segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Reflexões sobre a missão da Igreja


04 / Nov / 2013 13:48
Padre Antônio Luís Fernandes, missionário do Projeto Igrejas-Irmãs entre o Regional Sul 1 (estado de São Paulo) e o Regional Norte 1 (Amazonas e Roraima), fala sobre a vida de fé e cultura indígena no Rio Negro (AM). Confira a reflexão do missionário realizada em sua recente passagem por Limeira (SP).
Tem algo muito estranho na concepção de missão que comumente usamos em nossos códigos de linguagem. Não só no substantivo, mas também e ouso dizer, principalmente, no sujeito da missão, aquele que vai para longe enviado como missionário.
É só falar na palavra que imediatamente nossa compreensão se dirige a pensar no outro que é ou pode ser missionário. Nunca a gente mesmo, sempre o outro.
Na verdade há de se explicitar:
A missão é algo que exige certo perfil mesmo e, nem todo mundo se dispõe para isso, o que é perfeitamente normal, sem nenhum emblema e nenhum constrangimento.
O que é redutor e cria uma série de limitantes é justamente o fato de pensarmos a missão apenas como o gesto de quem está lá, na fronteira, no campo da ação.
Missão é muito mais do que isso e, segundo os últimos ensinamentos da Igreja quer seja nos documentos oficiais (vide Documento de Aparecida) ou então, de forma mais efetivo nos pronunciamentos do papa Francisco, a ação missionária é algo que parte do ser da Igreja e envolve todo e qualquer batizado fazendo de cada membro, um elemento compositor do corpo missionário que o próprio Jesus assumiu e viveu.
Nesse sentido, a ação missionária passa por esses agentes que saem do seu local de vivência de fé e se dispõem para o serviço ad gentes. Mas também compreende os inúmeros trabalhos que podem dar legitimidade ao missionário e estrutura à ação evangelizadora.
Uma comunidade de batizados que se preocupa em conhecer os diferentes campos de missão, vai aprendendo a ser missionária.
Uma comunidade de batizados que se dispõe a acompanhar os seus missionários com oração, afeto e compreensão, vai se tornando missionária.
Uma comunidade de batizados que observa os limites estruturais das terras missionárias e consegue partilhar seus dons e bens, vai fazendo-se missionária.
Uma comunidade que pensa em ações concretas para realizar no seu seio para divulgar e animar novos missionários vai lapidando o seu ser missionário.
Assim sendo, a missão ganha uma espécie de rede. Aqui, quero usar a palavra rede em dois sentidos:
a) No sentido moderno e tecnológico: muitos vão se conectando com a ideia e fazendo acontecer o projeto;
b) No sentido de proteção: como quem sabe que o missionário vai saltar numa aventura exigente e complexa e por isso mesmo, se arma a rede que pode animá-lo para o salto e segura-lo em caso de queda;
c) No sentido simbólico que brota do próprio Evangelho: a rede que arrasta muitos peixes para a barca de Jesus.
Nos três casos, a comunidade apreende o sentido do seu batismo que, segundo a tônica dos Evangelhos, é uma dimensão inegociável da nossa adesão a Jesus e ao Reino. Mas também, ela se mostra atenta ao chamado para o testemunho da fé professada que se torna práxis de serviço e entrega.
Feliz do grupo de cristãos e cristãs que descobrem esse processo de aprofundamento do seguimento e mais feliz ainda por poder fazer isso enquanto se caminha na estrada de Jesus.
Por isso mesmo, gostaria de agradecer a esta comunidade paroquial que tão generosamente me acolheu nesses dias em que estive em S. Paulo e, abriu suas portas para não só me acolher como irmão que já esteve sentado à mesa eucarística junto dela, mas principalmente por me receber como quem partilha a experiência de sete meses em terras de missão e como quem solicita o apoio e a solidariedade para os trabalhos.
Enquanto estive com os padres representantes das dioceses do estado de SP, com amigos das paróquias de S. Paulo Apóstolo (Limeira), Bom Jesus (Leme), Bom Jesus (Americana), São Domingos (Americana) e S. Jorge (Nova Odessa) pude sentir o quanto que essas dimensões do nosso ser missionário aprofundou-se.
Atribuo isso aos meus amigos padres que generosamente disseram sim a esse projeto, é reflexão do CRP Regional Sul 1 que segue num constante aprender sobre o nosso ser presbítero, ao engajamento cada vez maior dos leigos e leigas não só nos trabalhos, mas também na direção da ação pastoral.
Sendo assim, gostaria de agradecer a vocês todos que nesse exato momento estão em rede comigo e com a minha missão.
Kuekatureté.
Padre Antônio Luis Fernandes é sacerdote da diocese de Limeira no Projeto Missionário entre os regionais Sul 1 - Norte 1 da CNBB. Publicado no Informativo do Regional Sul 1 da CNBB.
Fonte: POM

