terça-feira, 22 de dezembro de 2015

O Papa Francisco e a Bula Misericordiae Vultus



"No Natal, celebramos a vinda de Jesus Cristo. O Papa Francisco inicia a sua Bula de Proclamação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia afirmando o seguinte: “Jesus Cristo é o rosto da misericórdia do Pai. O mistério da fé cristã parece encontrar nestas palavras a sua síntese. Tal misericórdia tornou-se viva, visível e atingiu o seu clímax em Jesus de Nazaré”.2 No Natal, a misericórdia de Deus vem ao nosso encontro na pessoa de Jesus. Devemos ver nele e aprender dele as exigências da misericórdia, assim como nos alegrar, porque Deus nos ama tanto.

A misericórdia, no dizer do Papa Francisco, é o ato último e supremo pelo qual Deus vem ao nosso encontro. Deus é amor e a misericórdia é a forma amorosa que Deus escolheu para se relacionar conosco. Jesus nos disse: “Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros” (Jo 13,34). Jesus nos mostrou o amor misericordioso de Deus para conosco e nós devemos nos aprofundar na vivência da misericórdia para sermos obedientes ao novo mandamento de Jesus.
Para que possamos crescer na vivência da misericórdia, é necessário que façamos a experiência da misericórdia que Deus tem por nós, é necessário que experimentemos o seu amor em nossas vidas. E o amor de Deus se manifesta de forma mais profunda no perdão dos pecados. Todos nós experimentamos esse amor, pois todos somos pecadores, mas nem sempre temos consciência disso.
A partir dessa tomada de consciência, poderemos mostrar ao mundo, conforme nos pede o Papa Francisco, que “a misericórdia de Deus não é uma ideia abstrata, mas uma realidade concreta, pela qual Ele revela o seu amor como o de um pai e de uma mãe que se comovem pelo próprio filho até o mais íntimo das suas vísceras”.
Com isso, percebemos a importância da misericórdia no trabalho evangelizador: precisamos levar a humanidade a fazer a experiência do amor misericordioso de Deus, não só em vista da própria salvação, mas também para desenvolver com os irmãos e as irmãs novas formas de relacionamento fundamentadas na misericórdia como caminho de superação da cultura da morte presente na nossa sociedade através da construção da civilização do amor.
O Papa Francisco, na Bula Misericordiae Vultus, nos diz que “A Igreja tem a missão de anunciar a misericórdia de Deus, coração pulsante do Evangelho, que por meio dela deve chegar ao coração e à mente de cada pessoa” (n. 12). Por causa disso, a Campanha para a Evangelização deste ano escolheu como tema a Misericórdia.
O Natal é, por excelência, a experiência do Deus misericordioso que enviou seu Filho ao mundo para concretizar o seu plano salvífico da humanidade. Somos convidados a fazer deste Natal, no contexto do Ano Santo Extraordinário da Misericórdia, uma rica experiência do amor de Deus.
O mundo precisa fazer esta experiência nova de Natal para viver seu verdadeiro espírito. Como sabemos, o Natal se tornou uma festa mundana: a festa do comércio, do lucro, do consumo, da gula e da embriaguez. Em nome do nascimento de Jesus, muita gente faz tudo o que Ele não faria nem gostaria que alguém fizesse. O mito do Papai Noel é o dono da festa e muitos são excluídos dela por falta de recursos. É uma experiência de pura materialidade.
O Papa Francisco nos diz: “A primeira verdade da Igreja é o amor de Cristo. E, deste amor que vai até ao perdão e ao dom de si mesmo, a Igreja faz-se serva e mediadora junto dos homens. Por isso, onde a Igreja estiver presente, aí deve ser evidente a misericórdia do Pai”. Que o Natal seja marcado pela presença evangelizadora da Igreja anunciando a misericórdia.
Jesus é a maior manifestação da misericórdia de Deus.
Fonte:  CNBB (Sedes Misericordiosos )

HORÁRIOS DAS MISSAS DE NATAL E FIM DE ANO NA ÁREA PASTORAL SÃO JOSÉ





Desejamos à todos um FELIZ NATAL e um ANO NOVO cheio de PAZ,SAÚDE,  PROSPERIDADE e muito AMOR!


