sábado, 11 de julho de 2015

SÃO BENTO DE NÚRSIA

  SÃO BENTO DE NÚRSIA
Pe. Dr. Brendan Coleman Mc Donald
Bento nasceu em Núrsia em 480. Seus pais, de família nobre, o enviaram para Roma a fim de que se formasse nas ciências liberais, visando uma boa colocação na magistratura. Porém, não gostou de Roma e logo se retirou para Subíaco, uns 50 km ao leste de Roma nos Montes Abruzos.  Lá ele viveu como monge entregando-se à oração, à meditação e à ascese cristã.  Não existiam ainda, na Itália, instituições monásticas, ao contrário do Oriente, onde já havia uma tradição a respeito. Ficou três anos na solidão de uma gruta como eremita e monge. Depois com um grupo de monges chegou a fundar doze mosteiros com doze monges em cada mosteiro. De Roma vieram importantes patrícios e senadores para colocaram-se sob sua direção. Com essas pessoas estabeleceram em Monte Cassino, no meio do caminho entre Roma e Nàpoles, onde Bento ficou até sua morte. A expansão que alcançou esta iniciativa monástica foi realmente impressionante. Duzentos anos mais tarde, a Regra beneditina vigorava em toda a Europa eliminando quase todas as outras formas de vida consagrada. A Regra de São Bento foi a primeira tentativa de racionalização da vida monástica de uma comunidade de homens.  Sobre o tema “ora et labora”  “oração e trabalhar” organizaram  “o trabalho de Deus” distribuindo racionalmente o tempo da jornada diária. Colocaram grande ênfase na obediência e silêncio. O trabalho era para evitar a ociosidade. A oração levava o monge à altura da doutrina e da perfeição. Tudo sob o olhar do abade, pai e primeiro entre iguais.
Os mosteiros beneditinos se tornaram na Idade Média centros de espiritualidade, cultura e ciência. Vinte três beneditinos chagaram a serem papas! Alguns quilômetros de Monte Cassino, Santa Escolástica, irmã de São Bento, adotou a Regra para as mulheres, dando origem às mongas beneditinas.
São Bento faleceu em Monte Cassino em 547 no dia 21 de março, com 67 anos de idade. Sua figura histórica deixou pegados na literatura cristã, na arte, e especialmente sobre a vida religiosa consagrada. Foi proclamado patrono da Europa, em 1964, por Paulo VI, por sua contribuição e a de seus monges, para a evangelização e civilização de diversas regiões desse continente.
Pe. Brendan Coleman Mc Donald
Redentorista

Papa nomeia bispo dom Vasconcelos para a diocese de Sobral-Ce

O papa Francisco nomeou nesta quarta-feira, 8 de julho, dom José Luiz Gomes de Vasconcelos como bispodom_Jos_Luiz_Gomes_de_Vasconcelos da vacante diocese de Sobral (CE). Dom José Luiz foi transferido da sede titular de “Canapio” e do ofício de auxiliar da arquidiocese de Fortaleza.
Dom José Luiz é natural de Garanhuns (PE). Estudou Filosofia e Teologia na Faculdade Nossa Senhora da Assunção, em São Paulo (SP). Como aluno do Pontifício Colégio Pio Brasileiro, em Roma, obteve diploma de mestrado em Teologia Patrística e História da Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.
Foi ordenado presbítero em dezembro de 1989. e nomeado bispo em junho de 2012. Recebeu a ordenação episcopal em junho do mesmo ano.
Quando padre, foi reitor do Seminário Maior de Caruaru, em Pernambuco, e presidente do da Organização dos Seminários e Institutos Filosófico-Teológicos do Brasil (OSIB) do regional Nordeste 2.
A posse será dia 29 de agosto de 2015.             
Fonte: CNBB

