quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Anjo da Guarda


Dentre os anjos de Deus, Ele escolhe nosso Anjo da Guarda, que é pessoal e exclusivo, cuja função é proteger-nos até o retorno da nossa alma à eternidade. Ele nos ampara e nos defende das dos perigos com que os espíritos maus nos tentam, na nossa vida terrena. “Porque aos seus anjos ele mandou que te guardem em todos os teus caminhos, eles te sustentarão em suas mãos, para que não tropeces em alguma pedra” (Sl 90,11-12).
Os Anjos da Guarda estão repletos de dons e privilégios especiais, com uma missão insubstituível ao longo da criação. Eles possuem a natureza angélica espiritual, que é a síntese de toda a beleza e de todas as virtudes de Deus, por isso impossível de ser representada.
Em um dos seus textos, são Francisco de Sales esclarece que a tarefa dos anjos é levar as nossas orações à bondade misericordiosa do Altíssimo e de informar-nos se elas foram atendidas. Assim sendo, as graças que recebemos nos são dadas por Deus, que é o princípio e o fim de nossa vida, através da intercessão de nosso Anjo Bom.
Deus confiou cada criatura a um Anjo da Guarda. Esta é uma verdade que está em várias páginas da Sagrada Escritura e na história das tradições da humanidade, sendo um dogma da Igreja Católica, atualmente também confirmado pelos teólogos. A devoção dos anjos é mais antiga até que a dos próprios santos, ganhando maior vigor na Idade Média, quando os monges solitários receberam a companhia dessas invisíveis criaturas, cuja presença era sentida nas suas vidas de silenciosa contemplação e íntima comunhão espiritual com Deus-Pai.
Todavia o Eterno Guardião, como o Anjo da Guarda também é chamado, tão solicitado e cuidado durante a infância, está totalmente esquecido no cotidiano do adulto, que, descuidando de sua exclusiva e própria companhia, não se apercebe mais de sua angélica presença. Mas este espírito puro continua vigilante, constante dos pensamentos e de todas as ações humanas.
O Anjo da Guarda é um ser mais perfeito e digno do que nós, criaturas humanas. Não podemos ignorá-lo. Devemos amá-lo, respeitá-lo e segui-lo, pois está sempre pronto a proteger-nos, animar e orientar, para cumprirmos a missão da vida terrena, trilhando o caminho de Cristo e, assim, ingressarmos na glória eterna.

Missão

Assim que a criança nasce, no momento do parto, por determinação Divina o Anjo da Guarda daquele ser assume o seu posto de guardião e jamais se afasta, até o retorno da Alma à eternidade. 

É importante realçar esta realidade: sempre que nasce uma criatura na Terra, o Criador providencia o nascimento de seu Anjo da Guarda no Céu. 

Então, significa dizer que cada Anjo Custódio é específico, ou seja, é feito especialmente para uma pessoa. O Santo Anjo da Guarda tem uma missão insubstituível ao longo da existência. Embora sempre silencioso e oculto, inspira a prática das boas intenções e boas obras; ilumina o espírito na busca da verdade, para que a mente não se afaste da doutrina correta; insinua sugestões a problemas de difícil solução; conduz as pessoas a cultivarem santos ideais, com o objetivo maior de dilatar cada vez mais o reino de Deus; estimula a prática da fidelidade, da justiça e do amor fraterno, zelando e orientando as pessoas pelo caminho da salvação eterna. 

Por sua natureza Angélica espiritual, o Santo Anjo da Guarda é bonito, formoso, cativante e delicado, porque é uma emanação da beleza e das virtudes do Criador. A beleza Angélica está relacionada diretamente com as virtudes, dons e prerrogativas que o Anjo recebeu do Senhor.

