A
Família Carismática de Fortaleza realizará no dia 24 de fevereiro, no
Condomínio Espiritual Uirapuru – CEU, a partir das 14h, o “Queremos Deus
2013”. O tema do evento terá como foco a Juventude por conta da
proximidade da Jornada Mundial da Juventude. Durante o evento louvores,
pregações e orações serão marcas presentes. Mais de 50 mil pessoas
estão sendo esperadas com um só objetivo: celebrar a fé em Deus. Além
das pessoas de Fortaleza estão sendo esperadas caravanas do interior do
Ceará. As atrações são Suely Façanha e a dupla Ítalo e Reno. Os
ingressos estão sendo vendidos nas Livrarias Paulus, Paulinas, Canção
Nova e Lojas Beth Set, e custa R$ 1,00. Informações pelo telefone (85)
8543 5449, com a coordenação do evento.
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013
Papa e Cardeais votam causas de canonização
Bento
XVI vai presidir na próxima segunda-feira, 11 de feevreiro, em Roma, um
consistório ordinário público para votar as causas de canonização de
três novos santos da Igreja Católica: um mártir e duas fundadoras de
institutos religiosos.
De acordo com o Escritório de
Celebrações Litúrgicas do Vaticano, os candidatos são Maria Guadalupe,
Laura de Santa Catarina de Sena e Antônio Primaldo. Maria Guadalupe
(1878-1963), mexicana, foi uma das fundadoras da Congregação das Servas
de Santa Margarida Maria e dos Pobres.
A colombiana Laura de Santa Catarina de
Sena (1874-1949) fundou a Congregação das Irmãs Missionárias da Beata
Virgem Maria Imaculada e de Santa Catarina de Sena. Já o mártir italiano
Antonio Primaldo, foi assassinado com cerca de 800 companheiros leigos
“por ódio à fé” em agosto de 1480, na cidade de Otranto, (sul) durante
uma invasão de tropas turcas.
No consistório, os cardeais se unem ao Pontífice para decidir sobre temas importantes ou participar de atos solenes.
Fonte: Vaticano
Renascer 2013 – Viva um carnaval diferente
janeiro 23rd, 2013 | Autor: Com Shalom
Venha viver o melhor carnaval de sua vida.
10 a 12 de fevereiro – Ginásio Paulo Sarasate.
Entrada franca.
Mais informações 85-3296-4583 – www.comshalom.org/renascer
Consep emite nota sobre a proposta que retira poderes investigativos do Ministério Público
Nos
dias 5 a 7 de fevereiro, o Conselho Episcopal de Pastoral (Consep) da
CNBB esteve reunido pela primeira vez no ano de 2013. O objetivo
principal da reunião é o acompanhamento da aplicação das Diretrizes da
Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil. Desta vez, os bispos emitiram
uma nota oficial sobre a proposta de emenda à Constituição Federal que
define o papel das polícias nas investigações criminais e deixa fora o
Ministério Público (MP).
“Nós pensamos que esta competência do
Ministério Público dever ser mantida”, afirmou o presidente da CNBB,
cardeal Raymundo Damasceno Assis. Na nota, os bispos destacam a
importância que o MP desempenha nas investigações essenciais ao
interesse da coletividade para o combate eficaz da impunidade. “É muito
importante que haja órgãos que possam realizar a investigação,
especialmente em casos complexos como corrupção, uso do dinheiro público
e corrupção eleitoral”, completou o secretário geral da Conferência,
dom Leonardo Ulrich Steiner.
A reunião do Consep tratou de diversos
outros temas. A Campanha da Fraternidade deste ano, que terá como tema
“Fraternidade e Juventude” e o lema “Eis-me aqui, envia-me” (Is 6,8) foi
abordada pelos bispos, que também trataram dos preparativos das
campanhas dos próximos anos. Em 2014, o tema que já estava definido é o
da Mobilidade Humana e do Trabalho Escravo. Nesta reunião, os bispos
definiram o núcleo temático da Campanha de 2015: a relação entre a
Igreja e a Sociedade, inspirada na Constituição Gaudium et Spes. O tema e
do lema serão elaborados posteriormente.
Além da tradicional análise de
conjuntura, os bispos analisaram o tema dos grandes eventos esportivos
que o Brasil vai sediar nos próximos anos: Copa das Confederações, Copa
do Mundo e Jogos Olímpicos. “Claro que nos preocupa a situação
denunciada por vários grupos da sociedade civil a respeito dos gastos e
da deslocação de famílias pobres para a realização das grandes obras.
Sobre estes assuntos vamos fazer um amplo trabalho de pesquisa das
principais dificuldades e o Conselho Permanente da CNBB, que se reúne no
começo de março, vai dar a palavra oficial da Igreja sobre essa
situação”, esclareceu o cardeal dom Damasceno.