Comire reflete sobre degradação humana e ambiental no Pará

Por Camilo Pauletti   
04 / Nov / 2013 09:48
O Conselho Missionário do Regional (Comire) Norte 2 (Estado do Pará), realizou no dia 26 de outubro, um encontro para refletir sobre a degradação humana e ambiental. A partir da realidade, foram acentuadas situações em que a missão não pode ficar indiferente.
Grande parte das terras da Região Amazônica é da união. Isto significa que os povos nativos e os que vivem ali há muitos anos, não têm títulos ou documentação da terra. Nos últimos anos, houve uma invasão das terras, por grandes empresas com interesses na exploração dos recursos naturais, minérios e madeira, além da ocupação para produção de grãos e agropecuária. Outro desafio são as grandes hidrelétricas em construção ou projetadas nos rios da região.
Tudo isso provoca uma forte degradação do meio ambiente e um impacto social. O povo que vivia tranquilo, numa convivência harmoniosa com a natureza, se vê obrigado a se deslocar para as periferias urbanas em condições subumanas. As populações ficando expostos à violência, aos vícios, às drogas, à prostituição e ao tráfico.
Há muito dinheiro investido em grandes negócios, seja na mineração, nas hidrelétricas, nas plantações de soja, milho, cana de açúcar, dendê e nas grandes fazendas de gado. Tudo em vista da exportação. Não alimenta a fome do povo, diminui o peixe, o plantio da mandioca, do feijão e a criação de animais de pequeno porte. A comida básica sobe de preço, a energia elétrica que para as residências já é escassa fica mais cara, aumenta o desemprego e com isso o sofrimento e a miséria.
Os benefícios dos altos investimentos do governo acabam nas mãos de poucos. Aumentam os incômodos decorrentes do uso de venenos, o mercúrio utilizado na mineração polui as águas e mata os peixes. A degradação é geral: moral, física e ambiental. Tudo em nome do suposto desenvolvimento e a busca do dinheiro fácil.
As ONGs se manifestam indignadas com a destruição da fauna e da flora, mas não mostram indignação com o mesmo zelo, pelas pessoas que vivem situações perigosas e desumanas.
A monocultura extensiva é altamente degradante. A Amazônia é vista pelo capital, como uma colônia onde se pode extrair de tudo. Aumenta o trabalho escravo, o tráfico de seres humanos, os povos indígenas são desrespeitados, o poder político e judiciário beneficia os grandes, perpetuando as injustiças, a corrupção e a impunidade.
Contudo, existem pequenos sinais de resistência: as pequenas comunidades se unem e se fortalecem. As lideranças manifestam indignação e procuram denunciar com todos os meios possíveis, agressões, injustiças, violências contra as pessoas e a natureza. As comunidades procuram mostrar a impunidade, os impactos causados pelos grandes projetos do governo, dão apoio às causas dos povos indígenas, dos quilombolas e dos povos ribeirinhos. Estão empenhadas em divulgar as promessas não cumpridas.
Fonte:POM

