sexta-feira, 28 de novembro de 2014

As andanças do Bispo -8

Dom Luiz Demétrio Valentini
Bispo de Jales (SP)

8. Um zigue-zague na Suíça
Nos apuros do ano 2000, precisei reservar dez dias para a Suíça, no tempo da quaresma. Foi no começo de março. Era para ajudar na promoção da Campanha da Quaresma, que sempre costumam fazer, cuja arrecadação é repartida entre os países que mais necessitam, também o Brasil. Aí a cobrança: precisavam de alguém do Brasil, para ajudar na motivação.

Era o final do inverno, ainda com a neve nas montanhas. Foram dez dias com muitos encontros e palestras. Como lá o trem vai por toda parte, furando as montanhas, o roteiro era sempre de trem. Ao descer na estação, ficava olhando quem estaria me esperando, e lá ia eu para um novo encontro: de manhã, de tarde, de noite.
Foi muito bom para conhecer mais de perto a vida do povo. Pois uma coisa é ir como turista, e fazer fotos dos panoramas, outra é conversar com o povo, e debater os problemas. No último dia, ao acordar de manhã, na cidade de Chaux de Fonds, especializada em fabricar relógios, vi a neve caindo suave, parecendo se despedir do inverno.
Próximo seguimento: um mergulho em Paris
Fonte: CNBB

As andanças do Bispo n-7

Dom Luiz Demétrio Valentini
Bispo de Jales (SP)

7. Junto com os teólogos
Foi na Conferência de Santo Domingo, nos 500 anos da América, que comecei a me envolver mais intensamente com a organização dos teólogos da América Latina. Lá, deu para fazer com eles um bom trabalho, que possibilitou a contribuição para a reunião dos bispos, que estava acontecendo.
Na oportunidade, fiquei incumbido de fazer a ligação entre o grupo de teólogos, e o desenrolar da Conferência. De tal modo que, diariamente os teólogos ficavam sabendo do andamento da Conferência, e assim podiam contribuir com subsídios que eram repassados aos bispos. De tal modo que, mesmo excluídos da Conferência, os teólogos puderam dar uma válida contribuição sobre os temas tratados.
A partir de lá, eles fizeram questão de continuar contando comigo, para eles continuarem fazendo seu trabalho bem entrosados com as necessidades da Igreja. Assim, tive que participar com eles de diversos encontros, em diversos países.
Em fevereiro de 2000, fui para a Bolívia, em Cochabamba. Foi bom para conhecer mais de perto a realidade da Bolívia. Passei por Santa Cruz de la Sierra, que fica na parte baixa da Bolívia, mais perto da fronteira com o Brasil, de fronte ao Mato Grosso. Lá as terras são férteis, o que já foi descoberto por muitos brasileiros que foram lá plantar soja.
Em fevereiro do ano 2001, a reunião foi na Guatemala, na América Central, país cuja metade da população é constituída dos antigos maias, índios que tinham uma avançada civilização, e que muito sofreram com a destruição imposta a eles pelos colonizadores espanhóis.
As reuniões com os teólogos são uma boa baliza para manter em dia a reflexão sobre os desafios da Igreja em nosso tempo, e isto ajuda no trabalho cotidiano na diocese.
Fonte: CNBB