Os bispos também trataram na reunião
sobre a questão da elaboração do marco regulatório da mineração no
Brasil. A CNBB já tentou participar deste debate junto ao governo
federal, mas até agora não tem conseguido obter respostas sobre os
questionamentos feitos. De acordo com os movimentos sociais que
acompanham a questão e que apresentaram o tema durante a reunião, a
discussão no momento está sendo feita apenas no nível dos grupos
econômicos interessados na exploração mineral. Em relação a este tema,
os bispos decidiram elaborar uma carta com conteúdo didático, que será
dirigida ao Congresso Nacional, à Presidência da República e ao Supremo
Tribunal Federal. Esse texto, porém, será apreciado, votado e divulgado
também no próximo encontro do Conselho Permanente.
O Consep tratou também dos preparativos
para a 5ª. Semana Social Brasileira que será realizada de 2 a 5 de
setembro desse ano. Houve também espaço para a partilha e informes dos
trabalhos realizados por cada comissão episcopal da Conferência, bem
como dos organismos vinculados que estavam presentes.
Notícia da CNBB
Encontro da Pastoral Vocacional da Arquidiocese de Fortaleza com Dom José Antônio
Na
última terça-feira, dia 05 de fevereiro, às 9h, no Seminário
Propedêutico, o Arcebispo de Fortaleza, Dom José Antônio encontrou-se
com membros da Pastoral Vocacional Arquidiocesana.
O encontro deu início aos trabalhos de
construção da Equipe Ampliada de Pastoral Vocacional, e contou já com a
presença, além do Arcebispo, de alguns Padres representantes de Regiões
Episcopais, leigos de Regiões Episcopais e Movimentos, Diácono
Permanente e do Coordenador Arquidiocesano da Pastoral Vocacional, Pe.
Rafhael.
No encontro foi repassada a agenda da
Pastoral Vocacional para o ano de 2013, além de agendados os próximos
encontros dessa Equipe com o Arcebispo.
Foi também constituída uma Equipe
central para a organização do I Seminário de Pastoral Vocacional que
acontecerá de 26 a 28 de abril de 2013. A comissão ficou assim
constituída: Pe. Rafhael (PV), Pe. Roberto Reinaldo (Sem. Propedêutico),
Maria José Penafort (Paróquia da Paz) e Maria de Fátima (Reitoria São
Judas).
Serão convocados pelo Arcebispo para os
próximos encontros: Um Padre por Região Episcopal, dois leigos por
Região Episcopal, um Diácono Permanente, dois membros da CRB Regional –
Fortaleza, dois membros dos Institutos Seculares, dois membros do FAMEC,
um seminarista, um membro da Pastoral Familiar da Arquidiocese , um
membro do Setor Juventude da Arquidiocese, um Formador do Seminário
Propedêutico, convidados da Coordenação.
Os encontro acontecerão nas seguintes datas: 28 de maio, 24 de setembro, 03 de dezembro.
Dentre as atividades da Pastoral Vocacional para 2013 foram confirmadas:
09 e 10 de março > Encontro de
Formação da Equipe Ampliada e Equipes Vocacionais com o Pe. Valdecir
Ferreira, CNBB Nacional, no Centro de Pastoral Maria Mãe da Igreja,
começando no sábado 8h.
26-28 de abril > I Seminário sobre
Pastoral Vocacional da Arquidiocese de Fortaleza, com o tema: “As
vocações e o Ano da Fé”, que contará com a presença e assessoria de Dom
Waldemar Passini, Bispo Auxiliar de Goiânia e referencial para a PV no
Brasil, Dom José Antônio, Arcebispo de Fortaleza, Dom Rosalvo e Dom
Vasconcelos, Bispos Auxiliares de Fortaleza (local em definição).
03 de agosto > Missa dos Coroinhas na Catedral, 08h, com Dom Rosalvo.
25 de agosto > IV Jornada Vocacional e II Feira Vocacional (local em definição).
Para maiores informações ligar: 3290.1045.
Por Pe. Rafhael Silva Maciel, Coordenador da Pastoral Vocacional da Arquidiocese de Fortaleza.
Veja também:
Entenda o significado da oração do Pai Nosso
André Alves
(Canção Nova )
O Pai Nosso é a mais perfeita oração (Santo Tomás de Aquino) e a síntese de todo o Evangelho (Tertulano) - YouCat 514
O Catecismo da Igreja Católica classifica a oração do Pai Nosso como a oração que está no centro das Escrituras, “a Oração do Senhor” e a oração da Igreja. E, Santo Agostinho explica que todas as orações da Bíblia, inclusive os Salmos, se convergem nos pedidos do Pai-Nosso. “Percorrei todas as orações que se encontram nas Escrituras, e eu não creio que possais encontrar nelas algo que não esteja incluído na oração do Senhor (Pai Nosso)”.
A importância dessa oração está vinculada, antes de tudo, ao fato de ter sido ensinada pelo próprio Cristo aos apóstolos e transmitida aos cristãos de hoje por meio da Sagrada Escritura e da Tradição. O Catecismo diz que ela deve ser tida como principal modelo de oração cristã, com a qual se inicia todas as demais orações. Todavia, não deve ser recitada como uma fórmula repetida “maquinalmente”.
De acordo com padre Alessandro Henrique das Chagas, pároco da Paróquia de Santa Cecília, em Cruzeiro (SP), a oração do Pai Nosso é fundamental porque contém tudo aquilo que é essencial para a vida humana.