Papa Francisco faz doação para obra social da Bahia



Centro-Nova-Semente500O trabalho desenvolvido com crianças e adolescentes filhos de pais encarcerados chamou a atenção do papa Francisco. O Centro Nova Semente, localizado ao lado do Complexo Penitenciário Estadual, em Mata Escura (BA), receberá uma doação em dinheiro enviada pelo pontífice. A entrega acontece nesta segunda, 4 de novembro, durante visita do presidente do Pontifício Conselho para a Família, dom Vincenzo Paglia, ao arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, dom Murilo Krieger.
A verba, doada pelo Vaticano, destinava-se à construção de uma nova obra social em Salvador. Mas como a construção se mostrou inviável, dom Murilo e o cardeal Geraldo Majella Agnelo pediram ao papa para que o dinheiro fosse canalizado para o Centro Nova Semente. “É uma obra que precisa de recursos. Pedimos para o papa Bento XVI na época, mas, com a sua renúncia, tivemos de esperar. A primeira resposta que tivemos foi a de que o novo papa deveria ser comunicado. Em seguida, recebemos a confirmação de que o papa Francisco concordou e nos apoiou”, explica o arcebispo.
Além de uma casa onde, atualmente, moram 30 crianças e adolescentes, filhos de homens e mulheres que se encontram encarcerados, o Centro Nova Semente passará a contar com uma casa para crianças de 0 até 3 anos e um salão polivalente. “A ajuda financeira do Vaticano possibilitará a ampliação do espaço. Atualmente, as nossas dificuldades aqui são muitas e passam pela saúde, cultura e educação”, diz a responsável pela obra, irmã Adele Pezzone.
Dom Murilo afirma que a doação é um gesto de carinho de Francisco. “Quando a mãe está presa só pode ficar com os filhos durante o período da amamentação. Este centro possibilita a proximidade entre mães e filhos, com visitas que são frequentes. No Centro Nova Semente as crianças não são separadas das mães”, explicou.
A obra
O Centro Nova Semente foi fundado em 1999, depois de uma decisão judicial determinando que crianças com mais de 6 meses de idade – período da amamentação – deveriam ser mantidas fora da Penitenciária Feminina. Preocupada com a situação dos pequenos que não tinham para onde ir, a Pastoral Carcerária providenciou a retirada das crianças. “Aqui não é um orfanato. As crianças não estão disponíveis para adoção. Aqui elas aguardam que suas mães cumpram as penas e continuam mantendo vínculos afetivos com elas. Quando as mães recebem a liberdade, os filhos são reinseridos nos seus lares. Isso acontece aos poucos e nós vamos acompanhando. A mãe leva o filho para passar um fim de semana, as férias escolares ou todo o ano letivo. Não é fácil para uma criança que chegou ao Centro com seis meses de idade ir morar com a mãe aos 12 ou 13 anos”, diz irmã Adele.
Foto: Arquidiocese de Salvador (BA)
Fonte: CNBB

Hino da CF 2014 está disponível em CD nas livrarias católicas


CapaCDCF2014250O CD com o Hino da Campanha da Fraternidade (CF) de 2014 e os cantos para a Quaresma já estão disponíveis nas livrarias católicas de todo país. O hino foi escolhido a partir do concurso e teve a aprovação final dos bispos do Conselho Episcopal Pastoral.
De acordo com o assessor da Comissão Episcopal para a Litúrgia da CNBB, padre José Carlos Sala, o hino “é indicado especialmente para ser cantado nos momentos de encontros, debates, seminários, palestras e estudos sobre a temática em questão”. A canção traz uma reflexão sobre o tema da CF do próximo ano: “Fraternidade e tráfico humano”.
Desde 2006, o CD apresenta o hino da Campanha da Fraternidade e o repertório quaresmal correspondente a liturgia de cada ano. “O álbum está enriquecido com diversas músicas para as celebrações da Quaresma do ano A, que contemplam a espiritualidade e a sacramentalidade própria deste tempo litúrgico”, explica padre Sala.
“Com este subsídio, as equipes de canto e música poderão escolher o melhor meio para utilizar estas canções, e assim ajudar os fiéis na assimilação dos cantos para melhor celebrar a quaresma”, completa o assessor.
Fonte: CNBB

