quarta-feira, 5 de março de 2014

Lançamento da CF-2014 na Arquidiocese de Fortaleza e Coletiva de Imprensa




Uma vez mais a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) promove, em âmbito nacional, durante a quaresma, a Campanha da Fraternidade (CF). Essa feliz iniciativa vem mobilizando, cada ano, toda a Igreja Católica e sociedade em favor da vida digna, justiça social, fraternidade e paz para todos os brasileiros e essa já é 51ª Campanha.

“Fraternidade e Tráfico Humano” é o tema da Campanha da Fraternidade 2014, escolhido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, CNBB, para nossa reflexão sobretudo, no tempo de quaresma que se aproxima. O tema não é só de interesse para os fiéis católicos, mas para toda a sociedade, independente de raça, cor ou religião, pois trata de um dos modos atuais de escravidão, fruto da cultura que vivemos. O lema é inspirado na carta aos gálatas “é para a liberdade que cristo nos libertou” (5,1).
A CF-2014 tem como objetivo geral identificar as práticas de tráfico humano em suas várias formas e denunciá-lo como violação da dignidade e da liberdade humana, mobilizando cristãos e a sociedade brasileira para erradicar esse mal, com vista ao resgate da vida dos filhos e das filhas de Deus. (Texto-Base da CF 2014)
Os criminosos deste tráfico exploram pessoas de várias atividades: construção, confecção, entretenimento, sexo, serviços agrícolas e domésticos, adoções ilegais, remoção de órgãos e outras. As vítimas normalmente são aliciadas com falsas promessas de melhores condições de vida em outras cidades ou países. Por isso, o tráfico humano é frequentemente vinculado à migração, sobretudo quando o migrante está sob alguma forma de ilegalidade dentro ou fora do país. (Texto-Base da CF 2014)
A abertura da CF-2014 na Arquidiocese de Fortaleza será feita em dois momentos: no dia 5 de março, Quarta-feira de Cinzas, às 18h30min abrindo o tempo da Quaresma, na Catedral Metropolitana de Fortaleza, em Missa presidida por Dom José Antonio Aparecido Tosi Marques, arcebispo de Fortaleza; no dia 6 de março, às 15 horas, no Centro de Pastoral “Maria, Mãe da Igreja” com a presença dos representantes de setores eclesiais e civis relacionados ao tráfico humano, em sessão de abertura da CF. Na ocasião será realizada a tradicional entrevista coletiva aos meios de comunicação.
O Centro de Pastoral “Maria, Mãe da Igreja” está localizado na Rua Rodrigues Júnior, 300, Centro – Fortaleza, CE. Informações com Janayna Gomes – Setor de Comunicação (85) 99216701 ou (85) 33888703 / Secretariado de Pastoral (85) 3388 8701 ou (85) 33888702.

Na Quaresma o Papa pede fé, conversão e abertura aos irmãos

Papa Francisco. Foto: Grupo ACI
Vaticano, 05 Mar. 14 / 01:13 pm (ACI/EWTN Noticias).- Na sua catequese semanal, durante a Audiência Geral realizada hoje na Praça São Pedro, o Papa Francisco assegurou que a Quaresma é um tempo forte, no qual estamos chamados a viver, como elementos essenciais, uma fé autêntica, conversão e abertura de coração aos irmãos.


Continuando, a íntegra da Catequese do Papa:

Queridos irmãos e irmãs, bom dia

Começa hoje, Quarta-Feira de Cinzas, o itinerário quaresmal de quarenta dias que nos conduzirá ao Tríduo pascal, memória da paixão, morte e ressurreição do Senhor, coração do mistério da nossa salvação.

A Quaresma nos prepara para este momento tão importante, por isto é um tempo “forte”, um ponto de reviravolta que pode favorecer em cada um de nós a mudança, a conversão. Todos nós temos necessidade de melhorar, de mudar para melhor.

A Quaresma nos ajuda e assim saímos dos hábitos cansados e do preguiçoso costume ao mal que nos engana. No tempo quaresmal, a Igreja nos dirige dois importantes convites: adotar uma consciência mais viva da obra redentora de Cristo; viver com mais empenho o próprio Batismo.

A consciência das maravilhas que o Senhor fez para a nossa salvação dispõe a nossa mente e o nosso coração a uma atitude de gratidão para Deus, por quanto Ele nos deu, por tudo aquilo que realiza em favor do seu povo e de toda a humanidade.

Daqui parte a nossa conversão: essa é a resposta grata ao mistério maravilhoso do amor de Deus. Quando nós vemos este amor que Deus tem por nós, sentimos a vontade de nos aproximarmos Dele: esta é a conversão.

Viver a fundo o Batismo – eis o segundo convite – significa também não se habituar às situações de degradação e de miséria que encontramos caminhando pelos caminhos das nossas cidades e dos nossos países.

Há o risco de aceitar passivamente certos comportamentos e de não se surpreender diante das tristes realidades que nos cercam. Nós nos acostumamos com a violência, como se fosse uma notícia cotidiana deduzida; habituamo-nos aos irmãos e irmãs que dormem pelas ruas, que não têm um teto para abrigar-se.

