sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Vídeo- Encontro da Juventude Cáritas- 2014


Vídeo-Campanha Mundial “uma família humana, pão e justiça pra todas as pessoas”


Semana da Solidariedade

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte (MG)

A Cáritas Brasileira promove a Semana da Solidariedade, de 7 a 14 de novembro, no amplo contexto da campanha mundial inspirada pelo tema “Uma família humana: pão e justiça para todas as pessoas”. Com simplicidade, está feito o convite à reflexão sobre a realidade da fome e da pobreza no Brasil. Essa pauta tem relevante significação cidadã e indispensável força educativa. A vivência desta Semana da Solidariedade é “oportunidade de ouro” para qualificar a insubstituível sensibilidade social que deve temperar a cidadania. Um tempero que precisa ser renovado no coração dos adultos, cultivado no coração das crianças, na mente e nas convicções dos jovens. Não investir no compromisso com a solidariedade produz lacunas muito sérias nos cenários sociais.

O consequente tratamento inadequado e equivocado da natureza, gerando prejuízos e catástrofes muito sérias e a escassez de bens vitais, é uma das consequências da falta de solidariedade que, infelizmente, caracteriza certos comportamentos sociais e políticos. Sabe-se que a sociedade é edificada por instituições e organizações, articulações e contribuições técnicas de todo tipo. No entanto, se o sentido nobre de solidariedade for desconsiderado, as muitas dinâmicas tornam-se fadadas ao fracasso e surgem descompassos diversos, que pesam sobre os ombros de todos, particularmente dos mais pobres e indefesos.
A solidariedade é bem vital e determinante dos rumos da sociedade e, por isso, torna-se indispensável que todos busquem caminhos para superar um gravíssimo problema: o desperdício de alimentos. A Semana da Solidariedade começa no Dia de Mobilização Nacional de Combate à Fome e à Pobreza, 7 de novembro, data que busca a união de todos contra o desperdício e incentiva o apoio à agricultura familiar. A mobilização também pede a efetivação de políticas públicas que garantam o direito à alimentação. Um caminho de grande importância, que inclui metas, exige entendimentos e ações para superar contradições que prejudicam a justiça.
Aqui se desenha um cenário com enormes desafios e exigências, indicando o quanto é necessário aprimorar o tratamento da realidade e a aplicação das políticas públicas. A complexidade dessa realidade não pode justificar indiferenças, desconhecimento e pouco empenho para realizar mudanças que, ao serem adiadas, retardam a urgente e necessária superação da miséria que pesa ainda sobre os ombros de muitos. Ainda que a ONU divulgue que o Brasil está fora do mapa mundial da fome, tendo-a reduzido em 50%; e a extrema pobreza, em 75%, além de ter alcançado a meta dos objetivos de desenvolvimento do milênio com mais de um ano de antecedência, há um exigente caminho a ser percorrido. Este percurso inclui políticas públicas mais audaciosas e emancipatórias, como também não pode dispensar o sentido cidadão de solidariedade que deve mover a mente e o coração de cada pessoa.
As estatísticas não podem permitir acomodação e tranquilidade diante da meta atingida. Enquanto houver um irmão passando fome no Brasil, ou em qualquer canto do mundo, a consciência cidadã deve doer. É muito fácil não se deixar incomodar. Até porque nem sempre se vê, ou até se sabe, a respeito dos que passam fome e são vítimas de injustiças. Apesar dos muitos avanços, ainda temos regiões, não tão longe de nós, convivendo com a fome. Segundo cálculos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o número de indigentes no país cresceu de 10,08 milhões, em 2012, para 10,45 milhões no ano passado. Trata-se de um aumento de 3,7%, o primeiro desde os 10% de 2003. No mundo, 805 milhões de pessoas - uma em cada nove - sofrem de fome crônica, segundo o relatório “O Estado da Insegurança Alimentar” da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
Para superar as situações de miséria não bastam ações aleatórias, as iniciativas políticas estratégicas, transformadoras e emancipatórias, precisam ser fundamentadas pelo compromisso cidadão e cristão de combater o desperdício. O volume de alimentos produzidos no Brasil, por exemplo, é 25% superior à necessidade de toda a população do País. Em todo o mundo, segundo as Nações Unidas, cerca de um terço de todos os alimentos produzidos é perdido ou desperdiçado, volume equivalente a mais de 1,3 bilhão de toneladas de comida – e a cerca de um trilhão de dólares, o suficiente para alimentar 870 milhões de pessoas. O modelo de produção, beneficiamento e outros aspectos somados ao desperdício, responsabilidade de cada indivíduo e das instituições, perpetuam a vergonhosa realidade da fome. Sendo assim, cada um é convidado a disciplinar-se, dia a dia. É preciso utilizar os bens da criação na medida necessária, sem excessos.
Compreender a solidariedade como princípio ordenador de instituições e da conduta cidadã elava a capacidade para transformar o que é urgente mudar. E esse entendimento do que é, de fato, solidariedade, levará os cidadãos a terem clareza do débito de cada um para com a sociedade. Que o horizonte desafiador da fome inspire a vivência desta Semana da Solidariedade, para gerar novas posturas e ações. De modo especial, que cada um desperte para o compromisso efetivo com a solidariedade, em gestos grandes e pequenos. Trata-se de nobre sentimento, o único remédio capaz de devolver e manter equilíbrios na sociedade contemporânea.
 Fonte:CNBB

