sábado, 7 de julho de 2012

A Existência de Deus


Aqui no Brasil há tempo uma parcela da população está perdendo o sentido de Deus. Muitos negam sua existência. Os meios de comunicação social noticiam crimes, assaltos, estupros, abusos sexuais, sequestros, assassinatos etc. numa escala sem precedentes. Acredito que muitos dos que se entregam à vida de crimes e violências são movidos pela injusta distribuição dos bens que provocam fome e miséria, pela disseminação do narcotráfico etc. Obviamente há também quadros patológicos motivadores de crimes brutais e hediondos. Todavia, não se pode deixar de mencionar um fator, ainda mais profundo ou decisivo para explicar a onda de crimes e violências aqui no Brasil e no mundo.
É o filósofo francês Jean-Paul Sartre quem aponta tal fator mediante o seguinte raciocínio exposto em “L’Existentialisme est um humanisme?” ( O Existencialismo é um humanismo?) em 1948. Os pensadores positivistas, no século passado, declararam a não existência de Deus. Não obstante, estimularam a ética rigorosa do respeito ao semelhante, da prática da honestidade, da sinceridade, da veracidade etc. Observa Sarte: “tal posição é insustentável; porque se Deus não existe, não há autoridade habilitada a me impor tal ou tal comportamento. Com efeito, em nome de quem um homem, igual a mim, pode impor-me normas às quais eu devo obedecer reverentemente?”. Sarte cita então o pensador russo Dostoievski, que dizia: “Se Deus não existe tudo é permitido”. Sarte julga que a posição de Dostoievski é mais lógica do que a dos positivistas, e adota-a como sua. Querer defender uma ética normativa sem Deus, ou seja, baseada unicamente nos valores humanos, parece a Sarte artificial e inconsistente. A escola estruturalista mais recente comprovou esta conclusão; na verdade a “morte de Deus” acarretou a “morte do homem”. Com efeito, como salvaguardar o que há de respeitável, de intocável ou de sagrado no homem, se Deus não existe?
A grande pergunta que o homem contemporâneo formula a si é sobre o sentido da vida. Não há quem não procure uma justificativa para o trabalho, para a luta e para todo sofrimento que afeta nossas vidas. É exatamente a existência de Deus que fundamenta o valor do ser humano, (feito “à imagem e semelhança de Deus”) e explica os objetivos e a finalidade da vida. Houve quem considerasse Deus como, rival do homem ou um produto imaginário da mente do homem ignorante e amedrontado. Tais pensadores realmente nunca descobriram Deus, e escreveram tão somente na base de caricaturas e deformações dos conceitos de Deus e de religião. A existência de Deus é que leva cada um a respeitar o seu semelhante, ainda que isto lhe custe autodisciplina ou até grande renúncia. Somos todos filhos e filhas do mesmo Pai. Negar a existência de Deus, como muitos fazem hoje em dia, é obrigar o homem a criar novos ídolos e novas místicas. O dinheiro e o “ter” são alguns dos novos ídolos e nosso tempo. O esoterismo e as inúmeras seitas que aparecem diariamente são exemplos das novas místicas. Ensinar novamente a “Lei de Cristo”, que é uma lei de amor, de perdão, de respeito mútuo, de compreensão, de solidariedade e de diálogo, talvez produzisse melhores resultados contra o mal em nossos dias. Deus existe e está presente e atuante no mundo, só nos falta aplicar seu mandamento maior: “Amai-vos uns aos outros como eu vos tenho amado”.
Pe. Dr. Brendan Coleman Mc Donald, padre Redentorista e assessor da CNBB Regional NE1

Card. Hummes: “Igreja na Amazônia está viva, mas preocupada com falta de clero”



Cardeal dom Claudio Hummes, presidente da Comissão Episcopal para a Aamzônia, concede entrevista à Rádio Vaticano e reflete sobre o significado do encontro que se realiza esta semana no estado do Pará para celebrar e avaliar a caminhada da Igreja na região amazônica nos últimos 40 anos, inspirada pelo Documento de Santarém (1972).
A entrevista foi feita pela Rádio Vaticano.
“Estamos revisitando o célebre Documento de Santarém, de 40 anos atrás, um documento muito interessante na época, justamente depois de Medellín e do Concílio Vaticano II. No Documento, foi a primeira vez que se falou no Brasil de prioridades pastorais, de inculturação, de pastoral indígena, das comunidades eclesiais de base, que na época se chamavam comunidades cristãs de base. Enfim, o documento foi muito interessante na época, e agora está sendo revisitado.
Vemos que a Igreja aqui está muito viva, mas ao mesmo tempo, preocupada com a falta de padres, com a falta de condições de formar padres. Faltam recursos econômicos, porque hoje é muito caro formar um padre. Por outro lado, há uma grande vontade de formar o clero autóctone, de indígenas, com todos os desafios que isto comporta”.
Notícia da CNBB.