Habituamo-nos aos refugiados em busca de liberdade e dignidade, que não são acolhidos como se deveria. Habituamo-nos a viver em uma sociedade que pretende fazer pouco de Deus, na qual os pais não ensinam mais aos filhos rezar nem fazer o sinal da cruz.

Eu pergunto a vocês: os vossos filhos, as vossas crianças sabem fazer o sinal da cruz? Pensem. Os vossos netos sabem fazer o sinal da cruz? Vocês ensinaram a eles? Pensem e respondam no vosso coração. Sabem rezar o Pai Nosso? Sabem rezar à Nossa Senhora com a Ave Maria? Pensem e respondam. Este costume a comportamentos não cristãos e de comodismo narcotiza o nosso coração!

A Quaresma vem a nós como tempo providencial para mudar a rota, para recuperar a capacidade de reagir diante da realidade do mal que sempre nos desafia. A Quaresma seja vivida como tempo de conversão, de renovação pessoal e comunitária mediante a aproximação a Deus e a adesão confiante ao Evangelho.

Deste modo, permite-nos também olhar com olhos novos para os irmãos e as suas necessidades. Por isto a Quaresma é um momento favorável para se converter ao amor para com Deus e para com o próximo; um amor que saiba fazer propriamente a atitude de gratuidade e de misericórdia do Senhor, que “fez-se pobre para enriquecer-nos com a sua pobreza” (cfr 2 Cor 8, 9).

Meditando sobre os mistérios centrais da fé, a paixão, a cruz e a ressurreição de Cristo, perceberemos que o dom sem medida da Redenção nos foi dado por iniciativa gratuita de Deus.

Dar graças a Deus pelo mistério do seu amor crucificado; fé autêntica, conversão e abertura de coração aos irmãos: estes são elementos essenciais para viver o tempo da Quaresma.

Neste caminho, queremos invocar com particular confiança a proteção e a ajuda da Virgem Maria: seja Ela, primeira crente em Cristo, a nos acompanhar nos dias de oração intensa e de penitência, para chegar a celebrar, purificados e renovados no espírito, o grande mistério da Páscoa do seu Filho.

Fonte: Acidigital

Quarta-feira de cinzas - A

Por: Padre Wagner Augusto Portugal


Meus queridos Irmãos,

Com a Quarta-Feira de Cinzas, inicia-se o tempo da Quaresma. São quarenta dias, de um grande retiro de penitência e conversão, que vai até a 4a. feira Santa. Na solenidade de Cinzas o tema central é a PENITÊNCIA. A Liturgia insiste, hoje, na autenticidade da penitência, como “rasgar o coração, não apenas as vestes”, como anuncia a Primeira Leitura, retirada da Profecia de Joel. Também, a Liturgia ressalta o caráter interior do jejum, juntamente com as outras “boas obras”, como a esmola e a oração, conforme o ensinamento do Evangelho. A Segunda Leitura retirada da Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios, por sua vez, proclama o “tempo da reconciliação” com Deus, pregada por São Paulo com vistas à iminência da Parusia.

Estimados Irmãos,

A simbologia do número quarenta na Sagrada Escritura é vasta e rica de significados. Quarenta foram os dias em que Jesus jejuou e rezou no deserto(Cf. Mt 4,3), antes de começar a sua vida pública de anúncio do Reino de Deus. Quarenta foram os dias em que Moisés permaneceu no monte em diálogo com Deus (Cf. Ex 24,18), antes de receber as tábuas da Lei, que significavam a aliança de Deus com o povo. Quarenta anos foram o tempo em que o povo judeu perambulou pelo deserto rumo à Terra prometida (Cf. At 7,36). Quarenta foram os dias que os ninivitas fizeram penitência de seus pecados (Cf Jn 3,4) e quarenta foram os dias que Jesus permaneceu na terra depois de ressuscitado, confirmando os apóstolos na continuidade de sua missão redentora e salvadora.

Assim vamos viver os quarenta dias da Quaresma deste ano lembrando de nossa condição de pecadores, em profundo jejum e continuada oração, aspirando um dia gozar das alegrias eternas, em perfeita sintonia na fidelidade à aliança com Deus, preparando-nos para uma nova missão, que é a purificação de nossos pecados e a conseqüente penitência, numa palavra especial: a conversão sincera, isto é, o retorno a Deus, que implica um voltar-se também para as necessidades do próximo.

Irmãos e Irmãs,

Ao impor as cinzas nos fiéis o Celebrante irá anunciar: “Lembra-te que és pó e ao pó tornarás” ou a outra antífona: “Convertei-vos e crede no evangelho!” A primeira alocução nos liga ao início da Sagrada Escritura, quando se diz que Deus fez o homem de barro, e lembra muito concretamente o que sobra do corpo humano. Viemos do barro e voltaremos ao pó. Mas sobre o barro que somos, Deus soprou sua vida divina (Cf. Gn 2,7) e nele plantou sementes incorruptíveis (Cf. 1 Pd 1,23). Nosso destino nunca foi o pó e nem será. Nosso destino é o horizonte da imortalidade, a vida eterna. Por isso, a ressurreição de Jesus é a garantida da nossa sobrevivência, se formos fiéis ao seu Evangelho de Salvação, conversão sincera e a reta mudança de vida e de comportamento. 