A proteção dos Anjos da Guarda

No Antigo Testamento há um livro muito bonito, no qual se narra que Tobias devia fazer uma longa viagem, cheia de perigos. Então, busca um companheiro de viagem, e Deus envia o arcanjo Rafael que o acompanha e lhe mostra o bom caminho, devolvendo-o feliz a sua casa. Nós também vamos a caminho do céu; neste caminho existem muitos perigos para a nossa alma e o nosso corpo. Deus nos dá um companheiro de viagem que está sempre a nosso lado, ainda que não o vejamos: é o Anjo da Guarda. Nosso Anjo nos ama como o melhor dos amigos, nos protege dia e noite, e nos fala ao coração convidando-nos a fazer as coisas boas. Quando rezamos, ele apresenta nossa oração a Deus.
São Bernardo de Claraval resume em três atitudes o comportamento que as pessoas devem ter em relação ao Santo Anjo da Guarda:
- Atitude de Respeito
Porque é um ser mais perfeito e mais digno do que nós.

- Atitude de Confiança
Para confidenciar-lhe as dificuldades e pedir-lhe ajuda, luzes e disposição para cumprirmos a missão da vida.

- Atitude de Amor, Devoção e Gratidão
A fim de que sejamos dóceis às suas inspirações, porque na realidade são inspirações de Deus; ter confiança nas iniciativas dele e agradecer ao Santo Anjo da Guarda a preciosa e benéfica intercessão junto ao Criador.

Por fim, nunca podemos nos esquecer que o Anjo da Guarda diariamente está diante da Face do Senhor. Então, verdadeiramente ele é um poderoso aliado se soubermos desfrutar de sua fiel e perseverante amizade. 

Oração

"Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador, se a Ti me confiou a piedade divina, hoje e sempre, me rege, guarda, ilumina." Amém. 
Fonte: Catequese Católica

Santos Anjos da Guarda- Quinta- feira - Liturgia Diária

Invoquemos a presença do Espírito Santo para ler e refletir a liturgia de hoje:

Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor. Enviai o vosso Espírito e tudo será criado e renovareis a face da terra. 

Oremos 

Deus que instruístes os corações dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito e gozemos sempre da sua consolação. Por Cristo, Senhor nosso. Amém.

Oração
Pai, poupa-me de cair na tentação de querer fazer-me grande aos olhos do mundo, pois a verdadeira grandeza consiste em fazer-me amigo e servidor do meu próximo.
Primeira leitura: Ex 23,20-23
Leitura do Livro do Êxodo
Assim diz o Senhor: 20"Vou enviar um anjo que vá à tua frente, que te guarde pelo caminho e te conduza ao lugar que te preparei. 21Respeita-o e ouve a sua voz. Não lhe sejas rebelde, porque não suportará as vossas transgressões, e nele está o meu nome. 22Se ouvires a sua voz e fizeres tudo o que eu disser, serei inimigo dos teus inimigos, e adversário dos teus adversários. 23O meu anjo irá à tua frente e te conduzirá à terra dos amorreus, dos hititas, dos ferezeus, dos cananeus, dos heveus e dos jebuseus, e eu os exterminarei".
. - Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Salmos: Sl 91
          — O Senhor deu uma ordem aos seus Anjos, para em todos os caminhos te guardarem.
— O Senhor deu uma ordem aos seus Anjos, para em todos os caminhos te guardarem.

— Quem habita ao abrigo do Altíssimo e vive à sombra do Onipotente, diz ao Senhor: "Sois meu refúgio e proteção, sois o meu Deus, no qual confio inteiramente".

— O Senhor deu uma ordem aos seus Anjos, para em todos os caminhos te guardarem.

— Do caçador e do seu laço ele te livra. Ele te salva da palavra que destrói. Com suas asas haverá de proteger-te, com seu escudo e suas armas, defender-te.

— Não temerás terror algum durante a noite, nem a flecha disparada em pleno dia; nem a peste que caminha pelo escuro, nem a desgraça que devasta ao meio-dia.

— Nenhum mal há de chegar perto de ti, nem a desgraça baterá à tua porta; pois o Senhor deu uma ordem a seus Anjos para em todos os caminhos te guardarem
 
 
Evangelho: Mt 18,1-5.10
         - O Senhor esteja convosco.
          - Ele está no meio de nós.
          - Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo São Mateus.
          - Glória a vós, Senhor.