Várias atividades marcam dia de mobilização da Campanha Mundial da Cáritas

cartaz-oficial-da-semana-de-solidareidade500Amanhã, dia 7, daremos início à mobilização nacional da Campanha Mundial “Uma família humana, pão e justiça para todas as pessoas”, atividade que acontece dentro da semana de solidariedade promovida pela Cáritas Brasileira.
A semana de solidariedade é um tempo especial e uma oportunidade para pensarmos e refletirmos sobre nossas atitudes para tornar o mundo cada vez melhor, principalmente no que se refere às praticas para superação da fome e pobreza no mundo.
Em Fortaleza serão realizadas duas atividades para marcar essa data. Uma delas será a realização de um ato no bairro Jangurussú na Associação de catadores/as (Ascajan), na Rua Estrada do Itaperi, 1665 a partir das 16h com visita as famílias e um cortejo pelas ruas do bairro. No percurso, em uma das paradas, será oficializada a abertura da campanha Dez Milhões de Estrelas – Uma luz pela Paz e pelo fim da fome no mundo.
A campanha será uma ação permanente e terá como intenção manter viva a chama da solidariedade no sentido de promoção da paz e justiça social representada simbolicamente por uma vela. Na noite de natal, num gesto solidário, as famílias acenderão suas estrelas que irradiarão desejos de paz, amor e de solidariedade.
A outra atividade será a realização de uma Missa no dia 09 de novembro às 8h no estúdio da TV Ceará, localizado na Rua Coronel potiguara, 1985.
Outras atividades estarão sendo realizadas em todas as Cáritas do Brasil, confira no site: www.caritas.org.br e na fanpage do regional Ceará: https://www.facebook.com/ CaritasRegionalCeara.
Todas essas ações tem um sentido único, fortalecer a luta e a esperança das comunidades de agricultores/as, catadores/as, movimentos de mulheres, organização de adolescentes e juventudes, agentes, instituições parceiras da Cáritas na construção de uma sociedade cada vez mais justa e fraterna.
Mais informações:
Raquel Dantas (85) 9936 5373 / Jeane Freitas (85) 9808 1066 – 3231 4783 / Cáritas Arquidiocesana de Fortaleza (85) 3388 8716 / Ana Maria Freitas (85) 8614 3495 /Paulo José (85) 8710 9390.

Pastorais Sociais, CEBs e Organismos da Arquidiocese de Fortaleza realizam assembleia anual

florNos dias 8 a 9 de novembro as Pastorais Sociais, CEBs e Organismos da Arquidiocese de Fortaleza realizam sua assembleia anual com os objetivos de avaliar as ações de 2014; proporcionar um momento de reflexão e aprofundamento sobre a caminhada das Pastorais Sociais, CEBs e Organismos e planejar as ações conjuntas em 2015. A Exortação Apostólica escrita pelo papa Francisco, “Evangelii Gaudium”, será o tema de estudo facilitado pelo professor Geraldo Frenken. Além disso, os participantes irão obter informações sobre o Centenário da Arquidiocese de Fortaleza que terá inicio no dia 14 de novembro de 2014, às 18h30, na Catedral Metropolitana de Fortaleza. Uma nova coordenação também será escolhida durante a assembleia. A assembleia acontece no Centro de Pastoral Maria Mãe da Igreja, entrada pela Rodrigues Junior, 300. Veja aqui a programação completa.
Saiba mais
A Articulação é um coletivo de Pastorais e Organizações da Igreja Católica que congrega ações junto aos excluídos e excluídas na Arquidiocese de Fortaleza. A articulação é um trabalho em rede com a finalidade de animar e articular as Pastorais Sociais com o objetivo de fortalecer a ação conjunta da Igreja.
A opção por trabalhar em conjunto surgiu da necessidade das Pastorais Sociais darem uma resposta mais concreta à população de excluídos e excluídas que participam das suas ações. Esse trabalho articulado começou no início da década de 1990. Desde o ano de 2008 a articulação vem fortalecendo o trabalho em conjunto acreditando com isso oferecer um serviço mais qualificado. Atualmente, fazem parte dessa articulação: Pastoral da Criança, Pastoral do Menor, Pastoral da Pessoa Idosa, Pastoral da Saúde, Pastoral da AIDS, Pastoral da Sobriedade, Pastoral Operária, Pastoral dos Pescadores, Comissão da Pastoral da Terra, Pastoral do Povo da Rua, Pastoral Carcerária, Pastoral da Mulher Marginalizada, Pastoral do Migrante, Pastoral Afro, Pastoral da Juventude do Meio Popular, Pastoral dos Surdos, CEBs, Caritas Arquidiocesana de Fortaleza, Curso de Verão na Terra do Sol, Centro de Defesa e Promoção dos Direitos Humanos da Arquidiocese de Fortaleza e Pastorais Sociais das Regiões Episcopais.
Ao longo de 2014, a articulação tem se encontrado mensalmente, em reuniões da equipe de articulação e em reuniões ampliadas, ou seja, abertas às coordenações de todas as Pastorais e Organismos envolvidos.
Informações com Tita [85]  85993109, titanobre@yahoo.com.br ou com Sinval [85] 86434074, sinvalnunes@yahoo.com.br .