ANIVERSÁRIO DA CATEDRAL DE FORTALEZA

Catedral hoje
Celebramos nesta Terça-feira, dia 22 de dezembro, o aniversário de Dedicação da Catedral Metropolitana de Fortaleza.  Após a demolição da antiga Igreja da Sé que aconteceu  em setembro de 1938, foi plantada a pedra fundamental, início simbólico da edificação da nova Igreja-Mãe de Fortaleza.
Após 40 anos de construção a conhecida Igreja da Sé foi inaugurada por Dom Aloísio Lorscheider no dia 22 de dezembro de 1978. O novo templo que hoje contemplamos tem capacidade para cinco mil pessoas e destaca-se por seu tamanho, beleza e imponência arquitetônica. Seu projeto é de autoria do engenheiro francês George Mounier que se inspirou na belíssima Catedral de Colônia, na Alemanha.
Construída em formado de uma grande cruz, a Catedral de Fortaleza que hoje completa 37 anos, é o cenário das grandes celebrações da igreja local, por exemplo: as celebrações litúrgicas da Quaresma, da Páscoa, do Natal, Campanha da Fraternidade, Catequese quaresmais, festa de São José, encerramento da Caminhada com Maria e Caminhada Penitencial, etc.. Na nave central existe três capelas: Capela do Santíssimo, Capela de São José e Capela de Nossa Senhora da Assunção.
A igreja mãe da arquidiocese possui um grande acervo de belos vitrais:
– O Brasão da Arquidiocese – a cima da porta central
– São Pedro e São Paulo – estão à direita e a esquerda da porta central
– 3 grandes Rosáceas ( São José, Nossa Senhora das Dores e da Eucaristia );
– 7 rosas representadas pelos dos sacramentos ( Batismo, Eucaristia, Reconciliação ou Confissão, Crisma, Unção dos Enfermos, Matrimônio e Ordem) destaque no seu altar mor, na pia batismal e na Capela do Santíssimo Sacramento;
– 12 apóstolos de Jesus (Pedro, André, Tiago, João, Filipe, Bartolomeu, Tomé, Matheus, Tiago filho de Alfeu, Judas Tadeu, Simão Cananeu, Matias)  – situados 6 a direita e 6 a esquerda na nave central;
– 6 papas ligados à Arquidiocese ( Pio IX, Leão XIII, Pio X, Bento XV, Pio XI e Pio XII ) – localizados na nave central em cima dos discípulos;
–  Na parte superior da nave central  e laterais também é possível visualizar 24 personalidades bíblicas do Antigo Testamento ( Adão, Eva, Noé, Sem, Moisés, Arão, Melquisedec, Abraão, Isaac, Jacó, José filho de Jacó, Abel, Elias, Eliseu, Judite, Ester, Matatias, Eleazar, Samuel, Davi, Gedeão, Judas Macabeu, Suzana e Ruth ).
Nas partes laterais superior do altar estão os 4 profetas maiores ( Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel ) e os 12 profetas menores (Zacarias, Malaquias, Oseas, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonias e Ageu).
No centro superior do Altar estão 5 cenas que lembram a Eucaristia ( Jesus no poço com a Samaritana; As Bodas de Caná; A multiplicação dos pães; O banquete nupcial e Os discípulos de Emaús ).
Sobre as portas da Capela do Santíssimo e da Sacristia estão os quatro evangelistas ( Mateus, Marcos, Lucas e João).
Atrás do altar estão os vitrais com os mistérios do Rosário ( Gozosos, Dolorosos e Gloriosos )
Existe, ainda, os vitrais dos Santos devotos da Eucaristia ( Santa Maria Madalena de Pazzi, São Pascoal Bailão, Santa Catarina de Gênova, Santo Tomás de Aquino, Santa Rosa de Lima, Santa Juliana de Falconieri e São Tarcísio ); As sete dores de Nossa Senhora ( Apresentação no templo, Fuga para o Egito, Jesus no templo entre os doutores, O encontro com Jesus a caminho do Calvário, Crucifixão, Descida da cruz e Sepultamento de Jesus ); As aparições de Nossa Senhora ( em Fátima, à Catarina Labouré e em Lourdes ); Os Santos Populares ( Santo Antônio, São Sebastião, Santa Terezinha do Menino Jesus, Santa Margarida Maria Alacoque, São Francisco de Sales, São João Bosco, São Vicente de Paulo, Santo Inácio de Loiola, Santo Cura D’Ars e  Sant’ana ); Os quatros primeiros fundadores de ordens religiosas ( São Basílio Magno, Santo Agostinho, São Bento e São Francisco ); e Os anjos ( São Miguel, São Gabriel e São Rafael );
Algumas particularidades que nem sempre são conhecidas pelo povo cearense estão em seu subsolo, na cripta da Catedral, tais como:  a Capela dos Santos Adolescentes, a Capela do Cristo Ressuscitado onde estão sepultados alguns bispos ( Dom Manuel da Silva Gomes, Dom Antônio de Almeida Lustosa, Dom Raimundo de Castro e Silva, Dom José Terceiro de Souza, Dom Guido Maria Casullo, Dom José Bezerra Coutinho, Monsenhor José Quinderé e Monsenhor Tito Guedes Cavalcante)  ea Secretaria da paróquia.
Padre Clairton Alexandrino é atualmente o pároco da Catedral Metropolitana de Fortaleza e conta com a colaboração de 12 funcionários.

