segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Situação dos povos indígenas é tema de estudo no encontro de representantes das POM do Cone Sul

Por Imprensa POM   
07 / Set / 2012 23:59
Os povos indígenas no Paraguai, sua identidade e situação sociocultural foi tema de estudo, nesta sexta-feira, 07, durante Encontro de diretores e secretários das Pontifícias Obras Missionárias (POM) do Cone Sul. O evento acontece em Assunção - Paraguai, e conta com a participação de representantes das POM da Argentina, Uruguai, Chile, Brasil e Paraguai.
O tema foi abordado pela Irmã Raquel Peralta, SSpS, missionária das Servas do Espírito Santo e membro da Coordenação Nacional da Pastoral indígena (CONAPI). Antes de se tornar religiosa, Irmã Raquel já estava envolvida com a luta dos indígenas, povos que ela considera como “os outros, os diferentes, com cultura, cosmo visão, teologia e espiritualidades próprias. Eles têm direito de conservar e viver sua cultura, sua língua, economia e educação”, afirmou a indigenista ao descrever a difícil situação que enfrentam no país. “Quem deseja se aproximar desses povos precisa muito cuidado. Esse é um grande desafio missionário. São culturas ricas, mas por outro lado, são culturas mutáveis”, salientou.
Segundo estatísticas de 2008, no Paraguai vivem 110 mil indígenas, ou seja, apenas 1.7 % da população total do país. Para Irmã Raquel é importante lembrar que esses povos são muito anteriores da sociedade colonial. 91,5% deles se encontram nas áreas rurais distribuídos em 512 comunidades e apenas 8,5% nas cidades. Contudo, nos últimos anos, vem ocorrendo um êxodo para centros urbanos principalmente dos povos Mbyá Guarani e Avá Guarani. Irmã Raquel observou ainda que, 95% da população do Paraguai fala sua língua materna, mas apenas 2% se autodenomina indígena.
A posse da terra
Hoje, cerca de 60% das comunidades indígenas no Paraguai têm suas terras asseguradas por lei. Para 2013, o governo prometeu conceder título a outras 279 mil hectares o que ampliaria para 70% das comunidades. “Por outro lado, isso não representa uma garantia definitiva a exemplo do ocorrido com as comunidades do Itakyry, Alto Paraná, Makutinga e Itapúa”, alertou.
“A terra é sagrada, não pode ser vendida pois é comunitária. Sem a terra tudo fica afetado, a cultura, a identidade, a saúde, a religião. O neocolonialismo é pior que a colonização por que se dá como um processo através de grandes projetos como hidrelétricas, criação de gado e agronegócio. Terra indígena, segundo a lei, não pode ser alienada ou arrendada, mas muitas comunidades não resistem à pressão e acabam cedendo aos fazendeiros, bom número deles brasileiros”. Para Irmã Raquel falta concretizar um projeto de educação indígena que tenha em conta a cultura e a língua, isso por que, segundo ela, “o próprio sistema de educação impõe um modelo de ensino de assimilação e integração”.
As hidrelétricas
Outra questão levantada foi a construção das hidrelétricas binacionais de Itaipu (Brasil-Paraguai) e Yacyretá (Argentina- Paraguai), obras realizadas sem consultar as comunidades. Somente a construção da Itaipu cobriu 50 mil hectares de terra e fez desaparecer 42 comunidades. As questões relacionadas ao impacto sócio ambiental, 40 anos depois, ainda não foram tratadas conforme prometido. Até agora, a empresa devolveu apenas mil hectares de terra e financiou alguns programas sociais de assistência. “As comunidades indígenas ao sul de Itaipu exigem do Estado paraguaio a reparação histórica pelos danos causados na construção da barragem”, destacou Irmã Raquel.
Na avaliação da religiosa, no Paraguai, as leis até são boas, mas não são cumpridas. Explicou que a Pastoral indígena em parceria com outras organizações apoia as comunidades para que tenham acesso aos instrumentos legais na busca dos seus direitos. O trabalho visa preparar ações e propostas para 2013 quando um novo governo assume o poder. “Existem resquícios de resistência. Temos que ajudá-los a fortalecer sua própria identidade e prepará-los para entrar em diálogo com os não indígenas”, disse reafirmando a necessidade de descolonizar a partir das sabedorias insurgentes.
Conquistas e desafios
A pesar das dificuldades, os indígenas estão se fortalecendo e conseguiram algumas conquistas como a participação na elaboração da constituinte nacional, a criação de organizações e associações próprias, avanços na educação e maior presença nos meios de comunicação. Na Igreja obtiveram acesso aos ministérios ordenados e à Vida Consagrada. Dentre os maiores desafios, Irmã Raquel aponta o diálogo com as culturas indígenas, passar da pluriculturalidade à interculturalidade e elaborar novas leis sobre os direitos indígenas.
Neste sábado, 8, está previsto um momento de partilha sobre os trabalhos realizados pelas POM de cada país ao longo de 2012, e reuniões por grupos de Diretores, Secretários e representantes da Juventude Missionária. Os trabalhos encerram no domingo, 9.

