domingo, 27 de setembro de 2015

Campanha Missionária 2015

O mês de outubro é, para a Igreja, o período no qual são intensificadas as iniciativas de animação e cooperação em prol das Missões em todo o mundo. O objetivo é sensibilizar, despertar vocações missionárias, bem como realizar a Coleta no Dia Mundial das Missões, penúltimo domingo de outubro (este ano dias 17 e 18).
Missão é servir. Este é o tema da Campanha Missionária de 2015. Com isso destacamos a essência da mensagem de Jesus. Ele veio “para servir” (cf. Mc 10,45). Diante da tentação do poder Jesus dá uma grande lição: “Quem quiser ser o primeiro, seja o servo de todos” (Mc 10,44). Essa sabedoria é o lema da Campanha e nos lembra que, diante da tentação do poder e do prestígio, a Missão do cristão é serviço, entrega e doação. E com a Campanha Missionária somos convidados a alargar os horizontes do nosso serviço até os confins do mundo.
Apresentação dos subsídios
As Pontifícias Obras Missionárias (POM) têm a responsabilidade de organizar, todos os anos, a Campanha Missionária, na qual colaboram a CNBB por meio da Comissão para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial, a Comissão para a Amazônia e outros organismos que compõem o Conselho Missionário Nacional (Comina). Todos os itens da Campanha já foram enviados às 276 dioceses e prelazias do Brasil para serem distribuídos entre as paróquias e comunidades.
Para uma Campanha bem sucedida é importante verificar se o material chegou à diocese e se foi distribuído nas paróquias e comunidades. Além disso, os materiais estão disponíveis nesta Página para baixar e multiplicar livremente.
                                                                                                                    Oração do Mês Missionário 2015
Pai de infinita bondade,
que enviaste Jesus Cristo para servir,
ilumina, com o teu Espírito, a Igreja discípula missionária
para testemunhar o Evangelho a partir das periferias e,
com a proteção de Maria servidora,
manifestar o teu Reino em todo o mundo. Amém.
Fonte: POM

Papa Francisco na ONU: educação para superar crise ambiental e social

Depois do histórico pronunciamento no Congresso dos Estados Unidos, em Washington, esta sexta-feira o papa Francisco cumpriu mais uma etapa marcante desta sua viagem apostólica ao discursar na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque. Diante de mais de 170 chefes de Estado e de governo, do Secretário Geral da ONU, Ban Ki-moon, o Pontífice definiu a sua visita como uma continuação daquelas realizadas por seus predecessores: Paulo VI, João Paulo II e Bento XVI.
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Francisco reconheceu o esforço das Nações Unidas em dar uma resposta jurídica e política às complexas situações mundiais. “Apesar de serem muitos os problemas graves por resolver, todavia é seguro e evidente que, se faltasse toda esta atividade internacional, a humanidade poderia não ter sobrevivido ao uso descontrolado das suas próprias potencialidades”, constatou o papa.

O Pontífice falou ainda dos órgãos com capacidade executiva real, como o Conselho de Segurança e Organismos Financeiros Internacionais. Estes, todavia, devem velar pelo desenvolvimento sustentável dos países, e não sufocá-los com sistemas de crédito que levam as populações a maior pobreza, exclusão e dependência.

“Dar a cada um o que lhe é devido, segundo a definição clássica de justiça, significa que nenhum indivíduo ou grupo humano se pode considerar onipotente, autorizado a pisar a dignidade e os direitos dos outros indivíduos ou dos grupos sociais.”
Laudato si

Todo o pronunciamento de Francisco foi inspirado nas reflexões propostas em sua Encíclica Laudato si. O Papa reforçou dois direitos: o direito à existência da natureza e os direitos da pessoa humana.

“Qualquer dano ao meio ambiente é um dano à humanidade. (...) O abuso e a destruição do meio ambiente aparecem associados com um processo ininterrupto de exclusão. Na verdade, uma ambição egoísta e ilimitada de poder e bem-estar material leva tanto a abusar dos meios materiais disponíveis, como a excluir os fracos e os menos hábeis. A exclusão econômica e social é uma negação total da fraternidade humana e um atentado gravíssimo aos direitos humanos e ao ambiente.”

Cultura do descarte
O Pontífice recordou que os mais pobres são aqueles que mais sofrem esses ataques: são descartados pela sociedade, obrigados a viver de desperdícios e sofrer injustamente as consequências do abuso do ambiente.

Como sinais de esperança, o Papa citou a adoção da «Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável», que a Assembleia Geral começa a debater esta sexta-feira, e a Conferência de Paris sobre as alterações climáticas.

Todavia, advertiu, os compromissos solenemente assumidos não são suficientes. A vontade política, segundo Francisco, deve ser efetiva, prática e constante para preservar o meio ambiente e superar fenômenos como tráfico de seres humanos, drogas e armas, exploração sexual de meninos e meninas, trabalho escravo e terrorismo.

Já as vítimas devem se encontrar em condição de serem protagonistas do seu próprio destino. E a chave para fazê-lo é a educação de meninos e meninas, que são excluídas em alguns lugares.

Francisco ofereceu ainda os indicadores mínimos para que todos vivam com dignidade. Em nível material, são casa, trabalho e terra. Em nível espiritual, é a liberdade do espírito, que inclui a liberdade religiosa, o direito à educação e os outros direitos civis.