Comunicado da Cúria Arquidiocesana de Fortaleza

THEÒS 2013
Com o intuito de avançar na transparência da administração da Igreja, agilizar o atendimento aos fiéis, preservar os acervos e arquivos eclesiais e dinamizar os serviços das secretarias paroquiais a Arquidiocese de Fortaleza, adotou os softwares da família SGCP (Sistema de Gestão Canônico Pastoral) desenvolvidos pela Theòs Sistemas Eclesiais como sistema padrão, e recentemente optou pela atualização da nova versão SGCP7. 0 e o mesmo deve ser utilizado por todas as paróquias de nossa Igreja Particular.
O acordo comercial entre a Arquidiocese e a empresa prevê que o prazo limite para as paróquias instalarem o sistema é o dia 31/07/2015 e que obedecendo a esta deliberação, comunicamos que todas as paróquias que ainda não atualizaram o sistema entrem em contato a Theòs Sistemas Eclesiais, peçam para atualizar o SGCP, tirem as dúvidas que ainda pairam e comecem a usar a ferramenta.
Nossa equipe de implantação está disponível para atendimento às paróquias, de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h30min e das 14h às 18h pelo telefone (44) 3025-5000, pelo e-mail theos@theos.com.br, pelos endereços Skype anunciados pela empresa via site e pelo suporte remoto em horário diferenciado, das 8h às 18h, sempre no horário de Brasília.
Fonte: Arquidiocese de Fortaleza

13º Nordestão de Presbíteros

nordestão-dos-presbíteros
De 24 a 28 de agosto, em São Luís – MA, no Hotel Abbeville, acontecerá o 13º Nordestão dos Presbíteros com o tema “Presbíteros no Nordeste: alegria no anúncio do Evangelho”, tendo como assessor Frei Luis Carlos Susin, da PUC – Rio Grande do Sul.
As fichas de inscrição podem ser entregues até o dia 10 de julho.
O investimento consta de quatro (4) diárias, com direito ao encontro e alimentação, sala de ginástica e sauna: – Apartamento Individual R$ 1.050,00; – Apartamento Duplo R$ 850,00 por participante.
Transporte Aéreo (TAM ou Azul) R$ 500,00, com o tempo de uma hora e meia. Transporte Terrestre (Rápido Crateús) R$ 260,00, com o tempo de 15 horas, passando por Itapipoca, Sobral, Tianguá, indo até São Luís.
Informações na Sala do Claro de Fortaleza, com Maria de Jesus, pelo telefone (85) 4005-7860.
De 24 a 28 de agosto, em São Luís – MA, no Hotel Abbeville, acontecerá o 13º Nordestão dos Presbíteros com o tema “Presbíteros no Nordeste: alegria no anúncio do Evangelho”, tendo como assessor Frei Luis Carlos Susin, da PUC – Rio Grande do Sul.
As fichas de inscrição podem ser entregues até o dia 10 de julho.
O investimento consta de quatro (4) diárias, com direito ao encontro e alimentação, sala de ginástica e sauna: – Apartamento Individual R$ 1.050,00; – Apartamento Duplo R$ 850,00 por participante.
Transporte Aéreo (TAM ou Azul) R$ 500,00, com o tempo de uma hora e meia. Transporte Terrestre (Rápido Crateús) R$ 260,00, com o tempo de 15 horas, passando por Itapipoca, Sobral, Tianguá, indo até São Luís.
Informações na Sala do Claro de Fortaleza, com Maria de Jesus, pelo telefone (85) 4005-7860.

O Curso de Verão 2015





O Curso de Verão na terra do Sol acontecerá de 20 a 25 de julho na Faculdade Católica de Fortaleza. Terá como tema “Internet: Espaço de democracia e Participação?”. Pela manhã, das 8h às 12h, acontecerão as místicas, mesas redondas e palestras. À tarde, das 14h às 17h, as oficinas.
Informações e inscrições pelo telefone (85) 3388-8704 com Vânia.

Livre e fiéis em Cristo

Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém do Pará

Deus nos criou com o dom maravilhoso e desafiador que é a liberdade. Ele se arrisca a encontrar inclusive respostas negativas ao seu projeto de amor e felicidade para a humanidade. Seu contato com a humanidade, expresso em toda a História da Salvação, inclui um elemento importante, o chamado, apelo, a vocação. A aventura humana pede este confronto de duas liberdades, que podem construir, ao longo dos anos, fecundo relacionamento, cujos frutos contribuem para o crescimento do Reino de Deus, sem excluir as possíveis crises de amadurecimento, já que somos respeitados nos passos a serem dados.

