segunda-feira, 1 de setembro de 2014

22º Semana Comum - Segunda-feira- Liturgia Diária

Invoquemos a presença do Espírito Santo para ler e refletir a liturgia de hoje:

Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor. Enviai o vosso Espírito e tudo será criado e renovareis a face da terra. 

Oremos: 

Deus que instruístes os corações dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito e gozemos sempre da sua consolação. Por Cristo, Senhor nosso. Amém.

Oração
Pai, que as contrariedades da vida jamais me impeçam de seguir o caminho que traçaste para mim. Com Jesus, quero seguir sempre adiante!
Primeira leitura: 1Cor 2,1-5
Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios
1Irmãos, quando fui à vossa cidade anunciar-vos o mistério de Deus, não recorri a uma linguagem elevada ou ao prestígio da sabedoria humana. 2Pois, entre vós, não julguei saber coisa alguma, a não ser Jesus Cristo, e este, crucificado.
3Aliás, eu estive junto de vós, com fraqueza e receio, e muito tremor. 4Também a minha palavra e a minha pregação não tinham nada dos discursos persuasivos da sabedoria, mas eram uma demonstração do poder do Espírito, 5para que a vossa fé se baseasse no poder de Deus e não na sabedoria dos homens. 
. - Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Salmos: Sl 119
          — Quanto eu amo, ó Senhor, a vossa lei!
— Quanto eu amo, ó Senhor, a vossa lei!

— Quanto eu amo, ó Senhor, a vossa lei! Permaneço o dia inteiro a meditá-la.

— Vossa lei me faz mais sábio que os rivais, porque ela me acompanha eternamente.

— Fiquei mais sábio do que todos os meus mestres, porque medito sem cessar vossa Aliança.

— Sou mais prudente que os próprios anciãos, porque cumpro, ó Senhor, vossos preceitos.

— De todo mau caminho afasto os passos, para que eu siga fielmente as vossas ordens.

— De vossos julgamentos não me afasto, porque vós mesmo me ensinastes vossas leis.
 
 
Evangelho: Lc 4,16-30
         - O Senhor esteja convosco.
          - Ele está no meio de nós.
          - Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo São Lucas.
          - Glória a vós, Senhor.

        Naquele tempo, 16veio Jesus à cidade de Nazaré, onde se tinha criado. Conforme seu costume, entrou na sinagoga no sábado, e levantou-se para fazer a leitura. 17Deram-lhe o livro do profeta Isaías. Abrindo o livro, Jesus achou a passagem em que está escrito: 18“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção para anunciar a Boa Nova aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos cativos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos 19e para proclamar um ano da graça do Senhor”.
20Depois fechou o livro, entregou-o ao ajudante e sentou-se. Todos os que estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele. 21Então começou a dizer-lhes: “Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir”. 22Todos davam testemunho a seu respeito, admirados com as palavras cheias de encanto que saíam da sua boca. E diziam: “Não é este o filho de José?”
23Jesus, porém, disse: “Sem dúvida, vós me repetireis o provérbio: Médico, cura-te a ti mesmo. Faze também aqui, em tua terra, tudo o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum”. 24E acrescentou: “Em verdade eu vos digo que nenhum profeta é bem recebido em sua pátria. 25De fato, eu vos digo: no tempo do profeta Elias, quando não choveu durante três anos e seis meses e houve grande fome em toda a região, havia muitas viúvas em Israel. 26No entanto, a nenhuma delas foi enviado Elias, senão a uma viúva que vivia em Sarepta, na Sidônia.
27E no tempo do profeta Eliseu, havia muitos leprosos em Israel. Contudo, nenhum deles foi curado, mas sim Naamã, o Sírio”. 28Quando ouviram estas palavras de Jesus, todos na sinagoga ficaram furiosos.29Levantaram-se e o expulsaram da cidade. Levaram-no até o alto do monte sobre o qual a cidade estava construída, com a intenção de lançá-lo no precipício. 30Jesus, porém, passando pelo meio deles, continuou o seu caminho.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
 