O Papa Francisco e o Acolhimento


padre-Brendan200Na sua recente visita ao Brasil o Papa Francisco disse: “Não nos fechemos à novidade que Deus quer trazer à nossa vida! Não há situações que Deus não possa mudar; não há pecado que não possa perdoar, se nos abrimos a Ele”. Mais recentemente ele citou as profundas e lindas palavras de um dos seus antecessores, o Papa Paulo Vl: “Para a Igreja Católica ninguém é estranho, ninguém está excluído, ninguém está longe. Nós somos efetivamente uma só família humana que, na multiplicidade das suas diferenças, caminha para a unidade, valorizando a solidariedade e o diálogo entre os povos”. Não há dúvida de que o Papa quer as comunidades cristãs, sendo comunidades de verdadeiro acolhimento, comunhão e escuta. Nas palavras dele “quem se aproxima da Igreja deve encontrar portas abertas e não fiscais da fé”
O Papa Francisco é um ortodoxo inflexível em matéria de moral sexual. Condena energicamente o aborto, a eutanásia, a união homoafetiva e a contracepção. Por isso suas palavras: “Se uma pessoa é gay, busca Deus e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-la?” causou surpresa. Porém, o Papa está somente dizendo o que o Catecismo da Igreja Católica ensina sobre homossexuais que eles sejam “acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza” e condena “todo sinal de discriminação injusta” contra eles (cf. CIC No. 2358). A Igreja Católica reconhece a dignidade de todas as pessoas, e não as define nem as rotula segundo sua orientação sexual.
Quando o Papa Francisco exige que as comunidades católicas sejam comunidades acolhedoras ele está simplesmente seguindo o exemplo do próprio Jesus. Em João 8, 1-11 encontramos Jesus com a mulher surpreendida em adultério que segundo a Lei deve ser apedrejada. Quando todos os seus acusadores saíram, Jesus disse: “Ninguém te condenou?” Ela respondeu: “Ninguém Senhor”. Então Jesus disse: “Eu também não te condeno: vai e não peques mais”. Outro exemplo é o do “Bom ladrão” em Lucas 23, 39-43. Esse ladrão que também era um assassino morrendo numa cruz ao lado de Jesus, se arrependeu de seus pecados e disse: “Jesus, lembra-te de mim, quando vieres no teu reino”. Com admirável acolhimento Jesus disse: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso”. Em João 18,17-26 encontramos Pedro negando Jesus três vezes. Apesar disso Jesus o fez chefe de sua Igreja: “Tu es Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16, 18). Que belo exemplo de acolhimento.
Imitando Jesus e seguindo a orientação do Papa Francisco as comunidades católicas têm que ser comunidades acolhedoras para: os pobres, os excluídos, os marginalizados, as pessoas com orientação sexual diferente, as mães solteiras, pessoas numa segunda união, os soros positivos, ex-presidiários, drogados e alcoólatras, e reunir condições para dialogar com outras igrejas com respeito etc. Acolhimento não significa aprovação e muito menos aceitação das situações em que as pessoas citadas, filhos e filhas de Deus, se encontram. Para parafrasear as palavras do Papa Francisco: Se uma dessas pessoas busca Deus e tem boa vontade, quem somos nós para julgá-los?
Pe. Dr. Brendan Coleman Mc Donald, Redentorista