Conflitos
A guerra, acrescentou o Pontífice, é a negação de todos os direitos e uma agressão dramática ao meio ambiente. A experiência destes setenta anos de existência das Nações Unidas mostram tanto a eficácia da plena aplicação das normas internacionais, como a ineficácia da sua inobservância. Se respeitada, a Carta das Nações Unidas produz paz. Mas se aplicada quando convém, abre-se uma verdadeira “caixa de Pandora” com forças incontroláveis, que prejudicam seriamente as populações inermes, o ambiente cultural e também o ambiente biológico.

Francisco condenou a proliferação das armas, especialmente as de destruição em massa e as armas nucleares, por contradizer o princípio pacificador da ONU. A corrida armamentista levaria a instituição a se chamar “Nações Unidas pelo medo e a desconfiança”. “É preciso trabalhar por um mundo sem armas nucleares, aplicando plenamente, na letra e no espírito, o Tratado de Não-Proliferação para se chegar a uma proibição total destes instrumentos.”

O Papa renovou seu apelo por uma solução pacífica dos conflitos, principalmente em Ucrânia, Síria, Iraque, Líbia, Sudão do Sul e na região dos Grandes Lagos. “Antes dos interesses de parte, existem rostos concretos. Nas guerras e conflitos, existem pessoas, nossos irmãos e irmãs, que choram, sofrem e morrem. Seres humanos que se tornam material de descarte, enquanto nada mais se faz senão enumerar problemas, estratégias e discussões.”

Narcotráfico

Francisco denunciou ainda a morte silenciosa de milhões de pessoas provocada pelo narcotráfico. “Uma guerra financiada e pobremente combatida. O narcotráfico, por sua própria natureza, é acompanhado pelo tráfico de pessoas, lavagem de dinheiro, tráfico de armas, exploração infantil e outras formas de corrupção. Corrupção que penetrou nos diferentes níveis da vida social, política, militar, artística e religiosa, gerando, em muitos casos, uma estrutura paralela que põe em perigo a credibilidade das nossas instituições.”

Futuro
Para concluir o seu discurso, o papa citou Paulo VI, para que as suas palavras sejam uma continuação do que foi dito na Assembleia 50 anos atrás: “Eis chegada a hora em que se impõe uma pausa, um momento de recolhimento, de reflexão, quase de oração: pensar de novo na nossa comum origem, na nossa história, no nosso destino comum”.

E deixou o seu apelo às lideranças mundiais: “O tempo presente convida-nos a privilegiar ações que possam gerar novos dinamismos na sociedade e frutifiquem em acontecimentos históricos importantes e positivos. Não podemos permitir-nos o adiamento de ‘algumas agendas’ para o futuro. O futuro exige-nos decisões críticas e globais face aos conflitos mundiais que aumentam o número dos excluídos e necessitados”.
Fonte:POM

Os novos e antigos rostos da imigração no Brasil

A imigração no Brasil diminuiu entre o século XIX e meados do XX. Mas, entre as décadas de 1980 e 1990 o país viveu o auge da emigração. Hoje o um país é um trânsito entre idas e vindas de brasileiros para outros países. Também tem recebido imigrantes de países africanos, asiáticos e caribenhos que se configuram em novos e velhos rostos no Brasil.
No dia 21 de abril de 1500, Pedro Alvas Cabral chegou ao novo território que, mais tarde, ficou conhecido por Brasil. Esse território era habitado por indígenas milenares. Os colonizadores portugueses se fizeram donos das terras e as dividiram em capitanias hereditárias. Trouxeram africanos de modo forçado como escravos para gerar sustento e renda aos proprietários das capitanias.

A Coroa Portuguesa, pela Carta Régia de 9 de agosto de 1747, eliminou as Capitanias Hereditárias, passando a posse das terras para sua jurisdição, dando início à imigração de açorianos, sobretudo, para a regiões de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Com a vinda da Coroa Portuguesa para o Brasil em 1808, o país passou a acolher imigrantes de diferentes nacionalidades. Chegaram ingleses, suíços, franceses, poloneses, russos-ucranianos, turcos, libaneses, austríacos e lituanos. Também vieram os chineses e alemães. Inicialmente os alemães se instalaram na Bahia. Mas a partir de 1827 houve progressiva migração para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina. De 1835 os italianos marcaram presença no Sul do país, bem como em São Paulo.

Periodização da imigração
A entrada imigratória para o Brasil de 1870 a 1959 passou a ser constante. Durante esse tempo o rosto da imigração foi europeia: italianos, alemães, portugueses, espanhóis, poloneses, russos e holandeses. Também vieram imigrantes asiáticos: japoneses, sírio-turco-libaneses e chineses.

As principais razões para essa imigração foram:
- A Revolução Industrial do século XIX que exigia mão de obra qualificada e gerou dificuldade aos artesãos e agricultura familiar. As novas máquinas agrícolas expulsaram milhares de camponeses europeus para outros países;
- O avanço da medicina possibilitou qualidade de vida e crescimento populacional;
- O processo de constituição da Alemanha e Itália pela unificação territorial trouxe desequilíbrios na administração, impostos para o governo e novas classes de funcionários públicos;
- As frequentes guerras entre oriente e ocidente é outro fator que colaborou com a imigração. As duas guerras mundiais e os conflitos no Oriente Médio fomentaram a saída de grande número de população dos países envolvidos.

