"Vivei sempre contentes" é o imperativo de São Paulo aos cristãos. Puxa, mas como estar sempre contente se a vida é feita de altos, mas de baixos também; feita de surpresas agradáveis, mas de desagradáveis também? Se vivemos em meio aos sofrimentos?
Onde está a alegria do cristão? Com certeza não está no mundo, nem mesmo nas melhores e mais belas coisas criadas. Então, a tristeza do cristão também não está nas más notícias da vida, por isso diz o salmista "não temo receber notícias más" (Sl 111, 7). Então, onde está a alegria do cristão?
A alegria do cristão está na certeza de que é amado por Deus e chamado a ser participante de Sua felicidade. Sim, nascemos para ser felizes e essa é nossa maior busca.
Como assim? Mas que felicidade é essa?
Para entender isso, é preciso compreender que felicidade é diferente de alegria como estado emocional, euforia exterior e momentânea. Felicidade é um estado interior, de alegria e paz, por possuir uma exigência realizada. Não se trata de uma simples realização profissional ou amorosa, mesmo que isso faça parte, mas de encontro profundo com o sentido de sua existência, e esse sentido passa pelo amor. Ser feliz é ser capaz de amar! "Amas e fazes o que queres", afirma Santo Agostinho. A felicidade é essa liberdade interior que não se condiciona às realidades exteriores. Por isso diz Jesus: "Ajuntai para vós tesouros no céu, onde não os consomem nem as traças nem a ferrugem, e os ladrões não furtam nem roubam". (Mt 6, 20).
Podemos entender Deus de muitas formas. Uma delas é o ser feliz. Sim, Deus é plenamente feliz. Por quê? Porque o Altíssimo é o Ser plenamente realizado em Si mesmo; em filosofia, é o Ser Absoluto. Sua glória e santidade são Sua plena felicidade. Na Carta aos Efésios 1, 14 está escrito que "fomos adquiridos para o louvor da glória de Deus". Não é que existimos para ficar de braços abertos diante de Deus, falando com Ele e cantando louvores. Isso é importante sim, porém, existir para o louvor da glória de Deus significa existir para ser participantes de Sua glória e santidade, ou seja, de Sua felicidade. Por isso Deus mesmo nos diz: "Sede santos porque eu Sou santo" (Lv 11, 44).
Contudo, existe um tipo de "chave" que nos faz viver esse mistério de nossa existência. Essa chave é o louvor. É pelo louvor que adentramos na glória de Deus, que vivemos em Sua felicidade.
E o que é louvar? A Carta aos Hebreus 13, 15, chama o louvor de "frutos dos lábios que celebram o nome de Deus". O louvor é o fruto que brota nos lábios e nos gestos de um coração agradecido e confiante em Deus. Louva aquele que, confiando em Deus, sempre está pronto para agradecer a Deus e realizar o bem.
O louvor atrai as bênçãos de Deus, assim como, o oposto disso: a murmuração e a reclamação atraem a maldição. Deus habita em meio ao louvor de Seu povo. Quem louva, mesmo que não esteja contente, faz a experiência da alegria em Deus. Quando louvamos, proclamamos a soberania do bem de Deus sobre todas as coisas, especialmente sobre o mal. Cada vez que fazemos isso derrotamos o maligno e adentramos na glória de Deus, e a glória de Deus é a alegria do cristão.
Por : André L. Botelho de Andrade
Fundador e Moderador Geral/ Comunidade Católica Pantokrator
www.cancaonova.com
quarta-feira, 22 de janeiro de 2014
Um Ano da Esperança para construir a Paz
Iniciamos 2014 sob o sinal da Esperança na construção da Paz. Para nós na Arquidiocese de Fortaleza será este o Ano da Esperança, segundo ano no triênio de preparação para o Jubileu Centenário da Arquidiocese. Para toda a humanidade, nos votos e mensagem do Papa Francisco, a Paz se constrói com a Fraternidade, fundamento e caminho para a Paz.