A imparcialidade de Dom Helder e do Papa Francisco



geovane180por Padre Geovane Saraiva*
Talhado para coisas mais elevadas, Dom Helder Câmara jamais se acostumou com a miséria, a dor e o sofrimento humano; não os via como normal e natural esse estado de coisas, porque machuca o rosto amoroso de Deus e contraria sua santa vontade. Por isso mesmo decidiu, com grande obstinação, ternura e a coragem de pastor, levantar sua voz e lutar contra essa realidade da mais alta relevância, até então vista com a maior naturalidade, num ardente desejo de minimizá-la e mesmo derrotá-la.
Quanta simplicidade, humildade e abertura, ao elevar seus louvores, preces e clamores ao Deus Criador e Pai! Sempre à luz da palavra divina, na mais absoluta confiança, sem se afastar da pedagogia de que lhe era peculiar, na mais profunda atitude de imparcialidade, voltava-se para um Deus justo, acolhedor e terno, no dizer do Livro Sagrado: “Senhor é um juiz que não faz discriminação de pessoas. Ele não é parcial em prejuízo do pobre, mas escuta, sim, as súplicas dos oprimidos; jamais despreza a súplica do órfão, nem da viúva, quando desabafa suas mágoas” (Eclo 35, 15-17).
Ao assumir a Arquidiocese de Olinda e Recife em abril de 1964, na sua mensagem, na tomada de posse, estas foram, entre outras, as palavras do pastor dos empobrecidos: “Quem estiver sofrendo, no corpo ou na alma; quem, pobre ou rico, estiver desesperado, terá lugar especial no coração do bispo”. O anúncio do Evangelho foi para ele, ao mesmo tempo, candente e misericordioso, apaixonada sensata. Na hipótese de usar de parcialidade, sempre era no sentido de favorecer os menos favorecidos, os “sem voz e sem vez”.
Não posso jamais me esquecer do que está na minha mente e no coração, no sentido de enriquecer este nosso texto, a sensibilidade e o não indiferentismo, na paixão de muitos irmãos e mesmo do planeta, bem como as palavras encantadoras do querido Papa Francisco, do dia 16 de setembro de 2013, no encontro com clero de Roma, sua diocese, porque o Papa é o bispo de Roma, ao afirmar: “Nós, bispos, devemos está próximos dos sacerdotes, devemos ser caridosos com o próximo e os mais próximos são os sacerdotes. Os mais próximos do bispo são os sacerdotes (aplausos)! Vale também o contrário (risos e aplausos)! O mais próximo dos padres deve ser o bispo. A caridade para com o próximo, o mais próximo é o meu bispo. O bispo deve dizer: os mais próximos são os meus padres (…)”.
Ao celebrar 25 anos de ministério sacerdotal (14/08/2013), motivo de agradecimento ao bom Deus pelo nosso humilde trabalho e realizações em favor do Reino de Deus, na nossa Arquidiocese de Fortaleza, coloquei também como algo relevante, a exemplo de Dom Helder e agora de Francisco, o Sumo Pontífice, nossa humilde lavra literária, nos livros já publicados e, como colunista do Jornal O Povo de Fortaleza, além de ser articulista das revistas digitais: www.domtotal.com, www.revistamissoes.org.br, www.catolicanet.com.br, entre outras.
Não posso deixar de registrar uma especial mensagem, que muito me honrou, entre muitas, do querido Arcebispo Metropolitano de Brasília, Dom Sergio da Rocha, na sua incomensurável generosidade, ao dizer-me: “Caro Padre Geovane Saraiva, estive rezando especialmente por você, por ocasião do seu Jubileu Sacerdotal. Porém, naquele dia não consegui me comunicar por telefone com você. Somente nestes dias, consegui novamente o seu e-mail com Dona Geralda, pois mudanças no provedor me fizeram perder a lista de contatos. Desejo que você, pela graça de Deus, seja sempre fiel e, por isso, feliz, em sua vida e ministério sacerdotal. Deus o abençoe sempre. Abraço! +Sergio da Rocha”.
Diversos amigos e colegas, tendo por base a comunhão afetiva e efetiva, perguntaram-me pela presença do nosso Arcebispo de Fortaleza, Dom José Antônio e, se ele tinha enviado uma mensagem alusiva ao meu jubileu, para que fosse lida no final da celebração, dentre os quais, Padre José Maria Cavalcante Costa, Padre Evaristo Marcos, Padre José Fernandes de Oliveira, Padre Francisco de Assis Apolônio. Compreendi essa preocupação como um gesto grandioso e inenarrável, desejando eles enaltecer ainda mais a celebração eucarística dos meus 25 anos de vida e ministério sacerdotal, na palavra do pastor desta Igreja de Fortaleza. Aprendamos irmãos e irmãs, do cidadão planetário e artesão da paz, Dom Helder Câmara, com sua voz profética quanto imparcial, consciente de que a prece do humilde atravessa as nuvens e chega aos céus; também do Papa Francisco, na sua assertiva: “Nós bispos devemos está próximos dos sacerdotes”.
Concluo nosso pequeno artigo com as palavras citadas pelo Romano Pontífice, sobre a mulher servidora e imparcial por excelência, Maria Mãe de Deus e Senhora Nossa, no dia 16 de maio de 2013: “Mãe da beleza, que floresce da fidelidade ao trabalho cotidiano, despertai-nos da inércia e da indolência, da mesquinhez e do derrotismo. Reveste os Pastores daquela compaixão que unifica e integra: descobriremos a alegria de uma Igreja serva, humilde e fraterna”. Assim seja!
*Padre da Arquidiocese de Fortaleza, escritor, articulista, blogueiro, membro da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza, da Academia de Letras dos Municípios do Estado Ceará (ALMECE) e Vice-Presidente da Previdência Sacerdotal – Pároco de Santo Afonso – geovanesaraiva@gmail.com

