quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Ai de vós

almir300Na realização de sua missão, Jesus teve que enfrentar alguns conflitos e até mesmo provocá-los, na fidelidade e obediência à realização da vontade do Pai. Via de regra, encontramos estes confrontos junto a alguns grupos de seu tempo, entre eles destacando os Escribas ou Doutores da Lei e os Fariseus, estes últimos gozando de muita credibilidade junto ao povo de Deus. Esta credibilidade se dava pela lógica defendida por eles na medida em que pelo cumprimento da lei se visibilizava uma maior aproximação a Deus ou não; a isto chamamos de legalismo farisaico, pois a questão principal de estar próximo a Deus ou não era só cumprir a lei. (cf. todo o confronto sobre o sábado; comer com as mãos impuras, cf. Mc. 7).
O sistema se baseava nos pólos – puros e impuros. A pureza indicava as condições necessárias para alguém poder comparecer diante de Deus no Templo (cf. C. Mesters, com Jesus na contramão, p. 24). Neste sentido, o povo tinha uma grande preocupação com a pureza, pois quem não era puro não podia chegar perto de Deus (Mt. 9,9-12).
No capítulo 23 do Evangelho de Mateus Jesus pronuncia os famosos sete “ais”, todos eles dirigidos a estes dois grupos e de forma ousada e profética; nesta seção, chama-os ora de “hipócritas”, ora de “Guias Cegos”, de “Insensatos”, e de “sepulcros caiados”, predomina o adjetivo hipócrita.
Evidentemente que Jesus não age desta forma, manifestando ódio para com os mesmos, mas fazendo uma catequese para que eles pudessem entrar na dinâmica da conversão e consequentemente do Reino de Deus, na novidade do que ele representava, já que o rosto de Deus que eles manifestavam contradizia frontalmente o Deus que Jesus representava.
Do conjunto da coletânea de advertências contra escribas e fariseus, o termo mais usado é a hipocrisia, por se tratar de uma atitude do sistema religioso que eles representavam, fechando-se no seu prestígio e poder, julgavam-se justos e santos e disto os Evangelhos dão conta (cf. o ex. da cena do Fariseu e do Publicano – Lc. 18, 9-14; a questão do jejum em Mc. 2,18ss.). No sistema por eles defendido o que prevalecia de fato eram os ritos externos, a formalidade.
A partir do texto aqui referenciado, destaco o versículo 23 :“Ai de vós escribas e fariseus hipócritas, que pagais o dizimo da hortelã, da erva-doce e do cominho, enquanto descuidais o que há de mais grave na lei: a justiça, a misericórdia e a fidelidade; é isto que era preciso fazer, sem omitir aquilo”.
A referência é muito clara e não precisa de grandes comentários acadêmicos – os interlocutores de Jesus, como já se sabe, viviam da exterioridade, da formalidade, do cumprimento da lei amplamente denunciado neste capítulo de Mateus. Na sequência, Jesus dá um ensinamento novo a partir também de suas práticas, por exemplo, confraternizando-se com pessoas impuras como eram os publicanos e pecadores (Mc. 2, 15-17), tocar em leprosos, comer sem lavar as mãos, tocar em cadáver e isto evidentemente tornava Jesus, na concepção da época, uma pessoa impura pelo contato com estes pecadores e isto impedia a presença de Deus.
Agora vamos puxar a reflexão construindo uma ponte entre a abordagem até aqui desenvolvida e o nosso tempo: prefiro fazer isto em primeiro lugar fazendo duas perguntas- para você caro leitor existe algo parecido hoje em dia?
Por gentileza, interessante não fazer uma interpretação fundamentalista, mas levar em consideração a formalidade, as questões de visibilidade que a Igreja tem hoje através de grandes eventos de massa, da mídia católica, do estilo neo-pentecostal… e a segunda pergunta: como está sendo levada em consideração a prática da misericórdia? A prática da justiça e da fidelidade no seguimento de Jesus Cristo? Será que estamos na linha da exterioridade e sem esquecer isto estamos deletando a justiça da prática de nossos grupos, Paróquias e idem com a misericórdia e a fidelidade.
Por :Almir Magalhães, padre da Arquidiocese de Fortaleza.
Do Jornal O Povo