O Brasil nesse período era atrativo para os imigrantes por dois motivos: substituição da mão de obra escrava nos cafezais e canaviais da região Sudeste e a continuação da colonização pelo desmatamento em fronteiras agrícolas do Sul.

No final da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), o Brasil buscava mão de obra qualificada devido ao investimento do capitalismo urbano e as novas leis trabalhistas (1932) regulamentadas pelo presidente Getúlio Vargas. Após Segunda Guerra Mundial (1939-1945) a indústria automobilística, química, farmacêutica, siderúrgica e transporte cresceram no Brasil e faltava qualificação de trabalhadores. Houve também flexibilização das políticas migratórias implantadas pelo regime de cotas em 1934 e reforçada pela Constituição de 1937, para acolher refugiados e deslocados do conflito mundial.

De 1960 a 1999 o fluxo imigratório de europeus e asiáticos diminuiu no Brasil, mas cresceu a dos uruguaios, argentinos, chilenos, paraguaios, peruanos, bolivianos, equatorianos, coreanos, angolanos, moçambicanos e egípcios.
Entre os motivos da imigração encontram-se a luta entre as ideologias comunista e capitalista (Rússia e Estados Unidos), pois muitos não concordavam com o sistema imposto. A Guerra na Coreia (1950-1953) provocou divisões e deslocamento populacional. As ditaduras militares e perseguições nos países latino-americanos e o processo de independência das colônias no continente africano.

As razões de acolhimento de imigrantes pelo Brasil se deram pela necessidade de mão de obra qualificada no desejo de crescimento econômico. Por uma opção de destino para fugir de ditaduras de países latino-americanos. Na pós-ditadura militar o Brasil iniciou políticas de Acordos de Cooperação bilaterais e multilaterais com países africanos, sobretudo, com os de língua portuguesa. Com isso muitos estudantes vieram ao Brasil através de programas universitários.

Rostos da imigração hoje
Em pleno século XXI a imigração no Brasil continua crescendo com rostos europeus e latino-americanos conhecidos.
Os europeus vieram ao Brasil afetados pela crise financeira do capitalismo especulativo norte-americano, o que provocou desemprego, estagnação econômica, descontrole financeiro e aumento da dívida externa. Os latino-americanos foram motivados pelo lento crescimento econômico, a precária modernização da infraestrutura, delicada distribuição de renda, desastres naturais e impacto negativo do narcotráfico.

Muitos países africanos em conflitos tribais interno
s e a violação dos direitos humanos. Presença da exploração de transnacionais europeias, chinesas e norte-americanas que se apossaram da riqueza nacional, corrupção política e desastres naturais motivaram milhares para outros países.
Já para países da região caribenha entre as razões da imigração encontram-se os desequilíbrios econômicos e sociais, domínio de ditaduras, desastres ambientais e conflitos internos.
No final da década de 1980 o Brasil entrou em vigor o Estatuto Autoritário do Estrangeiro (Lei 6.815/80) clareou a postura de acolhimento de migrantes, refugiados e deslocados. Com a Constituição Federal de 1988 o destaque em relação aos estrangeiros é baseado nos direitos humanos.
A partir de 1994 o Brasil aderiu a Declaração de Cartagena, comprometendo-se a realizar alterações constitucionais para incorporar princípios das Convenções, Protocolos e Estatuto dos Refugiados. Essa adesão se deu com a Lei 9.474/97 que reforça o direito de qualquer cidadão estrangeiro solicitante de refugiado receber um Protocolo para fazer Carteira de Trabalho, CPF, abertura de conta bancária, ingresso no mercado de trabalho e circular livremente até sua avaliação pelo Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE).

O recente crescimento da economia brasileira, a valorização do salário mínimo, a transferência de renda para a população carente, grandes obras de infraestrutura e a carência de mão de obra qualificada são os fatores de atração de migrantes.
Os Acordos de Cooperação relacionados à imigração com países da África (2003), Haiti (2004), MERCOSUL (2010) e atualmente a União das Nações Sul-Americanas são fatores de atração para o Brasil.
Outro fator determinante é a crescente imagem positiva do Brasil no cenário mundial. Com isso empresas brasileiras despertam em investimentos em todos os continentes. Outros dados que podem ser considerados positivos são os grandes eventos sediados recentemente pelo Brasil, como, por exemplo, a Jornada Mundial da Juventude e a Copa do Mundo, bem com as Olimpíadas preparadas para 2016.

Recentemente imigraram para o Brasil haitianos, senegaleses, ganeses, bengaleses, dominicanos, angolanos, nigerianos, guineenses, marroquinos e somalis. Conforme dados do SINCRE/MJ de 2006 até hoje são mais de 700 mil imigrantes no Brasil.
No Rio Grande do Sul grande demanda migratória foi trabalhar na indústria de alimentos, sobretudo, em frigoríficos. Para Geraldo Iglesias, da União Internacional de Trabalhadores na Indústria de Alimentos e Agricultura (UITA), “a absorção de mão de obra-de-obra de novos rostos de imigrante que chegam ao Brasil tem sido absorvida pelos frigoríficos devido a elevada desistência de trabalhadores e trabalhadoras nacionais que consideram essa atividade “massacrante” e “penosa”.