Igrejas de países lusófonos discutem e partilham desafios pastorais

Por Assessoria de Imprensa   
10 / Set / 2012 10:36
O 10º Encontro das Conferências Episcopais das Igrejas Lusófonas termina nesta segunda-feira, 10, em Timor Leste. Participaram da reunião representes do Brasil representando a CNBB (arcebispo de Palmas-TO, dom Pedro Brito); Angola; Cabo Verde; Guiné Bissau; Moçambique; Portugal;
São Tomé e Príncipe e Timor Leste. De acordo com dom Pedro, durante a reunião as Igrejas discutiram e partilharam os desafios pastorais de cada país e estudaram formas de cooperação eclesial que possam enriquecer e qualificar a sua missão.
Alguns pontos foram valorizados durante a reunião, como a reflexão sobre a importância do encontro como forma de testemunho que representam para cada Igreja. “Apesar de todas as vicissitudes do processo de descolonização pelo qual passaram alguns dos seus países, sempre souberam manter vivo um excelente e contagiante espírito de diálogo e cooperação entre si”, comentou dom Pedro.
O arcebispo de Palmas, no entanto, destacou que as Igrejas reunidas reconheceram que se poderia ter ido além em algumas iniciativas de interajuda, sobretudo no nível da permuta de partilha de experiências e intercâmbio de sacerdotes e/ou leigos, no campo da formação nos seminários e no domínio do apoio a uma comunicação social a serviço da evangelização através da expansão das rádios.
Durante a primeira parte do encontro, cada Conferência descreveu, sumariamente, a situação sócio-religiosa e política do seu país. Partilharam os acontecimentos e interpelações que cada um considerou merecida, fraterna e aberta a contributos de Igrejas com experiências comuns na sua ação pastoral. “Mereceram um especial destaque, por parte de todos, a situação política de Guine-Bissau, as eleições em Angola e a boa colaboração entre O Estado e a Igreja em Timor Leste, após os recentes atos eleitorais”, informou o representante da CNBB.
O secretário da Conferência Episcopal Portuguesa, padre Manuel Morujão, fez uma reflexão sobre o desafio das seitas face à nova evangelização. De com dom Pedro, foi um tema que ocupou bastante tempo durante o encontro. Ele falou sobre origens, riscos para o trabalho pastoral, mas também oportunidades para a nossa evangelização num mundo em profundas e aceleradas mudanças. Dom Pedro relatou o que foi destacado sobre esse tema. “Os participantes, em face de testemunhos concretos sobre as características de algumas das seitas, concederam redobrada atenção a explicações pormenorizadas por parte das Igrejas onde este fenômeno mais se faz sentir. Pelas informações prestadas, ficou a sensação de que há mesmo uma agenda das designadas ‘ideologias fraturantes’ que têm uma significativa incidência, designada e nomeadamente, em campanhas contra a natalidade e valores como a vida, a liberdade religiosa e o respeito por elementares direitos humanos, campanhas que, em alguns casos, de forma omissa, e, noutros, mais explicitamente, contam com a conivência de alguns Estados”.
As Igrejas chegaram à conclusão de que não se deve amedrontar com as seitas nem desistir da ação evangelizadora centrada no primeiro anúncio do Evangelho, através da catequese e de um catecumenato que deem consistência à fé dos crentes de modo a poderem testemunhá-la através das comundiades organizadas ao estilo das primeiras comunidades cristãs retratadas nos Atos dos Apóstolos. O representante do Brasil detalha os pontos chaves frisados sobre esse trabalho. “Foi especialmente valorizado o papel do acolhimento e do acompanhamento pessoal e comunitário das nossas comunidades cristãs, assentando nelas o testemunho e o apelo a que, pelas nossas obras, possamos entusiasmar outros pela sua adesão à família do povo de Deus”.
O encontro foi encerrado com uma missa, na Sé de Dili, presidida pelo bispo de Porto, Portugal, dom Manuel Clemente e concelebrada por todos os bispos participantes e sacerdotes presentes. Fiéis, religiosos e religiosas, além de autoridades de Timor Leste lotaram a sé. Como nos encontros anteriores, este também teve a participação da comunidade local, sobretudo nas missas.Fonte: POM