Um homem de nome Amós, vindo do ambiente rural (Am 7, 12-15), cuja experiência é descrita pela Liturgia neste final de semana, é convocado por Deus, para exercer a missão de profeta, com palavras provocadoras e exigentes, em tempos de crise política e religiosa. Deus chama quem ele quer e do jeito que quer, desenraizando, quando necessário, a pessoa do próprio ambiente, concedendo-lhe palavras acertadas que suscitam mudança e conversão. A resposta ao chamado poderia ser negativa, mas a hombridade do homem simples e corajoso pede um compromisso corajoso. Não dá para voltar atrás!
Jesus chamou doze (Mc 6, 7- 13), setenta e dois, centenas e milhares para o seguirem e serem enviados. Houve gente que disse não (Cf. Mc 10, 17-22), entre os que o seguiram houve deserções, traição, negação vergonhosa, pecados! A todos ele faz propostas semelhantes e desproporcionais às capacidades humanas: não levar nada para o caminho, despojamento total, expulsar demônios, curar os enfermos, anunciar a chegada do Reino de Deus. Até hoje é assim, nos diversos dons, ministérios e carismas que são concedidos a todo o povo de Deus. Existe o chamado e as pessoas continuam respondendo, mesmo em meio a tantas mudanças no mundo. E quem o segue deve acolher condições exigentes: "Entrai pela porta estreita! Pois larga é a porta e espaçoso o caminho que leva à perdição, e são muitos os que entram! Como é estreita a porta e apertado o caminho que leva à vida, e poucos são os que o encontram" (Mt 7, 13-14). O que acontece? Por que este "incômodo" que é seguir Jesus continua a se realizar, malgrado toda uma onda que aparentemente conduz a estradas diversas?
É claro que nosso ângulo de visão é fruto de nossa fé. Estamos convencidos de algumas realidades fundamentais! Fomos feitos por Deus, não somos obra do acaso, por ele somos amados e o mundo não é o espaço dominado pela maldade, mas terra de Deus, pensada por ele para a nossa felicidade, tanto que a Bíblia descreve poeticamente a Criação, falando de um Paraíso! Num mundo de pessoas que apenas pensam em vestir-se bem, outras querem a ociosidade, tantas rejeitam a verdade ou querem criticar todas as coisas, há gente que prefere os valores do Paraíso e o preferem, como santos do porte de um São Filipe Neri, sobre o qual é muito conhecido um filme chamado "Prefiro o Paraíso". Renunciam a grandes carreiras, homenagens, sucesso a qualquer custo. Agrada-lhes outra coisa, o Paraíso! É que o projeto de Deus contempla valores diferentes dos que costumeiramente encontramos como a partilha, a sensibilidade diante das situações dolorosas dos outros, a atenção, a coragem para tomar iniciativas de serviço à sociedade, a superação da impureza e da ganância. Trata-se de preferir o Paraíso, o jeito de Deus ver as coisas!
O Apóstolo São Paulo usa expressões que podem abrir os horizontes de nossa compreensão da realidade humana e dos desígnios de Deus para todos: "Deus nos escolheu em Cristo, antes da fundação do mundo, para sermos santos e imaculados diante dele, no amor. Conforme o desígnio benevolente de sua vontade, ele nos predestinou à adoção como filhos, por obra de Jesus Cristo, para o louvor de sua graça gloriosa, com que nos agraciou no seu bem-amado" (Ef 1, 4-6). Nós fomos escolhidos, antes do mundo ser criado, para sermos santos e imaculados, diante dele, no amor. Ninguém foi feito para o egoísmo ou para o pecado. Optar pela maldade é possível, mas é processo de autodestruição, e Deus não fez ninguém para ser infeliz!