HORÁRIOS DAS MISSAS NA CATEDRAL
– Segunda a sexta-feira: 12 horas;
– Domingos: 10h, 12h, 18h30min e 20h

Marta Andrade, Setor de Comunicação da Arquidiocese de Fortaleza
Vale apena conferir as fotos: 
Catedral Antiga
Antiga Catedral de Fortaleza

Bispo Auxiliar, dom Rosalvo, celebra na Barra do Ceará

A comunidade de São José Cimpelco, na Barra do Ceará, realizará no dia 23 de dezembro missa com dom Rosalvo, bispo auxiliar da Arquidiocese de Fortaleza, às 19 horas.
Informações pelo fone: (85) 9 8949-5849 – Paulo

“Natal no Ano da Misericórdia”

Editorial – dezembro 2015

“Natal no Ano da Misericórdia”domjose200

                 Estamos celebrando mais uma vez o Natal de Jesus, expressão maravilhosa da misericórdia divina. E neste iniciado Ano Jubilar Extraordinário da Misericórdia instituído pelo Papa Francisco, somos levados à contemplação do mistério revelado: Deus milagrosamente rompeu o abismo que se poderia pensar entre o Criador e a criatura, fazendo-se Ele mesmo criatura entre as suas.
São Paulo aos cristãos de Filipos exortava como fruto do encontro humano com Cristo, Deus entre nós:2, 5 Tenham em vocês os mesmos sentimentos que havia em Jesus Cristo: 6 Ele tinha a condição divina, mas não se apegou a sua igualdade com Deus.7 Pelo contrário, esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de servo e tornando-se semelhante aos homens. Assim, apresentando-se como simples homem, 8 humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz! 9 Por isso, Deus o exaltou grandemente, e lhe deu o Nome que está acima de qualquer outro nome; 10 para que, ao nome de Jesus, se dobre todo joelho no céu, na terra e sob a terra; 11 e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai.”
                E assim se fez para elevar a humanidade, de sua condição de pecado e de morte, à glória da filiação divina. E a todos, em Cristo, o Filho Eterno feito homem, por infinita condescendência e misericórdia, faz participantes da natureza e vida divinas.
A isto se dá o nome de misericórdia: o coração voltado ao miserável. E por fidelidade divina, ternura, compaixão e o desejo irredutível de Deus de fazer de sua criatura humana, verdadeira imagem e semelhança sua.
Na tradição litúrgica cristã, o Natal surgiu como uma solenidade que é já “pequena páscoa”, expressão na humildade humana do nascimento, da comunhão misteriosa que Deus realiza com sua criatura humana, fazendo-se carne e habitante entre nós. A expressão máxima e consumada desta misericórdia divina, que ultrapassa qualquer imaginação, se cumprirá na “páscoa da morte e ressurreição”. Na pequena páscoa Deus se esconde na humanidade, se expressa em sua fragilidade. E esta chegará à sua consumação na morte de cruz – suprema humanização de Deus. Na páscoa da ressurreição a humanidade se expressa em divindade – suprema divinização do homem. E para ela agora toda a humanidade caminha como destino certo e definitivo.
Assim reza uma oração litúrgica muito antiga da solenidade do Natal do Senhor na Missa do dia: “Ó Deus, que criastes o ser humano e mais admiravelmente restabelecestes a sua dignidade, dai-nos participar da divindade do vosso Filho, que se dignou assumir a nossa humanidade.” Aqui está a expressão mais consumada da misericórdia divina que faz comunhão plena conosco. Ele supera tudo o que desumaniza a pessoa humana e a eleva a uma altura jamais sonhada.
Desta fonte de misericórdia virá para a humanidade uma torrente que se espalhará nela no espaço e no tempo: a misericórdia entre as pessoas humanas. Se assim Deus ama sua criatura, assim o mesmo Amor no coração humano renovado tomará imprevistas formas. Os relacionamentos humanos serão conformados pelos mesmos sentimentos e atitudes do misericordioso Deus. “Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso…” (Lc 6, 36), exorta Jesus a todos os que dele se aproximam. E Ele mesmo dá exemplo vivo desta misericórdia: “Assim vocês se tornarão filhos do Pai que está no céu, porque ele faz o sol nascer sobre maus e bons, e a chuva cair sobre justos e injustos.” Mt 5, 45.
E a consequência desta corrente de misericórdia será uma grande, imensa e única comunhão universal. E todos se tornam membros de uma mesma realidade humana e divina: a comunhão dos homens com Deus e entre si. Milagre impensável da misericórdia: coisa que os olhos humanos jamais viram, os ouvidos jamais ouviram e o coração humano jamais sonhou! – 20 “Eu não te peço só por estes, mas também por aqueles que vão acreditar em mim por causa da palavra deles, 21 para que todos sejam um, como tu, Pai, estás em mim e eu em ti. E para que também eles estejam em nós, a fim de que o mundo acredite que tu me enviaste. 22 Eu mesmo dei a eles a glória que tu me deste, para que eles sejam um, como nós somos um. 23 Eu neles e tu em mim, para que sejam perfeitos na unidade, e para que o mundo reconheça que tu me enviaste e que os amaste, como amaste a mim. 24 Pai, aqueles que tu me deste, eu quero que eles estejam comigo onde eu estiver, para que eles contemplem a minha glória que tu me deste, pois me amaste antes da criação do mundo. 25 Pai justo, o mundo não te reconheceu, mas eu te reconheci. Estes também reconheceram que tu me enviaste. 26 E eu tornei o teu nome conhecido para eles. E continuarei a torná-lo conhecido, para que o amor com que me amaste esteja neles, e eu mesmo esteja neles.”Jo 17. Esta é a vitória da misericórdia! Entre nós ela nasce na carne humana!