Edificar a Igreja

Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém do Pará (PA)

A Liturgia da Igreja tem um rito altamente significativo, a Dedicação do Templo e do Altar, com o qual os edifícios destinados ao uso do culto são "separados", "consagrados". Na ocasião, a celebração se inicia com a entrega do templo ao Bispo, que faz a Dedicação e o devolve ao uso da Comunidade a que se destina. Anualmente celebra-se a festa alusiva a este gesto sagrado, para que cresça a consciência da vocação cristã e o sentido de pertença à Igreja. Dentre todos os templos edificados pelo mundo afora, ganha destaque a Basílica do Santíssimo Salvador em São João de Latrão, também chamada de Catedral de Roma, a Sede que preside à caridade, onde o Papa toma posse de sua missão como "Bispo de Roma". Porque é Bispo de Roma é que lhe cabe o primado na Igreja. Anualmente, no dia nove de novembro, a Dedicação da Basílica do Latrão é comemorada solenemente e oferece bela oportunidade para um conhecimento maior da própria Igreja.

Nossas grandes cidades assistem ao crescimento urbano desafiador, que exige uma atenção especial de todas as pessoas que se sentem responsáveis pela Igreja. Impressiona fortemente a dedicação de homens e mulheres que se organizam, conduzidos pela liderança de tantos dedicados sacerdotes, para a construção das igrejas e Capelas. Edifica-me ver as muitas ofertas semelhantes às duas moedas da viúva pobre elogiada por Jesus no Evangelho (Cf. Mc 12, 42-43). De vez em quando escuto observações de pessoas sobre as construções de nossos templos: "Obra de Igreja não termina nunca!" E é verdade, pois os muitos mutirões, coletas, campanhas de todo tipo, tudo é feito com boa vontade, especialmente dos mais pobres! Prolongado o tempo para a construção, magnífico aprendizado que se realiza!
E aqui está a primeira das muitas lições: a edificação da Igreja é obra perene, e o acabamento da imensa obra espiritual só acontecerá na Jerusalém celeste. Quem entra na Igreja, chega para participar de uma imensa tarefa, que envolve a todos, pois Igreja é missão! As portas que desejamos abertas, de todas as igrejas e capelas, sejam o sinal daquele que é a porta das ovelhas, o próprio Senhor Jesus Cristo (Cf. Jo 10, 7). Para que todos os homens e mulheres venham a passar por ele, o olhar dos cristãos que já o encontraram deverá ampliar-se para alcançar a todos. Certamente os cristãos leigos e leigas têm à disposição um imenso leque aberto de contatos, oportunidades de diálogo e evangelização direta, muito mais do que os Bispos e Padres. É que seu campo de ação e seu desafio é o imenso mundo das profissões, do relacionamento social de todo tipo, o corpo a corpo do diálogo com as diversas estruturas do mundo. Igreja é convocação, chamado universal à salvação.
O fundamento da missão da Igreja se encontra no Sacramento do Batismo, no qual todos recebemos uma tríplice tarefa: profetas, para anunciar a Palavra da verdade; sacerdotes, com a graça para oferecer tudo a Deus, como sacrifício agradável; reis e pastores do reinado de Cristo, para edificar na caridade o relacionamento fraterno em todo lugar. Daqui nasce a igualdade fundamental na dignidade e na responsabilidade, com a qual todos se sentem membros vivos da Igreja de Cristo. Não dá para imaginar um cristão de verdade que se acomode na passividade diante dos problemas de nosso tempo. Quem vai à missa aos domingos, ali escuta a Palavra de Deus e se alimenta da Eucaristia, sai da Igreja-templo para construir a Igreja-Corpo de Cristo, vivendo o ensinamento do Apóstolo: "Há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. Há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. Há diferentes atividades, mas é o mesmo Deus que realiza tudo em todos. A cada um é dada a manifestação do Espírito, em vista do bem de todos. A um é dada pelo Espírito uma palavra de sabedoria; a outro, uma palavra de conhecimento segundo o mesmo Espírito. A outro é dada a fé, pelo mesmo Espírito. A outro são dados dons de cura, pelo mesmo Espírito. A outro, o poder de fazer milagres. A outro, a profecia. A outro, o discernimento dos espíritos. A outro, a diversidade de línguas. A outro, o dom de as interpretar. Todas essas coisas as realiza um mesmo Espírito, que distribui a cada um conforme quer" (1 Cor 12, 4-11).
Acolhendo a missão, prontos a edificar a Igreja, os cristãos abrem braços e corações para todos. Como numa família, saberão dar atenção a cada pessoa, levando em conta sua história. Na Igreja encontrem seu lugar os que se aproximam da fé, tocados pela Palavra de Deus e pelo testemunho dos fiéis. Não é discriminação oferecer-lhes o alimento espiritual que são capazes de absorver. Sejam amados e acompanhados os catecúmenos, admitidos ao processo de iniciação cristã. O tempo que lhes é dado para a formação, antes dos Sacramentos da Iniciação cristã, é fecundo da graça de Deus. Não faz bem precipitar os passos a serem dados, inclusive para respeitar seu amadurecimento pessoal. Cabem na Comunidade Eclesial as pessoas que estão num processo de conversão e penitência, quem sabe depois de estradas nem sempre bonitas, percorridas pelo mistério da liberdade humana. Acolhê-los e acompanhá-los com paciência, valorizando as descobertas da graça do Senhor, da prática dos mandamentos e os frutos de uma escuta amorosa da Palavra de Deus, é o caminho pedagógico suscitado pelo amor de Cristo por eles. Trabalhe-se fervorosamente para que encontrem decididamente a estada da vida nova!
Que dizer das famílias, Igreja Doméstica, na graça de ser esposo e esposa, pai, mãe, filhos e filhas, irmãos e irmãs? Deus seja louvado por estas porções preciosas do Corpo de Cristo, presentes no recesso do lar, estrelas que brilham e apontam a todos o caminho do amor. É olhando para elas que os cristãos se animam a acompanhar com caridade ao mesmo tempo forte e cheia de ternura misericordiosa, as famílias em situação particular, tantas delas sem a graça do Sacramento do Matrimônio, mas lares a serem amados e valorizados, a fim de encontrarem o espaço de carinho e dedicação da Igreja. A verdade sobre o ideal da família santificada pela graça sacramental não as desanime, mas as conduza aos caminhos possíveis a cada situação.
E a Igreja se edifica com a contribuição das várias gerações. Igreja e sociedade sem crianças são privadas de vitalidade. Os casais que se abrem ao dom do filho, e filho e bênção (Cf. Sl 127, 1-5) constroem a Igreja do futuro! E mais dois polos da vida social e da Igreja encontrem seu lugar. Com a palavra o Papa Francisco: "Olhem! Eu penso que, neste momento, a civilização mundial ultrapassou os limites, ultrapassou os limites porque criou um tal culto do 'deus' dinheiro, que estamos na presença de uma filosofia e uma prática de exclusão dos dois polos da vida que constituem as promessas dos povos. A exclusão dos idosos, obviamente: alguém poderia ser levado a pensar que nisso exista, oculta, uma espécie de eutanásia, isto é, não se cuida dos idosos; mas há também uma eutanásia cultural, porque não se lhes deixa falar, não se lhes deixa agir. E a exclusão dos jovens: a percentagem que temos de jovens sem trabalho, sem emprego, é muito alta e temos uma geração que não tem experiência da dignidade ganha com o trabalho. Assim, esta civilização nos levou a excluir os dois vértices que são o nosso futuro. Por isso os jovens devem irromper, devem fazer-se valer; os jovens devem sair para lutar pelos valores, lutar por estes valores; e os idosos devem tomar a palavra, os idosos devem tomar a palavra e ensinar-nos! Que eles nos transmitam a sabedoria dos povos!" (Cf. Encontro com os jovens argentinos, na Jornada Mundial da Juventude).
Igreja, Povo de Deus! Venham todos a ajudarem na edificação da Igreja, Corpo de Cristo. Há lugar para todos no regaço amoroso do amor do Pai, na força do Espírito Santo que conduz a Igreja pelos caminhos do mundo, rumo à eternidade.
Fonte:CNBB