Acolhimento em Porto Alegre
Pierre Richard Aine, 36 anos, haitiano conta a sua história. “Cheguei a Porto Alegre em maio de 2014 e em julho do mesmo ano consegui visto de Permanência no Brasil até 2019. Deixei minha esposa no Haiti e dois filhos. Já faz um ano que estou empregado num shopping como auxiliar de cozinha. Através da acolhida dos padres Scalabrinianos da Paróquia Pompéia, do Centro de Porto Alegre tive ajuda na documentação e indicação para o trabalho. Estou recebendo aulas de português”. (Foto acima)

Sainronise Geste, 42 anos, haitiana (foto) declarou. “Faz um mês que cheguei a Porto Alegre. Ainda não consegui documentação e nem trabalho, mas encontrei apoio com os padres Scalabrinianos da Pompéia. Deixei meu esposo e nove filhos em meu país Haiti e procuro trabalho. Vim para ajudar meus filhos. Ainda preciso muito aprender português”.

Luisa Rossana Zevallos, 40 anos, peruana relatou. “Já faz dez anos que estou no Brasil. Gostei e fiquei por seis anos ilegal, mas agora estou regularizada. Trabalhei por muito tempo sem carteira assinada, mas todos os empregadores cumpriram com todos os direitos. Fui muito querida e acolhida pelas pessoas que me ofereceram trabalho e mantenho muitas amizades. Outra coisa importante para mim é a Paróquia da Pompéia que a considero como minha segunda casa. Através dos padres recebi direcionamento para minha Permanência no Brasil e trabalho. Sinto na paróquia uma verdadeira acolhida humana. Sou formada em Serviço Social, mas o Ministério da Educação e Cultura (MEC) não reconhece meu diploma. Por isso não exerço minha profissão. Já trabalhei em restaurante e pastelaria. É muito desfavorável ter curso e não ser reconhecido. Penso que o MEC deveria ter mais consideração com essa realidade dos imigrantes formados. Outro elemento que penso ser possível com o tempo é as empresas priorizarem a contratação de imigrantes profissionais como meu caso. Contratar estrangeiro para enriquecer a partilha de conhecimento e cultura”.

Padre João Marcos Cimadon, scalabriniano, natural de Campos Novos (SC), coordenador da Pastoral da Mobilidade Humana do Regional Sul 3, contou sua experiência junto aos imigrantes. “Sinto-me feliz e realizado ao prestar este serviço de acolhida a estes nossos irmãos. Oferecemos nossa acolhida independente da nacionalidade e da religião. O importante é acolher o ser humano com dignidade e alegria para que possa sentir do CIBAI Migrações, da Igreja, da Pastoral a casa deles. Dar-lhes um apoio e segurança neste momento da vida sofrida e difícil. Oferecemos além da acolhida, apoio na documentação, roupas, aula de português, auxílio psicológico, direcionamento para emprego e apoio na fé. Também mantemos junto ao poder público um diálogo próximo em benefício dos estrangeiros”, concluiu.
Sugestão de leitura: Os novos rostos da imigração no Brasil. Haitianos no Rio Grande do Sul, escrito por Jurandir Zamberlam, Giovanni Corso, Lauro Bocchi e João Marcos Cimadon, publicado pelo Regional Sul 3 da CNBB, em 2014.
Sugestão de site: www.cibaimigracoes.com.br

* Judinei Vanzeto é Jornalista e assessor do Regional Sul 3 da CNBB. 
Fonte: POM

Papa em Filadélfia: "chamados a edificar o Corpo de Cristo que é a Igreja"


Neste penúltimo dia em terras estadunidenses, o papa se despediu de Nova Iorque na manhã deste sábado (26), e se transferiu para Filadélfia onde presidiu à celebração Eucarística para os bispos, o clero, os religiosos e religiosas da Pensilvânia na Basílica de São Pedro e São Paulo.
No patamar da Basílica, Francisco foi acolhido por um grupo de crianças e algumas famílias, enquanto no interior, estavam presentes cerca de 2 mil fiéis e, na capela lateral, outros 500. Durante a Missa votiva da Bem-aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja, o papa pronunciou sua homilia referindo-se inicialmente à história daquela bela Catedral, que o levou a aprofundar o aspecto histórico, não material mas espiritual, da Igreja da Filadélfia e da Pensilvânia.
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Herança
“Trata-se de uma história que nos fala de gerações e gerações de católicos comprometidos, que saíram para as periferias a fim de construir comunidades de culto, de educação, de caridade e de serviço à sociedade inteira. Tal história é visível nos muitos santuários espalhados por esta cidade, nas suas inúmeras paróquias, cujas agulhas e campanários falam da presença de Deus no meio das nossas comunidades”.

Esta história da Igreja local pode ser vista ainda, acrescentou o Papa, nos esforços de todos aqueles sacerdotes, religiosos e leigos que, com dedicação, ao longo de dois séculos, trabalharam pelas necessidades espirituais dos pobres, dos imigrantes, dos doentes e dos encarcerados; pode ser vista também nas inúmeras escolas, onde consagrados e consagradas ensinaram as crianças a ler e a escrever, a amar a Deus e ao próximo, e a contribuir como bons cidadãos para a vida da sociedade americana.

Missionariedade
A seguir, Francisco recordou a história de Santa Catarina Drexel, uma das grandes santas daquela Igreja local. Quando ela falou ao Papa Leão XIII da necessidade das missões, o Papa, que era muito sábio, perguntou-lhe: «E você, o que vai fazer?» Tais palavras mudaram a vida e o rumo de Santa Catarina. E o Papa explicou: “Cada um de nós deve responder, da melhor forma possível, o chamado do Senhor para construir seu Corpo, que é a Igreja: ‘E você o que vai fazer?’”.