“A Espiritualidade de São Francisco nos conduz a Missão”

sao-francisco-de-assis[2]Festa da Paróquia São Francisco de Assis no Dias Macedo.
A Paróquia São Francisco de Assis, Dias Macedo, realiza de 25 de setembro a 4 de outubro a festa de seu padroeiro com o tema “A Espiritualidade de São Francisco nos conduz a Missão” o tema busca despertar o espírito missionário no coração de cada irmão.
Programação
Dia 25 de setembro, às 18h 15min, 1º dia da Novena estando responsável a Equipe do Terço. Às 18h30min, hasteamento da bandeira. Às 19h, Missa presidida pelo Pe. José Élio Correia de Freitas concelebrada pelo Pe. José Ribamar de Vasconcelos estando responsável pela liturgia a Pastoral Litúrgica. Convívio: Comunidade Santa Paula, Apostolado da Oração e Legião de Maria. O gesto concreto deste dia 1K de farinha.
Dia 26 de setembro, às 18h15min, 2º dia da Novena estando responsável Apostolado da Oração. Às 19h, Missa presidida pelo Pe. Oliveira Braga Rodrigues estando responsável pela liturgia a Comunidade Santo Expedito e Santa Rita. Convívio: Santa Teresinha, Equipe de Eventos e Terço dos Homens. O gesto concreto deste dia 1K de açúcar.
Dia 27 de setembro, às 18h15min, 3º dia da Novena estando responsável Legião de Maria. Às 19h, Missa presidida pelo Pe. Litércio Pimentel Malveira estando responsável pela liturgia a Comunidade Nossa Senhora de Fátima, Coral Fé e Luz e Vicentinos. Convívio: Sagrado Coração, Mãe Rainha e Santa Luzia. O gesto concreto deste dia 1K de feijão.
Dia 28 de setembro, às 18h15min, 4º dia da Novena estando responsável Equipe do Terço. Às 19h, Missa presidida pelo Pe. Francisco Antônio Francileudo estando responsável pela liturgia a Pastoral do Dízimo, e as Comunidades Santa Paula e Novos Horizontes. Convívio: Sagrada Família e Imaculada Conceição. O gesto concreto deste dia 1K de arroz.
Dia 29 de setembro, às 18h15min, 5º dia da Novena estando responsável Terço dos Homens. Às 19h, Missa presidida pelo Pe. Francisco José dos Santos Chaves estando responsável pela liturgia a Comunidade Nossa Senhora Aparecida, Terço dos Homens e equipe de liturgia e canto. Convívio: Setor Juventude e Pastoral Vocacional. O gesto concreto deste dia 1 pacote de massa de milho.
Dia 30 de setembro, às 18h15min, 6º dia da Novena estando responsável Equipe do Terça. Às 19h, Missa presidida pelo Pe. João Rodrigues Farias estando responsável pela liturgia as Comunidades – Santa Luzia, Mãe Rainha, Sagrado Coração e Rainha da Paz. Convívio: Nossa Senhora Aparecida e Nossa Senhora de Fátima. O gesto concreto deste dia 1 pacote de café.
Dia 1º de outubro, às 18h15min, 7º dia da Novena estando responsável Apostolado da Oração. Às 19h, Missa presidida pelo Pe Geovane Saraiva Costa estando responsável pela liturgia a Comunidade Santa Teresinha, Imaculada Conceição e ECC. Convívio: Santa Rita, Pastoral do Batismo e Pastoral Litúrgica. O gesto concreto deste dia 1 pacote de macarrão.
Dia 02 de outubro, às 18h15min, 8º dia da Novena estando responsável Terço dos Homens. Às 19h, Missa presida por Dom José Luiz Gomes Vasconcelos estando responsável pela liturgia Pastoral Familiar, Pastoral Vocacional e Pastoral do Batismo. Convívio: Pastoral do Dízimo e CPP. . O gesto concreto deste dia 1 pacote de biscoito.
Dia 03 de outubro, às 18h15min, 9º dia da Novena estando responsável Apostolado da Oração. Às 19h, Missa presidida pelo Pe. Paulo estando responsável pela liturgia a Comunidade Sagrada Família, Apostolado da Oração e Legião de Maria. Convívio: Santo Expedito e Pastoral da Família. O gesto concreto deste dia 1 caixa de leite.
Dia 04 de outubro, às 19h, Missa de Encerramento dos festejos de São Francisco presidida pelo Pe. Luciano Gonzaga da Silva concelebrada pelo Pe. José Élio Correia de Freitas e Pe. José Ribamar de Vasconcelos estando responsável pela liturgia o Setor Juventude, Equipe de Liturgia e Canto. Convívio: Eventos e ECC. O gesto concreto deste dia 1 litro de óleo.
A Paróquia fica na Av. Alberto Craveiro, 900 – Dias Macedo.
Informações (85) 3295 0621