Primeira leitura (1º Coríntios 5,1-8)

23ª Semana Comum

Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios.
Irmãos,
1é voz geral que está acontecendo, entre vós, um caso de imoralidade; e de imoralidade tal que nem entre os pagãos costuma acontecer: um dentre vós está convivendo com a própria madrasta. 2No entanto, estais inchados de orgulho, ao invés de vestirdes luto, a fim de que fosse tirado do meio de vós aquele que assim procede?
3
Pois bem, embora ausente de corpo, mas presente em espírito, eu julguei, como se tivesse aí entre vós, esse tal que tem procedido assim: 4Em nome do Senhor Jesus — estando vós e eu espiritualmente reunidos com o poder do Senhor nosso, Jesus —, 5entregamos tal homem a Satanás, para a ruína da carne, a fim de que o espírito seja salvo, no dia do Senhor. 6Vós vos gloriais sem razão! Acaso ignorais que um pouco de fermento leveda a massa toda?
7
Lançai fora o fermento velho, para que sejais uma massa nova, já que deveis ser sem fermento. Pois o nosso cordeiro pascal, Cristo, já está imolado. 8Assim, celebremos a festa, não com velho fermento, nem com fermento de maldade ou de perversidade, mas com os pães ázimos de pureza e de verdade.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

(Salmos 5)


— Na vossa justiça guiai-me, Senhor

R— Na vossa justiça guiai-me, Senhor!

— Não sois um Deus a quem agrade a iniquidade, não pode o mau morar convosco; nem os ímpios poderão permanecer perante os vossos olhos.
R
— Detestais o que pratica a iniquidade e destruís o mentiroso. Ó Senhor, abominais o sanguinário, o perverso e enganador. R
— Mas exulte de alegria todo aquele que em vós se refugia; sob a vossa proteção se regozijem, os que amam vosso nome! R

Um Pouco de Reflexão!