As cinzas nos alertam para as nossas origens e para a nossa morte corporal, nossa origem divina e destino eterno.

O Tempo da Quaresma tem exatamente o significado de morrer para a velha vida e renascer para a vida da santidade. Ou como nos ensina São Paulo, Apostolo das Gentes, de “nos despojar do homem velho e corrompido... para nos revestir do homem novo, criado segundo Deus, em justiça e verdadeira santidade”(Cf. Ef 4,22-24).

Estimados amigos,

O homem, quando queima no fogo da penitência seus apetites mundanos e seus ídolos, o que sobra são cinzas castas, um coração puro, inteiramente pronto para, da morte, passar para a vida eterna. Devemos gemer de dor pelos dores dos pecados e erros cometidos. Por isso, as cinzas devem significar uma morte a um passado errado e o compromisso de uma vida nova para o dia de amanhã. Causa dor a muitos que, vendo o erro, mesmo procurando uma conversão sincera, não conseguem de muitos irmãos e irmãs de caminhada uma compreensão de sua conversão sincera e de seu propósito de vida. E isso brada aos céus, que pede que perdoemos os pecadores arrependidos quantas vezes forem necessárias, para que sejam associados ao Reino de Deus.

A cinza, simbolizando a dor e o sofrimento dos pecados, nos quer lembrar que a Quaresma quer ser um retorno aos valores duradouros. É um propício templo de reflexão sobre a transitoriedade das coisas, por mais ricas, preciosas e caras que sejam. As coisas deste mundo, lembra o salmista “são como a erva: de manhã floresce e viceja, de tarde murcha e seca”(Cf. Sl. 90,6). Também a palavra e as promessas humanas passam. Viva e eterna é a palavra Salvadora de Deus (Cf. 1Pd 1,23). O tempo da Quaresma, portanto, é propício para fazermos um balanço das coisas perecíveis e das coisas eternas.

Que as cinzas, impostas em sinal de Cruz na fronte de cada fiel, oriundo dos ramos do domingo de Ramos do ano precedente, nos lembre a Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo, nos lembrando que é preciso morrer para o pecado, porque é morrendo que se vive para a vida eterna. 

Caros irmãos,

Com a Quaresma se inicia a Campanha da Fraternidade de 2014, tem como Tema: “FRATERNIDADE E TRÁFICO HUMANO” e como Lema “É para a liberdade que Cristo nos libertou”(Gl 5,1). O objetivo geral da Campanha da Fraternidade de 2014 é “identificar as práticas de tráfico humano em suas várias formas e denunciá-las como violação da dignidade e da liberdade humanas, mobilizando cristãos e pessoas de boa vontade para erradicar este mal com vista ao resgate da vida dos filhos e filhas de Deus”. Objetivos específicos: Identificar as causas e modalidades do tráfico humano e os rostos sofridos por esta exploração; Celebrar o mistério da morte e ressurreição de Jesus Cristo, sensibilizando para a solidariedade e o cuidado às vitimas dessas práticas; Suscitar, à luz da Palavra de Deus, a conversão que conduza ao empenho transformador desta realidade aviltante da pessoa humana; Denunciar as estruturas e situações causadoras do tráfico humano; Promover ações de prevenção e de resgate da cidadania dos atingidos; Reivindicar, aos poderes públicos, políticas e meios para a reinserção das pessoas atingidas pelo tráfico humano na vida familiar, eclesial e social. O Jesus que jejua, o Jesus que se dedica à oração, deve ser visto à luz do Cristo transfigurado. Toda a caminhada de conversão dos cristãos só tem sentido à luz da ressurreição pregustrada no Tabor. Celebremos, pois, com estas cinzas a vocação do ser humano, chamado à imortalidade feliz, contanto que realize o mistério pascal de morte e vida em sua vida terrena. Amém!

O jejum e abstinência de carne


Por: DOM EURICO DOS SANTOS VELOSO  ARCEBISPO EMÉRITO DE JUIZ DE FORA, MG.

Considerando que muitas pessoas estão me consultando acerca da maneira correta de viver o jejum e a abstinência de carne, escrevo estas linhas para que nossos leitores possam voltar, neste tempo quaresmal de 2014, para uma profunda vivência do que a Mãe Igreja espera de cada um de nós neste tempo oportuno de conversão e de mudança de vida!


O JEJUM: 

Praticado desde toda a Antiguidade pelo povo eleito, como sinal de arrependimento, praticado por Nosso Senhor Jesus Cristo e por todos os santos, recomendado pela Santa Igreja como instrumento de santificação da alma, de controle do corpo e equilíbrio emocional.

Quando devemos jejuar por obrigação?

