quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Redes Sociais são tema da Mensagem do papa Bento XVI para o 47º Dia Mundial das Comunicações

 
24 / Jan / 2013 09:30
O papa Bento XVI divulgou nesta quinta-feira, 24, Dia de São Francisco de Sales, padroeiro dos jornalistas, a Mensagem para o 47º Dia Mundial das Comunicações, que será celebrado no dia 12 de maio. O tema central deste ano são as redes sociais. Confira a íntegra do documento.

Redes sociais: portais de verdade e de fé; novos espaços de evangelização
Amados irmãos e irmãs,

Encontrando-se próximo o Dia Mundial das Comunicações Sociais de 2013, desejo oferecer-vos algumas reflexões sobre uma realidade cada vez mais importante que diz respeito à maneira como as pessoas comunicam actualmente entre si; concretamente quero deter-me a considerar o desenvolvimento das redes sociais digitais que estão a contribuir para a aparição duma nova ágora, duma praça pública e aberta onde as pessoas partilham ideias, informações, opiniões e podem ainda ganhar vida novas relações e formas de comunidade.

Estes espaços, quando bem e equilibradamente valorizados, contribuem para favorecer formas de diálogo e debate que, se realizadas com respeito e cuidado pela privacidade, com responsabilidade e empenho pela verdade, podem reforçar os laços de unidade entre as pessoas e promover eficazmente a harmonia da família humana. A troca de informações pode transformar-se numa verdadeira comunicação, os contactos podem amadurecer em amizade, as conexões podem facilitar a comunhão. Se as redes sociais são chamadas a concretizar este grande potencial, as pessoas que nelas participam devem esforçar-se por serem autênticas, porque nestes espaços não se partilham apenas ideias e informações, mas em última instância a pessoa comunica-se a si mesma.

O desenvolvimento das redes sociais requer dedicação: as pessoas envolvem-se nelas para construir relações e encontrar amizade, buscar respostas para as suas questões, divertir-se, mas também para ser estimuladas intelectualmente e partilhar competências e conhecimentos. Assim as redes sociais tornam-se cada vez mais parte do próprio tecido da sociedade enquanto unem as pessoas na base destas necessidades fundamentais. Por isso, as redes sociais são alimentadas por aspirações radicadas no coração do homem.

A cultura das redes sociais e as mudanças nas formas e estilos da comunicação colocam sérios desafios àqueles que querem falar de verdades e valores. Muitas vezes, como acontece também com outros meios de comunicação social, o significado e a eficácia das diferentes formas de expressão parecem determinados mais pela sua popularidade do que pela sua importância intrínseca e validade. E frequentemente a popularidade está mais ligada com a celebridade ou com estratégias de persuasão do que com a lógica da argumentação. Às vezes, a voz discreta da razão pode ser abafada pelo rumor de excessivas informações, e não consegue atrair a atenção que, ao contrário, é dada a quantos se expressam de forma mais persuasiva. Por conseguinte os meios de comunicação social precisam do compromisso de todos aqueles que estão cientes do valor do diálogo, do debate fundamentado, da argumentação lógica; precisam de pessoas que procurem cultivar formas de discurso e expressão que façam apelo às aspirações mais nobres de quem está envolvido no processo de comunicação. Tal diálogo e debate podem florescer e crescer mesmo quando se conversa e toma a sério aqueles que têm ideias diferentes das nossas. «Constatada a diversidade cultural, é preciso fazer com que as pessoas não só aceitem a existência da cultura do outro, mas aspirem também a receber um enriquecimento da mesma e a dar-lhe aquilo que se possui de bem, de verdade e de beleza» (Discurso no Encontro com o mundo da cultura, Belém, Lisboa, 12 de Maio de 2010).

O desafio, que as redes sociais têm de enfrentar, é o de serem verdadeiramente abrangentes: então beneficiarão da plena participação dos fiéis que desejam partilhar a Mensagem de Jesus e os valores da dignidade humana que a sua doutrina promove. Na realidade, os fiéis dão-se conta cada vez mais de que, se a Boa Nova não for dada a conhecer também no ambiente digital, poderá ficar fora do alcance da experiência de muitos que consideram importante este espaço existencial. O ambiente digital não é um mundo paralelo ou puramente virtual, mas faz parte da realidade quotidiana de muitas pessoas, especialmente dos mais jovens. As redes sociais são o fruto da interacção humana, mas, por sua vez, dão formas novas às dinâmicas da comunicação que cria relações: por isso uma solícita compreensão por este ambiente é o pré-requisito para uma presença significativa dentro do mesmo.

A capacidade de utilizar as novas linguagens requer-se não tanto para estar em sintonia com os tempos, como sobretudo para permitir que a riqueza infinita do Evangelho encontre formas de expressão que sejam capazes de alcançar a mente e o coração de todos. No ambiente digital, a palavra escrita aparece muitas vezes acompanhada por imagens e sons. Uma comunicação eficaz, como as parábolas de Jesus, necessita do envolvimento da imaginação e da sensibilidade afectiva daqueles que queremos convidar para um encontro com o mistério do amor de Deus. Aliás sabemos que a tradição cristã sempre foi rica de sinais e símbolos: penso, por exemplo, na cruz, nos ícones, nas imagens da Virgem Maria, no presépio, nos vitrais e nos quadros das igrejas. Uma parte consistente do património artístico da humanidade foi realizado por artistas e músicos que procuraram exprimir as verdades da fé.