Comentário do Evangelho
Em Jesus, Deus cumpre sua promessa.O discurso de Jesus na sinagoga de Nazaré, no início do seu ministério público, pode ser caracterizado como um discurso programático. Ao mesmo tempo, ele oferece critérios para, ao longo da narração evangélica, reconhecer Jesus como verdadeiro profeta, homem poderoso em gestos e palavras. De certa forma, esse episódio se encontra prefigurado no cântico de Simeão e no diálogo do ancião com Maria (Lc 2,29-35). Toda a cena de Nazaré está concentrada na interpretação que Jesus faz da leitura de um trecho do livro do profeta Isaías. O advérbio “hoje” indica que o tempo da promessa e da espera acabou; inaugura-se na história da humanidade, onde se manifesta a salvação de Deus, uma nova etapa: em Jesus, Deus cumpre sua promessa. Trata-se, então, do hoje da salvação. Os conterrâneos de Jesus passam da admiração à rejeição. A evocação dos fatos da vida de Elias e Eliseu estabelece um paralelo entre Nazaré e Israel. A incredulidade de Israel tem uma história longínqua. Nazaré é, para o nosso relato, protótipo da rejeição de Jesus por parte de Israel. Jesus é profeta não somente porque ele se sabe enviado, mas porque, como os profetas, é rejeitado
 
Leitura Orante

Oração Inicial

Preparo-me para a Leitura Orante, em sintonia com todos os que circulam pela web, rezando uma canção do Padre Zezinho.
Palavras que não passam
Foi teu coração que me ensinou Palavras que não passam
No teu coração coloquei o meu
Minha religião vem te ouvir teu coração
Foi teu coração que me ensinou a fazer da vida
uma esperança só.
Sei que aprenderei se te ouvir falar
Não me perderei se te ouvir com atenção
Palavras que não passam, palavras que libertam
Palavra poderosa tem teu coração
Palavra por palavra, revelas o infinito
Como é bonito ouvir teu coração
CD Alpendres, Varandas e Lareiras - Vol. 02 - Pe. Zezinho, scj, Paulinas COMEP

1- Leitura (Verdade)

O que diz o texto do dia?
Leio atentamente o texto: Lc 4,16-30, e observo pessoas, palavras, relações, o lugar onde acontece o fato.
Jesus chegou à sinagoga de Nazaré, depois de sua prova no deserto, segundo a narração de Lucas. A cena comunica a síntese e o modelo da pregação de Jesus. De início, as pessoas ficam surpresas com o anúncio e a declaração de Jesus como Messias. “Todos começaram a elogiá-lo”. Em seguida, veio a dúvida: “Não é ele o filho de José?” Segue-se a rejeição: “todos na sinagoga ficaram com muita raiva”. E, acabam por tentar um homicídio: “arrastaram Jesus para fora da cidade e o levaram até o alto do monte onde a cidade estava construída, para o jogar dali abaixo”. O texto conclui dizendo que “ele passou pelo meio da multidão e foi embora”. Em tão pouco tempo, o povo manifesta diferentes reações. Acolhe, reprova, condena, tenta eliminar!

2- Meditação (Caminho)

O que o texto diz para mim, hoje?
Nossos pastores nos ajudam a trazer para nossa vida a Palavra que refletimos. Disseram em Aparecida: “Por isso, nós, como discípulos e missionários de Jesus, queremos e devemos proclamar o Evangelho, que é o próprio Cristo. Anunciamos a nossos povos que Deus nos ama, que sua existência não é uma ameaça para o homem, que Ele está perto com o poder salvador e libertador de seu Reino, que Ele nos acompanha na tribulação, que alenta incessantemente nossa esperança em meio a todas as provas. Os cristãos somos portadores de boas novas para a humanidade, não profetas de desventuras.” (DAp 30).