Na Quarta-feira de cinzas, abertura da Quaresma

Na Sexta-feira Santa, dia da morte de Nosso Senhor.

No entanto, todos os católicos devem ter a mortificação e o jejum presentes em suas vidas ao longo do ano, principalmente durante o Advento, a Quaresma e nas Quatro Têmporas, tendo sempre o espírito mortificado, fugindo do excesso de conforto e prazeres e, na medida do possível, oferecendo alguns sacrifícios a Deus, seja no comer, no beber, nas diversões (televisão principal­men­te), nos desconfortos que a vida oferece (calor, trabalho, etc.), sabendo suportar os outros, tendo paciência em tudo. 

Como o jejum e a abstinência fazem parte dos mandamentos da Igreja, devemos nos empenhar para praticá-los por amor de Deus. Caso haja alguma negligência ou fraqueza da nossa vontade que nos leve a quebrar o santo jejum ou a abstinência, devemos nos arrepender por não termos obedecido ao que nos ordena nossa Santa Madre Igreja, confessando-nos portemo-nos assim ofendido a Deus. 

QUEM ESTÁ OBRIGADO A JEJUM  ?

Estão obrigados à lei da abstinência aqueles que tiverem completado catorze anos de idade; estão obrigados à lei do jejum todos os maiores de idade (quem completou 18 anos) até os sessenta anos começados. Todavia, os pastores de almas e pais cuidem para que sejam formados para o genuíno sentido da penitência também os que não estão obrigados à lei do jejum e da abstinência, em razão da pouca idade (cf. CDC, cân . 1252)

Por disposição da CNBB, no Brasil, toda sexta-feira do ano é dia de penitência, a não ser que coincida com solenidade do calendário litúrgico. Os fiéis nesse dia se abstenham de carne ou outro alimentoou pratiquem alguma forma de penitência, principalmente obra de caridade ou exercício de piedade

A Quarta-feira de Cinzas e a Sexta-feira Santa, memória da Paixão e Morte de Cristo, são dias de jejum e abstinência. A abstinência pode ser substituída pelos próprios fiéis por outra prática de penitência, caridade ou piedade, particularmente pela participação nesses dias da Sagrada Liturgia.

NORMAS DA CNBB SOBRE JEJUM E ABSTINÊNCIA EM VIGOR NO BRASIL 
Cânon 1251. Observe-se a abstinência de carne ou de outro alimento, segundo as prescrições da Conferência dos Bispos, em todas as sextas-feiras do ano, a não ser que coincida com algum dia enumerado entre as solenidades; observem-se a abstinência e o jejum na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira da Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Cânon 1252. Estão obrigados à lei da abstinência aqueles que tiverem completado catorze anos de idade; estão obrigados à lei do jejum todos os maiores de idade até os sessenta anos começados. 

Nota do cânon 1252: Os limites de idade para a penitência ficam modificados. A abstinência começa aos catorze anos e vai até o fim da vida. O jejum obriga a partir dos dezoito anos completos e vai até os cinqüenta e nove anos completos. 

Não se determina mais, no Código, em que consista o jejum. De acordo com a tradição jurídica anterior, trata-se de não tomar mais que uma refeição completa, permitindo-se, porém, algum alimento outras duas vezes por dia. Pode-se seguir essa norma, enquanto a Conferência Episcopal não determinar algo diferente.

Cânon 1253. A Conferência Episcopal pode determinar mais exatamente a observância do jejum e da abstinência, como também substituí-los, total ou parcialmente, por outras formas de penitência, principalmente por obras de caridade e exercícios de piedade. 

(CNBB, “Diretório da Liturgia e da organização da Igreja no Brasil”, 2010).

Quaresma: história, teologia e espiritualidade



 Por: Ms. VANDERSON DE SOUSA SILVA  MESTRE EM TEOLOGIA LITÚRGICA
A dupla índole do tempo Quaresmal, que, principalmente pela lembrança ou preparação do batismo e pela penitência, fazendo os fieis ouvirem com mais frequência a Palavra de Deus e entregarem-se à oração, os dispõe à celebração do mistério Pascal. Por isso: a) utilizem-se com mais abundância os elementos batismais próprios da liturgia quaresmal; seguindo as circunstâncias, restaurem-se certos elementos da tradição anterior; b) o mesmo diga-se dos elementos penitenciais (SC 109)
1. História e Teologia da Quaresma
A Quaresma é o tempo do ano litúrgico preparatório da Páscoa, a grande celebração da salvação operada pela morte e ressurreição de Jesus Cristo. O Tempo Quaresmal começa na Quarta-Feira de Cinzas e termina na Quinta-Feira Santa, excluindo a Missa da Ceia do Senhor, que já pertence ao Tríduo Pascal.

A celebração litúrgica da Quaresma surgiu no séc. IV. Na liturgia quaresmal são duas venerandas as instituições que a ela estão ligadas, a penitência pública e o catecumenado, preparação para o Batismo, a Crisma e a Eucaristia. Não nos esqueçamos de que no período patrístico o catecúmeno recebia na noite Santa da Vigília Pascal os três sacramentos da Iniciação cristã: Batismo, Crisma e Eucaristia. Daí a Quaresma ter um duplo caráter, a saber: penitencial e batismal.

