terça-feira, 1 de setembro de 2015

Papa concede a todos sacerdotes faculdade de absolver o pecado do aborto

2015-09-01 Rádio Vaticana

Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco enviou, nesta terça-feira (1º/9), uma carta ao Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, Arcebispo Rino Fisichella, responsável pela organização do Jubileu da Misericórdia, na qual descreve as diversas formas em que será possível obter indulgências durante o Ano Santo, entre 8 de dezembro deste ano até 20 de novembro de 2016.
Entre as novidades, o Papa concede a todos os sacerdotes a faculdade de absolver o pecado do aborto e a confirma a validação do Sacramento da Confissão realizado por sacerdotes da Fraternidade São Pio X.
A mensagem traz as reflexões sobre alguns pontos que o Papa considera importantes para que a celebração do Ano Santo seja “um verdadeiro momento de encontro com a misericórdia de Deus”.
“Espero que a indulgência jubilar chegue a cada um como uma experiência genuína da misericórdia de Deus, que vai ao encontro de todos com o rosto do Pai que acolhe e perdoa, esquecendo completamente o pecado cometido”, refletiu o Pontífice.
Peregrinação
Para viver e obter a indulgência, os fieis são chamados a realizar uma breve peregrinação rumo à Porta Santa, aberta em cada Catedral ou nas igrejas estabelecidas pelo Bispo diocesano, e nas quatro Basílicas Papais em Roma, como sinal do profundo desejo de verdadeira conversão.
“Estabeleço, igualmente, que se possa obter a indulgência nos Santuários onde se abrir a Porta da Misericórdia e nas igrejas que tradicionalmente são identificadas como Jubilares. É importante que este momento esteja unido, em primeiro lugar, ao Sacramento da Reconciliação e à celebração da santa Eucaristia com uma reflexão sobre a misericórdia”, recordou o Papa.
“Será necessário acompanhar estas celebrações com a profissão de fé e com a oração por mim e pelas intenções que trago no coração para o bem da Igreja e do mundo inteiro”, acrescentou Francisco.
Enfermos
Sobre aqueles que, por diversos motivos, estiverem impossibilitados de ir até à Porta Santa, sobretudo os doentes e as pessoas idosas e sós, que muitas vezes se encontram em condições de não poder sair de casa, o Papa garantiu:
É preciso “viver com fé e esperança jubilosa este momento de provação, recebendo a comunhão ou participando na santa Missa e na oração comunitária, inclusive por meio dos vários meios de comunicação – que será para eles o modo de obter a indulgência jubilar”, afirmou o Papa.
Presos
O pensamento de Francisco dirige-se também aos encarcerados.
“O Jubileu constituiu sempre a oportunidade de uma grande anistia, destinada a envolver muitas pessoas que, mesmo merecedoras de punição, todavia tomaram consciência da injustiça perpetrada e desejam sinceramente inserir-se de novo na sociedade, oferecendo o seu contributo honesto”, destacou o Pontífice.
E fez um pedido: “A todos eles chegue concretamente a misericórdia do Pai que quer estar próximo de quem mais necessita do seu perdão”.
O Papa destacou ainda que os presos “poderão obter a indulgência, e todas as vezes que passarem pela porta da sua cela, dirigindo o pensamento e a oração ao Pai, que este gesto signifique para eles a passagem pela Porta Santa, porque a misericórdia de Deus, capaz de mudar os corações, consegue também  transformar as grades em experiência de liberdade”.
Misericórdia
Ao recordar seu pedido para que “a Igreja redescubra neste tempo jubilar a riqueza contida nas obras de misericórdia corporais e espirituais”, o Papa recordou que a experiência da misericórdia torna-se visível no testemunho de sinais concretos como o próprio Jesus nos ensinou”.
“Todas as vezes que um fiel viver uma ou mais destas obras pessoalmente obterá, sem dúvida, a indulgência jubilar. Daqui o compromisso a viver de misericórdia para alcançar a graça do perdão completo e exaustivo pela força do amor do Pai que não exclui ninguém. Portanto, tratar-se-á de uma indulgência jubilar plena, fruto do próprio evento que é celebrado e vivido com fé, esperança e caridade”.