A hipocrisia é a atitude do sistema religioso representado pelos escribas e fariseus, os quais se fecham em seu prestígio e poder, julgando-se justos e desprezando o povo humilde. Jesus critica severamente os escribas e fariseus, porque eles desprezavam os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fidelidade.
A hipocrisia dos fariseus e escribas com relação à religiosidade era algo que eles não conseguiam disfarçar, não obstante a sua falsa aparência de “santos”. Eles se fecham para não perder prestígio e poder. Julgando-se justos e perfeitos, desprezavam o povo humilde e excluído da sociedade. Jesus, que enxerga além das aparências daqueles falsos santos, denuncia toda a sua falsidade.
Por outro lado, o Senhor – no estilo profético – contradisse a religião da Lei que oprime e humilha o povo com suas inumeráveis observâncias, favorecendo aqueles que subjugavam o povo em nome de Deus. Estes mandatários ou representantes da elite religiosa procuram manter as aparências, porém, falta o essencial, que é a acolhida da pessoa de Cristo, e o Seu plano de Salvação com Seu amor misericordioso e vivificante.
Jesus é duro em suas advertências, chegando a chamar os fariseus de “cegos” e “hipócritas”, pois  limpam o exterior dos seus corpos, enquanto por dentro continuava sujos de pecados. Ele penetra no coração dos homens. e, com muita sabedoria e propriedade, denuncia o que há de escondido por debaixo das aparências.
Assim como Ele falava aos mestres da Lei e aos fariseus, chamando-os de “hipócritas”, Ele também se dirige a qualquer um de nós que nos enaltecemos em vista das nossas “boas ações”. Nós também, como os antigos, podemos estar pagando o dízimo de todos os nossos proventos e até promovendo o bem comum, no entanto,  podemos também estar agindo como “guias cegos” se as nossas atitudes não estiverem edificando ninguém.
Se estivermos fazendo o bem apenas para aparecer e chamar a atenção, estão nos faltando os ensinamentos mais importantes: justiça, misericórdia e fidelidade. Isto acontece quando aproveitamos os momentos em que todos tomam conhecimento das nossas boas obras em campanhas, cujo objetivo é somente a nossa promoção pessoal. Os que se preocupam com isso são os fariseus e os hipócritas.
Que a semente e o veneno dos fariseus hipócritas – bem como dos escribas – não caiam em nossos corações, a ponto de, uma vez germinando, sufoque, envenene e mate a Boa Nova que recebemos de Jesus. Procuremos, pois, viver o que ensinamos, pregamos e aparentamos ser perante a comunidade cristã, pois não nos esqueçamos de que o Senhor que vê tudo vai um dia nos julgar.
A partir disso, é fundamental que tanto o nosso exterior quanto o interior apareçam sem manchas, e não como os doutores da Lei, cujo exterior aparecia sem manchas, todavia o seu interior estava cheio de maldade. Jesus nos adverte, enquanto é tempo, num outro texto: “limpa primeiro o copo por dentro para que também por fora fique limpo”.
Podemos enganar a todos, mas não enganamos a Deus que sonda o nosso coração e conhece o que há de mais camuflado dentro de nós. A justiça, a misericórdia e a fidelidade, portanto, constituem-se em atos concretos de amor. Somos chamados a fazer o bem, mas tudo com sentido. E por amor!
Meu irmão, minha irmã, será que Jesus, no Evangelho de hoje, está dizendo alguma coisa para nós? Será que também nós julgamos os outros por fazer “isso” ou “aquilo” sem nos perguntarmos porquê o fazem? Ou será que procuramos manter uma aparência de santos, de quem observa todos os mandamentos de Jesus e tudo mais, porém, na realidade, não passamos de pecadores maiores que aqueles, os quais, ao ver as nossas aparências de justos, se sentem pequeninos em relação a nós?
Resumindo: diríamos que o núcleo desta narrativa é a contestação da observância religiosa do repouso sabático, imposta pela Lei de Israel. Esta contestação se insere no conjunto de outros quatro gestos de Jesus que atentam contra a ordem legal. Ele liberta o povo da lei da impureza, da culpabilidade do pecado, da exclusão do convívio social e das observâncias do jejum.
Entrando numa sinagoga, Jesus se depara com um homem com a mão atrofiada, recuado, sentado no chão, marginalizado e excluído. Sabe que os chefes religiosos, escribas e fariseus o observam e querem condená-lo. Não se intimida e, ostensivamente, toma a iniciativa provocadora. Diz àquele homem marginalizado que se levante e o chama para o lugar central. Jesus opta pelo caminho do bem e da vida, e liberta o homem de seu defeito excludente. Os chefes religiosos optam pelo caminho da morte ao planejarem como eliminar Jesus.
Pai, abre minha mente para compreender a Sua santa vontade, a fim de conformar minha vida com ela. E livra-me de qualquer tipo de preconceito e sobretudo da hipocrisia.
Padre Bantu Mendonça- Canção Nova

Evangelho (Lucas 6,6-11)

23ª Semana Comum
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.

— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.


Aconteceu num dia de sábado que
6Jesus entrou na sinagoga e começou a ensinar. Aí havia um homem cuja mão direita era seca. 7Os mestres da Lei e os fariseus o observavam, para ver se Jesus iria curá-lo em dia de sábado, e assim encontrarem motivo para acusá-lo. 8Jesus, porém, conhecendo seus pensamentos, disse ao homem da mão seca: “Levanta-te, e fica aqui no meio”. Ele se levantou, e ficou de pé. 9Disse-lhes Jesus: “Eu vos pergunto: O que é permitido fazer no sábado: o bem ou o mal, salvar uma vida ou deixar que se perca?”
10
Então Jesus olhou para todos os que estavam ao seu redor, e disse ao homem: “Estende a tua mão”. O homem assim o fez e sua mão ficou curada. 11Eles ficaram com muita raiva, e começaram a discutir entre si sobre o que poderiam fazer contra Jesus.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.