A partir destas palavras, o Papa se deteve em dois aspectos, no contexto da nossa missão especial de transmitir a alegria do Evangelho e edificar a Igreja como sacerdotes, diáconos ou membros de institutos de vida consagrada.

Primeiro, referindo-se ao numerosos jovens que, nas paróquias e escolas, têm os mesmos ideais elevados, generosidade de espírito e amor a Cristo e à Igreja, o Santo Padre recordou: “Um dos grandes desafios que a Igreja tem pela frente, nesta geração, é promover, em todos os fiéis, o sentido de responsabilidade pessoal pela missão da Igreja e torná-los capazes de a cumprir como discípulos missionários, sendo fermento do Evangelho no nosso mundo.

Criatividade

Isto, porém, frisou o Pontífice, exige criatividade para se adaptar às situações em mudança, para levar adiante a herança do passado, dóceis ao Espírito, e comunicar a alegria do Evangelho, todos os dias e em todas as estações da vida. Aqui, o Papa explicou o segundo aspecto da nossa missão cristã:

“Sabemos que o futuro da Igreja, numa sociedade em rápida mudança, exigirá e exige, desde já, um compromisso cada vez mais ativo por parte dos leigos. A Igreja nos Estados Unidos sempre dedicou um enorme esforço ao trabalho da catequese e da educação. O nosso desafio, hoje, é construir alicerces sólidos e promover um sentido de colaboração e responsabilidade compartilhada, quando programamos o futuro das nossas paróquias e instituições”.

Porém, advertiu o Pontífice ao clero, isto não significa descuidar da autoridade espiritual que nos foi confiada, mas discernir e usar sabiamente os múltiplos dons que o Espírito concede à Igreja. De forma particular, valorizar a contribuição imensa que as mulheres, leigas e consagradas, deram e continuam a oferecer à vida das nossas comunidades. Por fim, o Pontífice deixou a seguinte exortação aos bispos e clero da Pensilvânia:

Apoio
“Encorajo-os a deixar-se renovar na alegria daquele primeiro encontro com Jesus, extraindo, de tal alegria, renovada fidelidade e vigor. Durante estes dias de Encontro Mundial das Famílias, peço-lhes para refletir sobre a qualidade do nosso ministério com as famílias, os casais de noivos e os jovens. Peço-lhes que rezem com fervor pelas famílias e pelas decisões do próximo Sínodo dos Bispos sobre a família”.

O Santo Padre concluiu sua homilia, dirigindo seu olhar a Maria, nossa Mãe Santíssima, para que, com o seu amor materno, interceda pelo crescimento da Igreja na América, levando alegria, esperança e força ao mundo.

Ao término da Santa Missa, o papa deixou a Catedral e se transferiu para o Seminário São Carlos Borromeu, em Filadélfia, onde ficará hospedado até o final desta sua 10ª Viagem Internacional. Na parte da tarde deste sábado (26/9), o Bispo de Roma manterá um encontro pela “Liberdade Religiosa”, com a Comunidade hispânica e outros imigrantes, no Parque Histórico da Independência Nacional.

A Rádio Vaticano estará transmitindo, a partir das 17h15, hora de Brasília,  ao vivo, via satélite para todo o Brasil e demais países de língua portuguesa, cujas emissoras nos retransmitem.

O Pontífice concluirá suas atividades, neste quinto dia de permanência em terras norte-americanas, presidindo, às 20h20, hora de Brasília, à Vigília de Oração, durante a qual encontrará as Famílias, no Parque Benjamin Franklin de Filadélfia, no âmbito do VIII Encontro Mundial das Famílias
Fonte:POM

“O filho de Deus veio ao mundo como uma pessoa que não tem casa”, diz Francisco a sem-teto