Para a humanidade é possível esperar por um mundo de Paz. E “A Esperança não decepciona” (Rom 5,5 ), quando se constrói o presente e o futuro com a fraternidade. E será de se esperar a fraternidade entre todos os povos, nações, raças, línguas que parecem dividir a humanidade ao invés de uni-la?
Papa Francisco abriu sua mensagem de Ano Novo 2014: “Na realidade, a fraternidade é uma dimensão essencial do homem, sendo ele um ser relacional. A consciência viva desta dimensão relacional leva-nos a ver e tratar cada pessoa como uma verdadeira irmã e um verdadeiro irmão; sem tal consciência, torna-se impossível a construção duma sociedade justa, duma paz firme e duradoura. E convém desde já lembrar que a fraternidade se começa a aprender habitualmente no seio da família, graças sobretudo às funções responsáveis e complementares de todos os seus membros, mormente do pai e da mãe. A família é a fonte de toda a fraternidade, sendo por isso mesmo também o fundamento e o caminho primário para a paz, já que, por vocação, deveria contagiar o mundo com o seu amor”.
Já por razão natural toda pessoa humana se reconhece semelhante a outras pessoas humanas das quais nasce, com as quais vive e se relaciona. A primeira experiência de relacionamento humano é o intrafamiliar, e ele se expande à medida em que a vida se desenvolve. O horizonte humano se amplia e vai até a universalidade da humanidade que o irmana.
Mais que todas as diferenças pessoais, familiares, sociais, nacionais, de raça, cor, religião, cultura, há uma semelhança que irmana no destino comum de todos.
E esta fraternidade universal não clama, também, ela mesma, por uma filiação universal, por uma paternidade universal?
Mas… há sempre um mas…
Com o mesmo Papa Francisco todos constatamos: “Em muitas partes do mundo, parece não conhecer tréguas a grave lesão dos direitos humanos fundamentais, sobretudo dos direitos à vida e à liberdade de religião. Exemplo preocupante disso mesmo é o dramático fenômeno do tráfico de seres humanos, sobre cuja vida e desespero especulam pessoas sem escrúpulos. Às guerras feitas de confrontos armados juntam-se guerras menos visíveis, mas não menos cruéis, que se combatem nos campos econômico e financeiro com meios igualmente demolidores de vidas, de famílias, de empresas”.
Vivemos a globalização que, como afirmou Bento XVI, “nos torna vizinhos, mas não nos faz irmãos.”Continuam e mesmo crescem mais as situações de desigualdade, pobreza e injustiça que indicam não só a falta de fraternidade, mas também de uma cultura de solidariedade. Existe, sim, e agride a todos o individualismo, o egocentrismo e o consumismo materialista, a mentalidade do “descartável” que leva ao desprezo e abandono dos mais fracos, daqueles que são considerados “inúteis”, dos que não contam. Assim, a convivência humana torna-se relação de comércio e de desfrute e domínio egoísta.
A humanidade necessita de paternidade, da Paternidade que fundamenta sua própria fraternidade e que dá consistência aos relacionamentos fraternos entre todas as pessoas humanas. O reconhecimento desta paternidade divina, transcendente, deste Amor que é fonte de Vida, leva ao amor verdadeiro entre os que são irmãos e irmãs, leva ao cuidado do outro, de todos, e a partir do mais frágil, do mais fraco, do mais necessitado. A referência muda totalmente. Já não é o “eu” o centro da existência, é o “outro”, será afinal o “nós” unidos pelo Amor do que o Outro de todos juntos.
Este cuidado do irmão está presente nas intenções do Pai Criador desde a origem. É ele mesmo quem pergunta ao homem homicida: «Onde está o teu irmão?» (Gn 4, 9)
Esta busca pelo homem fragilizado nas relações marcou toda a ação reveladora e salvadora de Deus na história da humanidade.