A visão da eucaristia no período pré-niceno

Dom Vital Corbellini
Bispo de Marabá - PA

Introdução
A eucaristia possui a centralidade, Jesus Cristo, corpo e sangue dele como alimento e bebida dados para as pessoas e para a humanidade. Ela é projeto de missão em direção aos outros. Estes pontos foram percebidos nos padres da Igreja, a centralidade em Cristo e a sua realização na comunidade cristã. A seguir dar-se-á a análise do período antecedente a Nicéia(325), uma vez que tal argumento foi bastante desenvolvido em toda a patrologia e patrística posteriores.

1. A eucaristia seja celebrada na unidade
O tempo apostólico nos padres da Igreja foi o período sucessivo à revelação, no qual os escritos refletiam a pregação apostólica. A eucaristia(Eucharístia), termo grego referente à ação de graças, designou a ceia cristã. Na comunidade primitiva a celebração eucarística e a partilha dos alimentos formavam um só conjunto de coisas de modo a chamar-se ágape, ceia fraternal. Ela também foi chamada de fractio panis, a fração do pão.
Didaqué enfatizou a celebração, no dia do Senhor, o domingo. Os fiéis se reuniam para partir o pão e para agradecer os benefícios recebidos. A obra apresenta uma oração sobre o pão partido e sobre o cálice com vinho. Ela previa uma oração de agradecimento depois da eucaristia: “Nós te agradecemos, Pai santo, por teu santo nome, que fizeste habitar em nossos corações, e pelo conhecimento, pela fé e imortalidade que nos revelastes por meio do teu servo Jesus. A ti a glória para sempre. Tu, Senhor Todo-Poderoso, criaste todas as coisas por causa do teu nome, e deste aos homens o prazer do alimento e da bebida, para que te agradeçam. A nós, porém, deste uma comida e uma bebida espirituais, e uma vida eterna por meio do teu servo”.
Clemente, bispo de Roma de 92 até 100/101, suplicava a todos à unidade, ponto reforçado à ordem da criação, como algo querido por Deus. Como há um só Deus, há um só Cristo, também um só Espírito de graça, que foi derramado sobre nós, e uma só vocação em Cristo. Clemente dizia que Deus ordenou as coisas em sua memória; aos sacerdotes foram conferidos os ofícios litúrgicos, entendidos na ligação da eucaristia.
No início do segundo século atuou o bispo Inácio de Antioquia. Três dados importantes são colocados na sua doutrina a respeito da eucaristia. Em primeiro lugar ele tem presente uma conceituação precisa: Ela é louvor e súplica a Deus a qual exige fé e caridade, permitindo encontrar o Cristo e a vivência da ágape, do amor fraterno. Ela está ligada ao martírio, forma de seguimento a Cristo até as últimas conseqüências. Em segundo lugar ela é presidida pelo bispo sem o qual não existiriam batismo, nem ágape, nem eucaristia. Em terceiro lugar, este bispo realçou os efeitos da eucaristia, cujo poder é a destruição de Satanás porque as suas forças são vencidas e o seu poder demolido. Ela leva à unidade porque há uma carne em Cristo Jesus e um só cálice que nos unem no seu sangue.
Ainda no período apostólico houve a Carta de Barnabé que falava do oitavo dia como o dia no qual Jesus ressuscitou dos mortos e subiu aos céus. A obra realçava a celebração eucarística, celebrada no domingo, primeiro dia da semana, como dia da nova criação e por isto havia a necessidade de celebrá-lo com fé e amor.
2. A eucaristia ocupa um lugar central na comunidade cristã.
O período apologista teve presentes a eucaristia, como memória de Cristo Jesus na comunidade cristã. Justino de Roma, martirizado em 165, deu uma descrição importante da celebração dominical e da eucaristia, afirmando que no dia chamado “do sol”, os fiéis que moravam nas cidades ou nos campos, se reuniam, liam as Memórias dos Apóstolos, isto é, os evangelhos ou os escritos dos profetas. Em seguida, elevavam-se a Deus preces e depois se ofereciam pão, vinho e água e o presidente elevava até Deus tais oferendas e todos diziam “Amém”. Depois havia a distribuição e participação para cada um dos presentes dos alimentos consagrados e o seu envio aos ausentes através dos diáconos. Em segundo lugar, em Justino nós temos a teologia da eucaristia. Ele afirmava a respeito da eucaristia que os cristãos tomavam através da celebração não era um pão comum ou bebida ordinária, mas ela estava em ligação com Jesus Cristo, feito carne e sangue para a nossa salvação. Tal alimento sobre o qual era dita ação de graças e na qual houve uma transformação, o nosso corpo e sangue se nutrem, era a carne e o sangue daquele mesmo Jesus encarnado que viveu na Palestina.