A autenticidade dos fiéis, nas redes sociais, é posta em evidência pela partilha da fonte profunda da sua esperança e da sua alegria: a fé em Deus, rico de misericórdia e amor, revelado em Jesus Cristo. Tal partilha consiste não apenas na expressão de fé explícita, mas também no testemunho, isto é, no modo como se comunicam «escolhas, preferências, juízos que sejam profundamente coerentes com o Evangelho, mesmo quando não se fala explicitamente dele» (Mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais de 2011). Um modo particularmente significativo de dar testemunho é a vontade de se doar a si mesmo aos outros através da disponibilidade para se deixar envolver, pacientemente e com respeito, nas suas questões e nas suas dúvidas, no caminho de busca da verdade e do sentido da existência humana. A aparição nas redes sociais do diálogo acerca da fé e do acreditar confirma a importância e a relevância da religião no debate público e social.

Para aqueles que acolheram de coração aberto o dom da fé, a resposta mais radical às questões do homem sobre o amor, a verdade e o sentido da vida – questões estas que não estão de modo algum ausentes das redes sociais – encontra-se na pessoa de Jesus Cristo. É natural que a pessoa que possui a fé deseje, com respeito e tacto, partilhá-la com aqueles que encontra no ambiente digital. Entretanto, se a nossa partilha do Evangelho é capaz de dar bons frutos, fá-lo em última análise pela força que a própria Palavra de Deus tem de tocar os corações, e não tanto por qualquer esforço nosso. A confiança no poder da acção de Deus deve ser sempre superior a toda e qualquer segurança que possamos colocar na utilização dos recursos humanos. Mesmo no ambiente digital, onde é fácil que se ergam vozes de tons demasiado acesos e conflituosos e onde, por vezes, há o risco de que o sensacionalismo prevaleça, somos chamados a um cuidadoso discernimento. A propósito, recordemo-nos de que Elias reconheceu a voz de Deus não no vento impetuoso e forte, nem no tremor de terra ou no fogo, mas no «murmúrio de uma brisa suave» (1 Rs 19, 11-12). Devemos confiar no facto de que os anseios fundamentais que a pessoa humana tem de amar e ser amada, de encontrar um significado e verdade que o próprio Deus colocou no coração do ser humano, permanecem também nos homens e mulheres do nosso tempo abertos, sempre e em todo o caso, para aquilo que o Beato Cardeal Newman chamava a «luz gentil» da fé.

As redes sociais, para além de instrumento de evangelização, podem ser um factor de desenvolvimento humano. Por exemplo, em alguns contextos geográficos e culturais onde os cristãos se sentem isolados, as redes sociais podem reforçar o sentido da sua unidade efectiva com a comunidade universal dos fiéis. As redes facilitam a partilha dos recursos espirituais e litúrgicos, tornando as pessoas capazes de rezar com um revigorado sentido de proximidade àqueles que professam a sua fé. O envolvimento autêntico e interactivo com as questões e as dúvidas daqueles que estão longe da fé, deve-nos fazer sentir a necessidade de alimentar, através da oração e da reflexão, a nossa fé na presença de Deus e também a nossa caridade operante: «Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, sou como um bronze que soa ou um címbalo que retine» (1 Cor 13, 1).

No ambiente digital, existem redes sociais que oferecem ao homem actual oportunidades de oração, meditação ou partilha da Palavra de Deus. Mas estas redes podem também abrir as portas a outras dimensões da fé. Na realidade, muitas pessoas estão a descobrir – graças precisamente a um contacto inicial feito on line – a importância do encontro directo, de experiências de comunidade ou mesmo de peregrinação, que são elementos sempre importantes no caminho da fé. Procurando tornar o Evangelho presente no ambiente digital, podemos convidar as pessoas a viverem encontros de oração ou celebrações litúrgicas em lugares concretos como igrejas ou capelas. Não deveria haver falta de coerência ou unidade entre a expressão da nossa fé e o nosso testemunho do Evangelho na realidade onde somos chamados a viver, seja ela física ou digital. Sempre e de qualquer modo que nos encontremos com os outros, somos chamados a dar a conhecer o amor de Deus até aos confins da terra.

Enquanto de coração vos abençoo a todos, peço ao Espírito de Deus que sempre vos acompanhe e ilumine para poderdes ser verdadeiramente arautos e testemunhas do Evangelho. «Ide pelo mundo inteiro, proclamai o Evangelho a toda a criatura» (Mc 16, 15).

Vaticano, 24 de Janeiro – Festa de São Francisco de Sales – do ano 2013.                    Fonte: POM

Líderes pró-vida criticam ministro japonês que pediu que os idosos “se apressem e morram”


Taro Asso
MADRI, 24 Jan. 13 / 10:25 am (ACI/EWTN Noticias).- As declarações do ministro da Economia do Japão, Taro Asso, quem pediu recentemente, em uma reunião política sobre reformas de segurança social que os idosos “se apressem e morram”, são sintomas do egoísmo moderno da sociedade e “refletem a outra cara da moeda da desproteção da vida humana”, asseguraram líderes pró-vida.

Taro Asso assinalou ainda que, se estivesse na situação das pessoas de idade avançada que recebem tratamento médico, “eu me despertaria sentindo-me cada vez pior sabendo que (o tratamento) foi pago inteiramente pelo governo”.

Em declarações ao grupo ACI no dia 23 de janeiro, a porta-voz da plataforma espanhola Derecho a Vivir (Direito a Viver), a Dra. Gádor Joya, assinalou que as declarações do ministro japonês de Finanças, Taro Asso, de 72 anos de idade, animando à aniquilação de vidas em sua fase terminal por motivos econômicos “refletem a outra cara da  moeda da desproteção da vida humana”.