        Naquela hora, 1os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram: "Quem é o maior no Reino dos Céus?" 2Jesus chamou uma criança, colocou-a no meio deles 3e disse: "Em verdade vos digo, se não vos converterdes, e não vos tornardes como crianças, não entrareis no Reino dos Céus. 4Quem se faz pequeno como esta criança, esse é o maior no Reino dos Céus. 5E quem recebe em meu nome uma criança como esta, é a mim que recebe. 10Não desprezeis nenhum desses pequeninos, pois eu vos digo que os seus anjos nos céus vêem sem cessar a face do meu Pai que está nos céus".

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
 
Comentário do Evangelho
O serviço é um traço característico do discípulo e da comunidade cristã.
O discurso sobre a Igreja (Mt 18) é composto de uma série de instruções que Jesus dá aos seus discípulos sobre a vida comunitária. A pergunta dos discípulos a Jesus revela as disputas internas à comunidade cristã. A resposta de Jesus poderia ser compreendida nesses termos: o maior é o menor, aquele que serve (cf. Mc 9,35). O serviço é um traço característico do discípulo e da comunidade cristã. Mas para que seja um modo de vida, é preciso conversão, mudança radical de mentalidade. A “criança”, aqui, é símbolo do próprio Cristo que se fez servo de todos e que, sendo de condição divina, assumiu plenamente a nossa humanidade (Fl 2,6-7a). Os “pequenos” são os que se sentem desprezados (v. 10) e tentados a abandonar a fé. Nos versículos 12 a 14, eles são identificados com as ovelhas. Por eles é exigida da comunidade cristã uma atenção especial para que ninguém se perca (cf. Jo 17,12), a exemplo do pastor que incansavelmente vai atrás da ovelha que se perdeu até encontrá-la (Lc 15,4-7). Na vida cristã, a ideologia do “cada um por si” não pode ocupar espaço nem mover nenhuma decisão. Na Igreja, cada membro é importante e deve ser tratado com o mesmo cuidado com que o próprio Deus cuida de cada um de nós.

 
Leitura Orante

Oração Inicial

Inicio a Leitura Orante, rezando com todos que navegam na web:
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém
Senhor, nós te agradecemos por este dia.
Abrimos nossas portas e janelas para que tu possas
Entrar com tua luz.
Queremos que tu Senhor, definas os contornos de
Nossos caminhos,
As cores de nossas palavras e gestos,
A dimensão de nossos projetos,
O calor de nossos relacionamentos e o
Rumo de nossa vida.
Podes entrar,
Senhor em nossas famílias.
Precisamos do ar puro de tua verdade.

1- Leitura (Verdade)

O que diz o texto do dia?
Leio atentamente, na minha Bíblia, o texto: Mt 18,1-5.10.
Os que decidem seguir Jesus encontram alguns problemas.
O primeiro é a competição. Está na pergunta feita a Jesus: "Quem é o mais importante no Reino do Céu?" E a resposta é dada por Jesus através de um exemplo: chama uma criança e a coloca na frente de todos. Naquele tempo, a criança não era considerada. Era símbolo dos pobres, fracos e humildes, pessoas sem pretensões. Jesus diz que se não mudarem de vida e não ficarem como as crianças, simples, sem pretensões, nunca entrarão no Reino do céu.