No final do segundo século surgiu a figura de Irineu de Lião. Ele insistiu na sua doutrina que a eucaristia ocupasse o centro da visão de mundo e da historia. Ele criticou os gnósticos porque estes negavam a presença de Cristo na eucaristia e da ressurreição da carne. Ele ressaltava a presença real do corpo e do sangue de Cristo na eucaristia; assim as espécies do pão e do vinho não são apenas salvos, mas salvadores, veículos da graça, porque neles está o corpo e sangue de Cristo. A eucaristia é a celebração do amor misericordioso de Deus; é o sacrifício da Nova Aliança dado de uma forma integral. A eucaristia fortifica a carne humana. Assim é impossível negar que a carne seja incapaz de receber o Dom de Deus que consiste na vida eterna pelo fato de ser alimentado pelo corpo e sangue de Cristo.
A Tradição Apostólica de Hipólito de Roma falava da comunhão dominical que o bispo distribuía o pão consagrado a todo o povo com as próprias mãos de modo que os diáconos e os presbíteros partiam-no. Este escrito também tinha presente a função dos diáconos que ofereciam as oferendas do pão e do vinho ao bispo para que este desse graças sobre os mesmos para tornarem-se o corpo e o sangue de Cristo. O autor dizia que a eucaristia é alimento superior ao maná no deserto e que impossibilita a morte eterna. Ele interpretava as palavras do Senhor que afirma ser o pão descido do céu; os pais no deserto comeram e morreram; ao invés quem come o pão do Senhor não verá a morte para sempre.
3. A visão da eucaristia no terceiro século
Tertuliano, sendo um dos maiores teólogos e cristólogos do período pré-niceno, falou da eucaristia como sacramentum, o convívio, a Ceia do Senhor. O autor era convicto da presença real de Cristo na eucaristia porque se confrontou com os marcionitas os quais diziam que Cristo Jesus não tivesse morrido sobre a cruz. Dessa forma, se fosse assim, para Tertuliano, Cristo não estaria presente sobre os altares na comunhão.
Tertuliano diz que Cristo é o pão da vida; aquele que desceu do céu. Assim Ele criticou todos aqueles que ignoravam, sobretudo os judeus, o pão que vem lá de cima, prometido aos seus fiéis, ligando-o à vida divina. Ele teve presente a assembléia eucarística onde se realizava a eucaristia, a qual proporcionava a reconciliação entre as pessoas. Quem comunga é chamado a viver o amor do Senhor no meio das pessoas e da comunidade. A eucaristia foi instituída pelo Senhor num momento de uma ceia e Ele o deu para todos, de modo que nós o recebemos nas assembléias onde se louva a Deus e recebesse o dom nas mãos daqueles que a presidem.
Tertuliano deu uma bonita descrição da comunidade no norte africano. Nesta reforçava-se uma única fé, disciplina e esperança solidária. Ali se rezava pela ordem das coisas, a paz no mundo e as autoridades em cuja responsabilidade está o destino das coisas. Os fiéis se encontravam para ler e comentar as Sagradas Escrituras. Nas reuniões realizadas havia lugar também às exortações em vista de uma melhor preparação da sagrada reunião, a qual também apontava à eucaristia.
Este autor falava também da oração pelos mortos que era feita na eucaristia. Referindo-se à viúva, diz que ela rezava pela alma do marido, suplicando-lhe o repouso eterno, oferecendo para ele o sacrifício eucarístico no reconhecimento da sua morte.
No terceiro século surgiu a figura de Clemente Alexandrino o qual em primeiro lugar lia a oferta de Melquisedech ao Senhor com pão e vinho, símbolo da eucaristia. Em segundo lugar reconhecia a eucaristia como sacrifício da Nova Aliança, sendo único pelo fato que ele aconteceu na cruz, e por isto ela é também sacrifício único na igreja.
Ainda no terceiro século, Orígenes valorizou o sacramento da eucaristia porque Cristo é o alimento das pessoas, nutrimento de suas almas. Ele afirmava a presença do Senhor nas espécies do pão e do vinho, em uma forma misteriosa. Ele tinha presente o memorial no qual Cristo mandou que os seus discípulos o celebrassem em seu nome, perpetuando desta forma a eucaristia na comunidade cristã.
Orígenes dizia que o vinho novo é dado na eucaristia e também na realidade futura, onde todos participarão da vida divina. As palavras de Cristo continham a promessa que os fiéis com fome e sede serão saciados. Ele dizia que os cristãos tomam o sangue do Senhor, aspecto que causava escândalo para os judeus que disseram: quem pode comer a carne e beber o seu sangue? No entanto, o povo fiel ouve tais coisas, abraça-as e segue as palavras daquele que disse: “Se não comereis a minha carne e não bebereis o meu sangue não tereis a vida em vós mesmos; porque a minha carne é verdadeiramente comida e o meu sangue verdadeiramente bebida”.
