristã se edifica sem ter a sua raiz e o seu centro na celebração da santíssima Eucaristia, a partir da qual, portanto, deve começar toda a educação do espírito comunitário” (PO 6). Também a Constituição Dogmática “Lumen Gentium” fala da Eucaristia como “fonte” e “ponto culminante de todas a vida cristã” (LG 11). Torna-se urgentemente necessário criar estruturas em nossa Igreja para que os 70% de comunidades que hoje estão excluídos da celebração eucarística dominical, possam participar da “fração do pão” (At 1,42), do “sacramento da piedade, sinal de unidade, vínculo da caridade, banquete pascal” (SC 47).  

A cultura urbana transforma profundamente a compreensão do papel dos leigos e da mulher na Igreja. Na sociedade civil, eles vivenciam processos de empoderamento social quando se exercitam na construção de uma sociedade que preserve os direitos sociais e coletivos. Praticas  e relações cotidianas exigem hoje, no interior das pastorais, modelos eclesiais assentados em relações recíprocas, mais do que no complemento, no diálogo horizontal em lugar de imposições verticais, na profunda experiência de serviço em lugar das lutas pelo poder. 

O protagonismo dos leigos é insubstituível e imprescindível, na ação transformadora da realidade em que vivem, marcada pela exclusão e pela violência. O campo específico da missão dos leigos/as é o das realidades em que vivem e trabalham. É o mundo da família, do trabalho, da cultura, da política, do lazer, da arte, da comunicação, da universidade. É nos diversos níveis e instituições, nos Conselhos de Direitos, em campanhas e outras iniciativas que busquem efetivar a convivência pacífica, no fortalecimento da sociedade civil e do controle social. É na formação de pensadores e pessoas que estejam, nos níveis de decisão, evangelizando com especial atenção e empenho (cf. EN 70).

A corresponsabilidade e participação de leigas e leigos, como sujeitos com vez e voz, deve acontecer na elaboração e execução dos planejamentos pastorais, nos centros de discussão e decisão das Igrejas Particulares.

“Urge formar ministérios adequados às necessidades das comunidades, especialmente do Ministério do Pastoreio de comunidades, exercido por leigas e leigos que sejam servas e servos do povo, abertos ao diálogo e ao trabalho em equipe, e que, devidamente preparados assumam em nome da Igreja a direção pastoral de uma comunidade” (A Igreja arma sua tenda na Amazônia, Manaus, 9 a 18 de setembro de 1997, n. 47).

Almejamos investir na formação de presbíteros e dos irmãos e irmãs de vida consagrada – autóctones e os que chegam de fora – para que sejam despojados, simples, não busquem a autopromoção, que sejam missionários e vivam em maior sintonia e contato com as comunidades e saibam trabalhar em equipe com os/as leigos/as evitando centralismo, clericalização e autoritarismo.

Comprometemo-nos em dar visibilidade ao tráfico de pessoas para enfrentar esses crimes hediondos contra a liberdade e dignidade da pessoa humana. Apostamos na Campanha da Fraternidade de 2014 que tem como tema “Fraternidade e Tráfico Humano”.

Precisamos dar mais ênfase aos meios de comunicação, pois sabemos da sua importância para a Evangelização.

Conscientes de que a problemática da Amazônia é global, queremos abrir-nos a uma visão panamazônica que nos convoca a buscar caminhos de colaboração e compromisso entre as Igrejas na América Latina.

Queremos dar atenção especial aos jovens, através do apoio e incentivo à Pastoral da Juventude; estimulando as dioceses e congregações religiosas a liberar presbíteros e religiosas para acompanhar os jovens; sejam oferecidos cursos de formação de assessores, preparando-os para este serviço à juventude na Amazônia.

UMA IGREJA COM ROSTO AMAZÔNICO

A Igreja Católica na Amazônia Legal vive e cresce com características próprias, enraizadas na sabedoria tradicional e na religiosidade popular que durante séculos alimentou e continua a manter viva a espiritualidade dos povos da floresta e das águas e agora do mundo urbano. Enfrenta com alegria as dificuldades das distâncias e da falta de comunicação para encontrar e oferecer ao rebanho, confiado a nós pelo Senhor da messe, a luz da Palavra de Deus e a Eucaristia como alimentos que revigoram e animam as forças para viver a comunhão com Deus e cuidar da Amazônia como chão da partilha, pátria solidária, “morada de povos irmãos e casa dos pobres” (DAp 8).