Como lucrar a Indulgência no Ano da Vida Consagrada

2014-11-28 Rádio Vaticana

Cidade do Vaticano (RV) – A Penitenciaria Apostólica divulgou nesta sexta-feira o Decreto Urbis et Orbis que estabelece os pré-requisitos para lucrar a Indulgência Plenária por ocasião do Ano da Vida Consagrada, celebrado entre o domingo próximo, 30 de dezembro, e 2 de fevereiro de 2016.
Podem lucrar a indulgência – observadas a confissão sacramental, comunhão eucarística e oração segundo as intenção do Santo Padre - todos os membros dos Institutos de Vida Consagrada  e fiéis verdadeiramente arrependidos e movidos pelo espírito de caridade que:
- Em Roma participarem de Encontros  Internacionais e celebrações determinadas pelo calendário da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, e após dedicar  um tempo considerável a pias considerações, rezarem o Pai Nosso, a Profissão de Fé e fizerem invocações a Virgem Maria;
- Em todas as igrejas particulares, cada vez que, nos dias diocesanos dedicados à vida consagrada, piamente visitarem a catedral ou outro lugar sagrado designado com o consenso do Ordinário do lugar, ou uma igreja conventual ou o oratório de um Mosteiro de clausura e nestes locais recitarem publicamente a Liturgia das Horas ou por um considerável período de tempo se aplicarem a pias considerações, concluindo-as com o Pai Nosso, a Profissão de Fé em qualquer forma legitimamente aprovada e pias invocações a Virgem Maria.
Os membros dos Institutos de Vida Consagrada que, por motivo de doença ou outra causa grave estiverem impossibilitados de visitar estes locais sacros, poderão da mesma forma obter a Indulgência Plenária se “totalmente livres de qualquer pecado e com a intenção de poder cumprir o quanto antes as três habituais condições, realizem a visita espiritual com profundo desejo e ofereçam as doenças e os cansaços da própria vida a Deus misericordioso por meio de Maria, acompanhado das orações acima citadas”.
Para facilitar o acesso a esta graça divina, através das “chaves da Igreja”, o Decreto, assinado pelo Penitenciário Mor Cardeal Mauro Piacenza em 23 de novembro, Solenidade de Cristo Rei, pede que os canônicos peninteciários, os capitulares, os sacerdotes dos Institutos de Vida Consagrada e todos os outros com a faculdade de ouvir confissões, se ofereçam “com espírito disponível e generoso à celebração do sacramento da Penitência e administrem frequentemente a Santa Comunhão aos enfermos”.
O presente Decreto é válido para o Ano da Vida Consagrada, salvo disposições em contrário.
Fonte: News.VA

Papa na Turquia: renovar a coragem da paz contra o terrorismo

2014-11-28 Rádio Vaticana

Ancara (RV) – A preocupação com os conflitos no Oriente Médio marcou o primeiro discurso do Papa Francisco em terras turcas. A Turquia, afirmou o Papa, pela sua história e em virtude da sua posição geográfica – entre a Europa e o Oriente Médio – tem uma grande responsabilidade na região. O país acolhe um grande número de refugiados e é diretamente afetado pelos efeitos da dramática situação em suas fronteiras. Juntamente com a assistência humanitária necessária, não se pode permanecer indiferente àquilo que provocou essas tragédias.
Para o Pontífice, o Oriente Médio há muito tempo é teatro de guerras fratricidas, “que parecem nascer uma da outra, como se a única resposta possível à guerra e à violência tivesse de ser sempre uma nova guerra e outra violência”.
“Quanto tempo deverá sofrer ainda o Oriente Médio por causa da falta de paz?”, questionou. “Não podemos resignar-nos com a continuação dos conflitos, como se não fosse possível mudar a situação para melhor! Com a ajuda de Deus, podemos e devemos sempre renovar a coragem da paz!”
Francisco manifestou preocupação com a Síria e o Iraque, onde a violência terrorista não dá sinais de diminuir: “Regista-se a violação das normas humanitárias mais elementares contra prisioneiros e grupos étnicos inteiros, especialmente – mas não só – contra cristãos e yazidis”.
O Pontífice reiterou que considera lícito deter o injusto agressor – “sempre no respeito pelo direito internacional” –, lembrando, porém, que não se pode confiar a resolução do problema somente à resposta militar.
Uma contribuição à paz, segundo Francisco, pode vir do diálogo inter-religioso e intercultural, a fim de banir toda a forma de fundamentalismo e de terrorismo, “que humilha gravemente a dignidade de todos os seres humanos e instrumentaliza a religião”.
“Ao fanatismo e ao fundamentalismo, às fobias irracionais que incentivam incompreensões e discriminações, é preciso contrapor a solidariedade de todos os fiéis” para inverter a tendência nos Estados do Oriente Médio.
“É preciso um forte compromisso comum, baseado na confiança recíproca, que torne possível uma paz duradoura e permita destinar finalmente os recursos não aos armamentos, mas às verdadeiras lutas dignas do homem: contra a fome e as doenças, pelo desenvolvimento sustentável e a defesa da criação, em socorro de tantas formas de pobreza e marginalização que não faltam no mundo moderno”, disse o Papa, pedindo a Deus que proteja a Turquia e “a ajude a ser uma válida e convicta artífice de paz”.
(BF)
(from Vatican Radio)
Fonte: News.VA