Falecidos
O Papa explicou ainda que a indulgência jubilar poderá ser obtida também para quantos faleceram.
“A eles estamos unidos pelo testemunho de fé e caridade que nos deixaram. Assim como os recordamos na celebração eucarística, também podemos, no grande mistério da comunhão dos Santos, rezar por eles, para que o rosto misericordioso do Pai os liberte de qualquer resíduo de culpa e possa abraçá-los na beatitude sem fim”.
Remetendo ao seu magistério apresentado na Encíclica Laudato si, Francisco recordou que um dos graves problemas do nosso tempo é certamente a alterada relação com a vida: “uma mentalidade muito difundida já fez perder a necessária sensibilidade pessoal e social pelo acolhimento de uma nova vida”.
Aborto
Nesse contexto caótico, Francisco afirmou que “o drama do aborto é vivido por alguns com uma consciência superficial, quase sem se dar conta do gravíssimo mal que um gesto  semelhante comporta. Muitos outros, ao contrário, mesmo vivendo este momento como uma derrota, julgam que não têm outro caminho a percorrer”.
O Papa dedicou atenção especial às mulheres que recorreram ao aborto. “Conheço bem os condicionamentos que as levaram a tomar esta decisão. Sei que é um drama existencial e moral. Encontrei muitas mulheres que traziam no seu coração a cicatriz causada por esta escolha sofrida e dolorosa”.
O que aconteceu é profundamente injusto – sublinhou o Papa –  “contudo somente a sua verdadeira compreensão pode impedir que se perca a esperança. O perdão de Deus não pode ser negado a quem quer que esteja arrependido, sobretudo quando com coração sincero se aproxima do Sacramento da Confissão para obter a reconciliação com o Pai”.
Absolvição do pecado do aborto
Também por este motivo – destacou o Pontífice – “decidi conceder a todos os sacerdotes para o Ano Jubilar a faculdade de absolver do pecado de aborto quantos o cometeram e, arrependidos de coração, pedirem que lhes seja perdoado”.
Ao estender a absolvição do aborto a todos os sacerdotes, o Papa recomendou: “os sacerdotes devem se preparar para esta grande tarefa sabendo conjugar palavras de acolhimento genuíno com uma reflexão que ajude a compreender o pecado cometido, e indicar um percurso de conversão autêntica para conseguir entender o verdadeiro e generoso perdão do Pai, que tudo renova com a sua presença”.
Fraternidade São Pio X
Em suas últimas considerações, o Papa dirigiu um pensamento aos fieis que “por diversos motivos sentem o desejo de frequentar as igrejas oficiadas pelos sacerdotes da Fraternidade São Pio X”.
“Este Ano Jubilar da Misericórdia não exclui ninguém”, – assegurou o Pontífice. “De diversas partes, alguns irmãos Bispos referiram-me acerca da sua boa fé e prática sacramental, porém unida à dificuldade de viver uma condição pastoralmente árdua”, explicou.
“Confio que no futuro próximo se possam encontrar soluções para recuperar a plena comunhão com os sacerdotes e os superiores da Fraternidade”, auspiciou Francisco.
“Entretanto, movido pela exigência de corresponder ao bem destes fieis, estabeleço por minha própria vontade que quantos, durante o Ano Santo da Misericórdia, se aproximarem para celebrar o Sacramento da Reconciliação junto dos sacerdotes da Fraternidade São Pio X, recebam validamente e licitamente a absolvição dos seus pecados”.
O Papa encerrou sua mensagem “confiando na intercessão da Mãe da Misericórdia, recomendo à sua proteção a preparação deste Jubileu Extraordinário”. (RB)
Fonte: News.VA

Papa: Jubileu seja experiência genuína de misericórdia para todos

2015-09-01 Rádio Vaticana
O Papa Francisco enviou, nesta terça-feira, dia 1 de setembro, uma carta ao Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, Arcebispo Rino Fisichella, responsável pela organização do Jubileu da Misericórdia, na qual descreve as diversas formas em que será possível obter indulgências durante o Ano Santo, entre 8 de dezembro deste ano até 20 de novembro de 2016.