A casa dos espelhos


Há muito tempo havia na cidade uma coisa bem interessante. Era conhecida como a "casa dos mil espelhos".

As pessoas ficavam muito curiosas por saber o que havia lá dentro, pois se dizia que era uma casa mágica, mas tinham muito medo de serem amaldiçoadas ao entrar lá.

Certo dia, dois homens da cidade decidiram entrar na casa. Eram dois amigos, mas tinham atitudes bastante diferentes um do outro. Ao entrar na casa, puderam comprovar isso.

O primeiro a entrar foi Mateus, um homem alegre, que vivia sorrindo e brincando com as pessoas da cidade. Ao entrar na casa, foi saudado por centenas de pessoas. A casa estava cheia de gente, todos alegres, vibrantes, sorridentes. Mateus ficou encantado com o lugar e saiu correndo para dizer ao amigo que também entrasse para ver que lugar maravilhoso era aquele.

Encontrou o amigo na porta da sala. Pedro, o amigo, não era de muitos sorrisos. Sempre agia com rigidez, com a testa franzida e os olhos raivosos. Mateus disse-lhe o que havia visto e todas as pessoas que o saudaram. Pedro não acreditou muito, pois sempre ouvira falar que a casa era mal assombrada. Decidiu conferir por conta própria.

Ao entrar na casa, viu várias pessoas desconfiadas, encarando-o. Todos os rostos estavam fechados, com aparência de ódio. Pedro resolveu falar alto para mostrar que não tinha medo de cara feia. Em coro, todos os que estavam na casa também gritaram e mostraram-se ainda mais hostis. Pedro decidiu sair dali e nunca mais voltar.

- Que lugar horrível, você me enganou – disse ao amigo ao sair.