Projeto Natal Branco Lumen beneficia 5000 crianças carentes e mobiliza mais de 600 voluntários

lumen200O Projeto Natal Branco Lumen será realizado nos próximos dias 6 e 7 de dezembro, em Fortaleza. Milhares de crianças carentes participarão de uma festa inesquecível para celebrar o verdadeiro espírito natalino, com brincadeiras, atividades educativas e apresentações artísticas. Os pequenos ganharão também dos seus “Padrinhos e Madrinhas de Natal” uma cesta básica, um kit de higiene e um brinquedo na volta para casa. O projeto Natal Branco Lumen, que completa 20 anos em 2014, é realizado pela Obra Lumen de Evangelização.
Para a concretização desse sonho para as crianças, mais de 600 voluntários – na sua maioria jovens – trabalham com alegria e dedicação para transformar um simples dia em um momento inesquecível para cada criança. Além disso, o projeto conta com o apoio dos inúmeros “Padrinhos e Madrinhas de Natal”, como são simbolicamente chamadas as pessoas que fazem um gesto de amor e generosidade, doando os presentes que cada criança receberá no dia.
Além de Fortaleza, onde participarão 1.800 crianças, a festa se repetirá em mais 13 cidades do Ceará e de outros Estados: Ereré, Iracema, Juazeiro do Norte, Sobral, Quixadá, Maracanaú, Brasília-DF, Salvador-BA, João Pessoa-PB, Floriano-PI, Natal-RN, Unaí-MG e Rio de Janeiro-RJ. No total, serão beneficiadas 5 mil crianças, das quais 1 mil são acompanhadas semanalmente pelos projetos sociais da Obra Lumen ao longo do ano.
Como ajudar? 
Ao longo dos seus 20 anos, o Natal Branco Lumen tem estimulado o amor ao próximo, lançando sementes de solidariedade na sociedade e proporcionando um natal inesquecível não só para as crianças, mas a todos que se envolvem com essa festa. Por isso, os interessados em ajudar podem tornar-se padrinhos de natal, engajar-se em um trabalho voluntário, fazer alguma doação ou simplesmente visitar o evento.
Para saber como colaborar com o Natal Branco Lumen, basta entrar em contato pelo números (85) 3277.1713, (85) 9948.8296 ou (85) 9117.5528. As doações podem ser entregues de segunda a sexta-feira, das 14h às 21h, na rua Coronel Jucá, 2040, bairro Dionísio Torres. Mais informações, no site www.natalbranco.com.br, ou em nossas redes sociais:facebook.com/natalbrancolumen e instagram.com/natalbrancolumen.
Serviço – Natal Branco Lumen 
Data: 6 e 7 de dezembro de 2014
Local: Colégio Christus Dionísio Torres (Rua Israel Bezerra, 630)
Horário: 10h às 15h
Informações: (85) 3277.1713, (85) 9948.8296, (85) 9117.5528, www.natalbranco.com.br, facebook.com/natalbrancolumen,instagram.com/natalbrancolumen.

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Papa Francisco se encontrará na Turquia com 100 crianças refugiadas do Oriente Médio

Papa Francisco cumprimenta uma criança na Praça de São Pedro. Foto: Daniel Ibáñez / Grupo ACI
ROMA, 28 Nov. 14 / 09:53 am (ACI/EWTN Noticias).- O Papa Francisco iniciou nesta sexta-feira a sua viagem apostólica à Turquia onde se reunirá com autoridades locais, líderes religiosos muçulmanos e ortodoxos e ele também pediu explicitamente para encontrar-se com as crianças refugiadas do Oriente Médio que são atendidas pelos salesianos.