Inicialmente a Quaresma durava três semanas, mas depois, em Roma, foi alargada a seis semanas (40 dias), com início no atual I Domingo da Quaresma (na altura denominado Quadragesima die, entenda-se 40.º dia anterior à Páscoa). O termo Quadragesima (que deu a nossa “Quaresma”) passou depois a designar a duração dos 40 dias evocativos do jejum de Jesus Cristo no deserto, segundo a Bíblia, a preparar-se para a vida pública.

No ocidente afirma Augusto Bergamini: “temos testemunhos diretos somente no fim do século IV. Falam desse período Etéria (385) em seu Itinerário, Santo Agostinho e Santo Ambrósio” (BERGAMINI, A. Cristo festa da Igreja. São Paulo: Paulinas, 1994, p. 266).
2. A Espiritualidade no Tempo Quaresmal
“Entesoura no céu aquele que dá a Cristo; dá a Cristo o que distribui ao pobre” (Santo Antônio de Pádua)
A penitência pública ao longo da Quaresma caiu em desuso, mas ficou no espírito dos fiéis a necessidade de se prepararem ao longo de 40 dias de penitência para a Solenidade da Páscoa. Por sua vez, o catecumenado que, durante séculos, teve na Quaresma a fase de preparação imediata para os sacramentos da Iniciação Cristã na noite Santa da Vigília Pascal, também caiu em desuso (exceto entre as populações a quem o cristianismo era anunciado pela primeira vez), mas foi restaurado pelo Concílio Vaticano II (1962-1965), dado o número crescente de adultos que pedem para entrar no caminho catecumenal, em vista de receber o Batismo, a Crisma e a Eucaristia.

Assim, a “eleição” dos catecúmenos para a fase da “iluminação” passou a fazer-se no I Domingo da Quaresma, entrando os “eleitos” em clima de recolhimento e preparação espiritual mais intensa, marcado nas últimas semanas pelos “escrutínios” com as “tradições” (entregas) do Símbolo da Fé (Credo) e da Oração Dominical (Pai-Nosso), que eles acabam por fazer seus, proclamando-os solenemente na liturgia dominical durante a Quaresma.

Contudo, havendo ou não catecúmenos, os fiéis são convidados a viver a Quaresma em espírito “catecumenal”, preparando-se para a renovação das promessas do Batismo na Vigília Pascal, em que todos nós iniciados na fé, iremos proclamar solenemente nosso compromisso de vivermos com fidelidade nosso ser cristão. Durante os domingos da Quaresma somos pela liturgia quaresmal, convidados a reconhecer nossos pecados (Batismo com suas renúncias, nossa Crisma vivendo como homens e mulheres pentecostais e a testemunharmos ao mundo a salvação de Cristo que nos é dado com o dom da Eucaristia) para experimentar a misericórdia de Deus.

No Tempo Quaresmal fazemos a experiência de reconhecer nossos pecados recorrendo às tradicionais práticas do jejum, da esmola e da oração, entendendo-as num sentido amplo de ascese cristã (luta contra as más inclinações, seduções mundanas e tentações, e exercício das virtudes cristãs), de caridade fraterna (pela prática das obras de misericórdia) e de intimidade com Deus (escutando a palavra de Deus e dando-se às várias formas de oração). Eis as práticas quaresmais:
  • Penitência - a Quaresma é um tempo forte de penitência. A atitude espiritual expressa por esta palavra, tantas vezes na boca dos profetas e de Jesus Cristo, é suscitada pela consciência do pecado. Começa por ser arrependimento pelo mal praticado e sincera dor do pecado; logicamente leva ao desejo de expiação e de reparação, para repor a justiça lesada, e de reconciliação com Deus e com os irmãos ofendidos; chega finalmente à emenda de vida e mais ainda à conversão cristã, que é muito mais que uma conversão moral, para ser uma passagem à fé e à caridade sobrenaturais, com tudo o que implica de mudança de mentalidade, sensibilidade e maneira de amar.
  • Jejum e esmola - para assegurar expressão comunitária à prática penitencial, sobretudo no tempo da Quaresma, a Igreja mantém o jejum e a abstinência tradicionais. Embora estas duas práticas digam hoje pouco à sensibilidade dos fiéis, mantêm-se em vigor, com variantes de país para país.
Fica a dica: para nós católicos são dias de jejum para os fiéis dos 18 aos 59 anos (a menos de dispensa, por doença ou outra causa) a Quarta-Feira de Cinzas e a Sexta-Feira Santa (convidando a liturgia a prolongar o jejum deste dia ao longo do Sábado Santo). E são dias de abstinência de carnes, para os fiéis depois dos 14 anos, com possibilidade de substituição por outras práticas de ascese, esmola (caridade) ou piedade, embora seja aconselhado manter a prática tradicional nas sextas-feiras da Quaresma de se abster de carne.