3- Oração (Vida)

O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo, espontaneamente, com salmos ou outras orações e concluo, com a
Oração a Jesus de Nazaré
Nós te adoramos como Sabedoria do Pai,
Verbo encarnado,
Luz do mundo.
Nós cremos que foste escolhido e cumpriste a missão
de levar boas notícias aos pobres,
de anunciar a liberdade aos presos,
de dar vista aos cegos,
libertar os que estão sendo oprimidos e
anunciar que chegou o tempo da salvação.
Pedimos-te perdão por todos os que te rejeitaram e
ainda hoje te rejeitam.
Nós te acolhemos para que nos dês sabedoria em
nossas palavras, em nosso trabalho, em nossa família,
em nossos relacionamentos.
Só tu tens Palavras de vida!

4- Contemplação (Vida e Missão)

Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Meu novo olhar é de alguém que anuncia o amor de Deus. Que Deus não é uma ameaça para nós, que Ele está perto com o poder salvador e libertador de seu Reino, que Ele nos acompanha na tribulação, que alenta incessantemente nossa esperança em meio a todas as provas.

Bênção

- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.
Fonte: Catequese Católica

Pátria e Bíblia devem ser realidades

Dom Paulo Mendes PeixotoArcebispo de Uberaba (MG)

A Pátria e a Bíblia, na vida dos brasileiros, devem ser realidades de todos os dias. É insensibilidade querer abandonar o direito e o dever de cidadania, assumindo realidades inconcebíveis e que afetam a identidade do Estado. A Bíblia afirma e reafirma a responsabilidade de cada indivíduo, advertindo sobre atos errados e de afronta à dignidade das pessoas.

O dicionário diz que a pátria é a terra natural ou adotiva, que está ligada a uma pessoa por vínculos afetivos e laços fraternos em relação a outros. Podemos dizer que é a casa onde fazemos história. Portanto, seja tratada como “nossa casa”, onde reine a fraternidade e o cuidado, fazendo dela ambiente propício para a construção da felicidade.
A Bíblia, destacada com evidência no mês de setembro, é o livro da Palavra de Deus, que motiva para o bem viver, para a convivência e a correção fraterna. Um grito contra tudo que ameaça a integridade de um povo. É grande defensora dos direitos de cidadania e dos deveres para com a Pátria. O Grito dos Excluídos é expressão fundamentada nas propostas do Evangelho.
O cidadão, mais ainda o cristão, deve estar em atitude de disponibilidade, seja em casa, no trabalho, nos círculos de amizade, na escola, no poder etc., sendo responsável pelos outros, especialmente ameaçados em seus direitos. Um grito que deve ressoar no seu entorno, mas também nos ouvidos de quem tem autoridade e compromisso com a Pátria.
O seguidor da Palavra de Deus e dos princípios próprios de cidadania não pode ser omisso diante do mal e nem negligente em suas responsabilidades. Não basta dizer que não rouba e nem mata, mas é preciso amar o próximo sem comodismo e o ajudar em suas prementes necessidades.
Pilatos “lavou as mãos” dizendo “não ter nada com isto”. Endurecer o coração diante do sofrimento do outro é deixar de ser patriota e de ser seguidor da Bíblia. Formamos uma Pátria de irmãos, onde deve reinar a fraternidade e o amor de filhos de Deus.
Fonte: CNBB

Serviço à política

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte
Enquanto vai se desenhando o cenário político partidário no horizonte das eleições 2014, os cristãos devem assumir o seu lugar próprio no enfrentamento deste desafio cidadão. Neste caminho, devem ser iluminados com os valores do Evangelho, que proporcionam uma leitura mais adequada da realidade complexa, contribuem para discernimentos e podem dar rumos novos às escolhas políticas. Há um momento primeiro que não pode ficar fora da pauta do cidadão que se orienta pela indissociável relação entre fé e vida. Trata-se de uma discussão ética, ampla e fundamentada, a respeito de candidaturas, programas de governo e representatividade.