“Foi um desejo explícito do Santo Padre, querer cumprimentar as crianças”, afirmou Andrés Calleja, administrador da Catedral Católica Latina e das três escolas da comunidade de Dom Bosco em Istambul (Turquia).

Calleja informou que antes de voltar para o Vaticano, Francisco se reunirá no domingo com cerca de 100 das 800 crianças que -entre turcos, iraquianos e de outros países da região- estudam nos centros salesianos de Istambul.

Segundo a Rádio Vaticano, os seis salesianos que vivem nesta comunidade “não fecham a porta para ninguém que vem pedir ajuda”. Calleja explica que todos os dias chegam dezenas de imigrantes ao oratório pedindo acolhida para os seus filhos para que eles possam procurar trabalho, e como ele diz “nós queremos responder às necessidades”.

Sobre a viagem do Papa, assegurou que já está tudo preparado para a missa de diferentes ritos que concelebrará no sábado na Catedral do Santo Espírito. “Um Papa não vem todos os dias à sua casa”, assinalou. “Primeiro estamos nos preparando espiritualmente, e depois estamos deixando toda a Igrejalimpa e perfeita, para que o Santo Padre se sinta bem”, assegurou Calleja.
Fonte: Acidigital

Visita à Turquia: Papa Francisco visita o Mausoléu de Atatürk

O Papa Francisco visita o Mausoléu de Atatürk (Captura Youtube)
ANKARA, 28 Nov. 14 / 10:17 am (ACI/EWTN Noticias).- O Papa Francisco iniciou nesta sexta-feira a sua viagem à Turquia com uma visita de 35 minutos ao Mausoléu de Atatürk, dedicado ao fundador e primeiro presidente do país, Mustafa Kemal Atatürk, onde apresentou uma coroa de flores com as cores da bandeira turca e escreveu uma mensagem no livro de honra.

Francisco chegou ao impressionante monumento minutos depois de sua chegada ao aeroporto de Ancara. No mausoléu, o Papa foi recebido com saudações e depois foi ao túmulo de Atatürk, onde dois militares colocaram uma coroa de flores com as cores vermelha e branca da bandeira turca. Na faixa do centro estava escrito Pope Francis (Papa Francisco).

Depois, o Santo Padre ingressou na sala “Towar of National Pact”, onde lhe apresentaram o Livro de Honra, no qual escreveu uma mensagem com a sua assinatura.

“Faço os mais sinceros votos para que a Turquia, ponte natural entre dois Continentes, seja não somente o local onde estradas se cruzam, mas também lugar de encontro, de diálogo e de convivência serena entre os homens e mulheres de boa vontade de todas as culturas, etnias e religiões”, foram as palavras escritas pelo Papa, informou a Santa Sé.

Durante a visita, um tradutor explicou ao Pontífice o significado e a importância do monumento.

O Mausoléu de Atatürk é um monumento impressionante cuja construção começou em 9 de outubro de 1944 e terminou em 1º de setembro de 1953. Foi desenhado pelos arquitetos Emin Onat e Orhan Arda.

Mustafa Kemal Atatürk foi um oficial do império turco que, depois da derrota na Primeira Guerra Mundial, liderou o Movimento Nacional Turco para assim conseguir a independência da Turquia. Foi o primeiro presidente do país e faleceu em 1938.
Fonte: Acidigital

Ano da paz, novo advento

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte (MG)

A Igreja Católica decidiu, durante a Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), promover um Ano da Paz. Essa decisão importante fundamenta-se na urgência de unir esforços para transformar a realidade e lutar, incansavelmente, na promoção da paz, que é um dom de Deus, entregue aos homens e mulheres de boa vontade pelo Príncipe da Paz, Jesus Cristo, Salvador e Redentor.