+ José Antonio Aparecido Tosi Marques
Arcebispo Metropolitano

Estudo n° 107 da CNBB ganhará nova versão

A edição será apresentada durante a 54ª Assembleia Geral dos Bispos
A comissão responsável por analisar o Estudo nº 107 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB),“Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade”,  discutiu, no último dia 17, em Brasília, a nova versão do texto para ser apresentada ao episcopado brasileiro durante a 54ª Assembleia Geral dos Bispos, que acontecerá em Aparecida (SP), em abril de 2016.
De acordo com o bispo auxiliar de Belo Horizonte (MG) e membro da comissão, dom João Justino, no próximo mês, a nova versão do texto já estará pronta. “Esperamos que em janeiro possa ser enviada essa nova versão que já tem muitas contribuições de todo o país, que vão enriquecendo cada vez mais o texto”, afirmou.
Texto
O Estudo n°107 é dirigido ao laicato, baseia-se no método ver-julgar-agir e divide-se em três capítulos: “O Mundo Atual: Esperanças e Angústias”, “O Sujeito eclesial: Cidadãos, Discípulos e Missionários”, e “A ação Transformadora na Igreja e no Mundo”. 

 Fonte: CNBB

Igreja emite carta de reconciliação com padre Cícero

A decisão da Santa Sé foi comunicada pelo bispo diocesano, dom Fernando Panico
“É inegável que o padre Cícero Romão Batista, no arco de sua existência, viveu uma fé simples, em sintonia com o seu povo e, por isso mesmo, desde o início, foi compreendido e amado por este mesmo povo”, expressou o papa Francisco, em carta assinada pelo secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin. O texto recorda a incansável missão do padre Cícero no território nordestino e o serviço em prol dos pobres. 
A decisão da Santa Sé foi anunciada durante a solenidade da abertura da Porta Santa na diocese de Crato (CE), realizada no dia 13 de dezembro. O bispo diocesano, dom Fernando Panico lembra a alegria da comunidade na celebração, que teve significado ainda maior. Para o bispo, padre Cícero foi um exemplo de evangelizador. 
Na homilia, dom Fernando Panico comunicou ao povo a decisão do papa Francisco em autorizar a reconciliação do “Padim Ciço”, como é chamado pelos devotos. Na mensagem, o Vaticano reconhece a fé simples e a devoção de padre Cícero a Nossa Senhora. O papa ainda caracterizou como atual o modo de evangelização, vivido pelo sacerdote no final do século XIX e início do XX.
“Atitude de saída, ao encontro das periferias existenciais, a atitude do padre Cícero em acolher a todos, especialmente os pobres e sofredores, aconselhando-os e abençoando-os, constitui sem dúvida, um sinal importante e atual”, afirmou.
Vida e testemunho 
Padre Cícero morreu em 1934, suspenso do Uso de Ordem. Na região, teve início forte devoção popular, principalmente em Juazeiro do Norte. Em 2006, dom Fernando Panico formou comissão para solicitar a Congregação para Doutrina da Fé, no Vaticano, a reabilitação do sacerdote.  Porém, na decisão o papa Francisco estabelece não apenas a reabilitação que trata da recuperação de ordens que estavam suspensas, mas da reconciliação, anulando qualquer oposição à ação do padre Cícero.
“Como bispo diocesano dessa Igreja particular, fico feliz por poder receber essa grande graça, em nome do padre Cícero e de seus romeiros e romeiras, em nome de todos aqueles bispos – dom Quintino, dom Delgado – que alguma vez pediram que a Igreja e padre Cícero se reconciliassem, em nome de todas as pessoas que queriam ver o Seu Padrinho ser, de novo, acolhido pela Igreja Católica da mesma forma que sempre foi acolhido por seus afilhados!”, recorda dom Fernando.
A decisão da Santa Sé reconhece as romarias e devoção ao padre Cícero, possibilitando maior aproximação dos romeiros com a Igreja Católica.
CNBB com informações e foto da diocese de Crato (CE). 
Fonte: CNBB

A vida na família

Dom José Gislon
Bispo de Erexim (RS)



