sexta-feira, 22 de maio de 2015

Buscando o poço da Unidade

Dom Canísio Klaus
Bispo de Santa Cruz do Sul (RS)

Olhando para as comemorações que ocupam as comunidades durante as últimas semanas de maio, podemos dizer que estamos vivendo dias de intenso significado para a fé cristã. Tudo começou com a comemoração da Ascensão de Jesus ao Céu. Na oportunidade tiveram início as novenas de preparação para o Pentecostes, que mobilizam milhares de pessoas nas cidades, particularmente naquelas onde predomina a colonização luso/açoriana. Assim, no próximo final de semana, teremos grandes comemorações em Encruzilhada do Sul, Rio Pardo e Santa Cruz do Sul.

Ainda no dia da Ascensão comemoramos também o Dia Mundial das Comunicações Sociais e abrimos a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. Para levar a mensagem da fé cristã a todos os povos precisamos usar os melhores meios que estão à nossa disposição, no caso atual, os modernos Meios de Comunicação Social. Mas também precisamos dar testemunho de unidade uma vez que, de acordo com o alerta dado por Jesus Cristo: “todo Reino dividido contra si mesmo, há de perecer” (Mt 12,25).
Um dos grandes desafios que precisamos enfrentar, enquanto cristãos, são as nossas divisões. A mensagem perde força quando não damos testemunho de unidade. Este testemunho deve ser dado, em primeiro lugar, no interior das nossas comunidades. Se aí não soubermos viver a unidade, as nossas palavras tendem a cair no vazio como sementes que caem no meio do caminho e secam (Mt 13,4). O mesmo vazio atingirá a nossa pregação se não testemunharmos a unidade entre as várias comunidades de uma mesma paróquia ou Diocese.
Outro desafio é a unidade entre os cristãos das diferentes igrejas. E é em vista desta unidade que celebramos a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos.
No Brasil, ela é encabeçada pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs, o CONIC. O tema de 2015 faz memória do diálogo de Jesus com a Samaritana na beira do poço de Jacó, onde Jesus pede à mulher: “Dá-me de beber” (Jo 4,7). Por isso, as igrejas pedem umas às outras: “Dá-nos um pouco da Tua água”. É a forma de reconhecer que cada uma das igrejas cristãs tem algo a oferecer às outras. Conforme Carta das Igrejas-membro do Conic, publicada na abertura do subsídio para a Semana, “não devemos ver no outro um inimigo ou uma ameaça, mas sim, reconhecer nele uma expressão do amor de Deus”.
Aproveitemos, pois, a riqueza da temática da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos para nos predispormos a acolher os dons do Espírito Santo no domingo de Pentecostes. Na variedade de línguas e nas múltiplas formas de manifestar a fé cristã, unamo-nos no testemunho do Ressuscitado que continua vivo e operante em nosso meio.
Unidos somos fortes e o nosso testemunho ganha credibilidade.
 Fonte: CNBB

Tempo propício, Pentecostes

Dom Luiz Demétrio Valentini
Bispo de Jales (SP)

Celebrado o domingo de Pentecostes, recomeça neste início de junho o “tempo comum”. Ele vai se prolongar até o começo do advento, no final de novembro. Portanto, a maior parte do ano é coberta por este tempo, que agora passamos a viver, dia por dia.
O calendário litúrgico nos avisa que recomeçou o tempo comum, nos tranquilizando que ele vai transcorrer com segurança e sem sobressaltos. Pois é um “tempo favorável”, “tempo oportuno”, “tempo propício”.
Pois ao longo deste tempo, podemos de fato viver agora com tranquilidade, no contexto de nossa vida concreta, os bonitos mistérios celebramos nos momentos especiais do Natal, da quaresma e da Páscoa, cujo tempo se concluiu com este domingo de Pentecostes.
Olhando a sequência do ano litúrgico, vem à mente a comparação com a subida do avião. Os motores são acelerados ao máximo para vencer as resistências do peso. Aos poucos ele consegue ir subindo, até atingir o teto favorável para a travessia tranquila e sem esforço, mantendo-se na altura conveniente.
Assim o ano litúrgico. Ele nos conduz para as alturas do mistério pascal de Cristo, que nos coloca em comunhão com a plenitude do mistério de Deus. Atingida esta altura, fica mais fácil manter nossa vida em sintonia com os mistérios de Deus. Esta é a proposta deste “tempo comum”, que na verdade é o tempo propício para integrar em nossa vida os mistérios que a fé nos apresenta.
Ao se despedir dos seus discípulos, Cristo insistiu dizendo que se ausentaria por “pouco tempo”, e que depois, por “pouco tempo” o veriam de novo, e por outro “pouco tempo” teriam que aguardar sua nova vinda.
Por mais extenso que pareça o “tempo comum” que agora temos pela frente, Jesus nos alerta que, quando se trata de “tempo”, ele será sempre pouco. Tanto mais precisamos vivê-lo intensamente, para nos prepararmos a entrar na eternidade pela porta certa de nossa comunhão com Deus!
 Fonte: CNBB

Pontifício Conselho Justiça e Paz promove Conferência sobre a Mulher

A 2ª Conferência Internacional sobre a Mulher, que iniciará nesta sexta-feira, 22,e prosseguirá até o dia 24 de maio, em Roma, abordará o tema:  "Mulheres rumo à agenda para o desenvolvimento pós-2015: quais desafios dos Objetivos de desenvolvimento sustentável?”.
O evento foi apresentado na manhã desta quinta-feira, 21, pelo presidente do Pontifício Conselho Justiça e Paz, cardeal Peter Turkson; pela subsecretária do dicastério, Flamina Giovanelli;  pela presidente da Aliança Mundial de Mulheres pela Vida e  Familia (WWALF), Olimpia Tarzia; e pela presidente  da União Mundial de Organizações Femininas Católicas (WUCWO), María Giovanna Ruggieri.
A Conferência tem como propósitos oferecer um panorama das principais questões que afetam as mulheres de todo mundo nos dias atuais e contribuir no âmbito das negociações em andamento para a nova agenda do desenvolvimento pós-2015.
Na ocasião, será apresentada uma análise da antropologia feminina confrontada com a cultura moderna. Outro tema em pauta refere-se ao papel desempenhado pelas mulheres na área da educação. “A educação é um recurso essencial para o direito à vida. Em alguns lugares do planeta, é negada às meninas cujo nascimento é considerado uma desgraça, já que o único destino da mulher é o matrimônio”, explicou o cardeal Turkson.
Ainda no evento será falado sobre o diálogo inter-religioso como caminho para a paz duradoura e o papel das mulheres neste contexto.
Também serão discutidas as múltiplas formas da escravidão e da violência sofridas pelas mulheres em diferentes partes do mundo. Segundo o cardeal Turkson, a Conferência denunciará o fenômeno do tráfico de pessoas, definido pelo papa Francisco como um crime contra a humanidade e cujas vítimas são, na maior parte, meninas e mulheres.
No sábado, 23, os grupos de trabalho discutirão  s principais áreas temáticas do Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. “A questão da mulher é transversal e crucial na maioria das propostas atuais desses objetivos: as mulheres têm um papel importante na educação, na redução da pobreza e da fome no mundo. Porém, são também guardiãs da vida em todas as suas fases, acrescentou.  
Fonte: CNBB