Ao investir na promoção do Ano da Paz, a Igreja, a partir de sua tarefa missionária de anunciar Jesus Cristo e seu Reino, empenha-se e busca sensibilizar outros segmentos da sociedade para enfrentar a violência, que atinge de modo arrasador a vida, a dignidade humana e as culturas. Uma fonte de sofrimento que ameaça o futuro da humanidade, com graves consequências para diferentes povos e sociedades. Ao promover o Ano da Paz, a CNBB aciona a grande rede de comunidades de fé que forma a Igreja no Brasil para que, em parceria com outras instituições, seja cultivada uma consciência cidadã indispensável na construção de uma sociedade sem violência. Para isso, conforme ensina Jesus no Sermão da Montanha, é necessária a vivência de uma espiritualidade que capacite melhor os filhos de Deus, tornando-os construtores e promotores da paz.
Trata-se de um percurso longo a ser trilhado, uma dinâmica complexa a ser vivida, para que o coração humano torne-se coração da paz. O Papa Francisco, na sua Exortação Apostólica Alegria do Evangelho, sublinha que, enquanto não se eliminarem a exclusão e a desigualdade dentro da sociedade e entre os vários povos, será impossível erradicar a violência que, venenosamente, consome vidas, mata sonhos e atrasa avanços.
A vivência do Ano da Paz é uma tarefa que deve ser assumida pelos homens e mulheres de boa vontade, empenhados no trabalho de contribuir para que cada pessoa se reconheça como um coração da paz. Esse serviço deve ser vivido de modo criativo, sem enrijecimentos ou complicações, valendo-se de estruturas, instituições, especialmente as educativas e os meios de comunicação. No exercício dessa tarefa, é preciso cultivar uma espiritualidade que determina rumos. Ao mesmo tempo, torna-se imprescindível exercitar a intrínseca dimensão política de nossa cidadania, lutar pelo estabelecimento de dinâmicas e processos que ajudem a avançar na erradicação dessa assombrosa e crescente onda de violência que se abate sobre nossa sociedade, provocada, de certo modo, pela mesquinhez que caracteriza o mundo atual.
A vivência do Ano da Paz, ainda que sem impactantes eventos, é a esperança de que as ações simples e cotidianas, de cada pessoa, podem provocar grandes mudanças, especialmente as culturais, que contribuem para a manutenção da violência. No Brasil, por exemplo, as estatísticas mostram que, anualmente, o número de homicídios é equivalente ao de guerras pelo mundo afora. Não se pode abrir mão de análises profundas com força sensibilizadora, capaz de despertar certa indignação sagrada e cidadã. Também são importantes os debates em congressos, seminários e outras modalidades, aproveitando oportunidades variadas para se falar do tema da violência e suas consequências, que acabam com tudo – inclusive com a possibilidade de se partilhar ocasiões festivas.
A ausência da paz inviabiliza, por exemplo, que os diferentes partilhem momentos de festa nos estádios de futebol, de modo saudável, alegre e fraterno. Infelizmente, prevalecem situações de selvageria nos estádios e nas ruas. A violência se faz presente também no ambiente das empresas, escritórios e, abominavelmente, no sacrossanto território da família, pela agressividade contra as mulheres. A ausência da paz nos lares, o desrespeito às mulheres, impede que crianças e jovens desfrutem do direito insubstituível de ter uma família, escola do amor e humanização.
Que o Ano da Paz comece sempre pelo exercício eficaz de se silenciar, em comunhão com os membros da própria família, nos escritórios, salas de aulas, nas igrejas, nas reuniões e em outros grupos. Um minuto de silêncio pode fazer diferença no cultivo da paz no próprio coração, tornando-o um coração da paz. Nesse caminho, cada pessoa se qualifica para atuações mais comprometidas na mudança de cenários, valorizando os pequenos gestos e as pequenas mudanças na construção da grande e urgente transformação cultural, um “passo a passo” para vencer a violência. Do tempo do Advento - preparação para o Natal deste ano - até a celebração do Natal em 2015, vamos vivenciar o Ano da Paz, oportunidade para cultivar uma densidade interior. Essa experiência permitirá a todos, no dia a dia, em diferentes oportunidades, com gestos e ações, contribuir para o novo advento, a paz entre nós.