2- Meditação (Caminho)

O que o texto diz para mim, hoje?
Hoje se fala e se oferecem cursos, treinamentos, para a pessoa crescer em auto-estima, se tornar importante, mais bonita, mais jovem, fazer sucesso, ser a melhor em tudo. Vivemos numa sociedade em que vemos a cada instante pessoas querendo ter mais, aparecer mais, ser o melhor e maior, e até, ignoram as necessidades dos demais. Como disseram os bispos em Aparecida, vivemos numa sociedade em que prevalece a "lógica da vida como espetáculo": " As novas gerações são as mais afetadas por esta cultura do consumo em suas aspirações pessoais profundas. Crescem na lógica do individualismo pragmático e narcisista, que desperta nelas mundos imaginários especiais de liberdade e igualdade. Afirmam o presente porque o passado perdeu relevância diante de tantas exclusões sociais, políticas e econômicas. Para eles o futuro é incerto. Assim mesmo, participam da lógica da vida como espetáculo, considerando o corpo como ponto de referência de sua realidade presente. Têm um novo vício pelas sensações e crescem em uma grande maioria sem referência aos valores e instâncias religiosas." (DAp 51).
A proposta de valores, de humildade e de pequenez de Jesus contradiz tudo isto. Ele fala de um Reino de iguais. Nosso coração deve estar aberto para o irmão. Como disse Jesus, é preciso mudar de vida. Se quisermos entrar no Reino do Céu.

3- Oração (Vida)

O que o texto me leva a dizer a Deus? Rezo, espontaneamente, com salmos ou outras orações e concluo, com a oração dos irmãos, ensinada por Jesus.
Pai nosso que estais nos céus,
Santificado seja o vosso nome.
Venha a nós o vosso Reino.
Seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu.
O pão nosso de cada dia nos dai hoje.
Perdoai as nossas ofensas
Assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido
E não nos deixeis cair em tentação,
Mas livrai-nos do mal. Amém.

4- Contemplação (Vida e Missão)

Qual meu novo olhar a partir da Palavra? Vou cultivar meu olhar de fé reconhecendo as demais pessoas como irmãs,como aconselham os Bispos em Aparecida: "A Igreja é comunhão no amor. Esta é sua essência através da qual é chamada a ser reconhecida como seguidora de Cristo e servidora da humanidade. O novo mandamento é o que une os discípulos entre si, reconhecendo-se como irmãos e irmãs, obedientes ao mesmo Mestre, membros unidos à mesma Cabeça e, por isso, chamados a cuidarem uns dos outros (1 Cor 13; Cl 3,12-14)" (DAp 161).

Bênção

O Senhor o abençoe e guarde!
O Senhor lhe mostre seu rosto brilhante e tenha piedade de você!
O Senhor lhe mostre seu rosto e lhe conceda a paz!' (Nm 6,24-27).
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Fonte: Catequese Católica

Para manter a fé na caminhada

Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)

Ao aproximar-se o dia das eleições, diante de um panorama pouco claro, de projetos indefinidos e de candidatos que não conseguem atrair a confiança do povo, gostaria de compartilhar esta oração de autoria do Bispo Ken Untener, que expressa não só serenidade no tempo presente, mas a perspectiva do Reino, e como dizia São Francisco: “a importância de sempre recomeçar."
De vez em quando, dar um passo atrás nos ajuda a obter uma perspectiva melhor. O Reino não só está além de nossas forças, senão inclusive além da nossa visão. Durante nossa vida, só realizamos uma minúscula parte desse magnífico empreendimento que éa obra de Deus. Nada do que fazemos está terminado, o que significa que o Reino está sempre diante de nós. Nenhuma Declaração diz tudo o que poderia dizer-se.
Nenhuma oração pode expressar plenamente a nossa fé. Nenhum testemunho humano é perfeito. Nenhuma visita pastoral ou política trás a completude. Nenhum programa esgota a missão de uma Igreja ou de um partido. Nenhum esquema de metas e objetivos consegue prever tudo. Isto éo que tentamos fazer, plantamos sementes que um dia crescerão.
Regamos sementes já plantadas por outros, sabendo que são promessas de futuro. Sentamos bases que precisarão maior desenvolvimento. Os efeitos do levedo que oferecemos vão além das nossas possibilidades. Não podemos fazer tudo e ao darmo-nos conta disso sentimos certa libertação, que nos capacita para fazer algo, e para fazê-lo muito bem.
Pode que seja incompleto, mas é um principio, um passo no caminho, uma ocasião para que venha a graça do Senhor e faça o resto. É possível que nunca vejamos os resultados finais, mas esta éa diferença entre o chefe da obra e os pedreiros.
Somos pedreiros não chefes de obra, ministros e servos não o Salvador. Somos profetas de um futuro que não é nosso ainda ." Que o Senhor nos conceda humildade, confiança e esperança para sermos os construtores do amanhã como cidadãos e cristãos, protagonistas de um país e um mundo mais justo e fraterno. Deus seja louvado!
Fonte: CNBB

Missão para quê?