“O Pai Nosso tem sete pedidos incluídos em si. Esse número na Sagrada Escritura significa a plenitude, plenitude de tudo aquilo que o homem precisa. Então, ela é fundamental porque o que está contido no Pai Nosso é aquilo que nós precisamos para nossa vida de cristãos, para a experiência da nossa fé em Deus”, explicou.
O sacerdote também ressalta que esta oração traduz a centralidade da pregação de Jesus: revelar o rosto paternal de Deus. "Jesus Cristo traz a identidade de Deus, Ele mostra que Deus é Pai, tanto que, a primeira palavra que Ele usa ao ensinar os discípulos a rezar é 'Pai'; Cristo os ensina a chamarem Deus de Pai."
Segundo padre Alessandro, aqueles que rezam esta oração recordam a sua filiação a Deus Pai, concedida aos homens por meio de Jesus Cristo. Na explicação do sacerdote, em Jesus todos são filhos e filhas, e para Deus é uma alegria ser chamado de Pai. "Deus se alegra em ter-nos como filhos", afirmou.
No Ano da Fé, a Igreja convida os católicos a aprofundarem o seu conhecimento sobre a fé. Veja abaixo, na tabela, os significados de cada expressão rezada na oração do Pai Nosso e conheça um pouco sobre as explicações que o Catecismo Jovem (YouCat) traz sobre esta oração.
Pai Nosso, que estais nos Céus,
|
O
Céu está onde Deus está. O Céu não corresponde a um lugar, mas designa
a presença de Deus, que não está preso ao espaço ou ao tempo.
|
santificado seja o Vosso Nome, | Santificar o nome de Deus significa colocá-LO acima de tudo. |
venha a nós o Vosso Reino, | Quando
rezamos “Venha a nós o vosso Reino” pedimos que Cristo retorne, tal
como prometeu, e que o império de Deus, que já irrompeu entre nós, se
imponha definitivamente. |
seja feita a Vossa Vontade, assim na Terra como no Céu! | Quando oramos para que a vontade de Deus se imponha universalmente, pedimos que aconteça na Terra e no nosso próprio coração o que já acontece no Céu. |
O pão nosso de cada dia nos dai hoje, | Pedir o pão para o nosso dia a dia torna-nos pessoas que esperam da bondade do seu Pai do Céu tudo o que é necessário, tanto os bens materiais como os espirituais. |
perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido, | O perdão misericordioso que damos aos outros é inseparável daquele que nós próprios procuramos. |
e não nos deixeis cair em tentação, | Porque corremos a cada dia e a cada momento o risco de negarmos a Deus e de pecarmos, pedimos a Deus que não nos deixe indefesos na violência da tentação. |
mas livrai-nos do Mal. | O “mal” no Pai Nosso não se refere a uma força ou uma energia espiritual negativa, mas ao mal em pessoa, que a Sagrada Escritura conhece pelos nomes de Tentador, Maligno, Pai da mentira, Satanás e Diabo. |
Amém! | Desde os tempos mais remotos, os judeus e os cristãos concluem as suas orações com “Amém”, que significa “Sim, assim seja!” |
Área Pastoral São José- Agenda - Fevereiro de 2013
AGENDA DE FEVEREIRO
2013 – ÁREA PASTORAL SÃO JOSÉ
|
|||||||
SEMANAS
|
DOMINGO
|
SEGUNDA
|
TERÇA
|
QUARTA
|
QUINTA
|
SEXTA
|
SABADO
|
PRIMEIRA
|
01
-
17h Confissões – SJ
-
19h Missa – SJ
Pe.
Luciano
|
02
– Festa Apres. do Sr
-
17h Missa – NSG
Pe.
Luciano
-
18:15h Missa – SL
Pe.
Luciano
-
19:30h Celebração – NSF
Fco.
das Chagas
|
|||||
SEGUNDA
4ª SEMANA DO TEMPO COMUM
|
03
-
07h Missa SJA
Pe.
Luciano
-
08h Celebração NSC
Fco.
das Chagas
-
17h Missa SJ
Pe.
Luciano
-
19h Missa SA
Pe.
Luciano
|
04
-
19h Missa - Consolação
Pe.
Luciano
Reunião
da equipe de liturgia
Fco.
das Chagas
|
05
-
19h – TERÇAS MISSIONÁRIAS NAS COMUNIADDES
-
SA – Fco. Chagas
-
NSG – Pe. Luciano
|
06
-
17h Confissões – NSC
-
19H Missa - NSC
Pe.
Luciano
|
07
-
17h Confissões – NSF
-
19:30H Missa - NSF
Pe.
Luciano
- 19:30hs – Adoração
– SJA
Fco.
das Chagas
|
08
-
17h Confissões – SA
-
19h Missa – SJ
Pe.
Luciano
|
09
-
17h Celebração – NSG
Fco.
das Chagas
-
18:15h Missa – SL
Pe.
Luciano
-
19:30h Missa – NSF
Pe.
Luciano
|
TERCEIRA
5ª SEMANA DO TEMPO COMUM
|
10
-
07h Missa SJA
Pe.
Luciano
-
08h Missa NSC
Pe.