 Fonte:CNBB


Igreja em estado de advento

Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém do Pará (PA)

A Igreja realiza sua missão evangelizadora no tempo e no espaço que a Providência de Deus lhe concede. Compete a ela a busca contínua da fidelidade ao seu Senhor, pois a visibilidade dos sinais da graça de Deus lhe foi entregue, enquanto esperamos a vinda gloriosa de Jesus Cristo. Seu Mistério Pascal de Morte e Ressurreição e o final dos tempos, quando virá para julgar os vivos e os mortos, são dois polos de tensão, com os quais buscamos a fidelidade ao Evangelho, praticando o amor a Deus e ao próximo, somos fermento de vida e esperança para o mundo e continuamos a anunciar o nome de Jesus Cristo, único e suficiente Salvador de todos os homens e mulheres que vierem a esta terra.
A sabedoria de Deus concedida à sua Igreja suscitou um caminho formativo amadurecido no correr dos séculos, o Ano Litúrgico, para manter viva esta tensão positiva, que gera testemunho de vida cristã e realização profunda para as pessoas. Tudo começou com o dia da Ressurreição, o Domingo, Páscoa semanal. A cada semana, tornar presente a Morte e a Ressurreição de Cristo, quando a Comunidade Cristã, reunida em torno da Palavra de Deus e da Mesa Eucarística, se edifica como Corpo de Cristo. À Eucaristia de Domingo os cristãos levam suas lutas e seus trabalhos, louvam ao Senhor e encontram o sustento para a fé, na vida quotidiana. As gerações que se sucederam começaram a celebrar anualmente a Páscoa do Senhor, hoje realizada de modo solene no que chamamos Tríduo Pascal, de quinta-feira santa ao cair da tarde até o Domingo de Páscoa, com seu ponto mais alto na grande Vigília Pascal. É Páscoa anual! Quando celebramos a Missa em qualquer tempo do ano, acontece a Páscoa diária. É o mesmo e único mistério de Cristo. Não fazemos teatro, mas realizamos a presença do Senhor, que entregou à Igreja a grande tarefa: “Fazei isto em memória de mim” (1 Cor 11, 24-25).
Como é grande o Mistério, o Ano Litúrgico veio a se compor pouco a pouco, contemplando anualmente todos os grandes eventos de nossa Salvação, enriquecendo com abundância de textos bíblicos as grandes celebrações, valorizando as orações que foram compostas e expressam a vivência da fé, recolhendo nos diversos ritos a grandeza da vida que o Senhor oferece. O Ano da Igreja, que começa no Primeiro domingo do Advento, em 2014 celebrado no dia 30 de novembro, tem dois grandes ciclos, o do Natal e o da Páscoa, com os quais somos pedagogicamente conduzidos a aperfeiçoar a vida cristã, de forma que o Senhor nos encontre, a cada ano, não girando em torno de um mesmo eixo, mas crescidos, como uma espiral que aponta para a eternidade, enquanto clamamos “Vem, Senhor Jesus”!