Esse momento primeiro é indispensável durante a preparação para as eleições e a protege da influência de certa espetacularização, por vezes cômica, presente na apresentação de nomes, propostas e compromissos. A incidência da propaganda eleitoral não pode ser - por muitas vezes não ter a qualidade para tal - o meio determinante para juízos sobre nomes e propostas. É indispensável uma movimentação por parte de igrejas, escolas, associações de diferentes identidades, meios de comunicação e outros, para formatar uma linguagem capaz de contribuir com um avanço na qualidade do exercício político na cidadania brasileira. Nesta direção, é determinante a contribuição das redes sociais como portais da verdade. Aqui reside um sério desafio ético para não deixar que o deboche, a exposição caricata de pessoas e outros ruídos roubem a cena deste serviço importante.
A vivência e o testemunho da fé têm muito a contribuir para a transformação da vida, com incidências próprias no âmbito político e partidário. A complexidade do processo eleitoral exige empenhos educativos, abertura ao diálogo, debates éticos. Pede também o deixar-se impactar pela gravidade da escolha de nomes para composição de quadros que vão influenciar os rumos da história do país. A oportunidade é de uma participação qualificada de todos. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, em interconexão com sua rede de regionais, paróquias e comunidades, instituições educacionais e de cuidado social, está em cena para contribuir com a qualidade da vivência deste momento decisivo para o país. Espera-se uma resposta comprometida de todos. O caminho oposto configura omissão e indiferença, contramão do que é exigência intrínseca da fé cristã, a defesa e a promoção da dignidade da pessoa humana.
Cada instância da sociedade, portanto, precisa assumir a tarefa de qualificar a política, consciente da importância de sua contribuição e da possibilidade de mudar rumos, nomes e configurações partidárias que não raramente debilitam a cidadania e se apropriam do que pertence ao bem comum. A Arquidiocese de Belo Horizonte intensifica agora o seu trabalho, assessorada por seu Núcleo de Estudos Sociopolíticos, em ação estratégica do seu Vicariato Episcopal para a Ação Social e Política, contando com o empenho de cada paróquia, comunidade, escolas, associações e movimentos. Vale-se de um rico material, que abrange vídeos educativos e tradicional cartilha, em preparação para as eleições; promove debates e intercâmbios, tudo para que no jogo pela vida não se tome goleada.
Outros jogos, no âmbito do esporte, podem ser vencidos mais tarde. Nestes, as derrotas podem se tornar oportunidade de lição e retomadas. Mas o jogo eleitoral, se for perdido, resultará em consequências sérias para a vida de cada brasileiro. Escolhas que configurem derrota neste campo são prejuízo que incide sobre décadas da história futura e, de modo ainda mais perverso, no presente, sobre a vida dos mais pobres. Cada um é convidado a compreender a política, conforme ensina o Papa Francisco, como uma das formas mais altas da caridade, porque busca o bem comum. As eleições 2014 nos dão a oportunidade de aperfeiçoar a democracia a partir de reflexões, reuniões, voto consciente contra a corrupção e a favor da honestidade, construindo a cultura da vida e da paz. Esta participação pode garantir à sociedade o seu direito de exercer democraticamente o poder político, melhorando a representação. Agora é hora privilegiada de grandes contribuições e de qualificado serviço à política.
Fonte: CNBB

Comissão para a Juventude reflete sobre o direito dos jovens à vida

O direito dos jovens à vida digna e ao pleno desenvolvimento de suas potencialidades são temas tratados na carta mensal dirigida aos párocos e demais responsáveis pela evangelização da juventude no Brasil. O bispo auxiliar de Campo Grande (MS) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB, dom Eduardo Pinheiro da Silva, recorda as orientações do Documento 85 da CNBB – “Evangelização da Juventude”, que define linha de ação voltada ao direto à vida.
O bispo lembra que as paróquias são motivadas, à luz do Documento a “articular ações contra as violências que atentam ao direito à vida da juventude e estimular a inserção da Igreja nos conselhos de direito e nos espaços de decisão política, em todas as suas instâncias”.