Primeira leitura (Amós 9,11-15)



13ª Semana Comum


Leitura da Profecia de Amós.
Assim diz o Senhor:
11Naquele dia, reerguerei a tenda de Davi, em ruínas, e consertarei seus estragos, levantando-a dos escombros, e reconstruindo tudo, como nos dias de outrora; 12deste modo possuirão todos o resto de Edom e das outras nações, que são chamadas com o meu nome, diz o Senhor, que tudo isso realiza.
13
Eis que dias virão, diz o Senhor, em que se seguirão de perto quem ara e quem ceifa, o que pisa as uvas e o que lança a semente; os montes destilarão vinho e as colinas parecerão liquefazer-se. 14Mudarei a sorte de Israel, meu povo, cativo; eles reconstruirão as cidades devastadas, e as habitarão, plantarão vinhas e tomarão o vinho, cultivarão pomares e comerão seus frutos. 15Eu os plantarei sobre o seu solo e eles nunca mais serão arrancados de sua terra, que eu lhes dei”, diz o Senhor teu Deus.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Salmo (Salmos 84)



13ª Semana Comum


— O Senhor anunciará a paz para o seu povo.
— O Senhor anunciará a paz para o seu povo.


— Quero ouvir o que o Senhor irá falar: é a paz que ele vai anunciar; a paz para o seu povo e seus amigos, para os que voltam ao Senhor seu coração.

— A verdade e o amor se encontrarão, a justiça e a paz se abraçarão; da terra brotará a fidelidade, e a justiça olhará dos altos céus.
— O Senhor nos dará tudo o que é bom, e nossa terra nos dará suas colheitas; a justiça andará na sua frente e a salvação há de seguir os passos seus.

Um pouco de Reflexão!

Geralmente, quando ouvimos falar em jejum e abstinência, o primeiro sentimento que temos não é muito agradável. Normalmente, o sentimento é o de privação. A primeira  ideia que nos vem à cabeça é ter de abdicar de coisas que nos agradam e, talvez, de outras que até já nem sabemos viver sem elas, e claro, consideramos isso muito desagradável. Isso se nos apresenta como um impedimento à satisfação das nossas necessidades, ou como uma restrição à nossa liberdade de escolha.
É preciso saber, porém, que o nosso inimigo (o demônio) não perde nenhuma oportunidade de alimentar-se com os nossos vãos pensamentos. Pois, em nossas imaginações, desejos e fantasias, ou seja, o nosso psíquico “olhar” interior, é onde o demônio encontra munição e facilidades para as suas armadilhas e sugestões. É urgente vigiar a mente e exercitar a prática de pensamentos virtuosos, objetivos e realistas.
O resultado disso é que, espiritualmente, de fato, mata-se de fome o demônio. Sublime maravilha! Nós nos recusamos a alimentar o inimigo e, como recompensa deste cerrado combate, ficamos com a alma nutrida pela graça. Esta é a abstinência que sacia a alma e, com ela, o corpo.
Esse é o profundo e definitivo jejum. Todos os jejuns e abstinências que a Igreja nos pede são, inicialmente, apenas jejuns exteriores, do corpo carnal. Porém, sabemos que o homem não é somente carne; junto com ela coexiste o – ainda desconhecido – homem interior de cada um.
Na verdade, a abstinência de alimentos serve como uma espécie de ferramenta para a purificação da alma. Abstemo-nos dos alimentos carnais para nos fortalecermos espiritualmente para a abstinência da alma e dos pensamentos. Nós diminuímos a ingestão de matéria para o corpo e, em contrapartida, o Senhor derrama, na alma, Suas graças espirituais. Assim, ela se ilumina e fortalece todo o ser.
Como podemos ver, o jejum é considerado autêntico quando praticado em espírito de entrega. Assim fazendo, estaremos mais receptivos para receber as bênçãos gratuitas de Deus. Não devemos fazer do jejum um ato meritório, ou seja, para alcançar os favores divinos. Isso é mesclar a Boa Nova do Evangelho com o formalismo do Judaísmo antigo; até porque jejuar e orar, quando imbuídos de um espírito de justificação própria, é uma abominação aos olhos de Deus.
A essência do jejum, retomada por Jesus – o vinho e o pano novos -, está em Isaías 58,6: “Porventura não é este o jejum que escolhi, que soltes as ligaduras da impiedade, desfaças as ataduras das servidão, deixes livres os oprimidos e despedaces todo jugo?”
Oxalá, transformados pelo poder da Palavra de Jesus, sejamos realmente odres novos para receber o vinho novo e o pano novo, para receber Aquele que vem para remendar a nossa vida cheia de rasgões e furos feitos pelo nosso inimigo que anda à solta como “o leão que ruge procurando a quem devorar”.
Padre Bantu Mendonça- Canção Nova

Evangelho (Mateus 9,14-17)



13ª Semana Comum


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.

— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.


Naquele tempo,
14os discípulos de João aproximaram-se de Jesus e perguntaram: “Por que razão nós e os fariseus praticamos jejuns, mas os teus discípulos não?” 15Disse-lhes Jesus: “Por acaso, os amigos do noivo podem estar de luto enquanto o noivo está com eles? Dias virão em que o noivo será tirado do meio deles. Então, sim, eles jejuarão.
16
Ninguém põe remendo de pano novo em roupa velha, porque o remendo repuxa a roupa e o rasgão fica maior ainda. 17Também não se põe vinho novo em odres velhos, senão os odres se arrebentam, o vinho se derrama e os odres se perdem. Mas vinho novo se põe em odres novos, e assim os dois se conservam”.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.