E o Tempo do Advento, que agora iniciamos, é justamente marcado pela virtude da esperança, que somos chamados a testemunhar e oferecer ao nosso mundo cansado, pois só em Jesus Cristo, única esperança, encontrará seu sentido e realização a vida humana. A Igreja nos propõe quatro semanas de intensa vida de oração e de exercício das virtudes. O primeiro olhar é para a vinda definitiva do Senhor, que um dia virá ao nosso encontro, cercado de glória e esplendor. É hora de refletir sobre a relatividade das coisas e preparar-nos para o encontro pessoal com o Senhor, quando nos chamar à sua presença. Em seguida, durante duas semanas a Igreja nos faz olhar para o tempo presente de nossa fé. Ouvimos o convite à conversão, somos levados a arrumar a casa de nossa vida para a grande presença do Senhor. Aquele que um dia virá, vem a nós nos dias de hoje. Para ajudar-nos, a Igreja apresenta duas figuras, que podem ser chamadas de “padrinhos” de Advento, o Profeta Isaías e São João Batista. Na última semana antes do Natal, aí, sim, nosso olhar se volta para Belém de Judá, Presépio, Pastores, Reis Magos. É a oportunidade para preparar a celebração do Natal. Quem nos toma pela mão na etapa final do Advento, para acompanhar os acontecimentos vividos em primeira pessoa, é a Virgem Santa Maria, Mãe de Deus e nossa. Daí a necessidade de corrigir com delicadeza nosso modo de viver este período. Maior do que o dia de Festa no Natal é a realidade do Senhor Jesus que virá, vem a nós e um dia veio! Torna-se vazia uma festa sem a presença daquele que é o coração da história humana, nosso Senhor Jesus Cristo.
Uma Igreja em estado de Advento é o que queremos oferecer-nos mutuamente e dar de presente ao nosso mundo. Estimulemos uns aos outros na vivência da esperança, certos da necessidade da redenção de Cristo, que nos diz “sem mim, nada podeis fazer” (Jo 15, 5). Cresça nossa abertura, cheia de esperança, a Cristo e à sua Palavra Salvadora. Caiam todos os obstáculos e defesas, venha a graça da fidelidade ao Senhor. E a vida cristã não tenha receio de olhar para a eternidade, onde Cristo está sentado, à direita do Pai (Cf. Ef 1, 20-23). Temos uma eternidade inteira para viver na Comunhão com a Santíssima Trindade, os Anjos e os Santos. É nossa vocação e nosso ponto de chegada. Com esta luz, os cristãos são chamados a serem homens e mulheres capazes de iluminar com a esperança todos os recantos da humanidade. A graça da vocação cristã nos faça responsáveis pelo anúncio do Evangelho e pela salvação dos outros (Cf. Rm 8, 29). Ninguém fique desanimado, desde que encontre um cristão autêntico, mesmo que este saiba ser limitado, tantas vezes frágil e marcado pelo pecado, mas nunca derrotado.
As pessoas que tiverem contato com os cristãos neste período, descubram-nos rezando mais e rezando melhor. As Novenas de Natal, celebradas em grupos de famílias, são um excelente testemunho de vida de oração. Seja uma oração cheia de humildade, sinceridade, abertura maior para Deus e obediência às suas promessas.
E como falamos de esperança, temos o direito e o dever de sonhar com um mundo mais justo e fraterno. Queremos antecipá-lo, em estado de Advento, na experiência da caridade e da partilha dos bens. Em nossa Arquidiocese de Belém, realizamos durante o Advento o projeto “Belém, Casa do Pão”. Cresce a cada ano, ao lado do compromisso de nossas Paróquias, a adesão da sociedade ao nosso modo de comprometer as pessoas com a partilha dos bens, realizando a vocação que se encontra em nosso nome, Belém!
Fonte: CNBB