Formação cívica

Dom Aldo Pagotto
Arcebispo da Paraíba (PB)

Diz o ditado chinês que a educação de uma criança começa 100 anos antes dela nascer. O sábio adágio aplica-se à educação sociopolítica do nosso povo. Caminhamos a passos lentos na democracia participativa. Os debates políticos veiculados pelos meios televisivos oportunizam a formação da consciência dos eleitores sobre projetos políticos. Entanto, prevalece o clima de hostilidade mútua entre candidatos. Usa-se a estratégia da desqualificação um do outro. Cabos de guerra medem forças.

Brigas de galos impedem a formação da consciência cidadã e afastam o eleitor. Não há tempo suficiente para que apresentem seus projetos políticos.
Um projeto de Estado (não apenas de governo) constitui-se como palavra de honra pelo candidato dada à sociedade. A elaboração de projetos políticos envolve pessoas comprometidas com o bem comum, priorizando temáticas de interesse dos eleitores e da sociedade. Os partidos e coligações partidárias devem demonstrar compromisso com projetos políticos. Vêem-se promessas. De forma realista, pergunta-se de onde virão os recursos? Um projeto de Estado traça metas e trabalha com políticas estruturais, aviadas por etapas sucessivas, com garantia de recursos financeiros e continuidade de execução. Os candidatos não podem apenas pedir votos, mas envolver o eleitor na superação dos problemas, mesmo que não se resolvam de imediato, no período de um governo. Falar claramente sobre essa realidade significa perder votos. A estratégia prevalente é botar culpas e agredir os outros.
Enfrentar e superar contradições e conflitos sociais exige sacrifícios por parte da população. Se as representações de instituições e lideranças significativas da sociedade não ocuparem os canais de participação nos planejamentos estratégicos de políticas estruturais, continuaremos a conviver com os esquemas políticos vigentes, sofrendo com as graves dificuldades que nos humilham há várias décadas - sistema de educação e de saúde abaixo dos níveis suficientes para serem avaliados. Que o eleitor conheça se cada candidato apresenta seu projeto de Estado; como ele pretende enfrentar o núcleo dos conflitos e as soluções possíveis ou prováveis. Que ele diga claramente de onde vai tirar recursos. O projeto de Estado vincula as atividades do gestor eleito a nós, cidadãos. Civismo e dignidade, cobrando dos eleitos metas e resultados do projeto políticas estruturais planejadas. Observe-se que as entrevistas dos candidatos por rádios e TVs vêm ajudando o eleitor a identificar propostas dos candidatos, prevalecendo critérios racionais, não o sentimentalismo e a simpatia pessoal produzida nos guias.
Fonte: CNBB

O catecumenato antigo: prática e doutrina

Dom Vital Corbellini
Bispo de Marabá (PA)

Introdução
A catequese ganha referência em nossas Igrejas Particulares, paróquias, comunidades, pastorais e movimentos, porque ela é o anúncio da Palavra do Senhor para as crianças, para os jovens e para os adultos. O processo formativo é gradual e permanente. Com alegria nós vemos também a aproximação de muitos adultos à fé cristã, católica solicitando os sacramentos, sobretudo os da iniciação cristã. No Brasil, um fator positivo é que nesses últimos anos muita literatura está sendo elaborada a respeito da catequese com inspiração catecumenal, ao processo de introdução dos mistérios pelos sacramentos do batismo, confirmação e eucaristia. Perguntamo-nos: Como essa prática e doutrina ocorreram no início do cristianismo?