Entre as novidades, o Papa concede a todos os sacerdotes a faculdade de absolver o pecado do aborto e a confirma da validação do Sacramento da Confissão realizado por sacerdotes da Fraternidade São Pio X.
A mensagem traz as reflexões sobre alguns pontos que o Papa considera importantes para que a celebração do Ano Santo seja “um verdadeiro momento de encontro com a misericórdia de Deus”.
“Espero que a indulgência jubilar chegue a cada um como uma experiência genuína da misericórdia de Deus, que vai ao encontro de todos com o rosto do Pai que acolhe e perdoa, esquecendo completamente o pecado cometido”, reflectiu o Pontífice.
Peregrinação
Para viver e obter a indulgência, os fiéis são chamados a realizar uma breve peregrinação rumo à Porta Santa, aberta em cada Catedral ou nas igrejas estabelecidas pelo Bispo diocesano, e nas quatro Basílicas Papais em Roma, como sinal do profundo desejo de verdadeira conversão.
“Estabeleço, igualmente, que se possa obter a indulgência nos Santuários onde se abrir a Porta da Misericórdia e nas igrejas que tradicionalmente são identificadas como Jubilares. É importante que este momento esteja unido, em primeiro lugar, ao Sacramento da Reconciliação e à celebração da santa Eucaristia com uma reflexão sobre a misericórdia”, recordou o Papa.
“Será necessário acompanhar estas celebrações com a profissão de fé e com a oração por mim e pelas intenções que trago no coração para o bem da Igreja e do mundo inteiro”, acrescentou Francisco.
Enfermos
Sobre aqueles que, por diversos motivos, estiverem impossibilitados de ir até à Porta Santa, sobretudo os doentes e as pessoas idosas e sós, que muitas vezes se encontram em condições de não poder sair de casa, o Papa garantiu:
É preciso “viver com fé e esperança jubilosa este momento de provação, recebendo a comunhão ou participando na santa Missa e na oração comunitária, inclusive por meio dos vários meios de comunicação – que será para eles o modo de obter a indulgência jubilar”, afirmou o Papa.
Presos
O pensamento de Francisco dirige-se também aos encarcerados:
“O Jubileu constituiu sempre a oportunidade de uma grande amnistia, destinada a envolver muitas pessoas que, mesmo merecedoras de punição, todavia tomaram consciência da injustiça perpetrada e desejam sinceramente inserir-se de novo na sociedade, oferecendo o seu contributo honesto”, destacou o Pontífice.
E fez um pedido: “A todos eles chegue concretamente a misericórdia do Pai que quer estar próximo de quem mais necessita do seu perdão”.
O Papa destacou ainda que os presos “poderão obter a indulgência, e todas as vezes que passarem pela porta da sua cela, dirigindo o pensamento e a oração ao Pai, que este gesto signifique para eles a passagem pela Porta Santa, porque a misericórdia de Deus, capaz de mudar os corações, consegue também transformar as grades em experiência de liberdade”.
Misericórdia
Ao recordar o seu pedido para que “a Igreja redescubra neste tempo jubilar a riqueza contida nas obras de misericórdia corporais e espirituais”, o Papa recordou que a experiência da misericórdia torna-se visível no testemunho de sinais concretos como o próprio Jesus nos ensinou”.
“Todas as vezes que um fiel viver uma ou mais destas obras pessoalmente obterá, sem dúvida, a indulgência jubilar. Daqui o compromisso a viver de misericórdia para alcançar a graça do perdão completo e exaustivo pela força do amor do Pai que não exclui ninguém. Portanto, tratar-se-á de uma indulgência jubilar plena, fruto do próprio evento que é celebrado e vivido com fé, esperança e caridade”.
Falecidos
O Papa explicou ainda que a indulgência jubilar poderá ser obtida também para quantos faleceram.