No que diz respeito à esmola, ela deve ser proporcional às posses de cada um e significar verdadeira renúncia, olhando sempre para os mais pobres e necessitados.  
3. A liturgia na Quaresma
Concedei-nos, ó Deus todo-poderoso, iniciar com este dia de jejum o tempo da Quaresma, para que a penitência nos fortaleça no combate contra o espírito do mal. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo (Oração do dia – Quarta-feira de Cinzas – Missal Romano).
O rico conteúdo da Quaresma é determinado pela sua finalidade, segundo fica explícito pelo Missal: uma preparação para a Páscoa. A penitência, o jejum, a esmola e a abstinência de carne não tem um sentido, nelas mesmas, mas como preparação para a Páscoa de Cristo.

Este ano de 2014, estamos no ano A, portanto: Quaresma batismal. O ano A retoma os grandes temas batismais do antigo Lecionário romano, que tinham sido transferidos para os dias feriais. Os mistérios celebrados em cada domingo do Tempo Pascal evocam: o encontro de Jesus com a samaritana, prometendo dar-lhe uma água nova; a cura do cego de nascença, apresentando o batismo como uma luz; a ressurreição de Lázaro, como sinal do que seria a verdadeira e definitiva ressurreição de Jesus. Cada um destes temas caracteriza todo o formulário da Missa do dia. Por isto, neste ano de 2014, portanto, ano A, iremos nas assembleias litúrgicas vivenciar uma quaresma batismal, preparando os catecúmenos que serão batizados e a comunidade que renovará as promessas batismais na Noite Santa da Vigília Pascal.
A liturgia quaresmal proporciona o clima mais adequado a este tempo, ou seja, do recolhimento, da penitência, da mortificação, mas sempre me vista de podermos melhor celebrar, com toda a solenidade a Páscoa da Ressurreição:
  • pelo rito das cinzas logo no início (Quarta-feira de Cinzas) somos exortados a entrarmos com Cristo no deserto e permanecermos com Ele durante 40 dias;
  • pelo uso de paramentos roxos que indicam a penitência deste tempo litúrgico;
  • a proibição de usar flores, pois a Igreja, como esposa de Cristo, está com Ele no deserto fazendo penitência;
  • a indicação do toque de instrumentos musicais que sejam somente para suster o canto, assim não deve-se na Quaresma diminuir o número de instrumentos e o seu volume (com a exceção do IV Domingo, Laetare – o Domingo da alegria);
  • pela supressão do canto do Glória em todos os dias do Tempo Quaresmal, para com toda a força e alegria cantarmos “Glória a Deus” na noite Santa da Vigília Pascal;
  • pela supressão também do Aleluia e do Te-Deum. Não cantaremos durante toda a Quaresma cantos que tenham a palavra “aleluia”. Isto, fazemos para cantá-lo na noite Santa da Vigília Pascal, visto que o “aleluia” é um canto pascal;
  • por cobrir as cruzes e as imagens (ainda que não seja obrigatório, é um sinal que nos ajuda a vivenciarmos a espiritualidade quaresmal.
Por fim, podemos afirmar que na Quaresma, toda a Igreja revive em penitência e recolhimento o mistério da redenção a fim de renovar-se no Espírito Santo e tornar-se para o mundo sempre mais um sinal da salvação pascal, operada por Cristo. Vivamos bem o Tempo Quaresmal em preparação à celebração da Páscoa de Cristo e na santa espera pelo dom pascal –  O Pentecostes.

Liturgia Diária - Quarta- Feira de CINZAS

Invoquemos a presença do Espírito Santo para ler e refletir a liturgia de hoje:

Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor. Enviai o vosso Espírito e tudo será criado e renovareis a face da terra. 

Oremos: 

Deus que instruístes os corações dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito e gozemos sempre da sua consolaçã
o. Por Cristo, Senhor nosso. Amém.
Oração
Pai, só te agradam as ações feitas na simplicidade e no escondimento. Que eu procure sempre agradar-te, enveredando por este caminho.
Primeira leitura: Jl 2,12-18
Leitura da profecia de Joel.