Para refletir
O mundo é como a "casa dos mil espelhos". Se o olharmos com alegria e leveza, veremos somente coisas boas e alegres. Mas quando o enfrentamos com ódio, quando vivemos em tensão e conflito constante, não conseguimos ver além do aspecto negativo. O mundo que vemos e construimos é o mundo que está dentro de nós. As coisas que nos cercam apenas refletem a nossa imagem e o nosso estado de espírito, assim como um espelho. Sorria para as pessoas e elas sorrirão, faça uma boa ação e elas farão outra. Estampe um sorriso no rosto, seja gentil, carinhoso, isso trará ótimos benefícios para sua vida.

Se você entrasse na casa dos espelhos hoje, o que veria lá? A imagem refletida centena de vezes seria agradável ou não? Você gostaria que ela fosse como? Faça desse desejo um projeto de vida e se dedique para construir uma vida mais alegre, mais virtuosa, com qualidade de vida muito maior. O esforço vale a pena.
Fonte: Catequese Católica

Liturgia Diária


Invoquemos a presença do Espírito Santo para ler e refletir a liturgia de hoje:

Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor. Enviai o vosso Espírito e tudo será criado e renovareis a face da terra. 

Oremos: 

Deus que instruístes os corações dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito e gozemos sempre da sua consolação. Por Cristo, Senhor nosso. Amém.



Oração:
Pai, coloca no meu coração um amor desinteressado e gratuito, que saiba ser generoso sem esperar outra recompensa a não ser a que vem de ti.
Primeira leitura: Rm 11,29-36
Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos
Irmãos, 29os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis. 30Outrora, vós fostes desobedientes a Deus, mas agora alcançastes misericórdia, em consequência da desobediência deles. 31Assim são eles agora os desobedientes, para que, em consequência da misericórdia usada convosco, alcancem finalmente misericórdia. 32Com efeito, Deus encerrou todos os homens na desobediência, a fim de exercer misericórdia para com todos. 33A profundidade da riqueza, da sabedoria e da ciência de Deus! Como são inescrutáveis os seus juízos e impenetráveis os seus caminhos! 34De fato, quem conheceu o pensamento do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro? 35Ou quem se antecipou em dar-lhe alguma coisa, de maneira a ter direito a uma retribuição? 36Na verdade, tudo é dele, por ele, e para ele. A ele, a glória para sempre. Amém! 
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Salmos: Sl 69
          — Respondei-me, ó Senhor, pelo vosso imenso amor!
— Respondei-me, ó Senhor, pelo vosso imenso amor!

— Pobre de mim, sou infeliz e sofredor! Que vosso auxílio me levante, Senhor Deus! Cantando eu louvarei o vosso nome e agradecido exultarei de alegria!

— Humildes, vede isto e alegrai-vos: o vosso coração reviverá, se procurardes o Senhor continuamente! Pois nosso Deus atende à prece dos seus pobres, e não despreza o clamor de seus cativos.

— Sim, Deus virá e salvará Jerusalém, reconstruindo as cidades de Judá, onde os pobres morarão, sendo seus donos. A descendência de seus servos há de herdá-las, e os que amam o santo nome do Senhor dentro delas fixarão sua morada! 
 
Evangelho: Lc 14,12-14
         - O Senhor esteja convosco.
          - Ele está no meio de nós.
          - Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo São Lucas.
          - Glória a vós, Senhor.

         Naquele tempo, 12dizia Jesus ao chefe dos fariseus que o tinha convidado: "Quando deres um almoço ou um jantar, não convides teus amigos nem teus irmãos nem teus parentes nem teus vizinhos ricos. Pois estes poderiam também convidar-te e isto já seria a tua recompensa. 13Pelo contrário, quando deres uma festa, convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos. 14Então serás feliz! Porque eles não te podem retribuir. Tu receberás a recompensa na ressurreição dos justos". - Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
 
Comentário do Evangelho
É preciso renunciar ao anseio de recompensa ou retribuição.
Trata-se de uma refeição na casa de um fariseu, num sábado (cf. v. 1), dia dado pelo Senhor para celebrar o dom da vida, através da obra da criação, e a libertação do país da escravidão. A instrução é motivada pela observação de Jesus de que “os convidados escolhiam os primeiros lugares” (v. 7). A parábola utiliza a imagem do casamento, em que os lugares já eram predeterminados.

