quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Conheça as intenções de oração do Papa Francisco para dezembro

Praça São Pedro no Natal. Foto: L'Osservatore Romano.
VATICANO, 01 Dez. 14 / 01:42 pm (ACI/EWTN Noticias).- A Santa Sé divulgou nesta segunda-feira as intenções do Papa Francisco para o mês de dezembro, dedicadas ao Natal, à paz, e ao papel dos pais como “autênticos evangelizadores”.

Assim, “a intenção universal do apostolado da oração do Santo Padre para o mês de dezembro de 2014 é: ‘Para que o nascimento do Redentor traga paz e esperança a todos os homens de boa vontade’”.

“Sua intenção evangelizadora é: ‘Para que os pais sejam autênticos evangelizadores, transmitindo aos filhos o dom precioso da fé’”, informou a Santa Sé.
Fonte: Acidigital

Francisco: voz dos que não tem voz

geovane200Por Padre Geovane Saraiva*
Jesus quer sempre salvar o seu povo e saciar sua fome de dignidade, nada se pode coibir na ação de Deus, a qual se manifesta mesmo quando nos deparamos com resistência e ventos contrários. Como é salutar às pessoas sentirem-se envolvidas em luz e confiantes na proteção divina, tal como rezamos no Livro Sagrado: “O Senhor é minha luz e salvação; de quem eu terei medo? O Senhor é a proteção de minha vida; perante quem eu tremerei?” (cf. Sl 27,1). São João da Cruz, ao nos assegurar que “No entardecer da vida seremos julgados pelo amor”, nos propõe um exigente programa de vida.
A respeito do pronunciamento do Papa Francisco no Parlamento Europeu em Estrasburgo – França (25.11.2014), a Imprensa internacional deu grande importância à sua boa nova, destacando os diversos temas abordados pelo Sumo Pontífice, nos dois discursos proferidos pelo Vigário de Cristo nas instituições europeias (Parlamento Europeu e Conselho da Europa). A Comissão dos Episcopados da Comunidade Europeia (COMECE) reunida em Bruxelas – Bélgica, no dia seguinte se manifestou, falando de uma autêntica “encíclica social”, para o Velho Continente. Em uma nota enviada à Agência ECCLESIA, o presidente do organismo que reúne os bispos católicos europeus, Cardeal Reinhard Marx, salienta que com o seu discurso ao Parlamento Europeu, o Papa argentino “sublinhou a importância da aliança europeia e a necessidade de levar a diante este projeto”. Deixou claro o Sumo Pontífice na sua mensagem que as pessoas devem ser o centro, não apenas “enquanto cidadãs ou sujeitos de uma economia… Mas enquanto homens e mulheres dotados de uma dignidade transcendental” e de “direitos inalienáveis”. Encíclica social porque o Santo Padre salientou como questão de vida ou morte a devida importância que se deve dar a Ecologia e o meio ambiente, trabalho e migrações foram outras matérias em destaque no discurso que o Papa Francisco pronunciou em Estrasburgo, perante o Parlamento Europeu e Conselho da Europa.
Sobre a questão dos emigrantes e itinerantes, o Cardeal Reinhard Marx frisa que o Papa argentino “colocou o dedo na ferida” ao falar da Ilha de Lampedusa, na costa italiana, que tem sido palco de incontáveis mortes de emigrantes africanos. Homens e mulheres, muitas vezes famílias inteiras que se jogam ao mar em busca de uma porta de entrada para a Europa, na esperança de um futuro melhor. “O Papa não se limitou a alertar os deputados europeus para o fato de o Mediterrâneo ter se transformado em um grande cemitério, desafiou-os a mostrarem-se solidários para com os problemas dos migrantes e a tomarem medidas concretas para a sua resolução”, complementa o presidente da COMECE. Sem esquecer o lado existencial das pessoas, afirmou o Bispo de Roma no Parlamento Europeu: “Uma das doenças que vejo mais difundidas hoje na Europa é a solidão, própria daqueles que não possuem vínculos”.
Voltando-me mais uma vez ao místico e poeta São João da Cruz, o qual nos presenteia com o poema “a noite escura da alma”, ao narrar os empecilhos do interior humano, no apego as coisas do mundo, no sentido de atingir o sentido completo da transcendência, que é a luz verdadeira de Deus, manifestado ao mundo no seu Filho Jesus. Deste modo, podemos caracterizar Francisco diante da realidade indizível e misteriosa do presépio como  outro São João da Cruz, na humilde súplica de paz: “Rezemos de modo especial por todos que sofrem perseguições por causa da fé”, lançando um convite à “esperança”, a não se deixar deprimir nem se assustar por causa da realidade feita de “guerras e sofrimentos”. O Papa recordou como as grandes construções que ignoraram Deus estão destinadas a desabar. Foi assim com a “malvada Babilônia”, que caiu na corrupção e a mesma coisa com a “distraída Jerusalém”, que caiu por ser “autossuficiente”, incapaz de perceber em Jesus o Salvador da humanidade. Neste sentido, Francisco convida-nos a dizer não a depressão e um sim à esperança. Para o cristão, a atitude reta é sempre a “esperança”, nunca a “depressão”, disse o papa na missa de 27.11.2014, dedicada à Bem Aventurada Virgem da Medalha Milagrosa, encarnada na espiritualidade das filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, a congregação que presta serviço nesta Casa. Babilônia é o “símbolo de qualquer sociedade, cultura ou pessoa que se afasta de Deus, do amor ao próximo, acabando por apodrecer em si mesma”. No fim, “Babilônia cai por causa do apego aos bem temporais, da corrupção e do afastamento de Deus”.
Concluo com as palavras do Romano Pontífice, voz dos que não tem voz, indignado com a dor, sofrimento e carência de toda natureza, nunca dormindo no ponto, bem longe da indiferença e do comodismo: “Quando pensamos no fim da nossa vida, do mundo – explicou – com todos os nossos pecados, com a nossa história pessoal, pensemos no banquete que nos será oferecido gratuitamente e levantemos a cabeça”. Não à “depressão”, sim à “esperança”. É verdade que “a realidade é feia: há muitos povos e cidades que sofrem; tantas guerras, ódio e inveja; muita mundanidade espiritual e corrupção”. Mas “tudo isto passará”. Eis o motivo pelo qual devemos “pedir ao Senhor a graça de estar preparados para o banquete que nos espera, com a cabeça sempre levantada”. Assim seja!
*Padre da Arquidiocese de Fortaleza, escritor, colunista, blogueiro, membro da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza, da Academia de Letras dos Municípios do Estado Ceará (ALMECE) e Vice-Presidente da Previdência Sacerdotal – Pároco de Santo Afonso – geovanesaraiva@gmail.com