Entre os séculos terceiro até quinto teve na antiguidade cristã, uma rica e original instituição pastoral graças à qual a Igreja expressou a sua vocação missionária, exercitou a sua função materna em acolher e formar com seriedade e serenidade os novos fiéis para assim serem gerados à vida nova em Cristo e na Igreja. O catecumenato antes de ser uma disciplina institucionalizada e oficialmente aprovada foi uma organização que nasceu da experiência por se consolidar no interior das Igrejas locais.

1. O que foi o catecumenato antigo?
Na documentação patrística é difícil encontrar o termo catecumenato o qual indicava o tempo de formação para aqueles e aquelas que recebiam uma instrução oral. No fim do segundo século as pessoas que desejavam tornarem-se cristãos eram acolhidas na comunidade eclesial entre os aspirantes ao batismo com o nome de catecúmenos. A preparação ao batismo se articulava em duas etapas: uma remota, na qual os candidatos recebiam o nome de catecúmenos e uma próxima que habitualmente coincidia com a quaresma, aonde os inscritos ao batismo chamavam-se competentes ou eleitos no Ocidente e iluminandos no Oriente. As duas categorias de candidatos: catecúmenos e competentes eram preparados ao batismo. Por isto podemos dizer que o catecumenato antigo no sentido forte da palavra era o tempo da formação daqueles e daquelas que desejavam tornarem-se cristãos; compreendia a primeira acolhida dos novos membros na comunidade cristã até o limiar do batismo, confirmação e eucaristia.
2. O desenvolvimento do catecumenato antigo
A primeira grande testemunha de uma organização para um caminho formativo em direção ao batismo nós encontramos na metade do segundo século com Justino. No entanto será ao final do segundo e início do terceiro século que o catecumenato assume uma estrutura orgânica e foi documentado nas principais Igrejas do Oriente e do Ocidente. As testemunhas mais significativas foram: Hipólito, Tertuliano e Orígenes. Muitos foram os fatores que possibilitaram a instituição do catecumenato no terceiro século: antes de tudo a influência da tradição judaica que exigia a preparação para as pessoas ingressarem na religião hebraica. Depois, o surgimento das perseguições, o fenômeno dos lapsis ou apóstatas, a difusão de seitas e de grupos cristãos heterodoxos que se desenvolveram e conseguiam adeptos entre os fiéis da Igreja; isto fez advertir a exigência de uma formação mais aprofundada e organizada para aqueles que se aproximavam à fé para tornar-se cristãos. Por fim, um rigorismo representado em modo particular em Roma por Hipólito, em Cartago por Tertuliano e em Alexandria por Orígenes uma vez que estes contribuíram para uma organização exigente e severa da preparação ao batismo.

3. A doutrina do catecumenato
A formação do novo membro no caminho catecumenal se fundava sobre uma tríplice experiência: ouvir a palavra de Deus de uma forma especial com a catequese, exercícios ascético-penitenciais, enfim ritos e celebrações. Na realidade estes três aspectos eram interligados em vista do crescimento espiritual dos candidatos no caminho ao batismo. Hipólito, Tertuliano e Orígenes falavam desta tríplice dimensão do processo formativo.
A catequese segundo os Padres tinha como objetivo suscitar no candidato uma reposta de fé e uma transformação na sua vida. Os exercícios ascético-penitenciais eram numerosos e também exigidas obras de caridade em vista do processo catecumenal visando à conversão das pessoas. Os exorcismos eram ritos de purificação e com a ajuda do Senhor permitiam a quebra das correntes com o espírito do mal. Depois de alguns dias tinha a entrega do Símbolo e a sua devolução, feita publicamente como lembra a peregrina de Egéria(século quarto), pelo bispo com a presença dos fiéis, cujo significado como lembra Santo Agostinho é apresentado como regra da fé, síntese de tudo quanto se deve crer para a salvação.
O crescimento espiritual aos inscritos do batismo se cumpria na comunidade eclesial. Os novos fiéis eram formados no seio da Igreja, aonde cresciam na fé e no comportamento para assim ser gerados à vida nova com o batismo. Merecia uma atenção particular a missão desenvolvida dos garantes-padrinhos, sendo fiéis batizados, leigos e leigas, que procuravam acompanhar espiritualmente os novos simpatizantes à fé. Estes eram uma expressão viva da função missionária e materna da Igreja.