Confira a íntegra do texto:
Brasília, 1º de Setembro de 2014.
Caros párocos e demais responsáveis pela evangelização da juventude no Brasil.
"Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância"
(Jo 10,10)
Jesus Cristo vem ao nosso meio para resgatar, libertar, potencializar, defender a vida. O Deus da Vida que não suporta ver seus filhos na miséria, injustiçados, explorados, marginalizados, violentados nos convoca a um mutirão.Se a missão do Mestre é esta de servir ao Pai nos irmãos, a nossa, seus seguidores, não poderia ser diferente! (Jo 13,14-15). Setembro: mês da Bíblia no mês da Primavera, recordando-nos que o Criador sempre está nos recriando em seu amor e nos convocando à missão de florir de sentido a vida dos irmãos.
"Obrigado por me devolverem a vida!", foi o que testemunhou uma jovem aos fundadores da Fazenda da Esperança, no 15º ano de sua instalação na cidade de Rio Brilhante, MS. As suas lágrimas de emoção se misturavam com uma grande ação de graças pelo serviço da Igreja no processo de sua libertação e resgate do sentido da vida. À semelhança desta magnifica obra de Deus, tantas outras têm se dedicado a "devolver” a vida aos adolescentes e jovens, como a primavera que anualmente se renova em flor. A vida, criada e acompanhada pelo Criador, clama, mais do que nunca, pela defesa das novas gerações e pelo cultivo de seus valores.
O serviço de evangelização da juventude, além de proporcionar condições para a formação integral dos jovens em suas várias dimensões, conta, também, com ações pontuais e proféticas da instituição eclesial na luta pela garantia dos direitos básicos das juventudes. A presença qualificada da Igreja na sociedade sugere, cobra, acompanha e defende projetos favoráveis aos jovens. "Frente à situação de extrema vulnerabilidade a que está submetida a maioria dos jovens brasileiros, é necessária uma firmeatuação de todos os segmentos da Igreja no sentido de garantir o direito dos jovens à vida digna e ao pleno desenvolvimento de suas potencialidades. Isso se desdobra e concretiza no direito à educação, ao trabalho e à renda, à cultura e ao lazer, à segurança, à assistência social à saúde e à participação social" (Doc. 85 CNBB, n. 230).
O Encontro de Revitalização da Pastoral Juvenil no Brasil, ocorrido em dezembro passado à luz do Documento 85 da CNBB, ao se referir sobre a 8a. Linha de Ação – DIREITO À VIDA – definiu, assim, para os próximos anos, as duas PISTAS DE AÇÃO:
1.  articular ações contra as violências que atentam ao direito à vida da juventude;
2.  estimular a inserção da Igreja nos conselhos de direito e nos espaços de decisão  política, em todas as suas instâncias.
Essas duas pistas de ação são bem claras e desafiadoras. A primeira nos remete para a necessidade de detectar e combater as diversas formas de violência contra a juventude. E a segunda, nos convoca a assumirmos os diversos espaços privilegiados de intervenção em vista daquelas políticas públicas consonantes com os princípios e as orientações da Igreja, a favor dos jovens.
Estamos às portas das eleições e o cristão deve estar atento para levar ao poder aqueles e aquelas que realmente estão comprometidos com a defesa da vida de todos os cidadãos, desde a sua concepção natural. Deus nos livre de candidatos e partidos que defendem, explícita ou implicitamente, temas destruidores da vida das novas gerações, como, por exemplo: o aborto, os métodos repressivos de combate à violência, a redução da maioridade penal, a liberação da maconha, a licenciosidade sexual, etc. “Uma experiência cristã madura impõe o enfrentamento da realidade e sua transformação para que todos tenham vida em plenitude. O Papa Francisco lembra a importância da participação política dos cristãos e sua responsabilidade na difícil, porém necessária, construção de uma sociedade mais justa: ‘devemos envolver-nos na política, pois a política é uma das formas mais altas da caridade, porque busca o bem comum’. Segundo o Papa, se a política se tornou uma coisa ‘suja’, isso se deve também ao fato de que ‘os cristãos se envolveram na política sem espírito evangélico’. É preciso que o cristão deixe de colocar em outras pessoas a responsabilidade pela situação atual da sociedade e que cada um passe a perguntar a si mesmo o que pode fazer para tornar concreta a mudança que se deseja.” (Desafios diante das Eleições 2014, CNBB, p.12).