Estimados Diocesanos! Há poucos dias, celebramos a festa do Natal. Nela, o centro das celebrações era uma criança, que veio ao mundo em condições sociais muito frágeis, mesmo para os padrões da época. Mas, para aquela criança, não faltou uma família que a acolhesse. No despojamento e na simplicidade da gruta, estava presente a riqueza do amor e do calor humano de uma família, Maria e José, a Sagrada Família de Nazaré.
Neste ano que está para terminar, tivemos, na Igreja, a graça do Sínodo sobre a vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo. Ele nos ajudou a ver os desafios para a família no nosso tempo, e podemos perceber o quanto se faz necessário um acompanhamento misericordioso para todas as famílias, mas principalmente para aquelas que vivem situações difíceis de instabilidade e insegurança social. Tais situações podem ser agravadas pelo desemprego, pelas injustiças sociais, pela violência doméstica que atinge em primeira mão as crianças e as mulheres.
A instituição família tem um papel fundamental e intransferível na sociedade. Mesmo marcada e fragilizada pelo forte individualismo do presente, ela tem a bonita e divina missão de acolher e cuidar da vida e não deixar os indivíduos isolados. Independente da sua realidade social, a família tem o poder de transmitir valores e oferece possibilidade de desenvolvimento à pessoa humana. 
A nobreza natural do amor humano, tão deturpado hoje por se reduzir tudo a serviço do egoísmo, não é destruída, mas regenerada na dimensão do amor divino, vivido no matrimônio e na família, como sinal sacramental do amor esponsal de Deus. No mundo hodierno é difícil também manter-se a fidelidade à dignidade natural da família, seguindo a ótica do individualismo. No entanto, tudo poderá ser mais simples na vida familiar se estiverem sempre presentes as três palavras lembradas pelo Papa Francisco, como “palavras chaves” para se viver em paz e na alegria em família: “com licença, obrigado, desculpa”. Quando em uma família se é capaz de respeitar o espaço do outro e se é capaz de pedir “licença”; quando em uma família não se é egoísta e se aprende a dizer “obrigado”; e quando em uma família um se dá conta de que fez alguma coisa errada e tem a humildade de saber pedir “desculpas”, então na família vai existir a paz e a alegria. A alegria de estar juntos, de sentir a ternura e o amor de um pai e de uma mãe num simples abraço, que traz para o coração a dimensão do amor e da misericórdia do Pai.
Tende todos um bom domingo.
Fonte: CNBB

Natal no ano santo da misericórdia

Dom Messias dos Reis Silveira
Bispo de Uruaçu (GO)