Papa_bisposEUA300x205Papa esteve com cerca de 300 sem-teto e comparou-os a José.
Após discursar no Congresso dos Estados Unidos, o papa Francisco reuniu-se para almoçar com cerca de 30 sem-teto, na Igreja de São Patrício, nesta quinta-feira, 24. Antes da refeição, Francisco falou brevemente, comparando a situação dos sem-teto a de José. “O filho de Deus veio a este mundo como um sem-teto”, afirmou. “Fico imaginando José com sua mulher, sem abrigo, sem casa, sem lugar para ficar”, prosseguiu.
“Como José, questionai-vos: Por que estamos sem um teto, sem uma casa? Mas tais perguntas são boas que sejam postas também a todos nós: Por que estão sem casa estes nossos irmãos?”, disse.
Segundo Francisco, as perguntas de José perduram até hoje e acompanham todos os que, ao longo da história, viveram e estão sem uma casa. “Sobretudo, José era um homem de fé, foi a fé que o sustentou nas dificuldades de sua vida”, refletiu.
Para o pontífice, “perante situações injustas, dolorosas, a fé oferece-nos a luz que dissipa a escuridão. Como sucedeu com José, a fé abre-nos à presença silenciosa de Deus em cada vida, em cada pessoa, em cada situação. Ele está presente em cada um de vós, em cada um de nós”.
De acordo com o papa, não há razões ou justificativas sociais, morais ou de outro gênero que permitam a aceitação da carência de habitação. “São situações injustas, mas sabemos que Deus está a sofrê-las juntamente conosco, está a vivê-las ao nosso lado. Não nos deixa sozinhos”, assegurou.
Após dizer que Jesus continua batendo à porta, “no rosto do irmão, do vizinho, de quem vive junto de nós”, o papa concluiu seu discurso com uma reflexão sobre a oração, uma das formas mais eficazes de ajuda. “A oração une-nos, irmana-nos, abre-nos o coração e lembra-nos uma verdade maravilhosa que às vezes esquecemos. Na oração, todos aprendemos a dizer Pai, papai, pelo que nela nos encontramos como irmãos. Na oração, não há ricos e pobres; há filhos e irmãos. Na oração, não há pessoas de primeira classe ou segunda; há fraternidade”, encerrou.
Unidade com bispos americanos
Também nesta quinta-feira, Francisco encontrou-se com os bispos americanos na Catedral de São Mateus, em Washington. “O coração do papa dilata-se para incluir a todos”, disse na ocasião. Em sinal de unidade, o papa lembrou que ele vem “de uma terra que também é americana”.
Com os prelados dos EUA, Francisco compartilhou uma série de reflexões “oportunas à missão” dos pastores. Tratou, ainda, sobre a forma com que os americanos superaram a chaga dos abusos sexuais cometidos por integrantes do clero. Ele exaltou a coragem com que os momentos foram enfrentados, “sem temer autocríticas nem poupar-se das humilhações e sacrifícios”, a fim de recuperar a “credibilidade e confiança inerente aos ministros de Cristo”.
“Sei quanto pesou a ferida dos últimos anos e acompanhei o esforço de vocês para curar as vítimas – conscientes de que, curando, também nós ficamos curados – e para continuar a agir a fim de que tais crimes nunca mais se repitam”, concluiu.
Confira na íntegra o discurso do papa aos bispos americanos:http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/speeches/2015/september/documents/papa-francesco_20150923_usa-vescovi.html
Fonte CNBB – Com informações da Rádio Vaticano