Luciano
-
08h Celebração SA
Fco.
das Chagas
-
17h Missa SJ
Pe.
Luciano
|
11
|
12
-
19h – TERÇAS MISSIONÁRIAS (Facultativa)
|
13
– Cinzas
-
17:00h Missa SJ
Pe.
Luciano
-
19:30h Missa NSF
Pe.
Luciano
|
14
-
17h Confissões NSF
-
19h Missa – NSC
Pe.
Luciano
19:30hs
– Adoração SJ
Fco.
das Chagas
|
15
-
17h Confissões – SJ
-
19hs Missa de aniversário de 40 anos da Paróquia de São
Francisco de Assis – Dias Macedo . Toda a Área Pastoral
como FILHA é convidada especial.
|
16
-
17h Missa – SJ
Pe.
Luciano
-
18:15h Missa – SL
Pe.
Luciano
-
19:30h Missa – NSF
Pe.
Luciano
|
QUARTA
1ª SEMANA DA QUARESMA
|
17
-
07h Missa SJA
Pe.
Luciano
-
08h Celebração NSC
Fco.
das Chagas
-
17h Missa SJ
Pe.
Luciano
-
19h Missa SA
Pe.
Luciano
|
18
|
19
-
19h – TERÇAS MISSIONÁRIAS
-
NSC – Chagas
-
SJA – Pe. Luciano
|
20
-
17h Confissões – NSC
-
19h Missa NSC
Pe.
Luciano
|
21
-
17h Confissões – NSF
-
19:30h Missa - NSF
Pe.
Luciano
|
22
-
19h Celebração – SJ
Seminarista
Renato
|
23
-
17:00h Missa – NSG
Pe.
Luciano
-
18:15h Celebração – SL
Fco.
das Chagas
- 19:30h Celebração
– NSF
Fco.
das Chagas
-
19:00h – Missa - Juventude São José
Pe.
Luciano
|
QUINTA
2ª SEMANA DA QUARESMA
|
24
-
07h Missa SJA
Fco.
das Chagas
-
08h Missa NSC
Pe.
Luciano
-
17h Missa SJ
Pe.
Luciano
-
19h Celebração SA
Fco.
das Chagas
|
25
|
26
-
19:30h FORMAÇÃO BÍBLICA (responsabilidade da EQUIPE)
|
27
-
17h Confissões – SJA
-
19h Missa – NSC
Pe.
Luciano
|
28
-
17h Confissões – NSG
-
19:30h Missa - NSF
Pe.
Luciano
|
História da CNBB vista desde a janela das POM
Por
ocasião dos 60 anos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
(CNBB), celebrados em outubro de 2012, a direção das Pontifícias Obras
Missionárias (POM) colaborou com esse artigo que resgata a história da
instituição episcopal no panorama da dimensão missionária realçada com o
Concílio Vaticano II. Confira, abaixo.
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) nasceu no dia 14 de Outubro de 1952. O território nacional com extensão continental, as comunicações precárias, quando não ausentes, o número de Arquidioceses, Dioceses e Prelazias (117 ao todo) foram fatores decisivos para a criação desse organismo que, em 1952, só existia na França, Alemanha e Estados Unidos.
O Pentecostes da CNBB
Antes
de completar dez anos de vida, a CNBB foi abençoada com um poderoso
Pentecostes. No dia 25 de janeiro de 1961 o papa João XXIII chamou a
Roma todos os bispos católicos do mundo para, com eles, estudar os
grandes problemas da humanidade e, possivelmente, encaminhar sua
solução.
Nos
quatro anos seguintes, os nossos padres conciliares brasileiros foram
submetidos, três meses por ano, a um exigente noviciado: de manhã
sentados lado a lado com os bispos do mundo inteiro, na Basílica de São
Pedro, discutindo os temas propostos; de tarde na “Domus Mariae”
escutando os pensadores mais conceituados para enriquecer e atualizar
seus conhecimentos. Uma reciclagem e tanto.
O melhor fruto do Concílio
Os
frutos deste ingente trabalho foram quatro Constituições, nove Decretos
e três Declarações. Mas o Concílio produziu um fruto muito mais
precioso. No dia 11 de outubro de 1962, Roma recebeu 2.381 bispos
isolados e mutuamente desconhecidos. No dia 8 de dezembro de 1965, a
basílica de São Pedro devolveu ao mundo 2.386 bispos afinados,
conhecedores da realidade mundial, sensíveis e abertos aos problemas da
Igreja toda.
Antes
de sair de Roma, no final do Concílio, os bispos do Brasil realizam sua
IX Assembleia Geral, na qual foi elaborado o primeiro Plano de Pastoral
de Conjunto (PPC) organizado em seis linhas de ação, fundamentadas nos
documentos do Concílio Vaticano II. Uma dessas “linhas”, a segunda,
define o compromisso do episcopado brasileiro com a missão universal da
Igreja enunciada novamente pelo Concílio.
“Dentro do País e fora dele”
As
Diretrizes Gerais da Ação Pastoral da Igreja do Brasil (rebatizadas, a
partir de 1995, por Diretrizes Gerais da Ação evangelizadora da Igreja
do Brasil) e os Planos Bienais, retocados mais ou menos nas Assembleias
anuais dos Bispos, disseram coisas gloriosas sobre a importância, a
urgência, a conveniência do compromisso missionário ad gentes.