Mais uma vez a sociedade revive o movimento natalino. Tudo aponta para a grande  festa que embora tenha origem e significado cristãos, nem sempre é celebrada com unção por muitas pessoas que nesses dias entram no embalo de um grande festejo. As cidades se enchem de luzes e cores que indicam a chegada do Natal. O interior da vida humana também precisa ser iluminado acolhendo aquele que é a ‘luz do mundo”. “O povo que jazia nas trevas viu uma grande luz; aos que jaziam na região sombria da morte surgiu uma luz” (Mt 4,16). Eis o tempo do acolhimento do grande mistério da luz divina.
Nesta ocasião a Igreja conclama as pessoas para celebrarem o nascimento do Divino Salvador da humanidade. O Credo niceno-constatinopolitano, confessa: “E por nós homens, e para nossa salvação, desceu dos céus e se encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem” (CIC 456). Foi para a nossa salvação que o Verbo se fez carne. 
É  com a alegria de quem vê a salvação se aproximar que se deve celebrar o Natal. Neste sentido a humanidade pode fazer festa acolhendo a salvação chegada em Cristo. As pessoas devem se tornar festa, pois inspiradas no mistério do nascimento de Jesus devem como os anjos cantar “Glória a Deus no mais alto dos Céus e paz na terra aos homens que ele ama” (Lc 2,14). Tornar-se festa é ser causador de muita alegria e paz entre as pessoas. Para que esses dons espirituais se façam presentes não há necessidade de bens materiais e nem dinheiro, basta ter a simplicidade da acolhida do dom maior de Deus para a humanidade. Maria e José  tinham quase  nada, no entanto tendo passado pela porta santa da  gruta de Belém apresentaram a misericórdia ao mundo e houve uma grande festa. A alegria alcançou os Céus e a terra, por isso os anjos cantaram. O primeiro lugar para se ver o Salvador foi a gruta de Belém. Ela era a primeira porta da misericórdia aberta ao mundo.
O Natal deste ano acontece bem no início do Ano Santo da Misericórdia. Maria quando visitou Isabel disse: “e sua misericórdia perdura de geração em geração, para aqueles que o temem” (Lc 1,50). Com o nascimento de Jesus a misericórdia adquiriu rosto humano. “Jesus Cristo é o rosto da misericórdia do Pai” (MV 1). O Natal deste ano pode ter uma perspectiva de misericórdia. Há muitas pessoas esperando o perdão para recomeçarem suas vidas. Há muitos casamentos em crise que poderão ser reconstruídos a partir da misericórdia. Muitos pessoas se afastaram da Igreja por falhas pessoais, ou de outras pessoas e somente voltarão se conseguirem perdoar. Muitos filhos pródigos se animarão a voltar sabendo que a Porta está aberta para os acolher.  A  misericórdia vai renovar a vida dos cristãos e de todas as pessoas de boa vontade. Tanto o Menino Jesus, como o crucificado com os braços abertos revelam o livre acesso às pessoas para participarem da vida divina.
O rosto da misericórdia que brilhou na manjedoura de Belém continua a procura das grutas frias, escuras e abafadas para nelas entrar e fazer resplandecer a vida nova.
Mais uma vez vai ser Natal. Permitamos que seja Natal em nós. Quanto mais vidas estiverem iluminadas por este grande mistério, melhor será viver na sociedade. É preciso caminhar e construir o amanhã,  alimentando o sonho de cantar com os anjos que viram a glória de Deus brilhar na terra e nos céus. Celebremos com a alegria o Natal do Ano Santo da Misericórdia.
Feliz Natal e com Cristo na manjedoura do coração tenha feliz entrada no ano novo.
Fonte: CNBB

Natal: um encontro que se torna história

Dom Fernando Mason
Bispo de Piracicaba (SP)