“A eles estamos unidos pelo testemunho de fé e caridade que nos deixaram. Assim como os recordamos na celebração eucarística, também podemos, no grande mistério da comunhão dos Santos, rezar por eles, para que o rosto misericordioso do Pai os liberte de qualquer resíduo de culpa e possa abraçá-los na beatitude sem fim”.
Remetendo ao seu magistério apresentado na Encíclica Laudato si, Francisco recordou que um dos graves problemas do nosso tempo é certamente a alterada relação com a vida: “uma mentalidade muito difundida já fez perder a necessária sensibilidade pessoal e social pelo acolhimento de uma nova vida”.
Aborto
Neste contexto caótico, Francisco afirmou que “o drama do aborto é vivido por alguns com uma consciência superficial, quase sem se dar conta do gravíssimo mal que um gesto semelhante comporta. Muitos outros, ao contrário, mesmo vivendo este momento como uma derrota, julgam que não têm outro caminho a percorrer”.
O Papa dedicou atenção especial às mulheres que recorreram ao aborto. “Conheço bem os condicionamentos que as levaram a tomar esta decisão. Sei que é um drama existencial e moral. Encontrei muitas mulheres que traziam no seu coração a cicatriz causada por esta escolha sofrida e dolorosa”.
O que aconteceu é profundamente injusto – sublinhou o Papa – “contudo somente a sua verdadeira compreensão pode impedir que se perca a esperança. O perdão de Deus não pode ser negado a quem quer que esteja arrependido, sobretudo quando com coração sincero se aproxima do Sacramento da Confissão para obter a reconciliação com o Pai”.
Absolvição do pecado do aborto
Também por este motivo – destacou o Pontífice – “decidi conceder a todos os sacerdotes para o Ano Jubilar a faculdade de absolver do pecado de aborto quantos o cometeram e, arrependidos de coração, pedirem que lhes seja perdoado”.
Ao estender a absolvição do aborto a todos os sacerdotes, o Papa recomendou: “os sacerdotes devem se preparar para esta grande tarefa sabendo conjugar palavras de acolhimento genuíno com uma reflexão que ajude a compreender o pecado cometido, e indicar um percurso de conversão autêntica para conseguir entender o verdadeiro e generoso perdão do Pai, que tudo renova com a sua presença”.
Fraternidade São Pio X
Nas suas últimas considerações, o Papa dirigiu um pensamento aos fiéis que “por diversos motivos sentem o desejo de frequentar as igrejas oficiadas pelos sacerdotes da Fraternidade São Pio X”.
“Este Ano Jubilar da Misericórdia não exclui ninguém”, – assegurou o Pontífice. “De diversas partes, alguns irmãos Bispos referiram-me acerca da sua boa fé e prática sacramental, porém unida à dificuldade de viver uma condição pastoralmente árdua”, explicou.
“Confio que no futuro próximo se possam encontrar soluções para recuperar a plena comunhão com os sacerdotes e os superiores da Fraternidade”, auspiciou Francisco.
“Entretanto, movido pela exigência de corresponder ao bem destes fiéis, estabeleço por minha própria vontade que quantos, durante o Ano Santo da Misericórdia, se aproximarem para celebrar o Sacramento da Reconciliação junto dos sacerdotes da Fraternidade São Pio X, recebam validamente e licitamente a absolvição dos seus pecados”.
O Papa encerrou a sua mensagem “confiando na intercessão da Mãe da Misericórdia, recomendo à sua protecção a preparação deste Jubileu Extraordinário”. (BS/RB)
(from Vatican Radio)
Fonte: News.VA

Dia de Oração pelo Cuidado da Criação: Papa preside liturgia da Palavra

2015-09-01 Rádio Vaticana
Cidade do Vaticano (RV) - “Ninguém pode seriamente servir à causa da salvaguarda da criação se não tiver a coragem de ser contrário ao acúmulo de riquezas exageradas nas mãos de poucos e à tirania do dinheiro.”