Neste processo de defesa da vida, a Igreja sempre acreditou na importância da participação dos próprios jovens em vista de seus direitos. Desde a adolescência é importante auxiliá-los na percepção dos problemas sócio-econômico-culturais, na sensibilidade diante do sofrimento do próximo, no amadurecimento do exercício de sua cidadania. Um dos preciosos contributos para a capacitação dos jovens se encontra nas oportunidades oferecidas pela paróquia em vista do desenvolvimento de suas habilidades de líder e do exercício do protagonismo para o bem comum. “A Igreja deposita confiança na força transformadora que brota dos jovens. Nesse sentido, insiste para que se abram a eles ‘canais de participação e envolvimento nas decisões, que possibilitem uma experiência autêntica de corresponsabilidade, de diálogo, de escuta e o envolvimento no processo de renovação contínua da Igreja. Trata-se de valorizar a participação dos jovens nos conselhos, reuniões de grupos, assembleias, equipes, nos processos de avaliação e planejamento’. Essa pedagogia do engajamento na comunidade deve, por sua vez, motivar um envolvimento real dos jovens na construção de uma sociedade mais justa, impulsionando-os a uma participação mais efetiva nas decisões políticas”(Desafios diante das Eleições 2014, CNBB, p.15).
Os jovens têm “direito à vida” e nós, adultos, somos chamados a ajudá-los em suas conquistas. Em âmbito paroquial podemos fazer muito mais do que já estamos fazendo para a capacitação destes jovens cidadãos cristãos. Eis algumas sugestões que poderiam fazer a diferença:
1)      organizar anualmente, com as várias forças paroquiais, atividades de conscientização e combate firme às drogas ilícitas;
2)      conhecer e divulgar o trabalho precioso das Comunidades Terapêuticas locais, da Pastoral da Sobriedade e das outras iniciativas em vista da recuperação dos adolescentes e dos jovensalcoólatras;
3)      inteirar-se da Campanha nacional, encabeçada pelas Pastorais da Juventude, contra a violência aos jovens;
4)      ousar um projeto arrojado, com as várias forças locais, em vista da defesa da instituição familiar, como primeiro espaço de direito à vida;
5)      proporcionar ao jovem um adequado conhecimento da Doutrina Social da Igreja, com estudos sistemáticos e elaboração de projetos por ele inspirados, para suscitar encantamento pelo bem comum e fomentar a militância dos jovens na sociedade;
6)      averiguar, principalmente na catequese e nos espaços juvenis paroquiais, a frequência e a qualidade dos debates sobre temas que violentam cotidianamente a vida dos jovens: drogas, redução da maioridade penal, violência juvenil, desestruturação familiar, destruição da natureza, desemprego, aborto, condicionamentos midiáticos, vivência inadequada da sexualidade, etc.
7)      coletar assinaturas dos jovens para o Projeto de Lei de Iniciativa Popular de Reforma Política Democrática, cuja elaboração contou com a significativa participação da CNBB;
8)      incentivar os jovens a descobrirem e organizarem novas formas de defesa da vida e combate aos contra valores culturais, por meio das redes sociais, da arte, da música, do teatro, da dança e de outras expressões da cultura juvenil, encontros que despertem suas lideranças para a defesa da vida;
9)      incentivar os jovens mais adultos da paróquia a se engajarem nos espaços públicos de decisão, principalmente no Conselho Municipal da Juventude;
10)  sensibilizar os paroquianos adultos para uma maior participação no poder público em vista da efetivação de mais projetos e leis a favor da vida dos jovens e da instituição familiar.
O empenho por uma sociedade mais justa e solidária é um dos passos mais importantes para a instauração do Reino de Deus, mas não basta. A Igreja tem plena consciência de seu permanente papel de anunciar e mostrar ao povo o único “caminho, verdade e vida” – Jesus Cristo – sem o qual todas as nossas lutas sempre carecerão de sustento consistente e de sentido profundo da existência humana. Ao anunciar a origem e a finalidade da vida, ao celebrar a relação amorosa da criatura com o Criador e ao se empenhar pela caridade evangélica que transforma desde dentro as pessoas, estaremos prestando o mais nobre serviço de defesa da vida e dos valores que a dignificam.
Inclinemo-nos diante de Maria, a filha predileta de Deus, que deu sentido à própria vida entregando-se por inteira ao projeto do Pai. Acolhamos suas inúmeras intercessões e seu modelo de discípula missionária em nossas buscas de fidelidade na vocação de servir à vida.
Com estima,