Desta vez não falemos diretamente do Natal.
É que “Natal” é a celebração grata de uma presença que gera e rege uma comunidade chamada “Igreja” e, nela, rege inúmeras pessoas, chamadas cristãs. Isto é, concretamente o Natal se torna Igreja com sua história, se torna pessoas também e cada uma com sua história.
O que é a Igreja? Para ter acesso à estrutura interna da Igreja é bom partir daquilo que rezamos no Credo: creio na “santa” Igreja. Os santos da Igreja nos revelam a estrutura interna da própria Igreja.
Usualmente, quando dizemos ‘Igreja’ pensamos em um edifício ou em uma instituição. Esta concepção não percebe a extraordinária realidade, a dinâmica, as lutas, as derrotas, as vitórias da Igreja. Pois a Igreja é uma terrível aventura, humana e divina ao mesmo tempo. Um diálogo-aventura, um diálogo-risco, um encontro-diálogo entre Deus e homem, entre homem e Deus, através dos séculos.
A Igreja é a luta laboriosa, penosa e tenaz para que aconteça aquele encontro do qual o Natal é celebração. Nessa luta, dirige-se o chamado de Deus a cada indivíduo, aos povos, cada vez novo, diferente em cada época da história. Chamado que evoca, convoca, provoca, arrasta ao encontro com Ele.
Se pudéssemos intuir tudo a partir da interioridade humana, haveríamos de ver as lutas, os sofrimentos, a decadência, o pecado, a inquietação, a saudade, a dedicação, o amor, a esperança, nos quais, através dos quais, cada homem, cada comunidade, cada povo, sem descanso, se confronta com Deus, é por Ele chamado, atingido, impregnado e atraído.
Essa aventura, esse diálogo, esse encontro no qual Deus nos toma como parceiros, esta aventura do encontro entre Deus e homem, esta Vida: isto é a Igreja.
Mas se passarmos em revista a Vida da Igreja através da História, quanta miséria humana, quanta estreiteza, hipocrisia, mesquinhez, quanta coisa pecaminosa descobrimos ali!
Isto é então a Igreja santa de Deus, a Igreja de Jesus Cristo? Como resposta a Igreja apresenta os santos, isto é, as pessoas que foram perpassadas e transformadas pelo encontro com aquele cujo Natal sempre de novo celebramos. Apresenta os santos, mas não no triunfalismo orgulhoso e sim na humilde confissão da Misericórdia de Deus.
Os santos são a confissão da Igreja que reconhece humildemente a sua condição humana e proclama que somente Deus, que somente seu Amor, seu Poder tem a última palavra nessa aventura perigosa, mas fascinante de diálogo entre Deus e homem.
Se a Igreja canoniza um santo, então sabemos que nele a Boa Nova de Cristo se tornou a plenitude da vida, sem esquecer que a vida de cada santo, cada qual na sua singularidade, foi uma aventura humana, dura e perigosa, um salto corajoso no Mistério escondido.