O CULTO DAS IMAGENS

Frequentemente os membros da Igreja Católica são acusados de adorar imagens. Os acusadores afirmam que a bíblia proibiu fazer imagens. De fato Deus não proibiu fazer imagens, mas sim ídolos. Há uma grande diferença entre imagens e ídolos. Uma imagem é a representação de um ser em seu aspecto físico como, por exemplo, uma fotografia, uma estátua, uma pintura, um monumento etc. Enquanto um ídolo é um falso deus, inventado pela fantasia humana como, por exemplo, a lua, um animal, o mar, esculturas etc. Adorar é o ato de considerar Deus como o único Criador e Senhor do mundo. Os católicos podem adorar somente a Deus e mais ninguém, porque acreditamos que Deus é o Criador e Senhor do mundo. Porém, adorar e venerar são coisas bem diferentes. Venerar para os Católicos é imitar, honrar, louvar, mas não adorar. Os católicos veneram a Virgem Maria e os santos considerados como modelos na fé e na caridade e suas virtudes merecem ser imitados por nós. Sabemos que nenhum cristão é tão ingênuo a ponto de confundir uma imagem de gesso, madeira, metal etc. com a divindade. Menos ainda uma obra de arte, uma pintura. Para os católicos os santos não são Deus, mas pessoas que viveram profundamente a vontade de Deus no seu tempo e em suas vidas.
No Livro de Êxodo  encontramos o seguinte texto: “Eu sou Javé teu Deus. Não tenha você outros deuses diante de mim. Não faça para você imagem, qualquer representação do que existe no céu, na terra ou nas águas que estão debaixo da terra.  Não te prostre  diante desses deuses, não lhes sirva, porque eu, Javé seu Deus, sou um Deus ciumento” (Ex 20, 1-5). O mesmo Deus, no mesmo livro do Êxodo, manda Moisés fazer dois querubins de ouro, e colocá-los por cima da Arca da Aliança:  “Nas duas extremidades do propiciatório, faça dois querubins de ouro martelado, um em cada lado, na extremidade do propiciatório. Terão as azas estendidas para cima, cobrindo o propiciatório.  Estarão frente a frente um do outro, com os rostos voltados para o centro do propiciatório” (Ex 25, 18-20).  Também, “Faça uma serpente flamejante e coloque-a no alto de um mastro. Quem for mordido e olhar para ela, ficará curado. Moisés fez, então, uma serpente de bronze e a colocou no alto do mastro. Quando alguém era picado por uma serpente, olhava para a serpente de bronze e ficava curado (Num 21, 8-9). Mandou, ainda, Salomão enfeitar o templo de Jerusalém com imagens de querubins, palmas, flores, bois e leões (1 Reis 6, 23-35 e 7,29) etc. Deus proibiu a fabricação de imagens de ídolos (falsos deuses) para serem colocados no lugar do Deus verdadeiro, que é o Deus único e verdadeiro. Deus comunicou essa mensagem ao seu povo porque o povo hebreu naquela época estava cercado de povos que adoravam ídolos ou falsos deuses e Ele não queria que seu povo seguisse seus maus exemplos.
Realmente Deus na Bíblia mandou fazer imagens! Obviamente quando as imagens não são para serem adoradas em lugar de Deus. Vejam os seguintes textos bíblicos:  “Os dois querubins mediam cinco meros de altura cada um.  Os querubins foram colocados no meio da sala, no interior do Templo” (1 Reis 6, 26-27). “Salomão mandou esculpir figuras de querubins, palmeiras e flores ao redor de todas as paredes do Templo” 1Rs 6, 29).  Há várias outras citações possíveis neste sentido como, por exemplo, Sb 16, 5-8;  Ez 41, 18; 1Rs 7, 29 etc. Através desses textos da sagrada Bíblia é claro que Deus além de não proibir fazer imagens ordenou sua fabricação. Essas imagens não foram ídolos. Não foram falsos deuses exigindo adoração. É vital entender que as imagens usadas pela Igreja Católica também não são ídolos. Os católicos não adoram imagens, somente adoram Deus. É óbvio que esculturas de madeira, fotografias, imagens de aço, pinturas, estátuas e monumentos etc. que eles usam não são ídolos e não são adorados. As imagens da Virgem Maria, mãe de Jesus, e dos santos são iguais, por exemplo, aos monumentos construídos em memória aos heróis nacionais, ou fotografias de membros de uma família. Recordam as pessoas ou eventos representados, suas virtudes e boas qualidades, mas obviamente não são adoradas. Católicos usam imagens de Maria e dos santos para recordar suas santas vidas, suas virtudes, suas boas qualidades, seus exemplos de vida etc.
Em nossas orações à Maria e aos santos freqüentemente usamos expressões como: “ajoelhar-se” ou “prostrar-se”. Expressões como essas não significam adoração, mas sim veneração, respeito, admiração, homenagem ou simplesmente saudações. Podemos verificar isso em textos bíblicos como os seguintes: “Moisés saiu para receber o sogro, inclinou-se diante dele e o abraçou” ( Ex 18, 7); “Que os povos o sirvam  e as nações se prostrem diante de você”  (Gn 27, 29;. “Betsabeia inclinou-se e prostrou-se diante o rei” (1Rs 1,16) etc. Católicos acreditam que Maria e os santos estão no céu e portanto amigos especiais de Deus e como tais podem interceder  ou pedir a Deus em nosso favor. Como Maria pediu a Jesus para ajudar os noivos em Caná, e atendendo seu pedido Ele realizou seu primeiro milagre, nós acreditamos que no céu ela pode continuar fazendo a mesma coisa em nosso favor (Jo 2, 1-12). O Catecismo da Igreja Católica, falando sobre Maria afirma: “Assunta aos céus, não abandonou este múnus salvífico, mas por sua múltipla intercessão prossegue em granjear-nos os dons da salvação eterna” (CIC 696). Em Atos 3,8 Pedro em nome de Jesus curou um aleijado deixando o mesmo andar. Acreditamos que hoje São Pedro pode continuar a fazer a mesma coisa intercedendo por nós.
Gostaria de terminar este breve artigo citando novamente o Catecismo da Igreja Católica: “As testemunhas que nos precederam  no Reino (Hb 12,1), especialmente as que a Igreja reconhece como “santos”, participam da tradição viva da oração, pelo exemplo modelar de sua vida, pela transmissão de seus escritos e pela sua oração hoje. Contemplam a Deus, louvam-no e não deixam de velar por aqueles que deixaram na terra. Entrando “na alegria” do Mestre, eles foram “postos a frente de muito” (Mt 25, 21). A sua intercessão é o mais alto serviço que prestam ao plano de Deus. Podemos e devemos pedir-lhes que intercedam por nós e pelo mundo inteiro” (CIC 2683). Portanto, Católicos não adoram imagens, adoram Jesus o único intercessor entre nós e o Pai. Veneramos, imitamos, honramos e louvamos a Virgem Maria, Mãe de Jesus, e os santos porque são nossos modelos na fé e na prática de caridade. Acreditamos que eles podem interceder por nós junto a Deus.
(Citações bíblicas da Nova Bíblia Pastoral, com o Nihil Obstat de Dom Sérgio da Rocha, Arcibispo de Brasília, e o Imprimater de Dom Raymond Card. Damasceno Assis, Presidente da CNBB).
Pe. Dr. Brendan Coleman Mc Donaldhttp://www.arquidiocesedefortaleza.org.br/wp-content/uploads/2012/12/padre-Brendan200-80x80.gif
Redentorista

Simpósio sobre a Caridade reúne 2 mil agentes de pastoral na Arquidiocese de Fortaleza