Vale a pena retornar às mesmas palavras do Papa Francisco em sua mensagem de início de ano: “Surge espontaneamente a pergunta: poderão um dia os homens e as mulheres deste mundo corresponder plenamente ao anseio de fraternidade, gravado neles por Deus Pai? Conseguirão, meramente com as suas forças, vencer a indiferença, o egoísmo e o ódio, aceitar as legítimas diferenças que caracterizam os irmãos e as irmãs?”
”Parafraseando as palavras do Senhor Jesus, poderemos sintetizar assim a resposta que Ele nos dá: dado que há um só Pai, que é Deus, vós sois todos irmãos (cf. Mt 23, 8-9). A raiz da fraternidade está contida na paternidade de Deus. Não se trata de uma paternidade genérica, indistinta e historicamente ineficaz, mas do amor pessoal, solícito e extraordinariamente concreto de Deus por cada um dos homens (cf. Mt 6, 25-30). Trata-se, por conseguinte, de uma paternidade eficazmente geradora de fraternidade, porque o amor de Deus, quando é acolhido, torna-se no mais admirável agente de transformação da vida e das relações com o outro, abrindo os seres humanos à solidariedade e à partilha ativa.”
“Em particular, a fraternidade humana foi regenerada em e por Jesus Cristo, com a sua morte e ressurreição. A cruz é o ‘lugar’ definitivo de fundação da fraternidade que os homens, por si sós, não são capazes de gerar. Jesus Cristo, que assumiu a natureza humana para redimi-la, amando o Pai até a morte e morte de cruz (cf. Fl 2, 8), por meio da sua ressurreição constitui-nos como humanidade nova, em plena comunhão com a vontade de Deus, com o seu projeto, que inclui a realização plena da vocação à fraternidade.”
Aqui se fundamenta toda a nossa Esperança de que a humanidade poderá encontrar o seu Caminho. É possível a Fraternidade. É não apenas desejável, mas realizável a Paz. Será possível a fraternidade vencer a exclusão, o empobrecimento. É possível uma economia a favor da humanidade na solidariedade e não contra ela. A fraternidade extingue todas as guerras, as corrupções, os crimes organizados. A fraternidade ajudará a guardar, a preservar, a cultivar, a conviver solidariamente com a natureza.
Vale terminar esta nossa conversa com as palavras do próprio Papa Francisco: “Há necessidade que a fraternidade seja descoberta, amada, experimentada, anunciada e testemunhada; mas só o amor dado por Deus é que nos permite acolher e viver plenamente a fraternidade”.
+ José Antonio Aparecido Tosi Marques
Arcebispo Metropolitano de Fortaleza
Arcebispo Metropolitano de Fortaleza
Cúria Metropolitana de Fortaleza : Sem expediente hoje, 22 de janeiro para treinamento
A Cúria Metropolitana de Fortaleza (Administração, Secretariado de Pastoral, Centro de Pastoral e setor pessoal) comunica a todos que no dia 22 de janeiro de 2014 não haverá expediente. O motivo é o treinamento para implantação do Sistema de Gestão Canônico Pastoral - SGCP na Arquidiocese de Fortaleza. Será um dia de estudo e troca de experiência em gestão, ministrado pela Théos Informática.
Atenciosamente,
Rosa – Setor financeiro.
Liturgia Diária
Invoquemos a presença do Espírito Santo para ler e refletir a liturgia de hoje:
Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor. Enviai o vosso Espírito e tudo será criado e renovareis a face da terra.
Oremos:
Deus que instruístes os corações dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito e gozemos sempre da sua consolação. Por Cristo, Senhor nosso. Amém.
Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor. Enviai o vosso Espírito e tudo será criado e renovareis a face da terra.
Oremos:
Deus que instruístes os corações dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito e gozemos sempre da sua consolação. Por Cristo, Senhor nosso. Amém.
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