Começam os preparativos para o Natal!

Dom Canísio Klaus
Bispo de Santa Cruz do Sul (RS)

Neste final de semana, com o primeiro domingo do Advento, a Igreja dá início à preparação para o Natal. Serão quatro semanas de expectativa para a celebração do encontro de Deus conosco, uma vez que o Natal é a festa do encontro da vida divina na vida humana.

A realização do encontro vai depender da nossa preparação e da nossa disposição em acolher ao Deus que vem. Ele quer se encontrar conosco e para isso precisa também ser encontrado por nós.
A preparação ao Natal pode se dar de diferentes maneiras e em diferentes níveis.
Em primeiro lugar, ela deve se dar no coração de cada pessoa. A pessoa é que precisa se predispor para acolher a mensagem do Natal. Sem esta predisposição pessoal, não acontecerá o encontro com Deus e a mensagem do Natal não representará nenhuma mudança de atitude.
Em segundo lugar, a preparação deve acontecer na família. O primeiro Natal aconteceu na família de Nazaré, como prova de que Deus ama e abençoa as famílias. A família é o espaço sagrado que Deus escolheu para manifestar a vida divina na vida humana. Pergunto a você, meu irmão e minha irmã: a sua família é hoje este espaço sagrado, este santuário da vida onde o Menino Jesus pode renascer?
Em terceiro lugar, a Diocese de Santa Cruz do Sul propõe a preparação nos grupos de família. Para isso foi elaborado um roteiro com três encontros nos grupos, onde famílias vizinhas se reúnem para rezar, conversar e aprofundar o sentido do Natal. Seria desejável que todas as famílias se reunissem na vizinhança para realizar estes encontros. Desta forma iremos firmar os laços de fraternidade e solidariedade, superando desavenças e nos unindo na superação daqueles problemas que são comuns aos moradores de um mesmo lugar.
Em quarto lugar, a preparação acontece nas comunidades. A própria liturgia do Advento nos convida à vigilância e nos motiva a nos prepararmos, na alegria, para acolher o Mensageiro da Paz. Além das missas e celebrações da Palavra, as comunidades são convidadas a fazerem uma celebração penitencial, incluindo aí também a confissão sacramental. Junto com isso, é salutar a confecção de pequenos presépios nas igrejas, onde é retratado o evento do nascimento do Salvador.
Também queremos valorizar a preparação que acontece na sociedade, com a ornamentação de ruas, prédios públicos e frontispícios de casas. Tirando fora os exageros que tendem a transformar o Natal em comércio, valorizamos a exterioridade dos sinais natalinos, uma vez que eles ressaltam a importância da festa que celebramos. Importante é preparar o nosso presente a Jesus, participando da coleta da evangelização para que Jesus seja mais acolhido, conhecido e amado.
Iniciemos, portanto, com alegria, a nossa preparação para o Natal. Aproveitemos o período do Advento para nos reconciliarmos com Deus e os irmãos, perdoando aos que nos ofenderam e partilhando nossos dons e nossa vida para acolher com dignidade o Mensageiro da Paz.
Fonte: CNBB

Cuide bem de você e de todos os que você ama

Para dom Leonardo, Campanha de Diagnóstico Precoce do HIV busca



Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo da diocese de Campos (RJ)

Com este convite a proteção e ao cuidado foi lançada com apoio da CNBB a Campanha preventiva da Pastoral da AIDS, que visa sensibilizar em torno a testagem de HIV/ AIDS. Cifras aproximadas estimam que 720.000 pessoas vivem com HIV/AIDS em nosso pais, que 150.000 vivem com HIV e não sabem e 350.000 estão em tratamento, sendo vários os casos por transmissão vertical (de mãe para filho).

O teste permite um diagnóstico precoce e possibilitar um tratamento que impeça o desenvolvimento da doença e garanta uma continuidade de vida saudável. Tem havido um melhoramento significativo graças a novas medicações e a maturidade no enfrentamento a doença, vencendo preconceitos e idéias errôneas em torno as pessoas atingidas. A vida e a sexualidade são dons de Deus que precisam ser reverenciados e acolhidos com responsabilidade, protegendo e amparando as pessoas que estão sob o nosso cuidado.
A luta contra o vírus da AIDS demanda amor exigente e solidariedade incondicional, pois sóa compaixão e a ternura testemunham a preciosidade e sacralidade da vida humana. Já vencemos as barreiras do isolamento e da discriminação, é necessário superar a indiferença ou o descompromisso pois a salvação das pessoas está em primeiro lugar.
Assumir esta campanha é ajudar a gerar a cultura do encontro, a civilização do amor responsável, do cuidado compassivo e da saúde integral. A aliança pela vida plena do Reino exige novas atitudes e gestos, que passam sem dúvida pela atenção amorosa e a acolhida aberta e generosa a todas as pessoas, identificando-nos com o olhar e o agir do Pai de bondade anunciado por Jesus Cristo.
Que o Senhor da Vida nos permita estar sempre a serviço dos nossos irmãos soropositivos, ajudando na cura, acompanhando e prevenindo a doença, revelando a beleza e o sentido mais profundo da nossa caminhada rumo ao Reino definitivo de paz, justiça, solidariedade e misericórdia. Deus seja louvado!

 Fonte: CNBB