Aqui tocamos num ponto delicado. Há um destino traçado, do qual não podemos fugir? Será que não posso escolher jogar tudo para o alto, considerando-me livre para fazer o que quiser? Só posso ser feliz em Deus? São perguntas desafiadoras e incômodas! Só Deus é capaz de propor aos seres humanos um caminho de felicidade e continuar a amá-los, se manipular sua liberdade, mesmo se eventualmente voltarem as costas para ele. Só o Pai do Céu é capaz de enviar seu Filho amado, que foi até o mais profundo da rejeição de Deus, quando, em nome da humanidade arrasada, gritou na Cruz o abandono: "Quando chegou o meio-dia, uma escuridão cobriu toda a terra até às três horas da tarde. Às três da tarde, Jesus gritou com voz forte: “Eloí, Eloí, lemá sabactâni? – que quer dizer “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste" (Mc 15, 33-34). Tendo descido por amor ao ponto mais baixo, Jesus Cristo nos abriu o caminho da vida e da liberdade, visitando todas as situações humanas, para preenchê-las apenas de amor.
Nesta “viagem”, com a qual conheceu tudo o que é humano, concedeu capacidades às pessoas, chamou, convocou, atraiu e enviou: “A cada um de nós foi dada a graça conforme a medida do dom de Cristo. Por isso, diz a Escritura: ‘Subindo às alturas, levou cativo o cativeiro e distribuiu dons aos seres humanos’. Que significa ‘subiu’, senão que ele desceu também às profundezas da terra? Aquele que desceu é o mesmo que subiu acima de todos os céus, a fim de encher o universo” (Ef 4, 7-10). Para resgatar o escravo, fazendo-o livre e fiel, ele se fez escravo, entregou-se até à morte, e morte de Cruz!
O caminho da liberdade passa pela entrega. Só se liberta quem se doa, quem transforma sua vida em oferta a Deus e ao próximo! Quem se guarda condena a si mesmo à esterilidade e à tristeza, e este não é o plano de Deus! O dom da liberdade se efetiva quando as pessoas saem de si mesmas. Pode acontecer que alguém até esteja preso, como ocorreu e ocorre com tantos homens e mulheres que se sacrificam por Deus e pelo próximo, mas estas são pessoas livres, porque são fiéis a Cristo. Acima das eventuais circunstâncias, “pela fé, conquistaram reinos, exerceram a justiça, foram contemplados com promessas, amordaçaram a boca dos leões, extinguiram a violência do fogo, escaparam ao fio da espada, recobraram saúde na doença, mostraram-se valentes na guerra, repeliram os exércitos estrangeiros. Mulheres reencontraram os seus mortos pela ressurreição. Outros foram torturados ou recusaram ser resgatados, para chegar a uma ressurreição melhor. Outros ainda sofreram a provação dos escárnios, experimentaram o açoite, as cadeias, as prisões, foram apedrejados, serrados ou passados ao fio da espada, levaram vida errante, vestidos com pele de carneiro ou pelos de cabra, oprimidos, atribulados, sofrendo privações. Eles, dos quais o mundo não era digno” (Hb 11, 33-38). Que Deus continue a chamar, em nosso meio, pessoas desse quilate!
Fonte: CNBB