- Devemos "dar de nossa pobreza" projetando-nos ad gentes, além de nossas fronteiras (P 368). (DGAP 1978-82)
- Esta "tarefa especificamente missionária, (missão” ad gentes) que Jesus confiou e continua cotidianamente a confiar à sua Igreja, não se deve tornar uma realidade diluída na missão global de todo o povo de Deus, ficando desse modo descurada ou esquecida". (DGAP 1991-94)
- Esta "tarefa especificamente missionária, (missão” ad gentes) que Jesus confiou e continua cotidianamente a confiar à sua Igreja, não se deve tornar uma realidade diluída na missão global de todo o povo de Deus, ficando desse modo descurada ou esquecida". (DGAP 1991-94)
-
“Uma Igreja local não pode esperar atingir a plena maturidade eclesial
e, só então, começar a preocupar-se com a missão para além de seu
território. A maturidade eclesial é conseqüência e não apenas condição
de abertura missionária. Estaria condenando-se à esterilidade a Igreja
que deixasse atrofiado seu espírito missionário, sob a alegação de que
ainda não foram plenamente atendidas todas as necessidades locais (119).
(Igreja: comunhão e missão na evangelização dos povos, no mundo do
trabalho, da política e da cultura - Doc. 40 da CNBB).
Uma avaliação insuspeita
O que foi feito de tão generosos compromissos? A resposta encontramos nas páginas do Comunicado Mensal, órgão oficial da CNBB.
Na
XIII Assembleia Geral da CNBB (S. Paulo, 06-15.02.1973) Dom Mário
Gurgel, bispo encarregado da Linha II (Dimensão Missionária) apresentou
um relatório sobre aquela que ele chamou de “desconcertante deficiência
de espírito missionário” no Brasil.
O
documento afirma: “Herança talvez de uma cômoda dependência espiritual
de nossos irmãos missionários de outras terras e de um cristianismo
egoísta do «salva a tua alma», o que é certo é que essa apatia tem
conseqüências desastrosas na Igreja do Brasil, que vão desde o
raquitismo à ausência do senso de co-responsabilidade no interior de
nossas comunidades, bem como o desinteresse pelos nossos territórios de
missão e pelas necessidades da Igreja Universal”.
Concretizando
o diagnóstico, o bispo afirma: “Poderíamos apontar entre as
dificuldades para sanar essa falta do espírito missionário deficiências
estruturais tanto da própria CNBB como das Obras Pontifícias
Missionárias e falta de um relacionamento necessário entre as duas.
Relativamente à CNBB, o Plano de Pastoral de Conjunto previa que à Linha
2 caberia a ação missionária, na qual ‘devem empenhar-se todos os
membros do povo de Deus, cada um segundo sua vocação e função na Igreja”
(Plano de Pastoral de Conjunto, p. 90). No entanto, quando a cada linha
correspondia um ou mais Secretariados responsáveis por vários projetos
nos quatro programas, à Linha 2 cabia o Secretariado Nacional de
Prelazias que, pelo próprio nome, era mais um serviço às mesmas do que
um órgão dinamizador da ação missionária. Tanto isso é verdade que os
projetos da Linha 2 foram entregues ao Secretariado Geral (2.8) ou ao
Secretariado Nacional de Catequese (3.2)”.
“As
Pontifícias Obras Missionárias (POM), por sua vez - sem se desconhecer o
auxílio financeiro em prol das missões - pouco ajudaram ao
desenvolvimento do espírito missionário de nossos fiéis de vez que
colocavam todo a ênfase na arrecadação de auxílios, inclusive com
métodos e critérios pouco formativos”.
“Mas
o que impedia verdadeiramente uma ação mais eficiente e a correção das
falhas citadas, era a falta de uma coordenação de esforços. A
interpretação de seu caráter de pontifícias como isenção de qualquer
entrave fez com que, de um lado elas se esquivassem a uma orientação
pastoral e de outro, os bispos se desinteressassem pelas mesmas,
julgando, por vezes, indesejáveis suas campanhas nas dioceses”.
“Foi
tendo em vista a solução desse impasse, de consequências pastorais
muito mais sérias do que parecem à primeira vista, que se decidiu a
criação do Conselho Missionário Nacional (COMINA), conforme pede o Moto
Próprio Ecclesiae Sanctae (III, 11)”.
“A
proposta feita pelo bispo responsável pela Linha 2 em reunião dos
Superiores Religiosos Missionários promovida pela Obra Pontifícia da
Propagação da Fé (S. Paulo, agosto 1972) foi imediatamente acolhida”.
(Ver Comunicado Mensal, n. 245, fevereiro de 1973, pp. 362-364).
Poucos meses depois as POM se pronunciam:
Estamos
convencidos de que "a Igreja é, por sua natureza, missionária". A
consciência desta sua missionariedade aprofunda-se cada dia mais.
Entretanto, damos a esta missionariedade um sentido muitas vezes
incompleto e até ambíguo... As igrejas locais estabelecidas não podem
limitar a sua missionariedade à atividade evangelizadora dos que
convivem na mesma comunidade e estão longe do Cristo ou da vivência do
cristianismo.