2 12 Por isso, agora ainda - oráculo do Senhor -, voltai a mim de todo o vosso coração, com jejuns, lágrimas e gemidos de luto.
13 Rasgai vossos corações e não vossas vestes; voltai ao Senhor vosso Deus, porque ele é bom e compassivo, longânime e indulgente, pronto a arrepender-se do castigo que inflige.
14 Quem sabe se ele mudará de parecer e voltará atrás, deixando após si uma bênção, ofertas e libações para o Senhor, vosso Deus?
15 Tocai a trombeta em Sião: publicai o jejum, convocai a assembléia, reuni o povo;
16 santificai a assembléia, agrupai os anciãos, congregai as crianças e os meninos de peito; saia o recém-casado de seus aposentos, e a esposa de sua câmara nupcial.
17 Chorem os sacerdotes, servos do Senhor, entre o pórtico e o altar, e digam: Tende piedade de vosso povo, Senhor, não entregueis à ignomínia vossa herança, para que não se torne ela o escárnio dos pagãos! Por que diriam eles: onde está o seu Deus?
18 O Senhor afeiçoou-se à sua terra, teve compaixão de seu povo;
Palavra do Senhor. - Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Salmos: Sl 50
          — Misericórdia, ó Senhor, pois pecamos!
— Misericórdia, ó Senhor, pois pecamos!
— Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia!/ Na imensidão do vosso amor, purificai-me!/ Lavai-me todo inteiro do pecado/ e apagai completamente a minha culpa!
— Eu reconheço toda a minha iniquidade,/ o meu pecado está sempre à minha frente./ Foi contra vós, só contra vós, que eu pequei,/ pratiquei o que é mau aos vossos olhos!
— Criai em mim um coração que seja puro,/ dai-me de novo um espírito decidido./ Ó Senhor, não me afasteis de vossa face,/ nem retireis de mim o vosso Santo Espírito!
— Dai-me de novo a alegria de ser salvo/ e confirmai-me com espírito generoso!/ Abri meus lábios, ó Senhor, para cantar,/ e minha boca anunciará vosso louvor!
 
 
2° Leitura: 2Cor 5,20 – 6,2
Leitura da segunda carta de são Paulo aos Coríntios.

5 20 Portanto, desempenhamos o encargo de embaixadores em nome de Cristo, e é Deus mesmo que exorta por nosso intermédio. Em nome de Cristo vos rogamos: reconciliai-vos com Deus!
21 Aquele que não conheceu o pecado, Deus o fez pecado por nós, para que nele nós nos tornássemos justiça de Deus.
1 Na qualidade de colaboradores seus, exortamo-vos a que não recebais a graça de Deus em vão.
2 Pois ele diz: “Eu te ouvi no tempo favorável e te ajudei no dia da salvação”. Agora é o tempo favorável, agora é o dia da salvação- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
 
Evangelho: Mt 6,1-6.16-18
         - O Senhor esteja convosco.
          - Ele está no meio de nós.
          - Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo São Mateus.
          - Glória a vós, Senhor.

        Naquele tempo, 6 1 Disse Jesus: “Guardai-vos de fazer vossas boas obras diante dos homens, para serdes vistos por eles. Do contrário, não tereis recompensa junto de vosso Pai que está no céu.
2 Quando, pois, dás esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem louvados pelos homens. Em verdade eu vos digo: já receberam sua recompensa.
3 Quando deres esmola, que tua mão esquerda não saiba o que fez a direita.
4 Assim, a tua esmola se fará em segredo; e teu Pai, que vê o escondido, recompensar-te-á.
5 Quando orardes, não façais como os hipócritas, que gostam de orar de pé nas sinagogas e nas esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade eu vos digo: já receberam sua recompensa.
6 Quando orares, entra no teu quarto, fecha a porta e ora ao teu Pai em segredo; e teu Pai, que vê num lugar oculto, recompensar-te-á.
16 Quando jejuardes, não tomeis um ar triste como os hipócritas, que mostram um semblante abatido para manifestar aos homens que jejuam. Em verdade eu vos digo: já receberam sua recompensa.
17 Quando jejuares, perfuma a tua cabeça e lava o teu rosto.
18 Assim, não parecerá aos homens que jejuas, mas somente a teu Pai que está presente ao oculto; e teu Pai, que vê num lugar oculto, recompensar-te-á”. - Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
 
Comentário do Evangelho
A conversão não é tarefa de um tempo, mas empenho de toda a vida.
Com essa celebração de caráter penitencial, tem início o tempo da Quaresma, tempo de graça e reconciliação que nos prepara para a comemoração anual do mistério pascal de Jesus Cristo. O texto prescrito para a Quarta-Feira de Cinzas, invariável nos três ciclos litúrgicos, começa por um alerta (v. 1), cuja exigência prática para a vida do discípulo e de toda a comunidade cristã é a rejeição da hipocrisia, como se verá nas considerações das práticas tradicionais de piedade (jejum, esmola e oração), aspectos importantes da vida religiosa no tempo de Jesus, também recomendadas pela Igreja. Essas práticas não podem alimentar a vaidade de uma religião puramente exterior – hoje, diríamos midiática – e se constituir num espetáculo público. Não podem levar ao autocentramento, mas elas têm por finalidade levar as pessoas a saírem de si mesmas e voltarem-se para Deus, que vê no segredo do coração, e se disporem a servir generosamente seus semelhantes. O jejum, a caridade fraterna e a oração são a expressão do desejo de uma verdadeira conversão; a conversão não é tarefa de um tempo, mas empenho de toda a vida.
 
Leitura Orante

Oração Inicial

Preparo-me para a Leitura, rezando com
todos que navegam na internet:

Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Creio, meu Deus, que estou diante de Ti.
Que me vês e escutas as minhas orações.
Tu és tão grande e tão santo: eu te adoro.
Tu me deste tudo: eu te agradeço.
Foste tão ofendido por mim:
eu te peço perdão de todo o coração.
Tu és tão misericordioso: eu te peço todas as graças
que sabes serem necessárias para mim.