Se seu filho ou filha dizem ter vocação à vida consagrada não crie resistência

Dom Demetrio Fernández, Bispo de Córdoba.Foto: Diocese de Valladolid
CÓRDOBA, 02 Dez. 14 / 11:29 am (ACI/EWTN Noticias).- O Bispo de Córdoba (Espanha), Dom Demetrio Fernández, enviou a sua carta pastoral semanal sobre o início do tempo litúrgico do Advento, que este ano coincide também com o começo do Ano da Vida consagrada.

“Na vida consagrada se dá o amor maior, aquele amor que é o único capaz de construir um mundo novo”, assegurou.

Conforme explicou o prelado, se trata de “um Ano dedicado a dar graças a Deus, a olhar o futuro com esperança e a viver o presente com paixão, aos 50 anos do concílio Vaticano II e do decreto Perfectae caritatis sobre a vida consagrada”.

"O tempo de advento nos prepara de maneira imediata para o Natal que se aproxima mais um ano, quando Jesus veio para ficar conosco, o eterno nascido como um dos nossos", explica Dom Fernández.

Dom Fernández animou a que “se seu filho ou filha dizem ter vocação à vida consagrada não crie resistência”, ou “se um amigo ou amiga te diz que sentiu este chamado de Deus, dê-lhe parabéns. É um grande presente para a família, para a sociedade. É preciso valorizar esta vocação, acompanha-la e apoia-la com o seu calor e com a sua oração”.