“Quando se generaliza a opinião de que a vida humana não tem valor em alguma de suas etapas, por exemplo, a pré-natal, estende-se  a postura de que essa mesma vida pode ser então desprezada em qualquer outro momento”, assegurou.

A porta-voz do grupo pró-vida espanhol assinalou que “estudos realizados na Holanda, país pioneiro na promoção da eutanásia legal, assinalam a confirmação da teoria da ladeira escorregadia”, segundo a qual “uma vez que se abre uma brecha legal para a eliminação de seres humanos que estão em uma fase de especial vulnerabilidade, o mais provável é um efeito multiplicador e generalizador”.

“Assim aconteceu historicamente com leis contrárias à proteção da vida humana. Na Espanha, sem ir muito longe, a aprovação de uma lei despenalizadora do aborto, supostamente em casos excepcionais, acarreou na morte de 9 seres humanos em 1985. Nos anos seguintes, foram 411. Em 1987, superou-se a marca dos 17.000 abortos. Em 2011, últimas cifras oficiais conhecidas, 118.359 seres humanos foram eliminados antes de nascer”, assinalou.

Gádor Joya indicou ao ministro Asso “a quem desejamos que não se veja na circunstância daqueles a quem ele anima aniquilar por serem custosos”, devemos recordar que, “além do fato que todo ser humano tem direito à vida, esses mesmos que hoje são desde seu ponto de vista descarnado um fardo para o sistema, foram aqueles que contribuiram com riqueza e deram um futuro à sua nação”.

Por sua parte, Carlos Álvarez, porta-voz do Grupo Vida Digna ligado à plataforma civil Profissionais pela Ética (PPE), disse ao grupo ACI que as declarações do ministro japonês são a prova de que “a verdadeira doença que corrói as nossas sociedades modernas é o egoísmo”.

Álvarez assinalou que atualmente “foge-se de tudo aquilo que implica esforço e ajuda ao próximo, em especial ao mais frágil e vulnerável. Os políticos, ao parecer, estão contagiando-se depressa como se isto fosse pandêmico”.

O porta-voz do Grupo Vida Digna do PPE sublinhou que “a linguagem a favor da eutanásia se reveste de diferentes linguagens conforme a conveniência”.

“No caso japonês, apresenta-se sob uma linguagem nitidamente economicista em outras nações como Países Baixos, Bélgica, Luxemburgo e França  a justificação da eutanásia se reveste de progresso e liberdade”, advertiu.
                          Fonte: Acidigital

O Papa: Cristãos não devem temer ir "contra corrente" ou não estar na moda

VATICANO, 23 Jan. 13 / 03:51 pm (ACI/EWTN Noticias).- Em sua habitual catequese da audiência geral desta quarta-feira, o Papa Bento XVI recordou que os cristãos não devem ter medo de acreditar em Deus e assim ir "contra corrente" sem cair na tentação de "adequar-se" ao mundo e às opiniões do momento.
Na sala Paulo VI e ante milhares de fiéis presentes, o Santo Padre dedicou sua primeira catequese a refletir sobre o Credo, especificamente a primeira afirmação desta oração: "Eu creio em Deus".
A exemplo de Abraão, o patriarca do Antigo Testamento, quando afirmamos que cremos em Deus, dizemos: "'Confio em ti, confio-me a ti, Senhor', mas não como a Qualquer um a quem recorrer somente nos momentos de dificuldade ou a quem dedicar qualquer momento do dia ou da semana".
"Dizer ‘Eu creio em Deus’ significa fundar sobre Ele a minha vida, deixar que a sua Palavra a oriente a cada dia, nas escolhas concretas, sem medo de perder algo de mim mesmo".
Logo depois de explicar a importância do Batismo para a fé, o Santo Padre diz que "Abraão, o crente, ensina-nos a fé; e, como estrangeiro na terra, nos indica a verdadeira pátria. A fé nos torna peregrinos na terra, inseridos no mundo e na história, mas em caminho para a pátria celeste".
"Crer em Deus nos torna, portanto, portadores de valores que frequentemente não coincidem com a moda e a opinião do momento, pede-nos para adotar critérios e assumir comportamentos que não pertencem ao modo comum de pensar. O cristão não deve ter temor de ir "contra a corrente" para viver a própria fé, resistindo a tentação da ‘uniformidade’".
Bento XVI recordou que "em tantas de nossas sociedades Deus se tornou o ‘grande ausente’ e no seu lugar estão muitos ídolos, diversos ídolos e sobretudo a posse e o ‘eu’ autônomo. E também os significativos e positivos progressos da ciência e da técnica têm levado o homem à ilusão de onipotência e de autossuficiência, e um crescente egocentrismo criou não poucos desequilíbrios dentro dos relacionamentos interpessoais e dos comportamentos sociais".
"No entanto, a sede de Deus não foi extinta e a mensagem evangélica continua a ecoar através das palavras e obras de tantos homens e mulheres de fé. Abraão, o pai dos crentes, continua a ser pai de muitos filhos que aceitam caminhar sob seus passos e se colocam em caminho, em obediência à vocação divina, confiando na presença benevolente do Senhor e acolhendo a sua benção para fazer-se benção para todos".
O Papa disse também que "é o mundo abençoado da fé ao qual todos somos chamados, para caminhar sem medo seguindo o Senhor Jesus Cristo. E é um caminho às vezes difícil, que conhece também o julgamento e a morte, mas que abre a vida, em uma transformação radical da realidade que somente os olhos da fé são capazes de ver e desfrutar em plenitude".
Em sua catequese, o Papa fez uma detalhada explicação da fé de Abraão, que é modelo para os crentes.
?Eu creio em Deus, explicou, "é uma afirmação fundamental aparentemente simples na sua essencialidade, mas que abre ao infinito mundo do relacionamento com o Senhor e com o seu mistério. Crer em Deus implica adesão a Ele, acolhimento da sua Palavra e obediência alegre à sua revelação".
Bento XVI ressaltou que é na Bíblia onde podemos escutar a Deus porque ali a Palavra do Senhor se faz audível a todos.
"Muito belo, a este respeito, é o capítulo 11 da Carta aos Hebreus, que escutamos há pouco. Aqui se fala da fé e se colocam à luz grandes figuras bíblicas que a viveram, transformando-se modelo para todos os crentes. Diz o texto no primeiro versículo: ‘A fé é fundamento da esperança, é uma certeza a respeito do que não se vê’".
"Os olhos da fé são, portanto, capazes de ver o invisível e o coração do crente pode esperar além de toda a esperança, propriamente como Abraão, do qual Paulo diz na Carta aos Romanos que ‘acreditou, esperando contra toda a esperança’".
Recordando que Abraão não pôde viver na terra prometida, o Papa ressaltou que esse lugar não lhe pertence ao patriarca: "ele é um estrangeiro e como tal permanecerá para sempre, com tudo aquilo que isto comporta: não ter ambição de propriedade, sentir sempre a própria pobreza, ver tudo como presente. Esta é também a condição espiritual de quem aceita seguir o Senhor, de quem decide partir acolhendo o seu chamado, sob o sinal de sua invisível mas poderosa benção".
Bento XVI sublinhou deste modo que "Abraão é bendito porque, na fé, sabe discernir a benção divina indo além das aparências, confiando na presença de Deus também quando os seus caminhos lhe parecem misteriosos".
Para concluir, o Papa ressaltou que "afirmar "Eu creio em Deus" leva-nos, então, a partir, a sair continuamente de nós mesmos, como Abraão, para levar na realidade cotidiana na qual vivemos a certeza? que nos vem da fé: a certeza, isso é, da presença de Deus na história, também hoje; uma presença que leva vida e salvação, e nos abre a um futuro com Ele para uma plenitude de vida que não conhecerá nunca o pôr do sol".  Fonte: Acidigital