Há duas lições: o lugar é recebido de quem convidou para a festa (cf. v. 8-11). A segunda lição, nosso texto de hoje, é um convite à generosidade: quando der um banquete, convide aqueles que não podem retribuir (cf. vv. 12-14). É preciso renunciar ao anseio de recompensa ou retribuição: “Se amais os que vos amam, que graça alcançais? Até mesmo os pecadores agem assim. Fazei o bem aos que no-lo fazem, que graça alcançais? Até mesmo os pecadores agem assim… E se emprestais àqueles de que quem esperais receber, que graça alcançais? […]. Fazei o bem e empresteis sem esperar coisa alguma em troca” (Lc 6,32-35).
 
Leitura Orante

Oração Inicial

- A nós, a paz de Deus, nosso Pai,
a graça e a alegria de Nosso Senhor Jesus Cristo,
no amor e na comunhão do Espírito Santo.
- Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!
Preparo-me para a Leitura, rezando:
Jesus Mestre,
Sois o Mestre e a Verdade:
iluminai-nos, para que melhor compreendamos
as Sagradas Escrituras.
Sois o Guia e o Caminho:
fazei-nos dóceis ao vosso seguimento.
Sois a Vida:
(Bv. Alberione)

1- Leitura (Verdade)

1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente, na Bíblia, o texto: Lc 14,12-14 e observo pessoas. Procuro compreender o ensinamento de Jesus Mestre.
Jesus fala sobre a generosidade desinteressada: convidar os pobres, os que não têm como retribuir. Normalmente, na sociedade, convidam-se pessoas do mesmo nível e que acabam por retribuir. A caridade proposta por Jesus rompe este círculo e dá espaço aos pobres, aos coxos, aos sem aparência, aos cegos...E afirma que este tipo de caridade tem a recompensa de Deus.

2- Meditação (Caminho)

O que o texto diz para mim, hoje?
Minha vida reflete o que o texto diz ou há contradições? Na comunidade da qual participo é assim que as pessoas se relacionam ou há disputa de poder, pessoas que buscam fazer carreira? Que lugar ocupo eu?
A Conferência de Aparecida nos recorda: “
"A vida se acrescenta dando-a e se enfraquece no isolamento e na comodidade. De fato, os que mais desfrutam da vida são os que deixam da margem a segurança e se apaixonam na missão de comunicar vida aos demais. O Evangelho nos ajuda a descobrir que um cuidado enfermiço da própria vida depõe contra a qualidade humana e cristã dessa mesma vida. Vive-se muito melhor quando temos liberdade interior para doá-la "Quem aprecia sua vida terrena, a perderá" (Jo 12,25). Aqui descobrimos outra profunda lei da realidade: " que a vida se alcança e amadurece à medida que é entregue para dar vida aos outros. Isso é, definitivamente, a missão."(DAp 360).

3- Oração (Vida)

O que o texto me leva a dizer a Deus?
Vivo este momento em silêncio.Depois, concluo:
Espírito vivificador,
a ti consagro o meu coração:
aumenta em mim o amor a Jesus e aos irmãos.
Faze-me sentir filho amado do Pai. Amém.
Ó Jesus Mestre, Verdade, Caminho e Vida, tem piedade de nós

4- Contemplação (Vida e Missão)

Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Vou olhar o mundo e a vida com os olhos de Deus. Vou eliminar do meu modo de pensar e agir aquilo que não vem de Deus, que não é conforme o Projeto de Jesus Mestre. Vou pensar com amor nas pessoas mais carentes.

Bênção

- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém
Fonte: Catequese Católica