Francisco encerra encontro dos Movimentos Populares delegando tarefas em vista do bem comum

Ao final da tarde desta quinta-feira, 9, Francisco encerrou o II Encontro Mundial dos Movimentos Populares, evento realizado em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, desde o dia 7. Em seu maior discurso desde o início da viagem pela América-Latina, o papa denunciou a ambição desenfreada pelo dinheiro, as novas formas de colonialismo e as agressões ao meio ambiente.
Com representantes oriundos não só da América-Latina, mas também dos Estados Unidos, Canadá, Itália e de alguns países africanos, os temas do encontro foram três “T”: teto, terra e trabalho. Segundo o pontífice, os temas são direitos sagrados pelos quais vale a pena lutar e propôs três grandes tarefas aos movimentos populares.
Necessidade de mudanças
Francisco esclareceu que os problemas têm uma “matriz global” e, portanto, dizem respeito à toda a humanidade, falando sobre a necessidade de mudanças. “Queremos uma mudança nas nossas vidas, nos nossos bairros, no vilarejo, na nossa realidade mais próxima; mas uma mudança que toque também o mundo inteiro, porque hoje a interdependência global requer respostas globais para os problemas locais. A globalização da esperança, que nasce dos povos e cresce entre os pobres, deve substituir esta globalização da exclusão e da indiferença”, disse.
Segundo ele, as diversas formas de exclusão não são questões isoladas, mas “têm um elo invisível” que as une, fruto de um sistema impositor da lógica do lucro a qualquer custo, o que torna a situação insuportável para pequenas comunidades, povos, camponeses, entre outros.
O sofrimento dos povos e até da Terra têm uma raiz na ambição desenfreada pelo dinheiro, relegando o bem comum ao segundo plano, acredita o papa. “Quando o capital se torna um ídolo e dirige as opções dos seres humanos, quando a avidez do dinheiro domina todo o sistema socioeconômico, arruína a sociedade, condena o homem, transforma-o em escravo, destrói a fraternidade inter-humana, faz lutar povo contra povo e até, como vemos, põe em risco esta nossa casa comum”, afirmou.
Dirigindo-se aos mais humildes, explorados e excluídos, o papa reiterou que cada um pode fazer muito. “Atrevo-me a dizer que o futuro da humanidade está, em grande medida, nas vossas mãos, na vossa capacidade de vos organizar e promover alternativas criativas na busca diária dos “3 T” (trabalho, tecto, terra), e também na vossa participação como protagonistas nos grandes processos de mudança nacionais, regionais e mundiais. Não se acanhem!”, pediu.
“Vós, a partir dos movimentos populares, assumem as tarefas comuns motivados pelo amor fraterno, que se rebela contra a injustiça social”, falou Francisco ao abordar a emoção comunitária que é incompreensível se analisada apenas com a razão. “Tem um plus de sentido que só os povos entendem e que confere a sua mística particular aos verdadeiros movimentos populares”.
Igreja
A fim de construir bases sólidas, a partir da experiência e das necessidades reais, Francisco encorajou os povos e suas organizações a construírem uma alternativa humana, com criatividade. Ele destacou o trabalho da Igreja nesse sentido, “que não pode ser alheia ao anúncio do Evangelho”.
“Muitos sacerdotes e agentes pastorais realizam uma tarefa imensa acompanhando e promovendo os excluídos em todo o mundo, ao lado de cooperativas, dando impulso a empreendimentos, construindo casas, trabalhando abnegadamente nas áreas da saúde, esporte e educação. Estou convencido de que a cooperação amistosa com os movimentos populares pode robustecer estes esforços e fortalecer os processos de mudança”, expressou.
O papa ainda pediu que os fiéis carreguem a Virgem Maria no coração, pois ela é sinal de esperança “para os povos que sofrem dores de parto até que brote a justiça”. Ele afirmou que reza à Virgem do Carmo, padroeira da Bolívia, para que o Encontro seja fermento de mudança.
Tarefas aos Movimentos
Para a mudança positiva na qual acredita, Francisco propôs três tarefas que requerem a contribuição do conjunto dos Movimentos Populares. A primeira delas é colocar a economia à serviço dos povos, de modo que os seres humanos e a natureza não estejam a serviço do dinheiro. “Digamos não a uma economia de exclusão e desigualdade, onde o dinheiro reina em vez de servir. Esta economia mata. Esta economia exclui. Esta economia destrói a mãe Terra”, reiterou.
A proposta para a segunda tarefa é “unir os povos no caminho da paz e da justiça”. Segundo o papa, os povos querem que sua cultura, idioma, processos sociais e tradições religiosas sejam respeitados e nenhum poder efetivamente constituído tem o direito de privar os países pobres do pleno exercício da sua soberania e, “quando o fazem, vemos novas formas de colonialismo que afetam seriamente as possibilidades de paz e justiça”. Ele lembra que os povos latino-americanos sofreram para conquistar sua independência política e desde então, há quase dois séculos procuram conquistas uma independência plena.
“O colonialismo, novo e velho, que reduz os países pobres a meros fornecedores de matérias-primas e mão de obra barata, gera violência, miséria, emigrações forçadas e todos os males que vêm juntos” explica.
A terceira tarefa é a considerada a mais importante em ser assumida atualmente pelo papa e diz respeito à defesa do planeta. “A casa comum de todos nós está a ser saqueada, devastada, vexada impunemente. A covardia em defendê-la é um pecado grave... Não se pode permitir que certos interesses – que são globais, mas não universais – se imponham, submetendo Estados e organismos internacionais, e continuem a destruir a criação”, exortou.
Francisco também insistiu que os povos e seus movimentos são chamados a clamar, mobilizar-se e exigir, de forma pacífica mas com firmeza, a adoção de medidas urgentes. “Peço-vos, em nome de Deus, que defendais a mãe Terra. Sobre este assunto, expressei-me devidamente na carta encíclica Laudato si’”, pediu o pontífice.
Com informações do News.va