Foi o que disse o pregador da Casa Pontifícia, o frade capuchinho Pe. Raniero Cantalamessa, na Liturgia da Palavra presidida pelo Papa Francisco, na Basílica Vaticana, na tarde desta terça-feira, 1º de setembro, Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação.
Citando uma passagem do Gênesis (1, 28) que traz o relato da criação, o religioso franciscano explicou em que sentido se expressa o domínio do homem sobre a criação, fruto de forte crítica em tempos recentes, ressaltando crer que tal crítica parta do fato de se interpretar palavras da Bíblia à luz de categorias seculares alheias à Sagrada Escritura.
Frei Catalamessa explicou que o termo “dominai” não tem no texto sagrado o significado que a palavra tem fora da Bíblia, ressaltando um paralelismo evidente: “como Deus é o dominus do homem, assim o homem deve ser o dominus do restante da criação, ou seja, responsável por ela e seu custódio”.
A fé num Deus criador e no homem feito à imagem de Deus não é, portanto, uma ameaça, mas, sobretudo, uma garantia para a criação, e a mais forte de todas, ressaltou o pregador da Casa Pontifícia.
Esta fé nos diz que “o homem não é dono absoluto das outras criaturas; deve prestar conta daquilo que recebeu. A parábola dos talentos tem aí sua aplicação primordial: a terra é o talento que todos, juntos, recebemos, e do qual devemos prestar conta”.
Objetando, ainda, à referida crítica, o frade capuchinho disse que a prova de que não é a visão bíblica a favorecer a prevaricação do homem sobre a criação está no fato que “o mapa da poluição não coincide com o da difusão da religião bíblica ou de outras religiões, mas, sim, com o de uma industrialização selvagem, voltada unicamente para o lucro, e com o da corrupção que cala a boca de todos os protestos e resiste a todos os poderes”.
O pregador da Casa Pontifícia evidenciou que junto à afirmação de que homens e coisas proveem de um único princípio, a narração bíblica apresenta uma hierarquia de importância.
Essa hierarquia é violada, por exemplo, “quando se faz gastos exorbitantes com animais (não animais em perigo de extinção!), enquanto diante dos próprios olhos, se deixa morrer de fome e de doenças milhões de crianças”, frisou.
Referindo-se ao trecho evangélico proposto na liturgia, Frei Cantalamessa afirmou que devemos nos preocupar não com o nosso amanhã, mas daqueles que virão depois de nós. Não devemos nos perguntar: “O que comeremos? O que beberemos? O que iremos vestir?” Mas: “O que comerão? O que beberão? O que irão vestir nossos filhos, os futuros habitantes deste planeta?”
Referindo-se ao episódio da multiplicação dos pães – no qual depois se recolhe o que sobrou para que nada se perca (Jo 6, 12) –, ressaltou a necessidade de se evitar o desperdício, sobretudo no campo alimentar. Evocando a encíclica “Laudato si” do Papa Francisco, citou a passagem “Não podeis servir a Deus e à riqueza”, para em seguida afirmar:
“Ninguém pode seriamente servir à causa da salvaguarda da criação se não tiver a coragem de ser contrário ao acúmulo de riquezas exageradas nas mãos de poucos e à tirania do dinheiro.”
Esclarecendo que Jesus jamais condenou a riqueza em si, ressaltou:
“O que Jesus condena é a riqueza desonesta (Lc 16, 9), a riqueza acumulada em detrimento do próximo, fruto de corrupção e especulação, a riqueza surda às necessidades do pobre: por exemplo, a riqueza do rico epulão da parábola, que hoje não se refere a um indivíduo, mas A um inteiro hemisfério.”
Em seguida, o pregador da Casa Pontifícia tomou o exemplo de São Francisco de Assis, com o seu cântico das criaturas, que o Papa Francisco, com feliz intuição, escolheu como moldura espiritual para sua encíclica.
“São Francisco é a prova viva da contribuição que a fé em Deus pode dar para o esforço comum pela salvaguarda da criação. O seu amor pelas criaturas é uma consequência direta de sua fé na paternidade universal de Deus”, afirmou.