É
verdade que a Missão é também aqui, mas não é verdade que seja somente
aqui. Igualmente é verdade que devemos irradiar a evangelização ao nosso
redor, no lugar em que vivemos e moramos, mas não é verdade que a
missionariedade (seja de cada cristão como de cada comunidade eclesial)
se esgota nisto. A Igreja vive e cresce e se torna adulta na medida e
que se abre à conversão do mundo...
Devemos
confessar que nem sempre sentimos e vivemos esta dimensão da
missionariedade. A Igreja no Brasil está fazendo grandes esforços para
se tornar missionária, mas só internamente.
Esta
dimensão interna da sua missionariedade é urgente e necessária, mas é
insuficiente, se não é completada pela dimensão universal, católica. É
preciso então, que a Igreja no Brasil se comprometa com a animação
missionária no sentido universal, assim como se compromete com a
dimensão missionária local... (CNBB - Comunicado Mensal, julho de 1973,
pp.956-957).
A
partir da criação do COMINA, que passou a articular e coordenar a
dimensão missionária no Brasil houve maior harmonia entre as várias
forças (POM, CNBB e CRB) engajadas nessa atividade. Uma das prioridades
continua sendo a formação através de encontros, congressos e outras
atividades nas dioceses e regionais, de maneira especial os cursos
realizados no Centro Cultural Missionário (CCM). Esse dinamismo
representa uma grande riqueza no esforço de evidenciar a verdadeira
natureza e identidade missionária da nossa Igreja. A celebração dos
sessenta anos da CNBB é uma boa ocasião para avaliar a caminhada feita,
evidenciando serenamente acertos e desencontros. Afinal, a missão
recebida de Jesus é maior que qualquer um de nós e o julgamento se fará a
partir dos frutos produzidos (Mt 7,20).Fonte: POM
Curso capacita agentes de pastoral para a ação e animação missionária
Responsável
pela temática Teologia da Missão, a religiosa Inês Costalunga, da
Congregação das Missionárias da Imaculada (PIME) abriu as atividades do
Curso de Extensão em Missiologia e Animação Pastoral, que teve início na
noite desta quarta-feira, 30, e segue até o próximo dia 10 de
fevereiro, no Centro Cultural Missionário (CCM), em Brasília. A formação
reúne 50 pessoas, entre leigos, padres e religiosos.
Para o
secretário executivo do CCM, padre Estevão Raschietti, com a conclusão
do ciclo formativo, os missionários devem estar aptos a desenvolver uma
prática missionária. “Espera-se, com a conclusão deste módulo, que o
missionário esteja capacitado a partir de instrumentos básicos, a fazer
projetos missionários com coordenadas e critérios para orientar e animar
a pastoral nos diversos ambientes: comunidades, dioceses e
além-fronteiras”, disse.
Segundo o
secretário, a Igreja precisa urgentemente de missionários preparados
para lidar com os problemas universais contemporâneos e o curso oferece
os mecanismos necessários para esse objetivo. “Precisamos de um modelo
de Igreja que seja correspondente aos desafios que temos hoje,
reorientar a caminhada eclesial segundo os critérios que obedeçam a uma
Missão na atualidade”. Padre Estevão destacou ainda que um modelo de
Igreja fechada deve ser descartado de uma vez por todas. “Não precisamos
de uma Igreja fechada em si mesma”, acentuou. “Precisamos de uma Igreja
aberta a todos; para isso devemos mudar a nossa mentalidade que surge
através de um aprofundamento crítico”, completou.
Teologia da Missão
Para
colaborar com os objetivos do curso, irmã Inês trabalhou o fundamento
trinitário da Missão e a natureza missionária da Igreja, na manhã de
ontem, 31. Ela abordou sobre a teologia da missão a partir do Evangelho
de Jesus passando pelos documentos da Igreja, com ênfase no Concílio
Vaticano II, para uma nova compreensão da missão. “Trabalho com eles a
Teologia da Missão que nos últimos 50 anos ficou esquecida e somente foi
retomada com as congregações chamadas de ad gentes. É de fundamental
importância desenvolver esse tema para todo o povo de Deus: leigos,
religiosos, sacerdotes, em diálogo com outras igrejas e toda a
humanidade”, sublinhou.
Padre
Severino Correia da Silva é pároco há 26 anos. Atualmente ele trabalha
na paróquia de São Vicente Férrer cuja cidade leva o mesmo nome no
interior do Pernambuco. Ele é um entusiasta da dimensão missionária e já
participou de outros cursos ministrados pelo CCM. Para ele, a formação
missionária é indispensável para o sacerdote que trabalha diretamente
com o povo. “Eu participo das formações missionárias quando posso por
que elas me dão as ferramentas necessárias para servir melhor o povo de
Deus. Meu objetivo é ter uma fundamentação teológica para servir melhor a
Igreja”, destacou o sacerdote.
