sábado, 1 de fevereiro de 2014
O melhor para Deus e o próximo
Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém (PA)
Nossa vida é feita de escolhas diárias, que se renovam e se aperfeiçoam de acordo com os valores que norteiam nossos passos. Maria e José foram confrontados com o plano de Deus, para ir atrás de suas indicações. Anjos, sonhos e fatos foram a linguagem usada pelo Eterno Pai para se manifestar àquelas pessoas tão simples quanto profundas em sua profissão de fé. É que faziam parte de uma raça de gente sadiamente teimosa, que não tinha perdido a esperança, qual farol a iluminar os rumos da história. Mas tiveram sempre a magnífica margem de liberdade, para optarem por Deus e por sua vontade. O que impressiona é que nunca regatearam com o Senhor! Antes, deram sempre e cada vez mais o que tinham de melhor!
O tesouro de suas vidas e da humanidade, o Menino Jesus, foi levado ao templo de Jerusalém, para ser apresentado ao Senhor, conforme estava escrito na lei (Lc 2,22-40). Um casal muito simples, levando a oferenda dos pobres, um par de rolas ou dois pombinhos, pode passar despercebido diante de todos, menos de Simeão e Ana, idosos cheios de sabedoria, confiantes nas promessas de Deus, que enxergam longe e veem dentro! Sendo justos e piedosos, trazem a profecia na boca! Identificam a prometida visita de Deus ao seu templo e são capazes de fazer festa pelo homem-menino que chega, cumprindo todas as leis humanas e religiosas, mas sabem que ali está o verdadeiro Menino-Deus! Brotam de seus corações o hino, a profecia e o anúncio, quando Ana se põe a falar do menino "a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém" (Lc 2,38). Ao mesmo tempo, o realismo da fé professada faz com que Simeão anuncie o mistério da dor e da contradição, que cercaria a vida daquela criança e de sua mãe: "Este menino será causa de queda e de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição – uma espada traspassará a tua alma! – e assim serão revelados os pensamentos de muitos corações" (Lc 2, 34-35).
A bênção de Simeão a Maria e José não lhes poupa um futuro cheio de dificuldades e contradições. No entanto, os dois não esmorecem e continuam sua magnífica aventura, que incluiria, ao lado de muitas alegrias, perseguição, fuga para o Egito, discernimento contínuo dos passos a serem dados, trabalho, dificuldades e lutas cotidianas, fidelidade no escondimento de Nazaré, lugar de gente briguenta! No meio de tudo isso, "o menino crescia, tornava-se forte, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava com ele" (Lc 2, 40).
Nossa vida não é muito diferente. A escolha do seguimento de Jesus não funciona como uma vacina ou defesa automática frente aos desafios da existência humana. Deus nos concede as graças necessárias, no momento certo, mas não toma conta de nossa vida como se fosse um servo à nossa disposição, ou, quem sabe, um operador de um controle remoto que, à distância, monitorasse todos os nossos passos. E não vale, diante do Deus verdadeiro, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, pretender exigir direitos ou recompensas, inclusive aquelas que hoje as pessoas chamam "sonhos de consumo". Seu amor é infinito e muito maior do que nossas limitadas pretensões! Não, Deus nos concede o precioso dom da liberdade, permitindo-nos tecer a trama da existência, com uma história pessoal construída em primeira pessoa. Liberdade e responsabilidade!
No uso do precioso dom da liberdade, Deus nos desafia a escolher em primeiro lugar a resposta ao seu amor! Amar a Deus sobre todas as coisas, manter-se fiel a suas promessas, mesmo quando a limitada lógica humana nos conduz a outras direções. Acreditar que Ele é o Senhor da história, malgrado todas as contradições com que convivemos. Fidelidade aos mandamentos, amor à Igreja de Jesus Cristo, na qual se realiza o Reino do Senhor, não buscar atalhos quando o verdadeiro Caminho (Cf. Jo 14,6) se revela diante de nossos olhos! Bonito, sim! Mas, desafiador e difícil! Trata-se de escolher o melhor e não o mais fácil!