A carinhosa devoção à Nossa Senhora de Nazaré, Rainha da Amazônia, nos leve a cumprir o que ela nos pede: “Fazei o que Ele vos disser!” (Jo 2,5).
Fonte: POM

5ª Festa da Vida na Arquidiocese de Fortaleza

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A Festa da Vida na Arquidiocese de Fortaleza nasceu em 2008, a partir da Campanha da Fraternidade:  “Fraternidade e Defesa da Vida”, com o lema “Escolhe, pois, a Vida”. Nasceu para ser espaço de identificação, visibilização e celebração de todas as ações realizadas  pelas várias entidades religiosas e civis, em defesa da vida. É também espaço privilegiado de conhecimento, diálogo, testemunho profecia e confraternização das pessoas cuidadoras da vida.
Na Festa da Vida os grupos se organizam através de tendas temáticas, troca de experiências, apresentação dos trabalhos realizados em defesa da vida, apresentações artísticas, culturais e artesanais.
Sempre ligada a Campanha da Fraternidade do ano em curso, em 2013 a Festa da Vida traz como tema a juventude:  “Juventude encontro, esperança e profecia”.  É um forte convite para que todos, especialmente os jovens assumam com empenho e convicção, seu protagonismo na sociedade, na Igreja e no mundo, assim como o foi a Jornada Mundial da Juventude, em julho último, no Rio de Janeiro.
Neste ano de 2013 a Festa da Vida será realizada na Paróquia Nossa Senhora da Saúde – Mucuripe, no terceiro domingo do advento, 15 de dezembro, das 10 às 16 horas.   
Informações: (85) 3388 8701; 3388 8714 – Secretariado de Pastoral.
(85) 3263 1538;  Paróquia N. Sra. Da Saúde.



Seja sempre agradecido a Deus

A Palavra meditada, hoje, está em Colossenses 3,15-17:
"Que a paz de Cristo reine no coração de vocês. Para essa paz vocês foram chamados, como membros de um mesmo corpo. Sejam também agradecidos. Que a palavra de Cristo permaneça em vocês com toda a sua riqueza, de modo que possam instruir-se e aconselhar-se mutuamente com toda a sabedoria. Inspirados pela graça, cantem a Deus, de todo o coração, salmos, hinos e cânticos espirituais. E tudo o que vocês fizerem através de palavras ou ações, o façam em nome do Senhor Jesus, dando graças a Deus Pai por meio dele."

"A paz é um sinal da presença de Deus"

"Que a paz de Cristo reine no coração de vocês! Para esta paz vocês foram chamados como membros de um mesmo corpo. Sejam também agradecidos." Quem está em paz tem o coração agradecido, e quem é grato a Deus recebe d'Ele a Sua paz.

Quando uma pessoa tem a presença de Deus no coração, nós logo a reconhecemos. Nós podemos ver que o inimigo dá um jeito de falsificar tudo: a bondade, a felicidade... Mas a paz ele não consegue. Onde o Senhor está presente a paz se manifesta e faz com que o nosso coração se encha de gratidão, porque reconhecemos a presença d'Ele em nossa vida.

Por isso, o Senhor diz: "Sejam agradecidos. E tudo o que vocês fizerem, por meio de palavras ou ações, o façam em nome do Senhor Jesus, dando graças a Deus Pai por meio d'Ele."

Em tudo o que você disser ou fizer, em todas as circunstâncias da sua vida, dê graças a Deus. É claro que não se pode controlar o que acontece, coisas boas e ruins, desejadas e indesejadas, mas você pode controlar a sua atitude diante delas. E o Senhor lhe diz para examinar tudo e ficar somente com o que é bom. Não leve para o seu coração aquilo que não presta. Guarde o que é bom em seu interior e conserve essas coisas boas com gratidão. Deixe chegar até você só o que presta e o que é útil, e tenha o coração agradecido. Ao agir assim, você reconhece a graça de Deus e fica alegre.

Reconhecer a graça divina é sempre uma escolha que faz bem, porque você percebe que o Senhor nunca abandona quem precisa d'Ele.