Dilton
Maria Pinto, 46, sacerdote da diocese de Guanhães (MG) também acredita
que a formação é um eixo importante e indispensável para que o trabalho
missionário seja feito com qualidade. “Entendo que o missionário para
melhor anunciar Jesus deve sempre beber na fonte do batismo e buscar
sempre novos conhecimentos além da troca de experiência no contato e
convívio com outras pessoas”, afirmou. “Sinto que o dinamismo
missionário em algumas dioceses não acontece muitas vezes por que falta
uma formação permanente para aqueles que estão à frente das comunidades.
Daí o meu empenho de participar do curso oferecido pelo CCM”, completou
ainda padre Dilton.
A leiga
Cristina Guizzi, 32, coordenadora do Conselho Missionário Diocesano
(COMIDI) de São José do Rio Preto (SP), ressalta a importância da Igreja
não ficar amarrada às próprias estruturas. “Uma das maiores graças da
minha vida foi fazer missão em Rondônia. Como disse Dom Helder Câmara,
Missão é partir, deixar tudo e sair de si. Por isso, é preciso ter
formação para poder trabalhar. Esse curso me levou a ampliar a minha
dinâmica missionária e a compreensão de que missão vai de encontro a
todos os povos”, destacou.
Neste
terceiro módulo da formação, ainda haverá intervenções do mestre em
filosofia e educação, doutorando em filosofia e psicanálise, Júlio César
Werlang, (4 a 6 de fevereiro) que vai trabalhar o tema “A missão num
mundo globalizado”. Padre Estevão Raschietti, por sua vez, fecha a
formação com o tema “Projeto comunitário de missão”, nos dias 7 a 10 de
fevereiro. Fonte: POM
O missionário e a Missão diante dos desafios da globalização do mundo
Por Fúlvio Costa
06 / Fev / 2013 09:47
“A Missão num mundo globalizado” é o tema de discussão
desde segunda-feira 4, do Curso de Extensão em Missiologia e Animação
Pastoral (3º módulo – Testemunhas a serviço do Reino) que acontece no
Centro Cultural Missionário (CCM) em Brasília. Até o fim do dia de hoje,
6, conta com a orientação do mestre em filosofia da educação,
doutorando em filosofia e psicanálise, padre Júlio César Werlang.
O sacerdote diz que é importante estudar a dimensão missionária na atualidade por que é nesse meio que o missionário está inserido e é aí que mora os seus maiores desafios na evangelização. “Fizemos uma análise da cultura pós-moderna e da mudança de época que estamos todos inseridos. Além de tematizar o processo de globalização, dei ênfase à questão ambiental, ética e social. É indispensável esclarecer os desafios da nossa época para a vida missionária”, afirmou.
Padre
Júlio relata que entender a conjuntura mundial é o ponto de partida para
o missionário que quer ter êxito em seu trabalho. “O missionário
precisa entender o mundo à sua volta considerando a consciência
eclesial, as fronteiras da missão, as situações de pobreza e miséria, os
grandes centros urbanos, as realidades emergentes”.
O
missionário padre Patrick Samuel Batista, da diocese de Luziminas (MG)
atuante há quatro anos em Nova Mamoré, Guajará-Mirim (RO), fronteira com
a Bolívia, também participa do curso de missiologia oferecido pelo CCM.
Ele destaca que esse modelo de formação favorece o trabalho que é
realizado na prática missionária. “Participar desse curso é muito
importante para alargar os horizontes, confirmar a nossa caminhada
missionária e ter certeza que esse é o caminho que a Igreja propõe a
todos nós, a partir do Evangelho”.
Para a
coordenadora do Conselho Missionário (COMIDI) da arquidiocese de
Brasília, Déa Cláudia Duarte Queiroz, a formação lembra a importância da
missiologia para a prática da missão nos diversos aspectos e ambientes.
“Além da missão ad gentes, temos o dever de praticar a missão em nosso
país, comunidades, dioceses, através dos leigos, padres e religiosos.
Esse curso vem nos lembrar disso, além de proporcionar uma visão ampla
da complexidade do mundo em que o missionário é desafiado a atuar”.
A
abertura para o novo é o diferencial do curso, segundo o missionário
leigo Orly Côco, da diocese de Cachoeiro do Itapemirim (ES). “A abertura
para acolher o novo é o ponto mais importante desse curso. Aqui nós
ampliamos a visão de mundo, os vários horizontes, a questão da
inculturação e os desafios dos missionários diante das realidades
diversas”, sublinhou. Ele aponta ainda os maiores desafios do
missionário na atualidade. “Está no contexto neoliberal, pós-moderno,
que trazem outros atrativos e o desafio cresce quando se percebe que as
pessoas passam a ter olhares diferentes em relação a dado da fé, ou
seja, as pessoas, hoje, estão mais individualistas, mais resguardadas,
fechadas em suas próprias crenças, partilhando pouco do Reino que se dá
no coletivo, na vida comunitária”.