Já Cipriano, martirizado em 258, associava a eucaristia com a paixão, morte e ressurreição de Cristo. Os seus sofrimentos estão presentes em todos aqueles que sofriam nos cárceres. Dirigindo-se aos confessores ele dizia que todos, incluindo-se ele próprio, encontravam-se na prisão; no entanto ele afirmava algo os une sejam os que estão na liberdade, sejam os encarcerados; a oração na comunidade onde também se celebrava o sacrifício da eucaristia. O Espírito Santo desce para transformar as espécies do pão e do vinho em corpo e sangue do Senhor Jesus. A eucaristia é sinal de unidade da Igreja e de Cristo, de modo que fora da comunidade ela não pode se realizar. Ele criticou aqueles que celebravam a eucaristia fora da comunidade porque tal sacramento não espelha a unidade que deriva do alto, a autoridade divina. O Senhor disse aos seus discípulos; “Eu e o Pai somos um” e também: “E haverá um só rebanho e um só Pastor”.
Cipriano ligava a eucaristia junto com a vida. Se o fiel aproxima-se de Cristo, é convidado a realizar algo em favor dos pobres, como também ele não pode cometer ações abomináveis contrárias ao espírito da unidade do sacramento da eucaristia. Assim elimina-se o veneno da discórdia e da inveja no ânimo das pessoas. A eucaristia é o alimento para viver o mandamento do amor de Deus no mundo. Ela seja recebida em contexto de reconciliação para possibilitar uma vida conforme o sentido da palavra do Senhor que exige de todos os fiéis a conversão e o amor recíproco.
Por fim, neste período, houve a figura de Dionísio de Alexandria, um importante bispo após a segunda metade do século terceiro, trazendo um fato importante a respeito da eucaristia, cuja narração é encontrada em História Eclesiástica de Eusébio de Cesaréia . Na sua diocese (Alexandria) havia uma pessoa, chamada Serapião, ancião fiel mas que se tornou lapso(caído), na perseguição do Imperador Décio(249-251). Ele pedia perdão, mas ninguém lhe dava atenção porque ele havia sacrificado. Ficando doente, permaneceu três dias sem falar e estava inconsciente. No quarto dia, melhorou um pouco de modo que disse ao neto para que fosse até o sacerdote a fim de que este lhe fizesse uma visita. Logo em seguida perdeu de novo a voz. O menino foi até o sacerdote; era noite, mas também este se encontrava doente. Como ele tinha concedido o perdão dos pecados aos que lhe suplicavam, sobretudo no momento da morte, o sacerdote, na impossibilidade de chegar até ao ancião, entregou ao menino, um pedacinho do pão eucarístico, dando-lhe a recomendação de molhá-lo e em seguida, colocá-lo na boca do ancião. Estando já perto de casa, ao saber que o menino tinha consigo a eucaristia, o ancião voltou a si de novo suplicando ao neto que fizesse depressa o que o sacerdote havia ordenado para assim partir. O menino colocou a eucaristia na água e logo em seguida, derramou na boca do velho; este o ingeriu e imediatamente entregou o espírito ao Senhor. Percebe-se neste relato que a eucaristia prepara as pessoas ao encontro do Senhor na hora da morte.
Concluindo, este período que vai até a primeira metade do quarto século(325), pelo Concilio de Nicéia, é possível ver alguns pontos importantes a respeito da eucaristia: ela é o memorial da paixão, morte e ressurreição de Cristo, recordando as coisas que o Senhor fez na última ceia. Ela seja feita em união com a Igreja e comunidades dos fiéis; ela é alimento para vida divina, a qual prepara-nos à incorruptibilidade. Há uma manifestação de fé pela presença real de Cristo na eucaristia; quem a recebe é impulsionado à uma prática de vida feita em comunhão consigo mesmo, com os outros e com Deus. A pessoa é chamada a fazer caridade sobretudo, com os mais necessitados. Ela é alimento que possibilita o ser humano à superação das tentações e por fim a eucaristia seja realizada com a presença de um ministro designado pela Igreja: bispo e/ou presbítero.
Os ensinamentos que os padres elaboraram a respeito da eucaristia sirvam para iluminar a nossa realidade para que esta fonte da vida no seguimento a Cristo possibilite a comunhão de todos com o Senhor Jesus, pão descido do céu para a nossa vida presente e futura. Pela eucaristia sejamos discípulas, discípulos, missionárias e missionários de Jesus Cristo na família, na comunidade e na sociedade.
Fonte: CNBB