Você já percebeu que as pessoas felizes são aquelas que se lembram do passado com gratidão? Elas entregam o coração nas mãos de Deus e olham para o passado sempre agradecendo, pois sabem que só superaram aquela dor graças à presença do Pai na vida delas. Elas têm gratidão pelo passado, alegria pelo presente e confiança no futuro, porque sabem que o Senhor é fiel e nunca lhes faltará.

Por mais que a vida seja dura - e olha que Deus nunca prometeu que ela seria fácil - ela é sempre boa, porque vem do Senhor. Nesta manhã, agradeça ao Senhor pelas coisas boas que lhe acontecem todos os dias.

Coisas boas nos unem a outras pessoas, enchem-nos do bem e, o mais importante, une-nos a Deus. Isso traz felicidade, gratidão para o nosso coração e amor pela vida.

Deus ama você apaixonadamente. Não perca a fé no amor e no bem, não deixe as decepções lhe fazerem mal. Agradeça a Ele e reconheça como Ele tem sido bom para sua vida. Assim, você ficará bem. O Senhor o ama. Aceite esse amor, aceite que você é digno dele. Ele o ama, porque você é filho, porque tem bondade e amor no coração, porque tem talentos conhecidos e outros ainda desconhecidos, mas próximo do Espírito Santo você os reconhecerá.

Você precisa descobrir o seu lado bom, descobrir o que Deus tem feito em você e por você. O seu lado bom supera o seu lado negativo. Você é um dom, uma bênção de Deus. É amado por Ele, porque Ele o quis desde sempre. Quando você reconhece todas essas coisas, fica fácil agradecer ao Pai.

Você é um desejo eterno de Deus e é isso que o faz ser grato a Ele. Quando você se sente amado e desejado por Ele, passa a ser agradecido e a amá-Lo, porque sabe que o amor do Senhor por você é maior do que qualquer coisa.

Nós estamos cercados de coisas e pessoas boas, só temos de abrir nossos olhos para enxergar que Deus nos deu tudo isso. Coisas ruins fazem parte da vida, mas o que o Senhor faz por nós é muito maior e melhor do que os males que nos cercam.

"Que a Palavra de Cristo permaneça em vocês com toda a sua riqueza, de modo que possam instruir-se e aconselhar-se mutuamente com toda a sabedoria. Inspirados pela graça, cantem a Deus, de todo o coração, salmos, hinos e cânticos espirituais. E tudo o que vocês fizerem por meio de palavras ou ações, façam-no em nome do Senhor Jesus, dando graças a Deus Pai por meio d'Ele."

Faça coisas boas, encha-se de amor e agradeça, é essa a ordem de Deus para você no dia de hoje. Uma coisa eu lhe digo: vale a pena afastar-se das lembranças tristes para viver o amor do Pai, pois, assim, tudo lhe será dado por acréscimo.



Márcio Mendes
Membro da Comunidade Canção Nova
www.cancaonova.com 

Todos os santos


"Vi uma grande multidão que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas. Estavam de pé diante do Trono e diante do Cordeiro, de vestes brancas e palmas na mão". A visão narrada por são João Evangelista, no Apocalipse, fala dos santos aos quais é dedicado o dia de hoje.

Na festa de “todos os santos” a Igreja não pretende lembrar somente dos santos conhecidos e oficialmente canonizados, mas de todos aqueles que estão nos céus, de todos aqueles que só Deus conhece a santidade. A Igreja nesse dia comemora todos os homens e mulheres que já alcançaram a glória eterna e por isso mesmo intercedem por nós a todo o momento.

De fato todos os homens e mulheres que durante a vida serviram a Deus e foram obedientes ao ensinamento de Jesus Cristo são santos diante de Deus, ainda que seus nomes não sejam oficialmente coletados em listas canônicas.

A celebração começou no século III na Igreja do Oriente e ocorria no dia 13 de maio. A festa de Todos os Santos ocorreu pela primeira vez em Roma, no dia 13 de maio de 609 quando o Papa Bonifácio IV transformou o templo de Partenon, dedicado a todos os deuses pagãos do Olimpo, em uma igreja em honra à Virgem Maria e a todos os Santos.

Oficialmente a mudança do dia da festa de Todos os Santos, de 13 de maio para o dia primeiro de novembro, só foi decretada em 1475, pelo do Papa Xisto IV. Mas o importante é que a solenidade de todos os Santos enche de sentido a homenagem de todos os finados, que ocorre no dia seguinte.