Congresso reflete sobre desafios da formação do missionário presbítero

Com o tema “O missionário presbítero para uma Igreja em saída” e lema “Ide sem medo para servir”, teve início na quinta-feira, 9, o 2º Congresso Nacional Missionário para Seminaristas. O evento prosseguirá até o dia 12 de julho, no Museu de Ciências Naturais da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas).
 O principal objetivo do Congresso, que acolhe  311 participantes dos quais 268 são seminaristas, é animar e aprimorar a formação missionária dos futuros presbíteros para um autêntico espírito missionário
Na abertura, o bispo de Guaxupé (MG) e presidente do Conselho Missionário do regional Leste 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom José Lanza Neto, conclamou os presentes a assumirem a identidade missionária da Igreja. “Somos Igreja em estado permanente de missão, precisamos carregar a marca e o espírito dela”, afirmou.
Desafios da Igreja em saída e o chamado de Deus
Na  abertura do evento, o bispo auxiliar de Brasília (F) e secretário geral da CNBB, dom Leonardo Steiner, indicou que cada missionário “foi encontrado caminhando nas veredas da vida e, com Jesus, deve retornar à fonte, vivenciando o espírito do serviço, da misericórdia e dor amor”. O arcebispo de Belo Horizonte (MG), dom Walmor Oliveira de Azevedo, reiterou que é preciso vencer o desafio da Igreja em saída. Também compondo a mesa, o arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB, dom Jaime Spengler, falou sobre a escolha de Cristo. “Cristo escolhe quem Ele quer e repete constantemente o convite a segui-lo: vinde e vede”, disse dom Jaime.
O diretor das Pontifícias Obras Missionárias (POM), padre Camilo Pauletti, destacou a necessidade de que os futuros padres tenham um bom coração e atitudes do ‘bom samaritano’. Em relação aos constantes pedidos do papa Francisco, padre Pauletti disse que “a missão exige preparação, abertura, coragem e desprendimento para ir às periferias”
Integraram a mesa de abertura do Congresso Missionário de Seminaristas o presidente da Organização dos Seminários e Institutos do Brasil (Osib), padre Nivaldo dos Santos; a representante da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), irmã Elsie Auzier Vinhote; e o coordenador do Conselho Missionário de Seminaristas (Comise) do regional Leste 2 da CNBB, João Luiz da Silva, da arquidiocese de Mariana (MG).
Ainda na noite do dia 9, o secretário executivo do Centro cultural missionário (CCM), padre Estêvão Raschietti, fez uma retrospectiva da caminhada do evento e estimulou os seminasritas a continuarem na caminhada missionária.
Desafios da formação missionária
Neste segundo dia do evento, a preocupação com a formação missionária dos futuros sacerdotes foi o tema debatido pelo bispo auxiliar de São Luís (MA) e presidente da Comissão para a Ação Missionária da CNBB, dom Esmeraldo Barreto de Farias.
Uma das exigências que a missão coloca para a formação dos futuros presbíteros, segundo dom Esmeraldo, é  perceber que mesmo no papel de missionário, é preciso notar que o povo sujeito da missão tem cultura e vivência eclesial próprias. Outra exigência seria transpor o “missionário que trata os pobres como objeto de sua ação pastoral para um missionário que acolhe os pobres como presença viva de Jesus e sujeitos de sua história de missão”.  
Além de destacar que o missionário deve viver a gratuidade “oferecendo a própria vida”, o bispo ressaltou a importância do missionário presbítero “valorizar o protagonismo dos leigos e pobres e não se colocar no centro da missão”, aprendendo a “formar comunidades ministeriais, missionárias, solidárias e celebrantes do Mistério Pascal”.
Caráter dinâmico da missão
A representante da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), irmã Elsie Auzier Vinhote, ressaltou o caráter dinâmico da missão, em sua conferência, nesta sexta-feira, 10. Segundo ela, “o estar com Jesus Cristo não é estático, mas é um estar em movimento, porque Jesus envia em missão”. “Não somos discípulos de Jesus quando estamos estagnados”, disse a religiosa.
Para a religiosa, a missão consiste em ir ao encontro dos excluídos e nos lugares que ninguém deseja ir, para lembrá-los que Deus os ama. “A missão nos faz amar como Deus nos ama. Cada pessoa vale o sangue de Cristo”, explicou. 
Com informações das POM
Fonte: CNBB

Memórias de Julho

Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ)

Dias atrás fiquei privado de um símbolo que me acompanhava desde a visita “ad limina” que fiz ao Papa João Paulo II em janeiro de 2003, quando ainda bispo de São José do Rio Preto. Foi a última vez que o encontrei pessoalmente, estava já bem adoentado e em 2005 ele partiria para a eternidade.