Monsenhor Camurça, 100 anos!

Padre Geovane Saraiva*
gevane saraivaAgradecemos ao bom Deus neste ano 2013, o centenário de nascimento do Monsenhor André Viana Camurça (11/04/1913-02/08/2011), modelo de sacerdote, nas esplêndidas virtudes, fosse no diálogo com o povo de Deus, fosse com os colegas sacerdotes, destacando-se como um referencial nesta Igreja de Fortaleza. Ocupou as mais elevadas funções na Arquidiocese de Fortaleza, no pastoreio de Dom Manuel da Silva Gomes, Dom Antônio de Almeida Lustosa, Dom José de Medeiros Delgado e Dom Aloísio Lorscheider; exercendo ainda os cargos de Secretário da Educação do Estado do Ceará e no Conselho Estadual de Educação, exercendo a presidência do mesmo. Aos 03 de fevereiro de 1946, fundou Previdência Sacerdotal, sociedade civil, beneficente, com personalidade jurídica sem fins lucrativos (Hospital Cura D’Ars).
Ele foi um ser humano, com uma existência longa, que embora tenha se esforçado para viver bem e feliz neste mundo, com absoluta certeza teve a consciência de que a felicidade aqui é relativa, mesmo por causa dos espaços vazios, lacunas e limites, próprios da vida; ainda mais porque a convicção assegurou-lhe que esta vida terrena é a antecipação da felicidade completa, que é a bem-aventurança eterna, segundo a promessa do Filho de Deus (cf. MT 5, 1-12).
É exatamente por causa da promessa de Jesus de Nazaré, que agradecemos ao bom Deus o dom maravilhoso da vida do Monsenhor André Viana Camurça, patrimônio do povo cearense, que após de combater o bom combate, terminar sua corrida e guardar a fé (Gl 4, 7), foi chamado ao seio do Pai aos 98 anos de idade, vividos e bem vividos, nesta cidade de Fortaleza, na manhã do dia 02 de agosto do ano 2011.
O nosso querido Monsenhor Camurça recebeu a missão de anunciar o Evangelho da salvação, falando ao mundo da importância da fé e da esperança, do sentido da elevação da alma e do sentido transcendência, ao mesmo tempo em que abriu para os habitantes deste mesmo mundo, em que nele foi inserido, as portas do Redentor, nos seus 76 anos de ministério sacerdotal (1935-2011), na nossa Arquidiocese de Fortaleza.
No seu jeito simples, manso e singelo de viver, no seu amor para com todos, indistintamente, embora uma característica sua lhe fosse muito peculiar: de está sempre ao lado dos colegas sacerdotes, nunca se acovardando diante das circunstâncias, quando alguns sacerdotes passavam por dificuldades. Quando o mar era agitado e o vento era contrário, lá se apresentava o querido Monsenhor Camurça, com sua habilidade, prudência e sabedoria e grande generosidade de coração, na qualidade de Vigário Geral da nossa Arquidiocese Fortaleza, acalmando as tempestades (cf. Lc 8, 22-25).
Que a bondade, o espírito de fé e esperança, grande legado deixado por Monsenhor Camurça, criatura humano santa, profundamente marcada pela graça de Deus, ao arregaçar as mangas e partir para o campo de ação, com a missão de anunciar as maravilhas do Senhor, indo ao encontro de uma porção de homens e mulheres, jovens, idosos e crianças, ávidos em busca da mensagem de salvação, sendo-lhes sal da terra e luz do mundo, nos inspire na luta e na mística do dia a dia. “Muito bem servo bom e fiel, como foste no pouco, irei te constituir no muito, entra na alegria do teu Senhor” (MT 25, 2).
Homem da qualidade, nos seus dons, talentos, habilidades e persistência, não surge de um dia para o outro.  Ele que gostava de falar de seu berço familiar e de sua querida mãe, de sua formação no Seminário da Prainha, vivida em grande parte, na companhia de Dom Helder Câmara, Dom Hélio Campos, Dom José Bezerra Coutinho e tantos outros colegas. Mas aqui quero destacar, sobretudo, algo imprescindível e edificante: seu ministério sacerdotal na Igreja de Fortaleza, como ele afirmava: “sempre gostei de ser padre; nunca achei ruim ser padre; vivi sempre satisfeito”.  Por este servo bom e fiel, que foi uma pessoa certa numa hora certa, nesta Igreja pela qual deu a vida, antes e depois do Concílio Vaticano II, na alegria e na gratidão no centenário do seu nascimento, neste ano de 2013, que Deus seja louvado!