Dom Eduardo Pinheiro da Silva, sdb
Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB
Fonte: CNBB

O Papa alenta a leitura do Evangelho, a participação na Eucaristia e a vida de oração para sermos cristãos e não mundanos

Foto: ACI Prensa
VATICANO, 31 Ago. 14 / 02:31 pm (ACI/EWTN Noticias).- Em suas palavras prévias à oração do Ângelus deste domingo, o Papa Francisco animou os fiéis a lerem cotidianamente o Evangelho, participar frequentemente na Eucaristia e ter jornadas de retiro e exercícios espirituais, para seguir Jesus Cristo e não o mundo.
O Santo Padre assinalou que “seguindo o itinerário dominical do Evangelho de Mateus, hoje chegamos ao ponto crucial no qual Jesus, depois de ter verificado que Pedro e os outros onze tinham acreditado nele como Messias e Filho de Deus, ‘começou a explicar-lhes que deveria ir a Jerusalém e sofrer muito, ser assassinado e ressuscitar ao terceiro dia’”.
“É um momento crítico no qual emerge o contraste entre o modo de pensar de Jesus e o dos discípulos. Inclusive Pedro sente o dever de reprovar o Mestre, porque não pode atribuir ao Messias um final ignóbil. Então Jesus, ao seu turno, reprova duramente Pedro e o coloca ‘em seu lugar’, porque não pensa ‘segundo Deus, mas segundo os homens’ e sem dar-se conta faz o papel de satanás, o tentador”.
O Papa indicou que “nós os cristãos vivemos no mundo, inseridos plenamente na realidade social e cultural de nosso tempo, e é justo que seja assim; mas isto traz consigo o risco de nos convertermos em ‘mundanos’, o risco de que ‘o sal perca o sabor’ como diria Jesus, ou seja, que o cristão se ‘dilua’, perca a carga de novidade que vem do Senhor e do Espírito Santo”.
“Na verdade deveria ser ao contrário: quando em nós cristãos permanece viva a força do Evangelho, essa pode transformar ‘os critérios de juízo, os valores determinantes, os pontos de interesse, as linhas de pensamento, as fontes de inspiração e os modelos de vida’”, disse Francisco, citando a Exortação Apostólica Evangelii nuntiandi, do Papa Paulo VI.
O Papa lamentou a triste situação de encontrar cristãos ‘diluídos’, que parecem o ‘vinho diluído’ e não se sabe se estes são cristãos ou mundanos. “Tal como o ‘vinho diluído’, não se sabe se é vinho ou água, e isto é triste”, enfatizou.
“É triste encontrar cristãos que não são mais o sal da terra. Sabemos que quando o sal perde seu sabor não serve para nada, seu sal perdeu o sabor porque se entregaram ao espírito do mundo, quer dizer, converteram-se em mundanos”.
O Santo Padre assinalou que “por isso é necessário renovar-se continuamente nutrindo-se da seiva do Evangelho. E como se pode fazer isto na prática? Sobre tudo lendo e meditando o Evangelho todos os dias, assim a Palavra de Jesus estará sempre presente em nossa vida”.
“Recordem que será de ajuda levar sempre o Evangelho com vocês, um pequeno evangelho, no bolso, na carteira e ler durante o dia uma passagem, mas estar sempre com o Evangelho, porque é levar a Palavra de Jesus consigo para poder lê-la”.
Além disso, recomendou, “participando da Missa dominical, onde encontramos o Senhor na comunidade, escutando sua Palavra e recebendo a Eucaristia que nos une a Ele e entre nós”.
“E logo são muito importantes para a renovação espiritual as jornadas de retiro e de exercícios espirituais”, afirmou o Papa.
“Evangelho, Eucaristia e oração, não se esqueçam: Evangelho, Eucaristia e oração. Graças a estes dons do Senhor podemos nos conformar a Cristo e não ao mundo, e segui-lo em sua vida, trilhar o caminho de ‘perder a própria vida’ para encontrá-la.
“Perdê-la”, explicou Francisco, “no sentido de doá-la, oferecê-la por amor no amor – e isto comporta o sacrifício, a cruz – para recebê-la novamente purificada, liberada do egoísmo e da condenação da morte, cheia de eternidade”.
“A Virgem Maria nos precede sempre neste caminho; deixemo-nos ser guiados e acompanhados por Ela”, concluiu.
Fonte: Acidigital