O Bispo de Córdoba assinala em sua carta que a vida consagrada na diocese andaluza é muito abundante tanto nos mosteiros de vida contemplativa, como no campo da educação, da beneficência, dos hospitais, lares de idosos e atenção aos pobres.

"A vida consagrada nas suas diversas formas tem futuro, por isso este ano abre novos caminhos de esperança", afirma.
Fonte: Acidigital

Papa Francisco aos consagrados: Sejam corajosos e contagiem a alegria

A Missa celebrada na manhã de ontem na Basílica de São Pedro pelo início do Ano da Vida Consagrada (Foto Petrik Bohumil / Grupo ACI)
Vaticano, 01 Dez. 14 / 01:16 pm (ACI/EWTN Noticias).- O Papa Francisco pediu ontem aos religiosos que “contagiem a alegria” e “sejam corajosos”, em uma mensagem enviada pelo início do Ano da Vida Consagrada que será celebrado até o dia 2 de fevereiro de 2016.

O Papa, que estava na Turquia, enviou uma mensagem na qual afirma que “com a força do Espírito Santo que vos acompanha, andai pelos caminhos do mundo e mostrai a potência inovadora do Evangelho” que “posto em prática pode também hoje responder a todas as interrogantes do homem”.

O texto foi lido na missa de início do Ano da Vida Consagrada que, a pedido do Papa, foi presidida pelo Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, o cardeal brasileiro Dom João Braz de Aviz.

No texto, o Pontífice expressa a “grande alegria” que sente pelo começo do Ano da Vida Consagrada.

“Quis, sobretudo, propor a toda a Igreja a beleza e a preciosidade desta peculiar forma de seguimento Christi, representada por todos vós que decidistes deixar tudo para imitar Cristo”.

O Santo Padre assinala deste modo que “através de uma multiplicidade de iniciativas nos próximos meses em Roma como em todas as partes do mundo, seu luminoso testemunho de vida será como uma lâmpada colocada sobre o candelabro para dar luz e calor a todo o povo de Deus”.

Além disso, quis “renovar” o convite a todos os superiores gerais a “despertai o mundo” e “Iluminai-o com o vosso testemunho profético e contra-a-corrente”.

Para isso o Papa indicou que se deve “viver com alegria”, “mostrar a todos que seguir Cristo e colocar em prática o seu Evangelho enche o coração de felicidade”.
FonteAcidigital

Papa Francisco: No Advento peçamos um coração humilde para conhecer Jesus

Foto L'Osservatore Romano
Vaticano, 02 Dez. 14 / 01:52 pm (ACI/EWTN Noticias).- Durante a missamatutina celebrada na Casa Santa Marta, o Papa Francisco convidou a praticar neste tempo de Advento uma “teologia de joelhos”, para com coração simples poder conhecer Jesus, que não veio como um general do exército ou um governante poderoso, mas “como um broto”, humilde e manso que “veio para os humildes, para os mansos, para trazer a salvação aos doentes, aos pobres, aos oprimidos”.

Os olhos de um pobre são os mais aptos a ver Cristo e, através Dele, distinguir o perfil de Deus. Os outros que pretendiam sondar este mistério com os recursos da própria inteligência devem, antes, colocar-se “em joelhos”, em atitude de humildade. Caso contrário, não poderão entender nada.

Francisco reafirmou a verdade e o paradoxo do mistério da Boa Nova: o Reino do seu Pai é dos “pobres em espírito”. A reflexão do Pontífice seguiu o trecho do Evangelho de Lucas proposto pela liturgia, no ponto em que Cristo louva e agradece ao seu Pai porque decidiu revelar-se a quem não conta nada para a sociedade ou a quem conta, mas sabe fazer-se “pequenino” na alma.

“Ele nos faz conhecer o Pai, nos faz conhecer esta vida interior que Ele tem. Mas para quem o Pai a revela? A quem dá esta graça? ‘Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste essas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos’. Somente aos que têm o coração como os pequeninos, que são capazes de receber esta revelação, o coração humilde, manso, quem sente a necessidade de rezar, abrir-se a Deus, se sente pobre; somente a quem vai avante com a primeira Beatitude: os pobres de espírito”, recordou.