Fonte: Arquidiocese de Fortaleza

Setor Juventude da Região Sagrada Família realiza encontro de formação

A Campanha da Fraternidade (CF) 2013 retoma o tema Juventude e se propõe olhar a realidade dos jovens, acolhendo-os com a riqueza de suas diversidades, propostas e potencialidades. Com essa motivação, o Setor Juventude da Região Episcopal Metropolitana Sagrada Família realiza um encontro de formação sobre a CF 2013 que se realizará no dia 27  de janeiro, das 8h às 12h, no salão da Paróquia São José, localizado à Praça Major Brás, 5 – centro de Maracanaú-CE. Na oportunidade, serão entregue as conclusões do estudo realizado em nível de Arquidiocese, o calendário anual de atividades relacionadas à juventude em nível de Região e Arquidiocese, bem como lanche e almoço. São convidados cinco representações de cada Paróquia da Região.
Outras informações, dúvidas e sugestões contatar no escritório da Região através: (85) 3297-2849; 8635-2749 – Oi; 9946.6571 – Tim; rmsagradafamilia@yahoo.com.br ou com: Rafael Abreu (coordenador) – 8851.3552 ou com Pe. Tiago Geyrdenn (assessor eclesiástico) – (85) 9955.1766.

OSIB divulga calendário de atividades para 2013


Acontece de 21 a 25 de janeiro de 2013 o Encontro Nacional de Formadores, promovido pela Organização dos Seminários e Institutos de Filosofia e Teologia do Brasil – OSIB. O encontro tem a assessoria do Mons. Juan Esquerda Bifet, Professor Emérito da Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. A temática versa sobre “A diocesaneidade como fundamento da espiritualidade presbiteral alicerçada no Bom Pastor e na Caridade Pastoral”.osib_g
Participam do encontro aproximadamente 120 padres, formadores de todo o Brasil, juntamente com a Presidência da OSIB Nacional, com Dom Pedro Brito (Arcebispo de Palmas e Presidente da Comissão Episcopal para os Ministérios Ordenados e Vida Consagrada da CNBB), Dom Waldemar Passini(Bispo Auxiliar de Goiânia e Responsável na  Comissão Episcopal para os Ministérios Ordenados e Vida Consagrada da CNBB, pela PV e OSIB) , Pe. Valdecir Ferreira (Assessor da CNBB para a PV e OSIB). No dia 23, às 9h, os Bispos e Padres participarão da Missa na Basílica Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida.
Pe. Rafhael.

Por que a Igreja guarda o Domingo e não o Sábado?


O motivo mais importante é que Jesus Cristo ressuscitou no Domingo, inaugurando a “nova Criação” libertada do pecado. Assim o Domingo (= dominus, dia do Senhor) é a plenitude do Sábado judaico. Sabemos que o Antigo Testamento é um figura do Novo; o Sábado judaico é um figura do Domingo cristão. O Catecismo da Igreja assim explica:   §2175 – “O Domingo distingue-se expressamente do sábado, ao qual sucede cronologicamente, cada semana, e cuja prescrição ritual substitui, para os cristãos. Leva à plenitude, na Páscoa de Cristo, a verdade espiritual do Sábado judaico e anuncia o repouso eterno do homem em Deus. Com efeito, o culto da lei preparava o mistério de Cristo, e o que nele se praticava prefigurava, de alguma forma, algum aspecto de Cristo (1Cor 10,11)”.
Os Apóstolos celebravam a Missa “no primeiro dia da semana”; isto é, no Domingo, como vemos em At 20,7: “No primeiro dia da semana, estando nós reunidos para a fração do pão…” Em Mt 28, 1 vemos: “Após o Sábado, ao raiar o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria vieram ao Sepulcro…” Em Ap 1, 10, São João fala que “no dia do Senhor, fui movido pelo Espírito…” e a coleta era feita “no primeiro dia da semana” (1Cor 16,2).  
Cadastre-se grátis e receba os meus artigos no seu e-mail   A Epístola de Barnabás (74 d.C.) um dos documentos mais antigos da Igreja, anterior ao Apocalipse, dizia: “Guardamos o oitavo dia (o domingo) com alegria, o dia em que Jesus levantou-se dos mortos” (Barnabás 15:6-8).  
Santo Inácio de Antioquia (†107), mártir no Coliseu de Roma, bispo, dizia: “Aqueles que viviam segundo a ordem antiga das coisas voltaram-se para a nova esperança, não mais observando o Sábado, mas sim o dia do Senhor, no qual a nossa vida foi abençoada, por Ele e por sua morte” (Carta aos Magnésios. 9,1).
“Devido à Tradição Apostólica que tem origem no próprio dia da ressurreição de Cristo, a Igreja celebra o mistério pascal a cada oitavo dia, no dia chamado com razão o dia do Senhor ou Domingo” (SC 106). O dia da ressurreição de Cristo é ao mesmo tempo “o primeiro dia da semana”, memorial do primeiro dia da criação, e o “oitavo dia”, em que Cristo, depois do seu “repouso” do grande Sábado, inaugura o dia “que o Senhor fez”, o “dia que não conhece ocaso”. (Cat. §1166)
São Justino (†165), mártir, escreveu: “Reunimo-nos todos no dia do sol, porque é o primeiro dia após o Sábado dos judeus, mas também o primeiro dia em que Deus, extraindo a matéria das trevas, criou o mundo e, neste mesmo dia, Jesus Cristo, nosso Salvador, ressuscitou dentre os mortos“ (Apologia 1,67).  
São Jerônimo (†420), disse: “O dia do Senhor, o dia da ressurreição, o dia dos cristãos, é o nosso dia. É por isso que ele se chama dia do Senhor: pois foi nesse dia que o Senhor subiu vitorioso para junto do Pai. Se os pagãos o denominam dia do sol, também nós o confessamos de bom grado: pois hoje levantou-se a luz do mundo, hoje apareceu o sol de justiça cujos raios trazem a salvação.” (CCL, 78,550,52)  
Desta forma a Sagrada Escritura e a Sagrada Tradição da Apostólica nos mostram porque desde a Ressurreição do Senhor a Igreja guarda o Domingo como o Dia do Senhor.  
Por Prof. Felipe Aquino