Sendo Deus escolhido como Senhor de nossas vidas, sabemos que amá-lo significa cumprir seus mandamentos. Na escolha, amar a Deus passa na frente, mas na sua vontade, o amor ao próximo é o que se pode fazer de melhor, também porque "nós amamos, porque ele nos amou primeiro. Se alguém disser: 'Amo a Deus', mas odeia o seu irmão, é mentiroso; pois quem não ama o seu irmão, a quem vê, não poderá amar a Deus, a quem não vê. E este é o mandamento que dele recebemos: quem ama a Deus, ame também seu irmão" (1 Jo 4, 20-21). Sim, a melhor escolha, para nossa realização pessoal e para a realização do plano de Deus é deixar que o próximo passe na frente!
Surge natural a pergunta: "E eu, como é que fico nesta história?" O grande desafio é escolher o melhor e não o mais agradável no momento! Deus não se deixa vencer em generosidade e responde com amor e realização a todos os que entram nesta verdadeira voragem de amor! Na história da humanidade e na vida da Igreja, há uma verdadeira constelação de homens e mulheres que fizeram escolhas diferentes para melhor, que se decidiram a dar a vida, inclusive no martírio, e a testemunhar, uns com os outros, o amor recíproco, com frutos de realização e felicidade para si e para os outros. Priorizar o serviço aos outros, enxergar o bem comum na sociedade, olhar ao redor para ver as iniciativas a serem tomadas, buscar com intensidade o bem das pessoas! Trata-se da revolução silenciosa, da qual participaram Maria e José. E traziam nos braços aquele que pode mudar e efetivamente muda o mundo.
Em todas as Igrejas, neste final de semana se realiza a procissão das velas. Levá-las acesas em nossas mãos significa que desejamos seguir o caminho da virtude, para chegar à luz que não se apaga, Jesus Cristo. Para muitas pessoas, termina o período de férias e se retoma o ritmo de trabalho. Vale a pena aceitar o desafio de iluminar nosso dia a dia com uma luz diferente, com escolhas e prioridades novas, a fim de nosso mundo "velho de guerra" encontre no Menino de Belém, de Jerusalém, de Nazaré ou de todas as nossas vidas sua graça e as forças necessárias para realizar o plano de Deus. Para tanto, cada um de nós escolha hoje o que é melhor! Por: Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém (PA)
2015, Ano dedicado à Vida Consagrada. Apresentado o evento na Sala de Imprensa da Santa Sé
2014-01-31 Rádio Vaticana
Cidade do Vaticano (RV) - Realizou-se na manhã desta sexta-feira, na Sala de Imprensa da Santa Sé, a coletiva de imprensa de apresentação do Ano dedicado à Vida Consagrada que será celebrado em 2015.
A iniciativa foi anunciada pelo Papa Francisco, em novembro de 2013, no final do encontro com os 120 superiores gerais dos institutos religiosos masculinos.
O Ano dedicado à Vida Consagrada foi apresentado pelo Cardeal João Braz de Aviz e por Dom José Rodríguez Carballo, respectivamente Prefeito e Secretário da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica.
O Cardeal Braz de Aviz definiu o evento "um tempo de graça para a vida consagrada e para a Igreja" e falou sobre os objetivos e iniciativas do Ano dedicado à Vida Consagrada. A Congregação irá propor ao Papa Francisco uma série de eventos que deverá começar em outubro próximo.
"O Ano dedicado à Vida Consagrada foi pensado no contexto dos 50 anos do Concílio Vaticano II, definido como "um sopro do Espírito", e no 50º aniversário de publicação do Decreto conciliar Perfectae caritatis, sobre a renovação da vida consagrada", frisou o purpurado.
"Acreditamos, também, que nestes 50 anos a vida consagrada percorreu um caminho fecundo de renovação, não isento de dificuldades e sofrimentos, no compromisso de seguir o que o Concílio pediu aos consagrados: fidelidade ao Senhor, à Igreja, ao próprio carisma e aos homens e mulheres de nosso tempo. Queremos que este Ano dedicado à Vida Consagrada seja uma ocasião para recordar este recente passado", disse ainda o prefeito do organismo vaticano.