Dom José Alberto Moura
Arcebispo de Montes Claros (MG)

Tudo o que há na natureza tem razão de ser. Até os mosquitos! A fé em Deus, com maior razão tem sua finalidade. Aliás, sem Ele, o ser humano se coloca no pedestal de seu orgulho e arruína a si mesmo, o semelhante, a natureza, a política, a economia, a ciência e tudo o mais!

Isaías faz a comparação do povo hebreu com uma vinha. Mas ela, mesmo bem cultivada, não deu frutas boas. Cometeu barbaridades, contrariamente ao cultivo do amor que o Criador lhe tinha devotado. Por isso, foi arrancada para um plantio de melhor qualidade (Isaias 5,1-7). Na parábola dos vinhateiros Jesus nos apresenta semelhante comparação e nos adverte sobre a necessidade de cumprirmos a missão que Deus nos dá (Cf. Mateus 21,33-43). Ele nos deu o tesouro da vida para o cultivarmos em bem nosso e do semelhante, dentro dos critérios da vida apresentado pelo Senhor. É preciso estarmos atentos ao sentido da mesma em nossa caminhada, tendo em vista seu objetivo. Caso contrário, gastamos nosso tempo fora do trilho e não nos realizamos como pessoas humanas. Sem assumir os critérios ou valores naturais e sobrenaturais que Deus nos outorga, desperdiçamos a oportunidade de ganharmos tentos para uma recompensa satisfatória e sermos felizes de verdade. Fora do caminho da vida de sentido, nós nos arruinamos. Nosso ganho de mérito na existência é proporcional ao bem que realizamos às pessoas e a toda a comunidade.
É inerente à razão de ser de cada instituição, comunidade e religião a missão a cumprir. Desde o início de cada uma é preciso saber sua finalidade e seu sentido. Quanto menor for seu objetivo será pequeno seu papel. A grandeza da missão da Igreja instituída por Jesus é imensurável. Ele a quis para ser grande luz para a sociedade enxergar o caminho que leva à sua plena realização. A convivência na justiça e promoção da dignidade humana é sua verdadeira vocação. A história presente tem de ser construída com a construção da vida no planeta que honre o Criador. Imagem e semelhança de Deus, o ser humano é uma pérola escolhida pelo amor divino. Deve ser burilada e protegida para glorificar seu Criador, a ponto de se parecer com Ele na convivência de um amor sem medida. A missão a ele dada é a de ajudar a criar uma convivência de tal ordem a que cada um tenha todo o necessário para viver respaldado em sua dignidade. Enquanto isso não acontecer, é preciso cada um fazer a doação de si pelo bem do outro, mesmo com o sacrifício da própria vida, como fez exemplarmente o Filho de Deus. Mais: a finalidade de tudo vai além da história presente. O já da história deve levar o ser humano a projetar-se para o infinito da vida eterna nos amplexos divinos. Isso se consegue no impulso da vida presente para se conseguir tal objetivo. A mediação é o amor vivenciado. Eis o grande porquê da vida humana!
Nosso desafio em vista disso é esmerar-nos para acertar nossos passos com os de Deus, colocando nossa vida, com todos os talentos individuais, a serviço dessa causa. Enquanto não o conseguirmos, nossa ascese e exercitação boa vontade são exigidas a cada momento. Precisamos de ajuda, uns dos outros e de Deus, bem como de usar os meios por Ele deixamos na humanidade, na natureza e, privilegiadamente, em sua Igreja, para nos sustentarmos nesse nosso esforço. Jesus mesmo lembra a necessidade de contarmos com Ele e orarmos sem cessar. A Palavra dele nos anima e fortifica. Nosso emprenho evangelizador e missionário não nos deixam sem motivo para também encantarmos os outros com o projeto de Jesus, para termos vida plenamente realizada já na terra.
Nossa missão, em ordem à realização vocacional e à da Igreja, tem pleno sentido para tornarmos o mundo mais irmão, com os valores do Reino de Deus e sua justiça!
Fonte: CNBB