Portanto, a pobreza é o dom privilegiado para abrir a porta do mistério de Deus. Um dom que às vezes pode faltar a quem dedica uma vida de estudos a este mistério.

“Muitos podem conhecer a ciência, a teologia também, muitos! Mas se não fazem essa teologia de joelhos, isto é humildemente, como pequeninos, não vão entender nada. Vão nos dizer muitas coisas, mas não vão entender nada. Somente esta pobreza é capaz de receber a Revelação que o Pai dá através de Jesus, por meio de Jesus. Jesus vem, não como um capitão, um general de exército, um governante poderoso, não, não. Vem como um broto”.

“Foi  que ouvimos na primeira leitura: ‘Naquele dia, um rebento brotará do tronco de Jessé. Ele é um broto: é humilde, é manso, e veio para os humildes, para os mansos, para trazer a salvação aos doentes, aos pobres, aos oprimidos’”, afirmou.

O Santo Padre explicou que Jesus é o primeiro dos marginalizados chegando até mesmo a considerar ser “um valor inegociável ser igual a Deus”. “A grandeza do mistério de Deus”, repetiu, conhece-se somente “no mistério de Jesus e o mistério de Jesus é precisamente o mistério de abaixar-se, aniquilar-se, humilhar-se” que “traz a salvação aos pobres, para aqueles que estão aniquilados por tantas doenças, pecados e situações difíceis”. “Fora deste contexto não se consegue entender o mistério de Jesus”.

“Pedimos ao Senhor, neste tempo do Advento, para nos aproximarmos mais, mais, mais do seu mistério e de fazê-lo no caminho que Ele quer que façamos: o caminho da humildade, da mansidão, da pobreza, o caminho de sentir pecadores. Então, Ele vem nos salvar, nos libertar. Que o Senhor nos conceda esta graça”, concluiu.
Fonte: Acidigital

Papa Francisco nomeia três novos bispos para o Brasil

Vaticano, 03 Dez. 14 / 01:11 pm (ACI/EWTN Noticias).- A partir desta quarta-feira o Brasil terá três novos bispos diocesanos. O Papa Francisco nomeou hoje o novo Bispo de Chapecó (SC), o Arcebispo Coadjutor de Feira de Santana(BA) e o coadjutor de Luziânia (GO).
O novo Bispo do Chapecó é Dom Odelir José Magri, que até a data era Bispo de Sobral (CE). Nascido em 1963 na cidade de Campo Erê (SC). No dia 26 de junho de 1988 realizou a profissão religiosa na Congregação de Missionários Combonianos do Sagrado Coração de Jesus. A 18 de outubro de 1992 recebeu a ordenação sacerdotal. A partir de então desenvolveu seu ministério como pároco, formado, mestre de noviciado, Assistente Geral em Roma, Vice superior provincial e Vigário Geral. No dia 11 de outubro de 2010 Bento XVI o nomeou Bispo de Sobral (CE).
O novo Bispo coadjutor de Feira de Santana (BA) é Dom Zanoni Demettino Castro, até o momento Bispo de São Mateus (ES). Nasceu no dia 23 de janeiro de 1962 em Vitória da Conquista (BA). Estudou Filosofia no Seminário maior arquidiocesano da Brasília e Teologia no Ilhéus.
Obteve a licenciatura em Teologia Dogmática na Pontifícia Universidade Católica de Rio do Janeiro. Foi ordenado sacerdote em 28 de dezembro de 1986 e desenvolveu seu ministério como pároco em diferentes igrejas. Foi também membro do Conselho de Consultores e do Conselho Presbiteral, assim como vigário geral e administrador diocesano de Vitória da Conquista em 2007.
Foi professor de Teologia Dogmática e de Doutrina Social da Igreja e participou de Aparecida como enviado da V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano. Em 3 de outubro de 2007 foi nomeado Bispo dos São Mateus (ES).
A última nomeação foi a de Dom Waldemar Passini Dalbello, até agora Bispo titular de Membressa e auxiliar de Goiânia (GO). A partir de hoje será Bispo coadjutor de Luziânia (GO).
Nasceu no dia 6 de junho de 1966 em Anápolis (GO) e foi ordenado sacerdote em 3 de dezembro de 1994 na Brasília. É licenciado em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico em Roma e em Engenharia Eletrônica pela Universidade Federal de Goiás em Goiânia.
Exerceu os cargos de vigário paroquial; formador, diretor espiritual e ecônomo o Seminário Maior de Brasília; professor de Sagrada Escritura também no Curso Superior de Teologia para Leigos; Diretor Espiritual da Comissão da Nova Evangelização e Reitor do Seminário Interdiocesano São João Maria Vianney. No dia 30 de dezembro de 2009 foi nomeado Bispo titular de Membressa e auxiliar Goiânia.
Fonte: Acidigital