Avaliar para Avançar

 Dom Canísio Klaus
Bispo de Santa Cruz do Sul (RS)

Em meados de novembro começa o período de avaliações e planejamentos. Isso acontece nas empresas, escolas e igrejas. Na Diocese de Santa Cruz do Sul, o período é de reuniões para avaliar a ação evangelizadora desenvolvida ao longo do ano, definir as prioridades para 2015 e ajustar o quadro de padres, lideranças e conselhos para levar em frente o trabalho de pastoral.

O ano de 2014 foi marcado pelos jogos da Copa do Mundo no Brasil e pelas eleições para a assembléia legislativa, câmara federal, senado, governo do Estado e presidência da República. Em nível de Igreja, o ano foi marcado pela Campanha da Fraternidade sobre o tráfico humano e pelo sínodo extraordinário sobre a família.  Para a Diocese de Santa Cruz do Sul, 2014 está sendo o ano de firmar a Pastoral Familiar, iniciar um novo processo de formação com o Curso de Teologia Popular e ano de adaptação dos prédios da Mitra às exigências de segurança do Corpo de Bombeiros.
Em 2015 deveremos continuar com estes projetos, incluindo mais duas turmas no Curso de Teologia Popular, organizando uma etapa regional da Escola Cristã de Educação Política e dinamizando o processo de Iniciação à Vida Cristã. Deveremos também abraçar a nova Campanha da Fraternidade, que nos convida a rever as relações entre Igreja e Sociedade, firmando parcerias naquilo que podemos e exercendo papel profético de denúncia quando os valores evangélicos forem colocados em risco. Vai ser o ano de renovar nosso compromisso no cuidado com a vida, conforme indica nosso Plano de Pastoral.
Em nível de Igreja Católica Universal, 2015 nos reserva o Sínodo Ordinário sobre a Família, quando tudo aquilo que foi conversado no Sínodo Extraordinário vai ser revisto e encaminhado ao Papa para que publique o resultado em forma de Exortação Apostólica. Aí sim, teremos uma orientação clara e atualizada para os assuntos atinentes à família. Por isso é importante que as lideranças tomem nas mãos o Documento de Trabalho do Sínodo e encaminhem suas anotações para a CNBB Nacional.
Em âmbito de Brasil, 2015 poderá ser o ano da Reforma Política. Para “afastar das eleições o financiamento de empresas, melhorar o sistema eleitoral e aperfeiçoar a democracia direta”, a CNBB, junto com dezenas de outras entidades, está realizando um abaixo assinado que busca recolher 1 milhão e 500 mil assinaturas. Entendemos que a Reforma Política é importante para construir as bases de um país mais justo e fraterno.
Aproveitemos, portanto, este período de graça que o Senhor nos dá para avaliarmos, com profundidade, o que estamos fazendo e projetarmos, com responsabilidade, as ações para 2015. As avaliações e projeções também deverão ser feitas nas paróquias e pelos diversos organismos de pastoral.
Fonte:CNBB

Liturgia Diária

Invoquemos a presença do Espírito Santo para ler e refletir a liturgia de hoje:

Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor. Enviai o vosso Espírito e tudo será criado e renovareis a face da terra. 

Oremos: 

Deus que instruístes os corações dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito e gozemos sempre da sua consolação. Por Cristo, Senhor nosso. Amém.

Oração
Pai, torna-me esperto em relação às coisas do Reino, e sempre misericordioso no trato com o meu semelhante, pois é assim que alcançarei a comunhão contigo.
Primeira leitura: Fl 3,17-4,1
Leitura da Carta de São Paulo aos Filipenses
3,17Sede meus imitadores, irmãos, e observai os que vivem de acordo com o exemplo que nós damos. 18Já vos disse muitas vezes, e agora repito, chorando: há muitos por aí que se comportam como inimigos da cruz de Cristo. 19O fim deles é a perdição, o deus deles é o estômago, a glória deles está no que é vergonhoso e só pensam nas coisas terrenas. 20Nós, porém, somos cidadãos do céu. De lá aguardamos o nosso Salvador, o Senhor Jesus Cristo. 21Ele transformará o nosso corpo humilhado e o tornará semelhante a seu corpo glorioso, com o poder que tem de sujeitar a si todas as coisas. 4,1Assim, meus irmãos, a quem quero bem e dos quais sinto saudade, minha alegria, minha coroa, meus amigos, continuai firmes no Senhor.
. - Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Salmos: Sl 122
          — Que alegria, quando me disseram: "Vamos à casa do Senhor!"
— Que alegria, quando me disseram: "Vamos à casa do Senhor!"

— Que alegria, quando ouvi que me disseram: “Vamos à casa do Senhor!” E agora nossos pés se detêm, Jerusalém, em tuas portas.

— Jerusalém, cidade bem edificada num conjunto harmonioso; para lá sobem as tribos de Israel, as tribos do Senhor.