Setembro: Mês da Bíblia -Palavra e silêncio de Deus

Dom Pedro Carlos Cipollini
Bispo de Amparo (SP)
Impressionante o aparente silêncio de Deus diante do drama humano que se descortina a nosso redor. Mais chocante é o silêncio diante das orações dos que creem. Perseguição e violência contra cristãos, em várias partes do mundo, caso do Iraque. Morte de fome e doenças, em várias partes do Planeta, caso das vítimas do ébola na África. Coloca-se a pergunta: Deus onde estás? Eis o drama de muitos que, como Jó, rezam e não escutam resposta.

O mês de setembro, entre nós católicos, é dedicado de forma especial à consideração da Palavra de Deus: mês da Bíblia! À pergunta sobre onde está Deus, devemos responder que Ele está no meio de nós. É isto que a Bíblia nos ensina. “A Palavra se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,14 ). Em Jesus Deus nos fala de forma vibrante, total. São João da Cruz escreve; “Uma palavra disse o Pai, que foi seu Filho; e di-la sempre no eterno silêncio e em silêncio ela há de ser ouvida” ( cf. in Ditos de Amor e Luz n. 98).
Não há silêncio de Deus a não ser para aqueles que não querem ouvir Jesus: “Este é meu filho amado em quem encontro meu agrado: escutai-o” (Mt 17,5). Por aí se deduz que não é Deus que não fala, ou não responde. Somos nós que não sabemos fazer o necessário silêncio para ouvi-Lo. Ou nossa fé não é suficiente para fazer silêncio e contemplar o mistério que nos envolve. Deus é tão grande que não o compreendemos (cf. Jó, 36,26). O profeta Isaías deixa registrado: “...vós sois um Deus escondido”(Is 45,15). Este ocultamento é glória para Deus! (cf. Pr 25,2).
Mas se Deus se revelou plenamente em Jesus, como permanece este ocultamento? Ao ponto de São Paulo escrever: “Quem és tu, ó homem, para pedires conta a Deus?” (Rm 9,20). Aqui nos defrontamos com o mais profundo do mistério da Revelação que Deus faz de si mesmo em Jesus Cristo: Deus se revela na fraqueza (cf. 2 Cr 12,7-10). Grande parte da revolta contra Deus, e até mesmo da negação da existência de Deus está no fato de que o modo e o local, no qual Deus quis se revelar não são aceitos, embora sejam conhecidos. O que o mundo julga estulto Deus escolheu para confundir os sábios...etc
A sabedoria de Deus é infinita e se revelou na pobreza do modo e dos meios, com os quais se deu a conhecer: de Belém até a cruz. Não é fácil fazer-se conhecer quando se é Deus, pois, Ele não teria sido amado, mas adulado ou temido somente, se tivesse feito de outro modo.
O mês da Bíblia é um mês para nos recordar que a Palavra de Deus está aí para nos iluminar, a fim de percebermos no dia a dia da vida o quanto Deus continua nos falando. Sobretudo, a ensinar-nos que Deus escreve direito por linhas tortas. E que precisamos nos tornar hábeis na leitura destas linhas tortas. “Conserva-te em silêncio diante de Deus e espera Nele” (Sl 37,7). Esta é a resposta da fé, a única que convém diante da Revelação amorosa que Deus nos faz.
Para adentrar-nos no tesouro da Palavra, estão a nosso dispor tantos instrumentos que neste mês queremos recordar a todos, principalmente a urgência da iniciação à vida cristã e a animação bíblica da vida e da pastoral, propostas pelas atuais Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (Doc. 64/CNBB). 
Fonte: CNBB