Hoje a Igreja celebra a São Francisco Xavier, um dos patronos das missões universais

ROMA, 03 Dez. 14 / 03:19 pm (ACI).- Hoje 03 de dezembro a Igreja celebra a memória de São Francisco Xavier, sacerdote jesuíta considerado patrono de todos os missionários e chamado “gigante da história das missões”, pelas muitas conversões que conseguiu no longínquo oriente em tempos muito difíceis.

São Francisco Xavier nasceu em 1506, no castelo Xavier de Navarra, perto da cidade de Pamplona (Espanha). Aos 18 anos foi estudar na Universidade de Paris (França) e obteve o grau de licenciado. Teve como companheiro de pensão o Beato jesuíta Pedro Favre e conheceu o então estudante São Ignácio de Loyola, quem lhe estava acostumado a repetir a frase de Cristo: “Do que serve a um homem ganhar o mundo inteiro, se se perder a si mesmo?”

Pouco a pouco estas palavras foram impregnando em seu coração. Graças aos exercícios espirituais de Santo Ignácio pôde compreender o que seu amigo lhe dizia: "Um coração tão grande e uma alma tão nobre não podem contentar-se com as efêmeras honras terrenas. Sua ambição deve ser a glória que dura eternamente".

Consagrou-se ao serviço de Deus com os jesuítas em 1534.  Anos depois foi ordenado sacerdote em Veneza. Mais adiante, estando em Roma, São Francisco Xavier ajudou Santo Ignácio na redação das Constituições da Companhia de Jesus.

Na primeira expedição missionária da Companhia, o santo parte rumo à Índia. Fez escala em Lisboa (Portugal), para encontrar-se com o Pe. Rodríguez, quem também tinha a missão de acompanhá-lo. Mas o rei João III tomou muita estima pelas obras caridosas do jesuíta e o Pe. Rodríguez teve que ficar.

Antes de continuar sua viagem à a Índia, o rei entrega ao santo um “breve” da parte do Papa que o nomeava Núncio Apostólico no oriente. Posteriormente, logo depois de uma longa travessia, São Francisco Xavier e outros dois companheiros chegam a Goa, uma colônia portuguesa.

Infelizmente as desordens morais dos cristãos portugueses tinham feito que muitos se afastassem da Fé. Uma destas contradições era que se usava o Terço para contar o número de açoitadas aos escravos.

Ali o santo empreendeu um árduo trabalho de catequese. Atendia aos doentes, celebrava a Missa com os leprosos, ensinava os escravos e até adaptava as verdades do cristianismo à música popular. Pouco depois suas canções eram cantadas nas ruas, casas, campos e locais de trabalho.

Começaram a dar-se tantas conversões na tribo dos paravas, que o santo escreveu a seus irmãos na Europa que algumas vezes mal podia mover os braços, de tão fatigados que estavam após administrar um imenso número de batismos.

Entretanto também foi testemunha dos abusos que os portugueses e pagãos cometiam contra os nativos, algo que eles mesmo descreveu como “um espinho que levo constantemente no coração”. Posteriormente São Francisco Xavier escreveria ao rei de Portugal para denunciar os fatos.

Logo continuou com sua missão evangelizadora por diferentes cidades, povos e ilhas. Em 1549 partiu da Índia ao Japão com a ajuda de dois irmãos da Ordem e dois japoneses que se converteram.  Ao final de um ano obteve cerca de cem conversões e as autoridades japonesas o proibiram de continuar o seu trabalho pastoral.