Cada santo é um homem talvez fraco, limitado, avarento, covarde, violento. Cada santo é filho do seu povo, com todos os defeitos e todas as virtudes da sua raça, da sua nação. Cada santo é filho da sua época, impregnado de anelos, esperanças, angústias, inquietações e cegueiras da sua situação histórica. Este homem concreto é colocado diante da decisão de aceitar a luta apaixonada e apaixonante da busca de Deus, de entrar no diálogo de encontro com ele, de escorar e responder à sua provocação, na qual Deus com o seu Amor pronunciará a sua última palavra.
O santo não é santo apesar de suas fraquezas e seus pecados. Antes o é na sua fraqueza, na sua humanidade-abismo, porque ele, do fundo do seu ser, assumiu radicalmente a sua sorte, o seu destino humano; e é nessa sua situação única, nesta sua história que tentou viver a aventura do diálogo de encontro com Deus até o fim.
Que pelo Santo Natal de seu Filho Jesus o nosso Deus pronuncie a sua última Palavra de realização e plenitude sobre cada um: um Feliz e Santo Natal.
Fonte: CNBB

CNBB lança estudo “Missão e Cooperação Missionária”

Texto proporciona orientações para a animação missionária da Igreja no Brasil
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) apresenta o Estudo 108 com o tema “Missão e Cooperação Missionária”. Fruto de várias reuniões do Conselho Missionário Nacional (Comina), o texto foi discutido e aprovado pela Assembleia do organismo, ocorrida em março de 2015, como também pelo Conselho Permanente da CNBB, no último mês de outubro. 
O Estudo 108 oferece elementos para uma reflexão sobre a missão, animação e cooperação missionária. De acordo com o bispo auxiliar de São Luís (MA) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial, dom Esmeraldo Barreto de Farias, o objetivo do texto é “mostrar os elementos fundamentais para a reflexão e vivência da missão a partir dos desafios das realidades de hoje, considerando os fundamentos trinitários, a busca da conversão como Igreja em saída e os horizontes que apontam para a presença evangelizadora junto aos que já são batizados e participantes ou aqueles que participam pouco ou não participam da vida eclesial e quem não conhece Jesus Cristo”.
Ainda de acordo com o bispo, o estudo anima todas as pessoas e grupos que buscam iluminar sua vida e sua caminhada levando em conta a fala do papa Francisco. Para o pontífice a atividade missionária "ainda hoje representa o máximo desafio para a Igreja" e "deve ser a primeira de todas as causas".
O texto está dividido em dois capítulos, "A missão" e "A cooperação missionária". "Sabendo que a missão da Igreja é universal, a última parte do estudo mostra como a animação e cooperação missionárias podem e devem se concretizar nas paróquias, dioceses, regionais e em nível nacional", acrescenta dom Esmeraldo. 
O Estudo 108 está disponível nas Edições CNBB: www.edicoescnbb.com.br
Fonte: CNBB