CNBB e Cáritas promovem seminário “Mulheres: fome, pobreza e tráfico humano”

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Dentro das ações da Campanha Internacional da Cáritas contra a fome, no Brasil chamada de “Uma família humana: pão e justiça para todos”, acontece de 15 a 17 de outubro, em Brasília (DF), o seminário internacional “Mulheres: fome, pobreza e tráfico humano”. A organização do evento deseja debater a realidade feminina e seu papel no enfrentamento das realidades elencadas no tema, propondo pistas de transformação para relações de equidade e justiça social.

 A inciativa da Comissão Episcopal para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e da Cáritas Brasileira reúne ainda a Pastoral da Mulher Marginalizada, a entidade norte-americana Catholic Relief Services e a Cáritas da França e da Espanha. As secretarias de Direitos Humanos e de Políticas para as Mulheres da Presidência da República e a de Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional – SESAN do Ministério do Desenvolvimento Social também participam do encontro.
Estão previstos na programação quatro colóquios, debates, momentos culturais e mini plenárias. Os diálogos tratarão de temas relacionados ao cenário da invisibilidade da fome, pobreza, exploração e tráfico humano; direitos humanos, direitos das mulheres e democracia brasileira; Cultura, religiões e desigualdade de gênero; e a questão da exploração.
Fonte: CNBB

O Sínodo e a Família

Dom Luiz Demétrio Valentini
Bispo de Jales (SP)

Neste domingo dia 05, enquanto no Brasil se realizam as eleições, em Roma começa o Sínodo Extraordinário sobre a Família, convocado pelo Papa Francisco.
Nunca um sínodo suscitou tanto interesse como desta vez.
Em primeiro lugar, porque o assunto é urgente, e se reveste de dramaticidade, tal a problemática enfrentada hoje pela família.
Mas a razão do interesse não é só esta. Este Sínodo traz a marca registrada do Papa Francisco. Foi decisão sua, convocar um Sínodo Extraordinário para a Igreja se defrontar, sem rodeios nem evasivas, com a complexa realidade vivida hoje pelas famílias.
Visto na perspectiva mais ampla da conjuntura atual, este Sínodo vem completar a definição do perfil deste pontificado. É o arremate que faltava, para deixar bem desenhado o projeto que este papa acalenta. Ele deseja ver a Igreja se aproximando da sociedade, não para condená-la, mas para se colocar, solidariamente, ao lado da sociedade.
O foco desta solicitude pela família não é em primeiro lugar urgir uma visão teologicamente correta da família. Mas antes, de ir ao encontro das pessoas que se sentem envolvidas pela problemática familiar, na tentativa de lhes oferecer apoio para as opções concretas que precisam assumir.
Neste sentido, dá para transferir para a família de hoje as palavras que Cristo pronunciou a respeito da missão que ele tinha a cumprir neste mundo. “Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele”.
Por mais complexas que sejam as situações, vividas hoje pelas famílias, sempre é possível encontrar um terreno comum, entre Igreja e Sociedade, entre Pastoral da família e situações familiares problemáticas, e assim promover iniciativas válidas de enfrentamento das dificuldades.
Algumas insistências do Papa Francisco encontram na família a possível concretização.
Ele insiste numa Igreja misericordiosa, portadora do perdão que Deus oferece a todos, gratuitamente.
Ele propõe uma Igreja acolhedora, que não exclua ninguém de participar da comunidade.
Ele sonha com uma Igreja de portas abertas, não só para acolher bem todos que a procuram, mas também para sair e ir ao encontro de quem se encontra mais fragilizado e mais necessitado de apoio.
Pois bem, estas recomendações todas encontram concretude no contexto da realidade vivida hoje pelas famílias.
Sem deixar de apontar os valores ideais, que sempre precisam servir de referência para qualquer abordagem que se faça a respeito da família, sempre é possível promover ações solidárias em benefício das famílias, em especial as que mais necessitam de apoio.
Toda a expectativa suscitada por este sínodo, se volta para as possíveis medidas pastorais, que a Igreja poderá assumir e propor em favor das famílias.
Esperamos que estas expectativas se realizem, e não sejam bloqueadas por resistências internas que as inviabilizem.
Vale a pena continuar apostando na família!
Fonte: CNBB