4. O itinerário do catecumenato
Ao fim da formação catecumenal o candidato era admitido ao batismo. Seguiam os ritos pertencentes ao batismo. Antes de tudo a benção da água, com uma oração. Em algumas igrejas o candidato completamente nu, vinha ungido em todo o seu corpo. Para Ambrósio de Milão e João Crisóstomo a unção simbolizava a ajuda para fortificar o corpo no combate cristão. Depois se entrava no coração do ato batismal, que nos séculos quarto e quinto eram por imersão. As fórmulas batismais quase sempre trinitárias eram essencialmente duas: uma tríplice interrogação dirigida ao candidato: Crês em Deus Pai... crês em Jesus Cristo.. crês no Espírito Santo? ou também usando o verbo na forma passiva: Tal... é batizado em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Depois seguiam os ritos pós-batismais.
A unção da crisma, que mais tarde derivaram os nomes de Crisma no Oriente e em Roma de confirmação dada pelo bispo. O rito da veste branca é presente em numerosas testemunhas do quarto e quinto século tanto em Ocidente como no Oriente; símbolo da inocência batismal para Ambrósio e do esplendor da alma.
Enfim a iniciação sacramental terminava com a celebração da eucaristia; os neófitos saídos do batistério entravam em fileira na sala da eucaristia, aonde eram acolhidos pela comunidade dos fiéis. Habitualmente eles ocupavam um lugar a eles reservado e pela primeira vez tomavam parte à celebração eucaristia, que iniciava com o ofertório e se aproximavam à mesa eucarística. Para Teodoro de Mopsuéstia o neófito completava com sua participação ao mistério pascal e assim era plenamente inserido na Igreja.
Na semana seguinte da Páscoa, especialmente nos séculos quarto e quinto, ordinariamente os recém batizados eram introduzidos à compreensão dos mistérios celebrados na vigília pascal com catequeses mistagógicas que eram dadas habitualmente pelo bispo. Enfim como nos lembra Agostinho, no domingo in albis os que receberam os sacramentos da iniciação cristã depositavam as suas vestes brancas e abandonados os postos a eles reservados se misturavam à multidão dos fiéis.
5. A decadência do catecumenato antigo
Com a paz de Constantino o catecumenato tornava-se uma práxis difundida praticamente em todas as Igrejas, sofrendo algumas alterações porque o cristianismo era tolerado e ao final do século quarto reconhecido como religião oficial.
Este fenômeno contribuiu para um afrouxamento da disciplina catecumenal. Assim o tom espiritual das comunidades cristãs foi decaindo: o fato é compreensível porque as perseguições terminaram, também se a lembrança dos mártires deveria ser uma forma de chamar a atenção para a autenticidade cristã; o número daqueles e daquelas que acreditavam aumentou rapidamente, com a conseqüência que a quantidade não era acompanhada pela qualidade.
Enfim a celebração do batismo prevista na Igreja central com a presença do bispo sempre mais se cumpre nas igrejas paroquiais com a conseqüência no Ocidente da separação da confirmação reservada ao bispo dos outros sacramentos da iniciação cristã. Por isto o progressivo declínio do catecumenato é ligado estreitamente à nova situação religiosa, pastoral, aonde a maioria da população já era cristã, a Igreja tinha uma forte presença social e também pela generalização do batismo da crianças.