— Para louvar, segundo a lei de Israel, o nome do Senhor. A sede da justiça lá está e o trono de Davi. 
 
 
Evangelho: Lc 16,1-8
         - O Senhor esteja convosco.
          - Ele está no meio de nós.
          - Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo São Lucas.
          - Glória a vós, Senhor.

        Naquele tempo, 1Jesus disse aos discípulos: “Um homem rico tinha um administrador que foi acusado de esbanjar os seus bens. 2Ele o chamou e lhe disse: ‘Que é isto que ouço a teu respeito? Presta contas da tua administração, pois já não podes mais administrar meus bens’.
3O administrador então começou a refletir: ‘O Senhor vai me tirar a administração. Que vou fazer? Para cavar, não tenho forças; de mendigar, tenho vergonha. 4Ah! Já sei o que fazer, para que alguém me receba em sua casa quando eu for afastado da administração’.
5Então ele chamou cada um dos que estavam devendo ao seu patrão. E perguntou ao primeiro: ‘Quanto deves ao meu patrão?’ 6Ele respondeu: ‘Cem barris de óleo!” O administrador disse: ‘Pega a tuaconta, senta-te, depressa, e escreve cinqüenta!’ 7Depois ele perguntou a outro: ‘E tu, quanto deves?’ Ele respondeu: ‘Cem medidas de trigo’. O administrador disse: ‘Pega tua conta e escreve oitenta’.
8E o Senhor elogiou o administrador desonesto, porque ele agiu com esperteza. Com efeito, os filhos deste mundo são mais espertos em seus negócios do que os filhos da luz”.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
 
Comentário do Evangelho
Jesus não consente com a desonestidade do administrador.
Este trecho do evangelho precisa ser compreendido em conexão com o capítulo anterior e, de modo particular, com a parábola do Pai misericordioso (Lc 15,11-32). Nessa parábola, o filho mais novo, tendo saído de casa livremente e ao experimentar a vida se desumanizar longe da casa do pai, deseja regressar e usa dos meios de que dispõe para ser readmitido pelo pai. É nesse particular que as duas parábolas têm o seu ponto de intercessão. No texto de hoje, convém eliminar, logo de saída, um possível equívoco: Jesus não consente com a desonestidade do administrador. O que é sublinhado pela parábola é a habilidade e o empenho de alguém empregar os meios para alcançar um determinado fim. O administrador infiel utiliza sua inteligência para encontrar o meio de assegurar a sua felicidade. Transpondo para a vida cristã, poderíamos dizer que Jesus estimula os discípulos a buscarem os meios para entrarem no Reino de Deus. Não quaisquer meios, pois no Reino de Deus se entra pela “porta estreita”.
 
Leitura Orante

Oração Inicial

Preparo-me para a Leitura Orante, fazendo uma rede de comunicação
e comunhão em torno da Palavra com todas as pessoas que se neste ambiente
virtual.
Graça e Paz a todos os que se reúnem aqui, na web, em torno da Palavra.
Jesus Mestre, creio com viva fé
que estais aqui presente, junto de mim,
para indicar-me o caminho que leva ao Pai.
Iluminai minha mente, movei meu coração,
para que esta meditação produza em mim frutos de vida.

1- Leitura (Verdade)

1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Leio com atenção, a Bíblia, o texto de hoje: Lc 16,1-8 que narra a parábola do administrador desonesto.
Muitos acham esta parábola desconcertante. Ela diz claramente que o administrador era desonesto. E, no entanto, o patrão o louva. Mais ainda: Jesus o apresenta como modelo. O administrador usa de sua esperteza. Procura se cercar de amigos. E os faz através dos devedores do seu patrão. O recurso que utiliza é engenhoso e desonesto. O patrão admira o seu engenho.
Podemos entender assim: na parábola de Jesus, Deus é o patrão defraudado que nos recebe no seu Reino, apesar de nossa pobre administração.

2- Meditação (Caminho)

O que o texto diz para mim, hoje?
Os bispos na Conferência de Aparecida lembraram: “Dos que vivem em Cristo se espera um testemunho muito crível de santidade e de compromisso. Desejando e procurando essa santidade não vivemos menos, mas melhor, porque, quando Deus pede mais, é porque está oferecendo muito mais: “Não tenham medo de Cristo! Ele não tira nada e nos dá tudo!”(DAp 352).
E eu me interrogo: Como é meu testemunho? De santidade? De compromisso?

3- Oração (Vida)

O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo, espontaneamente, com salmos e concluo com a oração:
Jesus Mestre,
agradeço-vos pelas luzes que me destes nesta reflexão.
Perdoai-me, pelos limites
que me impediram de fazê-la melhor.
Ofereço-vos a resolução que tomei
e que espero viver, com a vossa graça.
Maria, Rainha dos Apóstolos, rogai por mim!

São Paulo Apóstolo, rogai por nós!

4- Contemplação (Vida e Missão)

Qual meu novo olhar a partir da Palavra? Sinto-me discípulo/a de Jesus.Meu olhar deste dia será iluminado pela presença de Jesus Cristo, pelo compromisso que assumo com o Reino de Deus.

Bênção

Rezo com o bem-aventurado Alberione:
Jesus e Maria, dai-me a vossa bênção:
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém
Ó Jesus Mestre, Verdade-Caminho-Vida, tem piedade de nós.
Fonte: Catequese Católica