Reflexão: 

Nós também podemos ser santos. Quando trabalhamos com ânimo no dia-a-dia. Quando suportamos com espírito forte as dores e os problemas de nossa vida, entregando tudo às mãos da providencia divina. Quando rezamos com amor e devoção de forma regular e cotidiana. É necessário que peçamos a Deus o dom da santidade! Finalmente devemos ter aquele grande amor pelas coisas de Deus, por Cristo por Maria e pelos homens.

Oração: 

Deus de amor e de bondade, dai-nos a alegria de celebrar, numa única festa, os méritos e a glória de todos os Santos. Favorecei vosso povo com a intercessão dos vossos santos e santas e guia-nos sempre nos caminhos da paz. Por cristo nosso Senhor. Amém.
Fonte: Catequese Católica

Liturgia Diária

Invoquemos a presença do Espírito Santo para ler e refletir a liturgia de hoje:

Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor. Enviai o vosso Espírito e tudo será criado e renovareis a face da terra. 

Oremos: 

Deus que instruístes os corações dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito e gozemos sempre da sua consolação. Por Cristo, Senhor nosso. Amém.

Oração:
Pai, predispõe-me a manifestar meu amor a quem precisa de mim, sem inventar justificativas para me dispensar desta obrigação urgente.
Primeira leitura: Rm 9,1-5
Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos
Irmãos, 1não estou mentindo, mas, em Cristo, digo a verdade, apoiado no testemunho do Espírito Santo e da minha consciência: 2Tenho no coração uma grande tristeza e uma dor contínua, 3a ponto de desejar ser eu mesmo segregado por Cristo em favor de meus irmãos, os de minha raça.
4Eles são israelitas. A eles pertencem a filiação adotiva, a glória, as alianças, as leis, o culto, as promessas 5e também os patriarcas. Deles é que descende, quanto à sua humanidade, Cristo, o qual está acima de todos – Deus bendito para sempre! – Amém!
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Salmos: Sl 147,12-20
          — Glorifica o Senhor, Jerusalém!
— Glorifica o Senhor, Jerusalém!

— Glorifica o Senhor, Jerusalém! Ó Sião, canta louvores ao teu Deus! Pois reforçou com segurança as tuas portas, e os teus filhos em teu seio abençoou.

— A paz em teus limites garantiu e te dá como alimento a flor do trigo. Ele envia suas ordens para a terra, e a palavra que ele diz corre veloz.

— Anuncia a Jacó sua palavra, seus preceitos, suas leis a Israel. Nenhum povo recebeu tanto carinho, a nenhum outro revelou os seus preceitos.
 
Evangelho: Lc 14,1-6
         - O Senhor esteja convosco.
          - Ele está no meio de nós.
          - Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo São Lucas.
          - Glória a vós, Senhor.

         1Aconteceu que, num dia de sábado, Jesus foi comer na casa de um dos chefes dos fariseus. E eles o observavam. 2Diante de Jesus, havia um hidrópico. 3Tomando a palavra, Jesus falou aos mestres da Lei e aos fariseus: “A Lei permite curar em dia de sábado, ou não?” 4Mas eles ficaram em silêncio.
Então Jesus tomou o homem pela mão, curou-o e despediu-o. 5Depois lhes disse: “Se algum de vós tem um filho ou um boi que caiu num poço, não o tira logo, mesmo em dia de sábado?” 6E eles não foram capazes de responder a isso. - Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
 
Comentário do Evangelho
Olhar com misericórdia.

É a terceira vez que Jesus é convidado para uma refeição na casa de um fariseu (7,36; 11,37). Esta repetição do encontro de Jesus com os fariseus em suas respectivas casas mostra que entre Jesus e os fariseus há uma mescla de simpatia e resistência. Essa proximidade relativa não impede Jesus de alertá-los. Os fariseus, efetivamente, desejam viver fielmente sua religião e creem servir a Deus através de suas práticas, sobretudo, uma determinada prática da Lei. Mas a rigidez quase obsessiva os cega, liga-os de modo estreito à letra do texto; a Lei de Deus é para eles um conjunto de regras e preceitos. Esse modo de cumprir a Lei, que eles julgavam ser o correto, fazia com que se esquecessem do essencial da Lei: o amor a Deus e o amor fraterno. Esse modo de interpretar a Lei os impedia de olhar para os outros com misericórdia e compreender: “É misericórdia que eu quero, não sacrifícios” (Os 6,6).