Conclusão
O catecumenato antigo compreendia um processo de acolhida, acompanhamento, formação e experiência sacramental na qual a pessoa se convertia e tornava-se cristã. O objetivo do catecumenato era levar o futuro membro pelo batismo à participação do mistério da morte e ressurreição de Cristo, receber pela confirmação, a plenitude dos dons do Espírito Santo, e pela eucaristia unido ao corpo e sangue de Cristo. Todo o processo terminava com as catequeses mistagógicas dadas à semana seguinte da Páscoa, isto é na oitava pascal. É importante o conhecimento deste itinerário formativo para que hoje as pessoas sejam discípulos, discípulas, missionários e missionárias de Jesus Cristo, sejam atuantes na vida da Igreja, na sociedade e um dia pela graça de Deus, participantes de seu Reino.
Bibliografia:
Cavallotto, Giuseppe. Catecumenato Antico. EDB. Bologna, 1996.
Catecumenato/Discepolato. In: Nuovo Dizionario Patristico e di Antichità Cristiane, A-E. Marietti, Genova-Milano, 2006.
Fonte: CNBB

Para colhermos bons frutos entre nós



Quando a Palavra de Deus permanece em nós, ela produz os frutos próprios da graça de Deus; contudo, a nossa acolhida é imprescindível para a realização dos frutos dela em nossa vida. Vamos meditar o Evangelho de João 15,1-5, você pode pegar a sua Bíblia e ler esse trecho, depois pode, no silêncio, deixar que cada palavra chegue até o seu coração.
Jesus fala da relação de intimidade d'Ele com o Pai: "Eu sou a videira verdadeira e meu Pai é o agricultor", Eles estão em perfeita harmonia, têm identidades e papéis definidos, não estão competindo um com o outro. Isso gera muitos frutos bons e concretos. Em seguida, Jesus começa a falar de nós, de cada um de nós, como um ramo dessa videira: "Eu sou a videira e vós, os ramos", aqui também sem confusão ou troca de identidades.
Assim, dentro desse quadro bem definido, o Senhor deixa bem explicado que "Aquele que permanece em mim, como eu nele, esse dá muito fruto; pois, sem mim, nada podeis fazer". Jesus não invade a liberdade dos "ramos", mas deixa claro que um ramo que queira ser independente da videira verdadeira não poderá produzir nenhum fruto. Isso não é difícil de entender, basta olhar para galhos separados de uma árvore, constataremos que logo eles estarão secos e mortos, sem nada produzir.
Esse ramo somos eu e você, que estamos inseridos em Jesus, que é a videira verdadeira, que por sua vez é cuidada pelo agricultor, que é o nosso Pai do céu. Identidades e lugares bem definidos e claros favorecem um bom relacionamento entre as partes, com a produção de muitos frutos bons. Olhar para essa organização nas identidades e responsabilidades entre o Pai, Jesus e cada um de nós deveria nos inspirar a desejar que também os nossos relacionamentos humanos e familiares fossem organizados e claros assim.
Uma família, um grupo de amigos, comunidade e paróquia que tenham essa clareza em seus relacionamentos, nos quais cada um tem seu lugar, identidade e responsabilidade, podem certamente produzir muitos frutos. Porém, o contrário também é verdade, caso exista uma competição e confusão entre as identidades do agricultor, da videira e dos ramos, com toda a certeza o fruto dessa bagunça será sempre muita confusão, e ninguém vai escolher permanecer numa grande bagunça dessas.
A Palavra de Deus nos provoca a uma reavaliação do nosso relacionamento com Deus, com os outros e com nós mesmos. A vida é muito dinâmica e precisamos do suporte dos relacionamentos bem definidos, para que os frutos produzidos por nós tenham gosto e sabor de bênção e não de maldição. Mãos à obra! Jesus já nos deu o exemplo, agora somos nós quem precisamos fazer a nossa parte.
Padre Fabrício

Nosso consolo vem de Deus


Ao sentires aflição ou uma espécie de abandono, não deixes que a depressão tome conta de teu espírito; mas lembra que bem perto de ti está o Deus das consolações com Jesus que te amou tanto, a ponto de morrer por ti, e que te olha com ternura e paterna expressão de amor; perto de ti está o Espírito Santo, o verdadeiro consolador...