Fonte: cancaonova

Lançamento do texto-base do 13º Intereclesial de CEBs e do livro “Os desafios do mundo contemporâneo”


Padre Vileci Vidal fala da contagem regressiva do 13º Intereclesial. Ouça aqui
cebs-texto_base_13-_-g


Aproxime-se de Deus e se permita ser curado


A Palavra meditada, hoje, está em Marcos 3,1-6.
A Palavra começa com a expressão “outra vez". Nela, o evangelista traz a realidade de que Jesus retorna à sinagoga. No primeiro momento, o Senhor ensina que, quando Ele abre a boca para falar, todos ficam admirados, pois era um ensinamento novo. Todos se aproximavam para saber quem era esse homem que falava em nome de Deus; então Jesus começa a bater de frente com os ensinamentos dos doutores da lei.
Neste segundo momento, Jesus volta à sinagoga. Há uma multidão à sua volta, e também fariseus que observavam se Ele curaria, em um dia de sábado, aquele homem que tinha a mão seca.
No mundo espiritual, podemos fazer o paralelo da mão com a fé, pois é por esta que tocamos na Glória de Deus. O homem da Palavra estava com a mão atrofiada; hoje, muitos têm a fé atrofiada.
O evangelista conta que os homens observavam Jesus, mas não o homem com a mão atrofiada. Quantas vezes, no meio de nós, falta misericórdia! Quantas vezes nos afastamos por não entender algo que acontece com o outro!
Quando Jesus pede a ele que se levante, dá início à cura deste homem. Fale, agora, para você mesmo: “Levante-se!”, pois tudo pode acontecer quando o Senhor está contigo. Ele vai realizar um milagre na sua vida. Acredite!
Ao pedir que o homem fosse ao meio, queriar também que ele se juntasse à comunidade. Aquele que estava afastado e desanimado, seria acolhido pela sua comunidade, pois é bom viver na Igreja. Hoje, muitos servem a Igreja, porque foram acolhidos lá, mas não em casa.
Venha para o meio, para a Igreja, afim de que os seus também sejam acolhidos em sua casa. Não adianta se lamentar, junte-se aos outros, àqueles que estão próximos de Deus.
O Senhor diz: “Venha adorar-me na Igreja”. Uma alegria tomará conta de você sem que ninguém o entenda. Há mais alegria em dar do que em receber!
O homem que estava isolado torna-se exposto quando Jesus o chama. Muitos são expostos ao dar um testemunho. Vir para o meio significa mostrar sua fragilidade diante do Senhor. Jesus pediu para que o homem se aproximasse d'Ele, para que, assim, Ele também possa se aproxime de você. "Eu, o Senhor teu Deus, quero te escutar. Não tenha vergonha da tua fragilidade".
Talvez, tudo que você faça hoje não seja bem visto pelas pessoas, pois muitas delas sempre procuram por defeitos. Você acha que tem de agradar todo mundo, mas Deus lhe diz que você pode expressar suas fragilidades.
Na Eucaristia, o Corpo e Sangue do Senhor curam. Aproximar-se de Deus permite que sejamos curados.
Bento XVI trabalha a mensagem do bom samaritano e diz assim: “Jesus é o filho de Deus, aquele que se despoja da sua veste divina para assumir a forma humana, afim de aproximar-se do sofrimento do homem”. É como se Ele abraçasse você e dissesse que está contigo no momento em que você fala com Ele sobre suas dificuldades.
Jesus se entristece com a dureza que existe no coração dos homens. Que, agora, caia por terra toda essa dureza que nos impede de nos aproximarmos do Senhor, da Igreja. Somos capazes de superar isso, desde que o Senhor esteja próximo de nós. Deixe-se curar por esse olhar amoroso de Jesus, deixe que essa libertação aconteça na sua vida. Venha para o meio!
Toque, Senhor, nesta alma que sofre com medo. Liberte-as, realize esse milagre. Faça cair por terra toda a dureza no coração dela e as traga para a Igreja.
Por Alexandre Oliveira - Membro da Comunidade Canção Nova
Transcrição e adaptação: Ana Alice Lourenço