Nosso texto de hoje mostra uma refeição na casa de um dos chefes dos fariseus, durante o descanso sabático, dia dado pelo Senhor para celebrar o dom da vida, através da obra da criação, e a libertação do país da escravidão. Aproveitando-se da presença de um hidrópico, Jesus provoca a compreensão dos fariseus sobre o sentido da Lei de Deus: “Em dia de sábado, é permitido curar ou não? […] Se algum de vós tem um filho ou um boi que caiu num poço, não o tira logo daí, mesmo em dia de sábado?” (vv. 3.6). Eles não responderam a nenhuma pergunta porque, efetivamente, não tinham nada a responder.
 
Leitura Orante

Oração Inicial

- A todos nós, que nos encontramos na imensa rede virtual, a paz de Deus, nosso Pai,
a graça e a alegria de Nosso Senhor Jesus Cristo, no amor e na comunhão do Espírito Santo.
- Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!
Preparo-me para a Leitura, rezando:
Oração ao romper a luz do dia
Bendita seja a luz do dia,
bendito seja Quem tudo cria,
bendito seja o fruto sagrado
da sempre puríssima Virgem Maria.
Amém.



O que diz o texto do dia?
Saudação
- A todos nós, que nos encontramos na imensa rede virtual, a paz de Deus, nosso Pai,
a graça e a alegria de Nosso Senhor Jesus Cristo, no amor e na comunhão do Espírito Santo.
- Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!
Preparo-me para a Leitura, rezando:
Oração ao romper a luz do dia
Bendita seja a luz do dia,
bendito seja Quem tudo cria,
bendito seja o fruto sagrado
da sempre puríssima Virgem Maria.
Amém.

1- Leitura (Verdade)

Mais uma vez a questão do sábado. Jesus toma refeição na casa do fariseu. Outros fariseus participam da ceia. Alguém disse que a pergunta de Jesus - "A nossa Lei permite curar no sábado ou não?" é um desafio. Depois ele comenta argumentando sobre o salvar o boi ou o filho que cai no poço num dia de sábado. Os fariseus se calam porque não tinham como contra-argumentar. Este banquete, em que Jesus oferece a cura e a libertação para o homem, é uma figura do banquete eucarístico e do banquete celeste onde ninguém deve ficar excluído.

2- Meditação (Caminho)

O que o texto diz para mim, hoje? Quais outros textos, este me recorda? Qual palavra mais me toca o coração? Por acaso coloco resistência à ação de Deus em minha vida?
Os bispos recordaram em Aparecida que Bento XVI, no início de seu Pontificado, fazendo eco a seu predecessor, o Servo de Deus, João Paulo II, disse: Não temam! Abram, abram de par em par as portas a Cristo!... quem deixa Cristo entrar a não perde nada, nada - absolutamente nada - do que faz a vida livre, bela e grande. Não! Só com esta amizade abrem-se as portas da vida. Só com esta amizade abrem-se realmente as grandes potencialidades da condição humana. Só com esta amizade experimentamos o que é belo e o que nos liberta... Não tenham medo de Cristo! Ele não tira nada e nos dá tudo. Quem se dá a Ele, recebe cem por um. Sim, abram, abram de par em par as portas a Cristo e encontrarão a verdadeira vida" (DAp 15).

3- Oração (Vida)

O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo com Charles de Foucauld
Rezar é pensar em Deus, amando-o
Senhor, fala ao meu coração,
vem com tua ternura,
com a gentileza dos teus gestos
que não impõem nada às minhas decisões,
com atenção aos detalhes,
como sabes fazer,
com a divertida ironia
com que me levas na flauta,
com a decisão de quem sabe
dos seus interesses
mas conhece meu coração e perdoa.

Chegas silencioso
porque nunca te percebo,
revolucionário,
porque em silêncio
mudas as cartas e viras o jogo na mesa.

Vem me fazer companhia
para que juntos consigamos amá-lo,
esse nosso Pai,
com todo o coração,
com todo o intelecto,
com toda a vontade.
Rezar é pensar em Deus, amando-o.

4- Contemplação (Vida e Missão)

Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Vou olhar o mundo e a vida com os olhos de Deus.
Vou eliminar do meu modo de pensar e agir aquilo que não vem de Deus, e viver a minha fé cristã sem medo.

Bênção

- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém
Fonte: Catequese Católica