Por fim, citou um slogan dos nossos dias, “Pense globalmente, mas aja localmente”. A salvaguarda da criação, como a paz, se faz, diria nosso Santo Padre Francisco, “artesanalmente”, começando por nós mesmos. “A paz começa por ti, repete-se comumente nas mensagens para o Dia Mundial da Paz; também a salvaguarda da criação começa por ti”, destacou Frei Cantalamessa. (RL)
Ouça clicando acima
(from Vatican Radio)
Fonte: News.VA

A casa desarrumada


catequeseHavia, certa vez, um rapaz que andava cheio de problemas e sempre, em suas orações, pedia a Jesus que viesse visitá-lo.
Um dia, Jesus bateu à sua porta. Ele, maravilhado, convidou-o a entrar. O visitante sentou-se no sofá da sala. Na mesinha, havia uma Bíblia aberta, e nas paredes quadros de santos e um crucifixo.
Ele disse: “Jesus, muito obrigado por vir à minha casa. É uma honra para mim. Como o Senhor sabe, estou passando por umas dificuldades e preciso da sua ajuda…”
Jesus o interrompeu dizendo: “Filho, antes de conversarmos, eu gostaria de conhecer a sua casa”.
O jovem o levou para dentro da casa. Ao passar em frente ao seu quarto, Jesus ia entrar, mas ele o interrompeu dizendo: “Desculpe, Jesus, meu quarto não está arrumado”. Na verdade, o seu quarto estava cheio de fotos de mulheres nuas, e sobre a mesa havia uma revista pornográfica. E continuaram.
À cozinha também ele não levou Jesus, dizendo que não tinha nada para lhe oferecer. Mas o motivo é porque havia na cozinha coisas das quais Jesus não ia gostar.
Voltaram para a sala, e o moço continuou: “Como eu estava dizendo…” Neste instante, um barulho forte interrompeu a conversa. Eram batidas na porta da cozinha. Assustado, o jovem foi ver.
Ao abrir a porta, deu-se de frente com o diabo. “Sai da frente que eu quero entrar!” gritou o tentador. “De jeito nenhum”, respondeu o rapaz. E começou a briga. Com muita dificuldade, conseguiu empurrar o diabo e fechar a porta.
Cansado, o moço voltou para a sala e continuou a conversa: “Desculpe, Jesus! O que eu quero lhe dizer é que estou precisando da sua ajuda…”
Outro barulho forte o interrompeu, vindo da janela do seu quarto. O rapaz correu para ver quem era e, ao abri-la, deparou-se novamente com o diabo. “Agora eu vou entrar”, disse o inimigo. Houve nova luta e o jovem conseguiu fechar a janela.
Ao voltar, contrariado, disse a Jesus: “Eu não entendo. O Senhor está na minha casa e por que o diabo fica insistindo em entrar?” “Sabe por quê, meu filho?” explicou Jesus. “É que na sua casa você só me deu a sala”.
O moço, humilhado, entendeu a lição e imediatamente fez uma faxina na casa, para entregá-la toda a Jesus.
Neste instante, o diabo bateu novamente à porta. Jesus disse: “Deixe que eu atendo”. Quando o diabo viu Jesus, saiu correndo para trás, ficando apenas o cheiro de enxofre.
Muitas vezes, é assim que acontece com o nosso coração. Entregamos a Jesus só uma parte, ficando a outra para o pecado. Claro que temos de lutar constantemente, e nem sempre vencemos, porque a tentação volta. Volta porque nós mesmos a convidamos através dos objetos “sujos” que carregamos, seja na casa, seja na nossa cabeça.
A exemplo de Zaqueu, vamos convidar Jesus para entrar na nossa casa (Cf Lc 19,1-10), mas que ele se sinta bem em todos os cômodos.
Maria Santíssima é chamada, na Ladainha, de Casa de Ouro. Nós não conseguiremos chegar a tanto, mas que sejamos pelo menos uma casa de prata, bem purificada, para que Jesus posas visitar e sentir-se bem.
Contos para catequese por: Pe Queiroz
Fonte: Catequese Católica