Fonte: cancaonova

O silêncio é necessário para a oração


O silêncio é necessário para que se possa penetrar na grandeza incomensurável do Ser Supremo. Supõe maleabilidade e acessibilidade às influências das moções divinas. Isto é condição básica para atingir a maturidade espiritual que deve ser uma meta de todo aquele que tem fé. Um primeiro passo para se poder envolver inteiramente na luz celestial é evitar a dispersão, inimiga peremptória da concentração. O bulício é empecilho a um diálogo com Deus, pois “non in comotione Dominus", o Senhor não está na agitação. Quando se age longe do tumulto, esta atitude muito agrada a Deus. Os demais passos tornam-se mais fáceis. Entre o "mundo" e "Deus" o posicionamento se torna claro, radical e definitivo. Verifica-se o sim verdadeiro de quem quer estar unido ao Pai Celeste.
 Eis por que é preciso aprender a fazer silêncio para que seja viável o aprimoramento interior e, em consequência, a transformação de todo o ser. É possível a taciturnidade mesmo que não esteja dentro de um mosteiro. Encontrar um espaço para estar a sós com Deus é questão de opção. Criar um ambiente para a abertura ao contato com o Espírito Santo significa a disposição implícita de escutá-lo, já tendo, inicialmente, o cristão se proposto à observância sincera e perseverante dos mandamentos sagrados do Decálogo e se colocado numa atitude de profunda humildade.
Dá-se, deste modo, a possibilidade da imersão no mistério do Deus três vezes santo. Desta maneira, as orações ganham sentido. O terço, por exemplo, torna-se uma prece vocal e, ao mesmo tempo, mental pela contemplação atenta dos grandes episódios bíblicos. A leitura pausada de trechos da Sagrada Escritura passa a propiciar oportunidade ímpar para que o Espírito Santo fixe suas diretrizes, as quais são então acatadas como resposta instantânea ao Seu Senhor. Ocorre, neste caso, a admirável adaptação da criatura a Seu Criador. Eis um primeiro fruto do silêncio.
Ele enseja ao cristão compreender que o estar com Deus não representa se alienar do que o rodeia numa fuga condenável das tarefas cotidianas e, também, do interesse pelo próximo. Ao contrário, revigorado com estes instantes de união com o Senhor, o cristão compreende que silêncio sem apostolado é vão egoísmo, e sem o cumprimento do dever de cada instante é fatuidade. Com efeito, aquele que se entrega a momentos de uma oração silenciosa coloca em ordem seu interior e quer, depois, irradiar paz, serenidade, tranquilidade, imperturbabilidade em seu derredor, fazendo bem tudo que deve fazer a bem dos outros. Apenas assim chega-se à sabedoria e à inteligência espiritual de que fala São Paulo aos Colossenses.
 Esta sabedoria conduz a um comportamento digno do Senhor, tudo transformando em pensamentos, desejos e ações agradáveis a Ele .
 É assim que a vida do cristão produz, de fato, frutos abundantes e o epígono de Cristo cresce continuamente no conhecimento de Deus numa sublime atitude perseverante e paciente (cf Cl 1,9-11). É preciso, portanto, saber e degustar todas as alegrias de se sentir salvo amado por Aquele que é o oceano infinito de amor. Tudo que aconteceu no passado fica entregue confiadamente à Providência e ela lança o cristão jubilosamente para o futuro, como ensina o referido São Paulo (cf.Fl 3,14). O dia de Deus se torna sempre presente, duração viva, sem trevas, tristezas, fobias. É que os momentos de silêncio se convertem em instantes felizes nos quais a alma como que, inefavelmente, toca o infinito.
Por Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho

Fonte: cancaonova

Vinte anos depois


Carlos e Regina estavam eufóricos. Iriam, enfim, realizar o sonho que os acompanhava nos últimos anos. A igreja para o casamento tinha sido escolhida com carinho; os convites foram distribuídos a tempo e toda a festa estava preparada nos mínimos detalhes. Não faltaram as brincadeiras dos amigos: “Até que enfim! Até que enfim!...” Sentiam que valera a pena terem namorado durante alguns anos, como também guardavam belas recordações dos meses de noivado. Podiam dizer que se conheciam bem. Diante do que era essencial, estavam plenamente de acordo. Só faltava mesmo dizerem mutuamente o “sim” diante de Deus e dos homens.
O “sim” – “Eu te recebo e te prometo ser fiel, amar-te e respeitar-te na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida” – foi dito com alegria. Ela estava trêmula, emocionada. Sua voz mal saiu. Ele estava mais sério do que de costume. Ali, diante do altar, até se lembrou da primeira vez que, logo que começou a estudar, foi obrigado a recitar uma poesia diante dos colegas: todo mundo estava olhando para ele e a poesia não saía. Parecia que alguém tapava sua boca...
Agora, no momento dos cumprimentos, os noivos perceberam a sinceridade dos amigos que lhes desejavam felicidades. Haveria, no mundo, um casal mais feliz? A vida abria um largo sorriso para eles. Eles, por sua vez, olhavam para o futuro com confiança e alegria.
Vinte anos depois do casamento, custava ao sacerdote se convencer do que ouvia. Não tivesse motivos suficientes para acreditar em Luís Antônio, filho de Carlos e Regina, poderia achar que estivesse exagerando. Fora o jovem que, livremente, o procurara. Ouvindo-o, era difícil se convencer de que aquele jovem tivesse somente 18 anos. Em alguns momentos, o sacerdote tinha a impressão de estar diante de alguém que já tivesse vivido uns 40 ou 50 anos. Era-lhe doloroso ouvir uma história marcada por tanta dor e solidão. Nada faltava ao jovem: tinha bela casa, frequentava a faculdade e, para seu próximo aniversário, os pais haviam prometido um presente especial. Mas o jovem dizia não ser feliz.
Seu pai, ocupado demais com os negócios, não tinha tempo nem para ele, Luís Antônio, nem para os outros filhos. Levava uma vida agitada, cheia de compromissos, mas certo de que trabalhava para a família, unicamente para o bem dos filhos. Afinal, dava-lhes o necessário e tudo o que podia. Estava convicto de que eles não tinham nada de que reclamar.
Sua mãe tinha a certeza de que era a melhor mãe do mundo. Porém, de tão ocupada, não percebia que, na verdade, pouco conhecia da vida deles, dos amigos que tinham e das preocupações dos filhos. Nem se lembrava da última conversa mais profunda que tivera com eles. Conhecia, tão somente, uma série de fatos, fruto das conversas nas refeições.
Luís Antônio não se sentia amado: esse era o seu drama. O drama de seus pais era outro: conscientes de serem os melhores pais do mundo, não compreendiam por que o filho os agredia tanto. Como não eram capazes de se colocar no lugar do filho, não conseguiam avaliar sua solidão. Também não percebiam que a educação que davam aos filhos sofria uma concorrência imensa: concorria com as idéias dos meios de comunicação social, dos professores, dos colegas; do mundo todo, enfim. Não poucas vezes, havia oposição total entre tais ideias. Luís Antônio, desorientado, precisava urgentemente da atenção, da presença e do amor dos pais. No momento, essa era a única linguagem que poderia atingi-lo, a única que entenderia. No entanto, ilhados em seus próprios problemas e assoberbados por inúmeras tarefas e preocupações, os pais não viam as barreias que os distanciavam do filho.
Onde, afinal, ficaram os sonhos de vinte anos atrás? Em que lugar do mundo foram enterradas aquelas frases do noivado: “Carlos, vamos viver só para nossos filhos!” e “Regina, nosso lar será o melhor do mundo! Vamos transmitir a nossos filhos todo o amor que há em nós!...”?
Que estranha vida é essa que deforma e destrói tantos sonhos?...
Por Dom Murilo S. R. Krieger,scj
Fonte: bethania

Evangelho do Dia -Mc 3,7-12


Jesus, então, com seus discípulos, retirou-se em direção ao lago, e uma grande multidão da Galileia o seguia. Também veio a ele muita gente da Judeia e de Jerusalém, da Idumeia e de além do Jordão, e até da região de Tiro e Sidônia, porque ouviram dizer quanta coisa ele fazia. Ele disse aos discípulos que providenciassem um barquinho para ele, a fim de que a multidão não o apertasse. Pois, como tivesse curado a muitos, aqueles que tinham doenças se atiravam sobre ele para tocá-lo. E os espíritos impuros, ao vê-lo, caíam a seus pés, gritando: "Tu és o Filho de Deus". Mas ele os repreendeu, proibindo que manifestassem quem ele era.
Leitura Orante
Preparo-me para a Leitura Orante, fazendo uma rede de comunicação e comunhão em torno da Palavra com todas as pessoas que se neste ambiente virtual. Rezamos em sintonia com a Santíssima Trindade. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém Senhor, nós te agradecemos por este dia. Abrimos, com este acesso à internet, nossas portas e janelas para que tu possas Entrar com tua luz. Queremos que tu Senhor, definas os contornos de Nossos caminhos, As cores de nossas palavras e gestos, A dimensão de nossos projetos, O calor de nossos relacionamentos e o Rumo de nossa vida. Ó Jesus Mestre, Verdade-Caminho-Vida, tem piedade de nós.
1. Leitura (Verdade) O que diz o texto do dia? Leio atentamente o texto Mc 3,7-12. Jesus se manifesta como Filho de Deus que liberta e cura. É aquele que veio para "que todos tenham vida". Manifesta-se como Filho de Deus feito homem, ao pedir aos discípulos que arranjassem um barco para ele a fim de não ser esmagado pela multidão. Vê-se aqui Jesus Cristo com atitudes muito humanas.
2. Meditação (Caminho) O que o texto diz para mim, hoje? Os bispos na Conferência de Aparecida lembraram: "Quem aceita a Cristo: Caminho, Verdade e Vida, em sua totalidade, tem garantida a paz e a felicidade, nesta e na outra vida!"(DAp 246). Como é minha aceitação de Jesus Cristo?
3.Oração (Vida) O que o texto me leva a dizer a Deus? Rezo, espontaneamente, com salmos e concluo com a oração "Jesus, Mestre: que eu pense com a tua inteligência, com a tua sabedoria. Que eu ame com o teu coração. Que eu veja com os teus olhos. Que eu fale com a tua língua. Que eu ouça com os teus ouvidos. Que as minhas mãos sejam as tuas. Que os meus pés estejam sobre as tuas pegadas. Que eu reze com as tuas orações. Que eu celebre como tu te imolaste. Que eu esteja em ti e tu em mim. Amém".
4.Contemplação (Vida e Missão) Qual meu novo olhar a partir da Palavra? Sinto-me discípulo/a de Jesus. Meu olhar deste dia será iluminado pela presença de Jesus Cristo, acolhido no meu coração e no coração das demais pessoas. Rezo com o bem-aventurado Alberione: Jesus e Maria, dai-me a vossa bênção: Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém Ó Jesus Mestre, Verdade-Caminho-Vida, tem piedade de nós.

Fonte: paulinas