1- Leitura (Verdade)

O que diz o texto do dia?
Leio atentamente, na Bíblia, o texto: Mt 6,1-6.16-18, e observo as comparações que Jesus faz.
Jesus deixa entrever em várias expressões deste texto, a necessidade de ser discreto. A piedade pode ser deturpada. Mostrar-se religioso, piedoso só para ser visto e louvado pelas pessoas, é valorizar a aparência, é voltar-se para si mesmo, é hipocrisia.
Queria dizer que a verdadeira piedade tem em vista apenas o voltar-se e encontrar o Pai.

2- Meditação (Caminho)

O que o texto diz para mim, hoje? Qual palavra mais me toca o coração? Quando rezo, em quem penso mais? Em mim mesmo? Ou busco unicamente a Deus? Fico observando as outras pessoas? Busco aparentar que sou uma pessoa piedosa?
Os bispos, em Aparecida nos deram orientações para nosso modo de ser como cristãos: “No seguimento de Jesus Cristo, aprendemos e praticamos as bem-aventuranças do Reino, o estilo de vida do próprio Jesus: seu amor e obediência filial ao Pai, sua compaixão entranhável frente à dor humana, sua proximidade aos pobres e aos pequenos, sua fidelidade à missão encomendada, seu amor serviçal até a doação de sua vida. Hoje, contemplamos a Jesus Cristo tal como os Evangelhos nos transmitiram para conhecer o que Ele fez e para discernir o que nós devemos fazer nas atuais circunstâncias.” (DAp 139)

3- Oração (Vida)

O que o texto me leva a dizer a Deus?
Ao Mestre Jesus
Mestre, ao meu coração,
se substitua o teu;
ao meu amor a
Deus, ao próximo, a mim mesmo,
se substitua o teu.
Vive em mim, ó Jesus Vida.
(DF 40).

4- Contemplação (Vida e Missão)

Qual meu novo olhar a partir da Palavra? Os bispos, na Conferência de Aparecida reconheceram e eu concordo com eles:
“A pessoa sempre procura a verdade de seu ser, visto que é esta verdade que ilumina a realidade de tal modo que possa se desenvolver nela com liberdade e alegria, com gozo e esperança.” (DAp 42).

Bênção

- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.
Fonte: Catequese Católica


"Fraternidade e Tráfico Humano". Mensagem do Papa para a Campanha da Fraternidade 2014



2014-03-05 Rádio Vaticana
No Brasil, com o início da Quaresma, a CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, lança oficialmente a Campanha de Fraternidade 2014, desta vez centrada no tema “Fraternidade e Tráfico Humano” e tendo como lema a expressão paulina “Foi para sermos livres que Cristo nos libertou”. A quinquagésima edição desta Campanha anual prevê uma série de iniciativas de sensibilização, formação e oração, visando ajudar a compreender melhor o fenómeno do tráfico humano, para preparar “agentes pastorais” que sejam “antenas” nas comunidades empenhadas nesta luta. Só no Brasil, calcula-se que haja pelo menos 200 mil pessoas reduzidas à escravidão.
Como é tradição, o Santo Padre enviou uma mensagem de encorajamento e apoio a esta Campanha da Fraternidade. Afirma nomeadamente o Papa Francisco: “Não é possível ficar impassível, sabendo que existem seres humanos tratados como mercadoria! Pense-se em adoções de criança para remoção de órgãos, em mulheres enganadas e obrigadas a prostituir-se, em trabalhadores explorados, sem direitos nem voz, etc. Isso é tráfico humano! Impõe-se um profundo exame de consciência: quantas vezes toleramos que um ser humano seja considerado como um objeto, exposto para vender um produto ou para satisfazer desejos imorais? … Quem usa e explora mesmo indiretamente, uma pessoa humana, torna-se cúmplice desta prepotência” – adverte o Papa, evocando um seu discurso a um grupo de Embaixadores.
Papa Francisco lembrou também “a prepotência” que tantas vezes reina no interior das famílias: “Pais que escravizam os filhos, filhos que escravizam os pais; esposos que, esquecidos da sua chamada para o dom, se exploram como se fossem um produto descartável, que se usa e se joga fora; idosos sem lugar, crianças e adolescentes sem voz. Quantos ataques aos valores basilares do tecido familiar e da própria convivência social! Sim, há necessidade de um profundo exame de consciência. Como se pode anunciar a alegria da Páscoa, sem se solidarizar com aqueles cuja liberdade aqui na terra é negada?” – interroga-se o Papa Francisco, que concluiu chamando a atenção para o facto de que, só ofenda a dignidade humana de alguém quem perdeu o sentido da sua própria dignidade de filho e filha de Deus. A dignidade humana é igual em todo o ser humano: quando a piso no outro, estou pisando a minha. Foi para a liberdade que Cristo nos libertou!”
Fonte: News.VA

Aviso: Hoje na Comunidade São José





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