CNBB publica texto base da Campanha da Fraternidade 2015

Com o tema “Fraternidade: Igreja e Sociedade” e lema “Eu vim para servir” (cf. Mc 10, 45), a  Campanha da Fraternidade (CF) 2015 buscará recordar a vocação e missão de todo o cristão e das comunidades de fé, a partir do diálogo e colaboração entre Igreja e Sociedade, propostos pelo Concílio Ecumênico Vaticano II.
O texto base utilizado para auxiliar nas atividades da CF 2015 já está disponível nas Edições CNBB. O documento reflete sobre a dimensão da vida em sociedade que se baseia na convivência coletiva, com leis e normas de condutas, organizada por critérios e, principalmente, com entidades que “cuidam do bem-estar daqueles que convivem”.
Na apresentação do texto, o bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário geral da CNBB, dom Leonardo Ulrich Steiner, explica que a Campanha da Fraternidade 2015 convida a refletir, meditar e rezar a relação entre Igreja e sociedade.
“Será uma oportunidade de retomarmos os ensinamentos do Concílio Vaticano II. Ensinamentos que nos levam a ser uma Igreja atuante, participativa, consoladora, misericordiosa, samaritana. Sabemos que todas as pessoas que formam a sociedade são filhos e filhas de Deus. Por isso, os cristãos trabalham para que as estruturas, as normas, a organização da sociedade estejam a serviço de todos”, comenta dom Leonardo.
Proposta do subsídio
O texto base está organizado em quatro partes. No primeiro capítulo são apresentadas reflexões sobre “Histórico das relações Igreja e Sociedade no Brasil”, “A sociedade brasileira atual e seus desafios”, “O serviço da Igreja à sociedade brasileira” e “Igreja – Sociedade: convergência e divergências”.
Na segunda parte é aprofundada a a relação Igreja e Sociedade à luz da palavra de Deus,  à luz do magistério da Igreja e  à luz da doutrina social”.
Já o terceiro capítulo debate uma visão social a partir do serviço, diálogo e cooperação entre Igreja e sociedade, além de refletir sobre “Dignidade humana, bem comum e justiça social”, “O serviço da Igreja à sociedade”. Nesta parte, o texto aponta  sugestões pastorais para a vivência da Campanha da Fraternidade nas dioceses, paróquias e comunidades.
O último capítulo do texto base apresenta os resultados da CF 2014, os projetos atendidos por região, prestação de contas do Fundo Nacional de Solidariedade de 2013 (FNS) e as contribuições enviadas pelas dioceses, além de histórico das últimas Campanhas e temas discutidos nos anos anteriores.
Adquira o texto base da CF 2015www.edicoescnbb.org.br ou (61) 2193.3019
Fonte: CNBB