simposio01A Arquidiocese de Fortaleza realizou nos dias 19 e 20 seu III Simpósio arquidiocesano, evento que reuniu dois mil agentes de pastoral no ginásio poliesportivo Paulo Sarasate para refletir sobre a Caridade, tema que encerra o triênio de comemorações do Jubileu Centenário desta porção da Igreja.
 “Em cada um destes anos tivemos um Simpósio arquidiocesano com representações das forças vivas da Igreja desta Arquidiocese para aprofundar em reflexões, oração e partilha os temas do ano. Neste Ano Jubilar, se procurará a partir da própria Palavra de Deus, depois dos ensinamentos da Igreja aprofundar a compreensão da Caridade diante dos desafios e estímulos para a evangelização em nossos dias”, explica dom José Antonio Aparecido Tosi Marques, arcebispo metropolitano de Fortaleza.
Na conferência “Iluminação bíblica sobre a caridade” a professora da Faculdade Católica de Fortaleza, Tânia Couto, destacou a relação que existe Deus e o homem como princípio da Caridade. “O que a Bíblia nos apresenta é a história de uma relação entre Deus e o homem. Como ela foi se aprofundando até podermos concluir que Deus é amor”. Esse amor precisa ser concretizado: “quem diz que ama a Deus espiritualmente, deve amar também na sua humanidade”, explicou.
A expressão concreta do amor é a caridade. Entre as virtudes teologais (fé, esperança e caridade), a maior é a caridade, disse o reitor do Seminário de Teologia da Arquidiocese, padre Almir Magalhães. “É pelo amor que de crê e se espera”, destacou lembrando a carta paulina aos Coríntios. Os documentos da igreja nos apontam alguns fundamentos e conceitos de caridade, segundo o padre. A fonte é sempre o amor de Deus. “Caridade é a virtude teologal pela qual amamos a Deus e ao próximo. A fonte sempre é Deus”, disse lembrando o Catecismo da Igreja.
Dom José finaliza lembrando que a caridade se manifesta na Igreja. “Reconhecemos em ação de graças que tudo o que somos e fazemos não vem de nossas forças humanas, mas do Amor de Deus derramado em nossos corações, da Caridade de Cristo que nos impulsiona. A Igreja é a manifestação concreta e histórica desta Caridade que une em comunhão a humanidade de irmãos filhos do único Pai.”
Por Vanderlúcio Souza, Seminarista da Arquidiocese de Fortaleza

“Sede Misericordiosos” é lema da Campanha para Evangelização 2015


O auge da Campanha será a coleta realizada nas missas e celebrações do domingo, 13 de dezembro.
Jesusmisericordia
Em sintonia com o Jubileu Extraordinário da Misericórdia, que acontecerá de 8 de dezembro deste ano até 20 de novembro de 2016, o Campanha para a Evangelização (CE) 2015 traz como lema “Sede Misericordiosos”. A iniciativa, promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), completou 17 anos a serviço das atividades pastorais da Igreja.
A Campanha iniciará na Solenidade de Jesus Cristo Rei do Universo e se estenderá até o terceiro domingo do Advento. É articulada pela Comissão Episcopal para a Campanha para a Evangelização da CNBB.
Este ano, a mobilização nacional promoverá iniciativas que visam refletir com a comunidade sobre a importância da acolhida e do perdão. “Queremos, pois, destacar que Evangelização e Misericórdia são duas faces de uma mesma ‘moeda’: evangelizar é anunciar a misericórdia divina; fazer experiência dessa misericórdia é entrar no coração do Evangelho”, explica o arcebispo de Salvador e vice-presidente da CNBB, dom Murilo Krieger.
O lema escolhido também volta-se para o tempo litúrgico do Advento, período de preparação para o Natal, e início do Jubileu da Misericórdia. “É preciso levar em conta que no dia 8 de dezembro, o papa Francisco abrirá o Ano da Misericórdia. No domingo seguinte, quando este mesmo Ano Jubilar estiver sendo aberto nas dioceses, estaremos no ponto alto da Campanha para a Evangelização” comenta o primaz do Brasil, dom Murilo.
Frutos da Campanha
Durante esses anos, inúmeros projetos foram atendidos com os recursos das coletas da Campanha para a Evangelização. Dom Murilo destaca que essas iniciativas sociais são frutos dos trabalhos das dioceses por todo o Brasil.
 “As iniciativas mais importantes e significativas da Campanha para a Evangelização acontecem nas próprias dioceses. E isso é compreensível, já que é lá que os cristãos vivem e trabalham. A CNBB não vive para si mesma; tudo o que ela faz é em vista das dioceses, a quem procura servir”, pontua o arcebispo.
Coleta nacional
Criada em 1998 pela CNBB, a Campanha para a Evangelização mobiliza, anualmente, as comunidades a assumirem a responsabilidade de participar na sustentação das atividades pastorais da Igreja no Brasil.  Dentre os vários serviços prestados pela CNBB, a CE constitui-se em uma atividade de evangelização às comunidades.
O ponto alto da Campanha será a coleta realizada nas missas e celebrações do domingo, 13 de dezembro.  A distribuição dos recursos é feita da seguinte forma: 45% permanecem na própria diocese; 20% são encaminhados para os regionais da CNBB; e os demais 35%, para a CNBB Nacional. As doações, em caráter individual, também podem ser feitas pelo site: www.evangelija.com.
“A parte que vai para a CNBB Nacional é direcionada a projetos de evangelização que atingem todo o país e, também, para ajudar dioceses pobres, que precisam do apoio das demais para poderem desenvolver suas atividades evangelizadora”, pontua dom Murilo.
Evangeli.Já
A CE tem o slogan “Evangeli.Já”, que faz referência à palavra evangelizar e mostra a urgência da evangelização e da cooperação de todos.
“Em um mundo agitado, em que as pessoas ouvem mil propostas e são envolvidas por inúmeros desafios, a Igreja sente seu dever ser mais ágil no trabalho evangelizador. Portanto, não há na Igreja espaço para os acomodados e, menos ainda, para os indiferentes. Precisamos colocar nossa criatividade em ação, para descobrir novas maneiras de ter acesso ao coração de todos. Em outras palavras: é preciso Evangelizar Já!”, diz o arcebispo.
Por CNBB