Com estes pensamentos expresso o meu desejo ardente de que teu coração se sinta consolado.

Madre Clélia Merloni

25º Semana Comum - Quarta- feira- Liturgia Diária

Invoquemos a presença do Espírito Santo para ler e refletir a liturgia de hoje:

Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor. Enviai o vosso Espírito e tudo será criado e renovareis a face da terra. 

Oremos: 

Deus que instruístes os corações dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito e gozemos sempre da sua consolação. Por Cristo, Senhor nosso. Amém.

Oração
Pai, tendo recebido a tarefa de continuar a missão de Jesus, ensina-me a imitá-lo tanto no modo de ser e de pregar, quanto na pobreza e na coragem de enfrentar a rejeição
Primeira leitura: Pr 30,5-9
Leitura do livro dos Provérbios
5A Palavra de Deus é comprovada. Ele é um escudo para os que nele se abrigam. 6Não acrescentes nada às suas palavras, para que ele não te repreenda e passes por mentiroso! 7Duas coisas eu te pedi; não mas recuses, antes de eu morrer: 8afasta de mim a falsidade e a mentira, não me dês pobreza nem riqueza, mas concede-me o pão que me é necessário. 9Não aconteça que, saciado, eu te renegue e diga: “quem é o Senhor?” Ou que, empobrecido, eu me ponha a roubar e profane o nome de meu Deus.
. - Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Salmos: Sl 119
          — Vossa palavra é uma luz para os meus passos!
— Vossa palavra é uma luz para os meus passos!

— Afastai-me do caminho da mentira e dai-me a vossa lei quanto um presente!

— A lei de vossa boca, para mim, vale mais do que milhões em ouro e prata.

— É eterna, ó Senhor, vossa palavra, ela é tão firme e estável quanto o céu.

— De todo mau caminho afasto os passos, para que eu siga fielmente as vossas ordens.

— De vossa lei eu recebi inteligência, por isso odeio os caminhos da mentira.

— Eu odeio e detesto a falsidade, porém amo vossas leis e mandamentos! 
 
 
Evangelho: Lc 9,1-6
         - O Senhor esteja convosco.
          - Ele está no meio de nós.
          - Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo São Lucas.
          - Glória a vós, Senhor.

        Naquele tempo, 1Jesus convocou os Doze, deu-lhes poder e autoridade sobre todos os demônios e para curar doenças, 2e enviou-os a proclamar o Reino de Deus e a curar os enfermos. 3E disse-lhes: “Não leveis nada para o caminho: nem cajado nem sacola nem pão nem dinheiro nem mesmo duas túnicas. 4Em qualquer casa onde entrardes, ficai aí; e daí é que partireis de novo. 5Todos aqueles que não vos acolherem, ao sairdes daquela cidade, sacudi a poeira dos vossos pés, como protesto contra eles”. 6Os discípulos partiram e percorriam os povoados, anunciando a Boa Nova e fazendo curas em todos os lugares.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
 
Comentário do Evangelho
É o testemunho que torna presentes as palavras e os gestos de Jesus.
Entre o chamado dos primeiros discípulos junto ao mar da Galileia e dos Doze sobre a montanha, foi percorrido um longo itinerário que, para o leitor do evangelho, é difícil mensurar em termos de tempo. Nesse longo percurso, eles puderam ouvir os ensinamentos de Jesus, experimentar a força e a eficácia de suas palavras e, igualmente, contemplar os atos de poder de Jesus que despertavam nas pessoas beneficiadas por eles a força, o gosto e a fé na vida. Foram testemunhas de que o Senhor vence o mal e liberta o ser humano das amarras do inimigo da natureza humana. Agora, são enviados e, para levarem a termo a missão, recebem o poder e a autoridade do Senhor. Trata-se, aqui, do Espírito Santo, força do alto para o testemunho (At 1,8). É o testemunho que torna presentes as palavras e os gestos de Jesus. Pelo testemunho se prolonga na história a missão de Jesus. As recomendações para a missão orientam para o despojamento e a liberdade diante das coisas, porque a segurança dos Doze deve estar no Senhor que os envia. As instruções que Jesus dá aos Doze para a missão visa fazê-los compreender que a preocupação com seguranças pessoais não pode distraí-los, pois são portadores de uma mensagem que tem incidência decisiva na vida das pessoas.
 