Projeto comunitário de missão
Nesta
quinta-feira, 7, tem início o último tema do curso. É orientado pelo
secretário executivo do CCM, padre Estevão Raschietti. “Projeto
comunitário de missão” será dividido em vários subtemas como “Práticas e
compromissos para uma Igreja em estado permanente de missão. Elementos
para uma iniciação à ação e à animação missionária”; “Caminhos e
caminhantes para uma Igreja em estado permanente de missão. Elementos
para uma espiritualidade da ação e animação missionária”; “Rumo a um
projeto comunitário de missão. Elementos para um plano de ação e
animação missionária”. Fonte: POM
Após 17 anos de espera, a terra finalmente é dos Xavante
Acaba a
desintrusão da Terra Indígena (TI), Marãwasitsédé, localizada nos
municípios de Alta Boa Vista e São Félix do Araguaia, estado do Mato
Grosso. Após 17 anos de espera e luta, o povo Xavante pode finalmente
retornar a terra natal de onde foram expulsos. A retirada dos ocupantes
ilegais foi concluída no dia 27 de janeiro. “Queremos agora recuperar a
natureza da nossa terra que eles (posseiros) destruíram”, afirma o
Cacique Damião Padridzane.
Segundo a
Fundação Nacional do Índio (Funai), 619 pontos estão totalmente
desocupados. Durante o processo de retirada dos invasores, o Instituto
Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) fez o cadastro de 235
famílias para participarem de projetos de assentamento da região e o
Ministério Público Federal do estado de Mato Grosso irá fiscalizar todo o
processo. “A Funai precisa ser mais firme e não dar espaço para que
fazendeiros e posseiros voltem a invadir nossa terra”, argumenta Damião
Xavante.
A
força-tarefa do Governo Federal que cumpriu o mandado de desocupação e
agora realiza a segurança da área é composta por servidores da
Secretaria-Geral da Presidência da República, Funai, Incra, Polícia
Federal, Polícia Rodoviária Federal, Centro Gestor e Operacional do
Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), Força Nacional e conta com
apoio logístico do Exército.
Durante a
operação de desintrusão, os indígenas foram constantemente ameaçados,
sofreram desde despejo de veneno na aldeia a fortes intimidações por
parte dos posseiros. “As ameaças na cidade ainda continuam, eu mesmo até
hoje não fui para lá, mas nunca deixei me intimidar, pois precisamos
defender um direito que é nosso”, conta o cacique Damião Xavante.
O
cacique comenta que há boatos na região sobre arrendamento do pasto para
fazendeiros, mas o mesmo protesta e afirma que não vai haver tal
prática, nem venda de madeiras, pois a comunidade se nega.
Os
invasores ameaçavam os indígenas após o mandado de desintrusão dos
ocupantes ilegais pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no dia 18 de
outubro, pelo então presidente do STF, o ministro Carlos Ayres Britto.
Inclusive o bispo emérito de São Félix do Araguaia, Dom Pedro
Casaldáliga, teve que se afastar no início de dezembro de 2012 de São
Félix. O bispo foi acusado de ter sido responsável pela decisão do STF.
Ameaças haviam se tornado cada vez mais insistentes e perigosas
Histórico
Na
Conferência de Meio Ambiente realizada no início de 1990 no Rio de
Janeiro, a Eco 92, a Agip anunciou, sob pressão, que devolveria
Marãiwatséde aos Xavante. Dos 165.241 hectares homologados e registrados
pela União, apenas 20 mil eram ocupados pelos indígenas. Mesmo com o
reconhecimento, os indígenas sofreram grandes pressões de latifundiários
e do poder político local para que Marãiwatsédé permanecesse nas mãos
dos fazendeiros.
Os
Xavante de Marãiwatsédé foram os últimos integrantes do povo a serem
contatados pelas frentes de atração do Serviço de Proteção ao Índio
(SPI), no final dos anos 1950. Não demorou uma década para os primeiros
posseiros iniciarem invasões, que culminaram na ocupação do território
pela família Ometto e a fazenda Suiá-Missú.
O povo
foi obrigado a trabalhar para os invasores nas terras que lhes
pertencia. Em 1966, sem completar uma década de contato, 263 indígenas
foram obrigados a entrar num avião rumo a Missão Salesiana de São
Marcos, 400 km ao sul do estado do Mato Grosso, lá aproximadamente 150
Xavante morreram de sarampo.
Por dois
anos permaneceram às margens da BR 158 até que conseguiram retomar um
hectare de terra, onde passaram a viver confinados, por decisão
Judicial. “Já ficamos em beira de estrada tomando poeira e sol porque os
fazendeiros não deixavam a gente entrar na terra que o governo tinha
reconhecido”, recorda o cacique Damião Xavante.
Marãiwatsédé
não podia ser vendida, permutada, trocada, cedida, doada ou
transferida. Ainda assim, a Assembleia Legislativa do Mato Grosso
aprovou, no primeiro semestre de 2012, lei autorizando a permuta da
terra indígena com o Parque Estadual do Araguaia - mesmo sem o
consentimento e a vontade dos indígenas. “Parque do Araguaia? Nunca
quisemos negociar troca das terras!”, afirma Damião Xavante.
A
conclusão da desintrusão e volta dos indígenas encerra uma etapa de
desrespeito e violação dos direitos dos Xavante de Marãwaitsédé e marca o
início de uma novo ciclo para os indígenas, que podem enfim, retornar
ao local de seus ancestrais e recuperar o que foi perdido.
Fonte: CIMI
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