Dentre as notas preparadas pela Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, uma diz respeito aos Legionários de Cristo, após os episódios relativos à conduta imoral do fundador da Congregação, Pe. Marcial Maciel Degollado, que causaram feridas profundas e sérias conseqüências na vida e na estrutura da Legião. Respondendo à pergunta de um jornalista a esse respeito, o Cardeal Braz de Aviz convidou a "distinguir entre o fundador e o carisma em si". "Este não é o único caso que temos, existem vários. Infelizmente nem todos os fundadores que dão grandes frutos com seu carisma vivem segundo a graça do próprio carisma. Este é um trabalho que estamos fazendo e não é fácil. É difícil distinguir a graça, o dom e a luz do carisma do fundador", disse ainda o purpurado.
A outra nota diz respeito aos Franciscanos da Imaculada. Segundo o Secretário da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, Dom José Rodríguez Carballo, o ato de comissionar os Franciscanos da Imaculada não foi uma punição da Santa Sé, mas uma "atenção benevolente que mostra a maternidade da Igreja". O motivo principal de tal intervenção não foi "o discurso do rito adotado".
"O ato de comissionar os Franciscanos da Imaculada começou depois de uma visita apostólica, durante a qual 74% dos membros pediram, por escrito, a intervenção urgente da Santa Sé para resolver os problemas internos do Instituto", disse o secretário do organismo vaticano.
A propósito da visita apostólica iniciada pela Congregação para estudar a situação dos institutos religiosos femininos nos Estados Unidos, o Cardeal Braz de Aviz e Dom Carballo garantiram que a visita terminará antes do início do Ano dedicado à Vida Consagrada.
O programa do Ano dedicado à Vida Consagrada deve ser ainda definido, mas no próximo domingo, 2 de fevereiro, Festa da Apresentação do Senhor, o Papa presidirá a celebração eucarística da Vida Consagrada na Basílica de São Pedro às 9h50 locais (6h50 no horário de Brasília). O evento será transmitido ao vivo pela Rádio Vaticano.
Clique acima para ouvir Dom Carballo a propósito da vida consagrada. (MJ)
Fonte: News.VA
Associação dos Liturgistas do Brasil completa 25 anos
Com o objetivo de comemorar os 25 anos de atividades, a Associação dos Liturgistas do Brasil (Asli) realiza, de 27 a 31 de janeiro, em Salvador (BA), Assembleia Jubilar. A Asli congrega professores de liturgia que atuam em universidades, faculdades, institutos de teologia, seminários e casas de formação. Participam do encontro 35 liturgistas.
Na abertura do evento, o arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, dom Murilo Krieger, presidiu missa. Também estão presentes o bispo de Livramento de Nossa Senhora e presidente da Comissão Episcopal para a Liturgia da CNBB, dom Armando Bucciol, e o professor de liturgia que atua em diversas universidades de Roma, padre Damasio Medeiros.
O assessor da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia, da CNBB, frei Faustino Paludo, apresentou, durante a Assembleia, os trabalhos que são desenvolvidos pela Comissão.
O encontro termina nesta sexta-feira, 31, com a prestação de contas, acolhida dos novos membros da Associação, definição de temas e local da próxima assembleia.
A atual diretoria da Asli (2013-2015) é constituída pelo presidente, padre Carlos Gustavo Haas; vice-presidente, padre Ivo Amorim; secretário, frei Faustino Paludo; tesoureiro, padre Márcio Leitão. Saiba mais: www.asli.com.br
Apresentação do Senhor
Inicialmente denominada como Festa da Purificação de Nossa Senhora, segundo o Catecismo Católico a Festa da Apresentação do Senhor é uma das mais antigas do cristianismo e começou a ser celebrada no século lV. De acordo com a lei judaica, 40 dias após o parto, se fosse menino, e 80 dias se fosse menina, a mãe devia ir ao templo apresentar a criança ao Senhor e entregar sua oferta ao sacerdote. Após a purificação, a mulher podia voltar a participar da vida da comunidade e a frequentar a sinagoga. Devido ao fato de Maria não ter pecado, não poderia estar sujeita à lei, mas ela vai ao templo e, porque é pobre, oferece dois pombinhos. Com esse gesto, ela dá um exemplo de obediência e cidadania, mas sobre tudo, uma grande lição em humildade.