Começa a Campanha Missionária 2014

O mês de outubro é, para a Igreja Católica em todo o mundo, o período no qual são intensificadas as iniciativas de informação, formação, animação e cooperação em prol da Missão universal. O objetivo é despertar a solidariedade e as vocações missionárias, bem como, no Dia Mundial das Missões, realizar uma Coleta para o sustento das atividades de promoção humana e de evangelização em todos os continentes. Este ano essa Coleta será realizada nos dias 18 e 19 de outubro.
É bom lembrar que a missão faz parte da natureza e identidade da Igreja e por isso é permanente. Deve acontecer todos os dias do ano e não apenas no mês de outubro.
Tema e lema da Campanha
Todos os anos a Campanha se concentra em uma realidade de evangelização, motivando para ações concretas na perspectiva universal. Na Quaresma, a Igreja no Brasil já se questionou, por meio da Campanha da Fraternidade, sobre a realidade do tráfico humano. A Campanha Missionária 2014 retoma essa reflexão ao propor o tema “Missão para libertar”, e o lema: “Enviou-me para anunciar a libertação” (Lc 4, 18).

Hoje, as vítimas do tráfico humano representam a escravidão moderna. O conceito de tráfico humano, com seus desdobramentos, inclui o tráfico para a exploração do trabalho; para a exploração sexual; para a extração de órgãos; e tráfico de crianças e adolescentes. Por isso, o tema “Missão para libertar” surge hoje como um grande desafio para a evangelização. A missão para libertar está no centro da mensagem cristã e denuncia toda prática perversa de exploração, em que os seres humanos são tratados como mercadoria.
Em uma sinagoga de Nazaré, Jesus inaugura seu ministério recordando a profecia de Isaías: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu e enviou-me para anunciar a boa-nova aos pobres…” (Lc 4, 18). E continuou: “para pôr em liberdade os cativos…” (Lc 4, 19). Essa passagem inspira o lema da Campanha Missionária: “Enviou-me para anunciar a liberdade”. Essa missão libertadora vem do Deus da vida, pois é conferida a Jesus pelo próprio Espírito do Senhor, por quem já fora ungido como o Messias por ocasião do seu batismo (Lc 3,22).
A missão do Messias é de esperança de vida digna, especialmente para quem sofre algum tipo de escravidão. Hoje, Jesus nos desafia a assumirmos essa mesma “Missão para libertar”. Nesse sentido, a Campanha Missionária 2014 nos pede uma postura pró-ativa diante da escravidão do tráfico humano em suas diversas expressões. Olhando para essa realidade à luz da Palavra de Deus, vemos que essa missão continua urgente e sem fronteiras.
O objetivo é criar comunhão entre os diversos aspectos da Missão e incentivar para o compromisso, a exemplo dos muitos missionários e missionárias que se dedicam a cuidar e a promover a vida. Todas as famílias e comunidades são convidadas a viverem com maior intensidade o Mês das Missões. Com isso, a nossa Igreja no Brasil se fortalece e se abre com maior generosidade para a Missão Universal além-fronteiras, conforme o apelo do papa Francisco, “não nos deixemos roubar o entusiasmo missionário!” (EG 80).

Subsídios
As Pontifícias Obras Missionárias (POM) têm a responsabilidade de organizar, todos os anos, a Campanha Missionária, na qual colaboram a CNBB por meio da Comissão para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial, a Comissão para a Amazônia e outros organismos que compõem o Conselho Missionário Nacional (Comina).

A Campanha deste ano tem os seguintes subsídios: Cartaz com o tema e o lema; livrinho da Novena Missionária; DVD com testemunhos missionários; mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial das Missões; orações dos fiéis para os quatro domingos de outubro; envelopes para a coleta do Dia Mundial das Missões; marcadores de páginas com a Oração da Campanha Missionária e as imagens de Santa Teresinha do Menino Jesus, São Francisco Xavier, Nossa Senhora Aparecida e o papa Francisco.
Todos os itens da Campanha foram enviados às 276 dioceses e prelazias do Brasil para serem distribuídos entre as paróquias e comunidades. Além disso, os materiais estão disponíveis no site das POM (www.pom.org.br) para baixar livremente e multiplicar.
* Secretário nacional da Pontifícia União Missionária. Assessor de comunicação das POM.