Em sua mensagem aos Bispos do Regional Sul 1, na época, ele recordou: “a época em que vivemos é ao mesmo tempo dramática e fascinante. Se por um lado parece que os homens vão ao encalço da prosperidade material, mergulhando cada vez mais no consumismo materialista, por outro lado manifestam a angustiante procura de sentido de vida interior, o desejo de aprender novas formas e meios de concentração e de oração”. No dia desse pronunciamento ele entregou a cada bispo uma cruz peitoral. Receber uma cruz com um cordão de um santo não é presente de todos os dias! Nos últimos anos tenho-a usado sempre. Uma cruz prateada simples, com o brasão do Papa santo no seu verso. Era uma recordação de um grande amigo e do chamado à santidade. É claro que o sentido continua. O sentido não está no objeto que se perdeu. A imprensa deu grande destaque a esse símbolo que me foi subtraído no último domingo, porém, eu faço um pedido: que por onde estiver que ajude muitos jovens no encontro com Jesus Cristo, que deu sua vida na Cruz e que, como passou pelas mãos do Papa Santo, São João Paulo II, leve as pessoas a serem santas! É a minha oração e confiança. Essa será para mim mais uma memória deste rico mês de julho. É o nosso compromisso com uma cidade mais justa e fraterna. Que chegue aos corações de muitos e toque a vida das pessoas.
O mês de julho é pleno de memórias importantes: Congresso Eucarístico Internacional no Rio de Janeiro, visita do Papa Francisco na Jornada Mundial da Juventude, fundação no Brasil do Movimento Familiar Cristão no Rio de Janeiro, e a grande primeira visita do Papa São João Paulo II, permanecendo na cidade maravilhosa os primeiros dias do mês. Ele voltaria outras duas vezes, para o Encontro Mundial das Famílias e outra fazendo escala em sua viagem à Argentina. Sempre é tempo de “fazer memória”, em especial neste momento em que o Papa Francisco visita de novo a América Latina (Equador, Bolívia e Paraguai). Vale a pena partilhar um pouco da sua primeira visita, que tanto marcou as nossas terras.
O pontificado de João Paulo II começou em 16 de outubro de 1978, e desde o início o Santo Papa quis ser peregrino, itinerante e missionário. Em seus 27 abençoados e fecundos anos de pontificado, realizou 104 viagens apostólicas aos cinco continentes. Povos de tantas raças, culturas, idiomas e religiões puderam abraçar e ser abraçados por esse incansável mensageiro da paz.
São João Paulo II sabia que o Brasil era o maior país católico do mundo. Uma graça especial, mas também uma vocação e compromisso. O desejo do Papa era conscientizar sobre a necessidade de promover uma cultura da solidariedade internacional, que constitui uma dimensão essencial do bem comum da comunidade mundial. O Brasil, tão católico, não poderia ficar de braços cruzados.
Antes mesmo de chegar ao Brasil, João Paulo II enviara uma mensagem saudando a Igreja local e seus Pastores, os governantes e responsáveis pelo bem comum, as famílias, os jovens, as crianças e os que sofrem. Dizia iniciar essas jornadas pobres de qualquer aparato humano e trazendo uma única riqueza: um grande afeto pelo povo brasileiro, o desejo profundo de proclamar o Evangelho e a vontade de contribuir na consolidação da fé cristã da nossa gente.
João Paulo II foi o primeiro papa que visitou nosso país, com apenas dois anos de pontificado. Ele levou uma multidão de 4,5 milhões de católicos e não católicos às ruas e mexeu com o Brasil. O papa chegou em 30 de junho a Brasília, onde realizou o gesto célebre de ajoelhar-se e beijar o chão, saudando a Terra que acabava de pisar. Até 11 de julho, quando embarcou de volta ao Vaticano, passou por Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Aparecida (SP), Porto Alegre (RS), Curitiba (PR), Manaus (AM), Recife (PE), Salvador (BA), Belém do Pará (PA), Teresina (PI) e Fortaleza (CE).
A vinda ao Brasil em 1980 foi a sétima chamada “peregrinação internacional” de seu papado. Pela tradição da Igreja, antes de João Paulo II somente um papa dos tempos modernos, seu antecessor Paulo VI, havia viajado bastante e, mesmo assim, não tanto quanto ele.