Transladou-se a outros povos, convertendo muitos e chegou a conseguir emprestado um antigo templo budista onde batizou um grande número de pessoas. Voltou a visitar comunidades da Índia e logo se transladou a Malaca, onde empreenderia a viagem à China, território inacessível para os estrangeiros.

Partiu com uma expedição e chegou à ilha deserta de Shang-Chawan, perto da costa e a cem quilômetros do sul de Hong Kong.  Ali São Francisco Xavier cai doente e uma forte febre o vai consumindo. Em 3 de dezembro de 1552 partiu para a Casa do Pai pronunciando o nome de Jesus.

Seu caixão foi preenchido de barro para que posteriormente pudesse ser transladado. Depois de dez semanas tiraram o barro e viram que seu corpo estava incorrupto e que não tinha perdido a cor.

O corpo do santo foi levado a Malaca, onde todos saíram a recebê-lo e finalmente foi transladado a Goa, onde os médicos comprovaram seu estado incorrupto. Ali, na Igreja do Bom Jesus, repousam parte de seus restos até hoje e na igreja dos Jesuítas em Roma encontra-se uma de suas mãos, também incorrupta, em um relicário.

São Francisco Xavier foi canonizado em 1622 junto de outros grandes Santos como Santo Ignácio de Loyola, Santa Teresa de Ávila, São Felipe Neri e São Isidoro Lavrador.

O Papa Bento XIV outorgou-lhe o título de Patrono da Propagação da Fé e Patrono Universal das Missões. Em 1925, o Papa Pio IX proclamou São Francisco Xavier, juntamente com Santa Terezinha do Menino Jesus, Padroeiro das Missões.
Fonte: Acidigital

A ressurreição de Cristo nos cristãos

Dom Eurico dos Santos Veloso
Arcebispo Emérito de Juiz de Fora (MG)

Um dos motivos que levaram Paulo a escrever aos Coríntios foi a questão da ressurreição dos mortos. Para os de cultura grega era difícil aceitar que os mortos pudessem voltar à vida. Negando a ressurreição dos mortos, negavam também a ressurreição de Cristo.

Em 1 Cor 15, Paulo trata desta questão. Inicia recordando o anúncio fundamental do Evangelho: Cristo morreu e ressuscitou. É isto que ele e os demais apóstolos anunciam. E as provas de que Cristo vive são os próprios apóstolos e muitos cristãos, aos quais Ele apareceu depois de ressuscitado.
Baseado nisso, Paulo tenta levar à fé os que duvidam, apresentando provas tiradas da Bíblia. Outros argumentos que confirmam a ressurreição dos mortos fazem parte do trecho que lemos na liturgia de hoje. O primeiro é o que mostra Cristo enquanto primícia dos que morreram. Primícias são os primeiros frutos a amadurecer. Depois deles, amadurecem os demais e vem a colheita. Portanto, os mortos ressuscitarão também, como Cristo ressuscitou. Dentro de cada cristão, há sementes de ressurreição semeadas por aquele que venceu a morte e confirmou a vitória da vida.
São Paulo contrapõe Adão a Cristo: o pecado do primeiro acarretou a morte para todos; a morte-ressurreição do segundo confere vida a todos. Se todos se solidarizaram em Adão em vista da fraqueza e do pecado, com sua morte e ressurreição, Cristo nos associou a si mesmo e a sua vida em plenitude. Por causa dele, fomos feitos cristãos, semelhantes a Cristo na vitória sobre a morte.
O segundo argumento é o da vitória de Cristo sobre todas as forças hostis às pessoas e ao projeto de Deus. Ele aniquilará todos os mecanismos de morte (soberania, poder e força), vencendo finalmente a morte, último inimigo, e entregando o Reino ao Pai, de modo que Deus seja tudo em todos. A vitória de Cristo, portanto, não será completa enquanto não vencer também naqueles que trazem o seu nome. Isto quer dizer que a luta contra a morte é tarefa conjunta de Cristo e dos cristãos. Só quando estes participarem da vida plena em Deus é que Cristo dará por encerrada sua missão.
Fonte: CNBB