Leitura Orante

Oração Inicial

Saudação
- A nós todos, a paz de Deus, nosso Pai, a graça e a alegria de Nosso Senhor Jesus Cristo, no amor e na comunhão do Espírito Santo.
- Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!
Preparo-me para a Leitura, rezando:
Oração ao Espírito Santo
Espírito Santo, que procede do Pai e do Filho,
tu estás em mim,
falas em mim,
rezas em mim,
ages em mim.
Ensina-me a fazer espaço à tua Palavra,
à tua oração,
à tua ação em mim
para que eu possa conhecer
o mistério da vontade do Pai. Amém.

1- Leitura (Verdade)

Leio o texto do dia em Lc 9,1-6 e observo as recomendações de Jesus.
Jesus chamou os doze discípulos e lhes deu poder e autoridade para expulsar todos os demônios e curar doenças. Então os enviou para anunciarem o Reino de Deus e curarem os doentes. Ele disse:
- Nesta viagem não levem nada: nem bengala para se apoiar, nem sacola, nem comida, nem dinheiro, nem mesmo uma túnica a mais. Quando vocês entrarem numa cidade, fiquem na casa em que forem recebidos até irem embora daquele lugar. Mas, se forem mal recebidos, saiam logo daquela cidade. E na saída sacudam o pó das suas sandálias, como sinal de protesto contra aquela gente. Os discípulos então saíram de viagem e andaram por todos os povoados.
Jesus chamou os doze, deu-lhes poder e autoridade sobre o mal. Deu-lhes também recomendações referentes ao estilo de vida pessoal e método missionário. Depois, os enviou dois a dois para levar a mensagem de vida por todos os povoados.

2- Meditação (Caminho)

- O que a Palavra diz para mim?
Deus quer precisar de nós como testemunhas da sua graça.
Fomos feitos para ser comunidade (grupo dos doze) e formar comunidade ( ir às cidades). Isto é ser discípulo missionário, como nos propõe a Igreja na América Latina, na Missão Continental. O amor inspira atitudes e gestos com gosto de doação e disponibilidade. Foi assim com Jesus. Foi assim com os apóstolos. Mais ainda. Disseram os bispos em Aparecida: "Para não cair na armadilha de nos fechar em nós mesmos, devemos nos formar como discípulos missionários sem fronteiras, dispostos a ir "à outra margem", àquela na qual Cristo não é ainda reconhecido como Deus e Senhor, e a Igreja não está presente". (DAp 376).
Deve ser assim comigo, com você. Amar é estar disposto a nos dedicar a um projeto pessoal para ir ao encontro do outro que precisa de mim.

3- Oração (Vida)

- O que a Palavra me leva a dizer a Deus? "É necessário aprender a orar, voltando sempre a aprender esta arte dos lábios do Mestre", disseram os Bispos no Sínodo, em 2008. Jesus Mestre nos ensinou a orar e na sua oração está todo o conteúdo da nossa missão. Rezo, agora, o Pai Nosso, lentamente, observando bem o sentido de cada palavra.
PAI NOSSO
Pai nosso que estais no céu, santificado seja o vosso nome, venha a nós o vosso Reino, seja feita a vossa vontade, assim na terra como no Céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje; perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido, e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal. Amém.

4- Contemplação (Vida e Missão)

- Qual o meu novo olhar a partir da Palavra?
Hoje, quero viver como discípulo/a missionário/a de Jesus Mestre, pensando nos meus irmãos que precisam de vida. Nos encontros, e também nos desencontros, se houver, rezarei uma bênção sobre cada pessoa, como o fez são Paulo:
"Graça e Paz para você! Quando for visitá-lo, levarei comigo muitas bênçãos de Cristo". (Rm 15,29)

Bênção

- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.
Fonte: Catequese Católica