João Paulo II chegou ao Brasil como profeta de Cristo para anunciar o Evangelho da Vida e denunciar tudo aquilo que ferisse a dignidade humana em nosso país. Com o coração em Deus e os pés na Terra de Santa Cruz convidou todos os brasileiros a trilhar as sendas da justiça e misericórdia para superar os maiores flagelos do Brasil.
O Rio de Janeiro recorda com entusiasmo essa visita naquele mês de julho de 1980. A Igreja do Rio de Janeiro toda já cantou no passado a música que eletrizou não só a nossa Igreja Particular, mas todo o Brasil: “A bênção, João de Deus! A bênção, João de Deus, nosso povo te abraça. Tu vens em missão de paz. Sê bem-vindo, E abençoa este povo que te ama”. A bênção, João de Deus! E no II Encontro Mundial do Papa com as Famílias (outubro de 1997) aqui no Rio, se acrescentou: “João Paulo, aqui estamos, a família reunida. Em torno de ti, ó Pai, reafirmando a esperança do amor que une a todos”!
Todos nós, há trinta e cinco anos, cantamos esta música com muita emoção e com grande alegria para receber o primeiro Papa a pisar nas terras brasileiras. São estes sete lustros que queremos rememorar, lembrando aqueles dias abençoados em que São João Paulo II esteve em nosso meio, em um encontro com personalidades do mundo da cultura, no seu discurso por ocasião da celebração dos vinte e cinco anos de fundação do Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM); no seu encontro com o clero da Arquidiocese do Rio de Janeiro; da sua visita apostólica aos moradores da Favela do Vidigal; de sua bênção para a cidade do Cristo Redentor, no Corcovado, e da sua homilia na santa Missa de Ordenação Sacerdotal.
Nossa Arquidiocese relembra, em todos os seus rincões, da figura maiúscula desse Papa santo. João Paulo II fez seus discursos com clareza e sem rodeios. Em pleno regime militar, defendeu justiça social, liberdade sindical, reforma agrária, direitos humanos e educação sexual. Enfatizou a situação social da população – e o aborto.
Gostaria aqui de lembrar dos nossos sacerdotes, que gastam as suas vidas nas periferias existenciais mais difíceis de nossa Arquidiocese, e a de todos os outros que juntos formamos este bonito Presbitério: nós não devemos ter medo de anunciar, testemunhar, viver e convidar a todos a abrirem os corações para o Redentor e a clamar ao Pai de Misericórdia paz e justiça social para a nossa amada cidade! São João Paulo II, abençoai a cidade e a Arquidiocese do Rio de Janeiro, e nos ensinai a paz que tanto Vossa Santidade testemunhou.
Em 1997, após o II Encontro Mundial com as famílias aqui no Rio de Janeiro, João de Deus se referiu a dois belos símbolos de nossa cidade: “Ao deixar esta terra abençoada do Brasil, eleva-se na minha alma um hino de ação de graças ao Altíssimo, que me permitiu viver aqui horas intensas e inesquecíveis, com o olhar fixo no Cristo Redentor, que domina a Baía de Guanabara, e na certeza do amparo maternal de Nossa Senhora da Penha a proteger esta cidade querida desde o seu Santuário, situado não longe daqui”.
Outra memória que deverá ficar neste mês deverá ser o início da grande missão arquidiocesana no ano da Esperança com a visita da imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida. Com esse trabalho, movidos pela ação do Espírito Santo, desejamos que seja sempre mais essa Terra abençoada, e que este mês de julho, de tantas memórias, seja o belo momento de, renascer a confiança de que, com a graça de Deus, podemos trabalhar por um mundo mais justo e humano, conduzidos pelo Espírito Santo. Diante de um momento difícil, complexo e violento surge no horizonte a certeza de que o Senhor Ressuscitado, vida do mundo, é a luz que ilumina as trevas e conduz o povo para a verdadeira vida! Avante, com coragem, “ide sem medo para evangelizar”! Somos testemunhas da esperança!
São João Paulo II, rogai por nós!


 Fonte: CNBB