Socialização e socialismo

Dom Fernando Arêas Rifan
Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney (RJ)

Todos defendemos a justiça social. Mas há distinções a fazer nesse campo, sobretudo entre socialização e socialismo. Socialização é o oposto de individualização. Consiste na multiplicação das relações dentro da convivência social, comportando a associação de várias formas de atividade e criação de instituições jurídicas, dando origem a grupos, movimentos e instituições de diferentes tipos. Tem muitas vantagens: torna possível satisfazer os direitos da pessoa humana, especialmente ao sustento, saúde, educação, trabalho, etc. Ela multiplica os organismos e torna possível uma regulamentação jurídica das relações entre as pessoas. Existe o perigo de ela diminuir a liberdade de ação dos indivíduos e sua responsabilidade. É preciso favorecer suas vantagens e evitar suas consequências negativas. Daí a necessidade de um ordenamento jurídico por parte das autoridades públicas, numa concepção exata do bem comum, no sentido de favorecer o desenvolvimento integral da pessoa humana (Cf. S. João XXIII, enc. Mater et Magistra, 59-67).
Assim sendo, a Igreja é a favor da socialização, na sua noção correta, no sentido do crescimento e interação de relações sociais e crescente desenvolvimento de formas associativas, se se precisar recorrer em tudo ao Estado, grande e paternalista.
Mas não é a mesma coisa socialização e socialismo. Para curar os males advindos da revolução industrial do século XVIII, que prejudicou os operários, foi proposta uma falsa solução: o socialismo, que é, em graus variados, contra a propriedade de bens particulares e a favor do Estado grande proprietário e controlador de tudo, inclusive da família (cf. Leão XIII, encíclica Rerum Novarum, 4 e 5). O socialismo chegou ao seu auge com o comunismo, que prega a luta de classes e a completa destruição da propriedade particular.
Alguns são contra o comunismo, mas se dizem a favor do socialismo, versão, segundo eles, mais mitigada do comunismo. Mas, na verdade e no fundo, são a mesma coisa. Basta lembrar que o nome do país onde se instalou oficialmente o comunismo marxista se chamava URSS, União das Repúblicas SOCIALISTAS Soviéticas. E o nome oficial do Nazismo é Nacional-SOCIALISMO. Ambos, regimes totalitários. Os extremos se tocam.
Eis o que ensina o Papa Pio XI: “O socialismo, quer se considere como doutrina, quer como fato histórico, ou como ‘ação’, se é verdadeiro socialismo, mesmo depois de se aproximar da verdade e da justiça, não pode conciliar-se com a doutrina católica, pois concebe a sociedade de modo completamente avesso à verdade cristã”. Mais: católico e socialista são termos contraditórios: “E, se esse erro, como todos os mais, encerra algo de verdade, o que os Sumos Pontífices nunca negaram, funda-se, contudo, numa concepção da sociedade humana diametralmente oposta à verdadeira doutrina católica. Socialismo religioso, socialismo católico são termos contraditórios: ninguém pode ser ao mesmo tempo bom católico e verdadeiro socialista” (Encíclica Quadragésimo Anno, n. 116 e 119 - 15/5/1931).
Fonte: CNBB

Nossa Senhora das Graças

Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)

A Igreja sempre venerou Maria como sua mãe. Mesmo porque há uma razão lógica: ela é a Mãe de Jesus, cabeça da Igreja e a Igreja é o corpo místico de Cristo, princípio e primogênito de todas as criaturas celestes e terrestres (Ef 1,18). E isso foi declarado por Jesus no alto da Cruz ao nos entregar por meio de João, sua mãe como nossa mãe. Por isso mesmo, Maria é a mãe de todos os que nasceram pelo Cristo, tornaram-se irmão de Cristo e em Cristo, e são herdeiros de sua graça, sua vida e sua glória.