Embora esta festa de 2 de fevereiro caia fora do tempo do Natal, é parte integrante do relato de Natal. É uma epifania do quadragésimo dia. A Igreja Romana celebrava a festa quarenta dias depois do Natal. Porém, essa festa é essencialmente um mistério de Nosso Senhor, e por isso no Calendário Romano, reisado em 1969, o nome foi mudado para “A Apresentação do Senhor”. Esta é uma indicação mais verdadeira da natureza e do objeto da festa. Entretanto, isso não quer dizer que subestimemos o papel importante de Maria nos acontecimentos que celebramos. Os mistérios de Cristo e de sua santíssima mãe estão estreitamente ligados e por isso podemos dizer que é uma festa de Cristo e de Maria.
Segundo o Catecismo da Igreja Católico “A apresentação de Jesus no Templo mostra-o como o primogênito pertencente ao Senhor. Com Simeão e Ana, é toda a espera de Israel que vem ao encontro de seu Salvador… Jesus é reconhecido como o Messias tão esperado”. Ele é “Luz das nações” e “Glória de Israel”. Mas também “sinal de contradição”. A espada de dor predita a Maria anuncia esta outra oblação, perfeita e única, da Cruz, que dará a salvação que Deus “preparou diante de todos os povos” (CIC No.529).
Pe. Brendan Coleman Mc Donald – Redentorista
Morre, aos 81 anos, o padre João Batista Libânio
Vítima de um infarto, o padre jesuíta, João Batista Libânio, faleceu na manhã do dia 30, em Curitiba (PR). O sacerdote foi assessor da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) e colaborador no Instituto Nacional de Pastoral e em comissões episcopais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Padre Libânio, como era conhecido mundialmente, dedicou-se aos estudos teológicos, à ação pastoral e ao magistério durante anos. Foi autor de mais de 125 livros.
Na Arquidiocese de Belo Horizonte (MG) contribuía com artigos e textos para o Jornal de Opinião e Notícias Digital, nos quais escrevia na coluna “O olhar do teólogo”. Padre Libânio dizia que “nada faz o ser humano ser tão feliz como colaborar no crescimento interior e espiritual das pessoas”.
Trajetória
Padre Libânio estudou Filosofia na Faculdade de Filosofia de Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, e cursou Letras Neolatinas na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).
Foi professor de Teologia na Universidade do Vale do Rio dos Sinos, em São Leopoldo (RS) e no Instituto Teológico da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas). Posteriormente, foi professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Seus estudos de Teologia Sistemática foram concluídos na Hochschule Sankt Georgen, em Frankfurt, Alemanha, onde também estudou com os maiores nomes da Teologia europeia. Era mestre e doutor (1968) em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.
O jesuíta era professor na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia e vigário da paróquia Nossa Senhora de Lourdes, em Vespasiano.
Sobre a vida
Em entrevista ao Jornal de Opinião, em junho de 2002, por ocasião de seus 70 anos, padre Libanio falou sobre sua visão da vida: “A clareza e a serenidade não se medem pelo número de anos, mas pelo trabalho interior. A existência foi generosa comigo e permitiu-me que pudesse estar sempre à volta com análises, reflexões sobre a realidade social e eclesial”.
Fonte: CNBB
Liturgia Diária
Invoquemos a presença do Espírito Santo para ler e refletir a liturgia de hoje:
Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor. Enviai o vosso Espírito e tudo será criado e renovareis a face da terra.
Oremos:
Deus que instruístes os corações dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito e gozemos sempre da sua consolação. Por Cristo, Senhor nosso. Amém.
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