Para todos nós, ela é modelo de fé e de oração, de contemplação do mistério divino. É a mulher obediente à Palavra de Deus, de quem Isabel testemunhou: “Bem-aventurada a que acreditou, porque se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram ditas”. (Lc 1, 45) É modelo de amor e doação, que se põe a caminho para servir a prima Isabel, que está a serviço e preocupada com os noivos nas Bodas de Caná. É a mãe terna que ampara e protege seus filhos e sempre nos aconselha para que sejamos fiéis a Jesus: “Fazei tudo o que Ele vos disser”. (Jo 2, 5).
O carinho do povo por Maria faz com que ela seja louvada de diferentes maneiras, com diversos títulos. É o cumprimento da profecia que fez em seu cântico do Magnificat: “Todas as gerações me chamarão bem-aventurada” (Lc 1, 48). A verdadeira devoção a Maria se manifesta na imitação de suas virtudes, praticando os ensinamentos de Jesus; a verdadeira devoção, reconhece que Maria é importante porque nos apresenta a Jesus, a quem pertence o primeiro lugar. O importante é que esse amor se concretize na vivência do evangelho de seu Filho Divino.
Ressalte-se, também, que Maria é uma mulher simples, humilde, vivendo o dia a dia de sua pequena vila. Mulher pobre que viveu a migração e a exclusão. Mãe zelosa, que cuidou de Jesus com afeto e dedicação, ajudando-o a dar os primeiros passos, cuidando de sua roupa e alimentação, ensinando as lições da vida, enfim, fazendo o mesmo que nossas mães fazem por seus filhos. Mulher forte aos pés da cruz e ao receber em seus braços o corpo exangue de seu Filho querido.
Um belo caminho nos foi dado no dia 27 de novembro de 1830, pela inspiração recebida por Santa Catarina Labouré, humilde freira da Congregação das Filhas da Caridade. Isto foi na Rua De Lubac, no centro de Paris, na atual Capela da Medalha Milagrosa. Nesse dia, segundo relata a Santa, ela viu Maria mostrando nos dedos anéis incrustados de belíssimas pedras preciosas, “lançando raios para todos os lados, cada qual mais belo que o outro”. Em seguida, formou-se em torno da Virgem uma moldura ovalada, no alto da qual estavam escritas em letras de ouro as seguintes palavras, a bela jaculatória: “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós”. Esse foi um sinal do anúncio de que Nossa Senhora é Imaculada, concebida sem pecado original.
Vinte e quatro anos depois, o Papa Pio IX proclamava solenemente o dogma da Imaculada Conceição de Maria no dia 8 de dezembro de 1854. Quatro anos após, em Lourdes, Santa Bernadete é inspirada por Maria e escuta a afirmação: “Eu Sou a Imaculada Conceição”. Quantas provas de sua Imaculada Conceição!
Santa Catarina Labouré descreve a Virgem sobre um Globo, a Terra, pisando a cabeça da Serpente e segurando nas mãos um globo menor, oferecendo-o a Deus, num gesto de súplica. E diz a Santa Catarina: “Este globo representa o mundo inteiro e cada pessoa em particular”. De repente, o globo desapareceu e suas mãos se estenderam suavemente, derramando sobre o globo brilhantes raios de luz. E Santa Catarina ouviu uma voz que lhe dizia: “Fazei cunhar uma medalha conforme este modelo. Todos os que a usarem, trazendo-a ao pescoço, receberão grandes graças. Estas serão abundantes para aqueles que a usarem com confiança”. Em 1832, uma violenta epidemia de cólera assolou a cidade de Paris. Foram, então, cunhados os primeiros exemplares da medalha, logo distribuídos aos doentes. À vista das graças extraordinárias e numerosas obtidas de Deus por meio dessa medalha, o povo passou a chamá-la de Medalha Milagrosa. Em pouco tempo, essa devoção difundiu-se pelo mundo inteiro, e foi enriquecida com a composição de uma Novena.
Nossa Senhora foi chamada pelo Anjo de “cheia de Graça”; assim, ela intercede por nós junto a Deus e Este lhe atende as súplicas, como nos mostra nas Bodas de Caná da Galiléia. Se os nossos pecados dificultam a nossa comunhão com Deus e nos impedem de obter Suas graças, isto não ocorre com Nossa Senhora, pois, como boa Mãe, ela se põe como nossa magnífica intercessora.
Nossa Senhora das Graças, rogai por nós que recorremos a vós!
Fonte: CNBB