quinta-feira, 4 de junho de 2015

Área Pastoral São José Comemora Corpus Christi




* Haverá Adoração ao Santíssimo às 15:00h  nas Comunidades


*Procissão  saindo da Comunidade São Joaquim e Santa Ana às 17:00 h


* A Santa Missa será após a Procissão na Comunidade São José
  
  Esperamos todos vocês para esta GRANDE FESTA!!!




Corpus Christi é uma expressão oriunda do latim que significa “Corpo de Cristo”. É considerada uma das festas mais importantes para a Igreja Católica, pois celebra o mistério da eucaristia ou seja, o sacramento do sangue e corpo de Jesus Cristo.

Consumidos pelo amor e a compaixão de Cristo

Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)

A Solenidade do Corpo e do Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo centraliza nossa atenção no Pão que nos leva a comungar com sua vida, sendo consumidos totalmente por Ele. A diferença de outro alimento comum, a Eucaristia nos incorpora a Cristo, nos cristifica, nos transforma no seu Corpo, fazendo-nos assumir e viver seu amor e compaixão.

É o sacramento maior que nos educa e nos liberta para a partilha e o seguimento encorajando-nos para o sacrifício e a doação, para um projeto de missão e luta pelo Reino. Num mundo em que o mais importante é ser consumidor e proprietário, a Eucaristia nos consome e nos faz repartir a vida e o que temos com os outros.
Numa sociedade em que a aparência, a força e o poder ditam as normas, o Santíssimo Sacramento nos revela que o Deus Conosco preferiu permanecer num pequeno Pão e num pouco de Vinho, mostrando a sua fragilidade na misericórdia e na perfeita humildade. Eucaristia que constrói e edifica a Igreja como Povo de Deus servidor, profético e comprometido com os pobres e com sofrimento humano. Pão da vida e da comunhão com toda a terra e que coloca como meditava o Pe. Teilhard de Chardim a todo o universo em movimento ascensional para Deus.
Banquete Eucarístico que como Altar da verdadeira Paz ( Ara Pacis ) reconcilia e desarma as pessoas, unindo-as na mais profunda comunhão com Deus e todos os irmãos/ãs. Que nunca permitamos que a rotina ou o cansaço nos leve a descuidar ou desvalorizar este encontro vital e transformador com Cristo que nos faz mergulhar no oceano da sua misericórdia, nos envia ao mundo para sermos portadores e testemunhas da sua Presença amorosa, terna, e solidária com a humanidade inteira e todas as criaturas.
Que possamos gerar uma cultura eucarística, reconciliadora e compassiva, superando o ódio e a violência homicidas, para viver como pessoas livres que se tornam uma dádiva generosa para os outros fazendo acontecer a fraternidade e a unidade da família humana em Cristo. Deus seja louvado!
Fonte: CNBB

Corpus Christi

Dom Fernando Arêas Rifan
Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney (RJ)

Hoje celebramos com toda a Igreja a solenidade do Santíssimo Sacramento do Corpo e Sangue de Cristo, ou Corpus Christi.
A belíssima catedral gótica de Orvieto, na Itália, que já visitei, conserva o relicário com o corporal sobre o qual caíram gotas de sangue da Hóstia Consagrada, durante a Santa Missa, celebrada em Bolsena, cidade próxima, onde vivia Santo Tomás de Aquino, que testemunhou o milagre. Estamos no século XIII. O Papa Urbano IV, que residia em Orvieto, ordenou ao Bispo Giacomo que levasse as relíquias de Bolsena a Orvieto, em procissão. Quando o Papa encontrou a Procissão na entrada de Orvieto, pronunciou diante da relíquia eucarística as palavras: “Corpus Christi (o Corpo de Cristo)”. O Papa prescreveu então, em 1264, que na 5ª feira após a oitava de Pentecostes fosse oficialmente celebrada a festa em honra do Corpo de Deus, sendo Santo Tomás de Aquino encarregado de compor o texto da Liturgia dessa festa. O Papa, que havia sido arcediago de Liège, na Bélgica e conhecido Santa Juliana de Mont Cornillon, atendia assim ao desejo manifestado pelo próprio Jesus a essa religiosa, pedindo uma festa litúrgica anual em honra da Sagrada Eucaristia. Em 1247, em Liège, já havia sido realizada a primeira procissão eucarística, como festa diocesana, sendo estabelecida mundialmente pelo Papa Clemente V, que confirmou a Bula de Urbano IV. Em 1317, o Papa João XXII publicou na Constituição Clementina o dever de se levar a Eucaristia em procissão pelas vias públicas.

Por que tão solene festa? Porque “a Eucaristia é o coração e o ápice da vida da Igreja, pois nela Cristo associa sua Igreja e todos os seus membros a seu sacrifício de louvor e ação de graças oferecido uma vez por todas na cruz a seu Pai; por seu sacrifício ele derrama as graças da salvação sobre o seu corpo, que é a Igreja. A Eucaristia é o memorial da Páscoa de Cristo: isto é, da obra da salvação realizada pela Vida, Morte e Ressurreição de Cristo, obra esta tornada presente pela ação litúrgica. Enquanto sacrifício, a Eucaristia é também oferecida em reparação dos pecados dos vivos e dos defuntos, e para obter de Deus benefícios espirituais ou temporais” (C.I.C. nn.1407, 1409 e 1414). “O Sacrifício Eucarístico, memorial da morte e ressurreição do Senhor, em que se perpetua pelos séculos o Sacrifício da cruz, é o ápice e a fonte de todo o culto e da vida cristã, por ele é significada e se realiza a unidade do povo de Deus, e se completa a construção do Corpo de Cristo. Os outros sacramentos e todas as obras de apostolado da Igreja se relacionam intimamente com a santíssima Eucaristia e a ela se ordenam” (C.D.C. cân. 897).

Por ser tão importante e digna da nossa honra e culto, o Papa São João Paulo II, na sua Encíclica “Ecclesia de Eucharistia”, nos advertia contra os “abusos que contribuem para obscurecer a reta fé e a doutrina católica acerca deste admirável sacramento” e lastimava que se tivesse reduzido a compreensão do mistério eucarístico, despojando-o do seu aspecto de sacrifício para ressaltar só o aspecto de encontro fraterno ao redor da mesa, concluindo: “A Eucaristia é um dom demasiado grande para suportar ambiguidades e reduções”.
Fonte:CNBB

Igreja no Brasil celebra Corpus Christi

Montagem
Em todo o país, dioceses e paróquias preparam nesta quinta-feira, 4 de junho, as celebrações e os tradicionais tapetes de pó de serra e sal coloridos. Trata-se da solenidade de Corpus Christi.  “É a festa da Eucaristia, que celebra o Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo”, explica o bispo auxiliar de Brasília e secretário geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Leonardo Steiner.
  A origem da festa remete à devoção eucarística iniciada na França e na Bélgica, antes do século XII. Ligada à piedade do povo cristão, a solenidade também é lembrada pela influência das visões da monja agostiniana belga, Juliana de Cornillon, que mostravam o anseio de Cristo para que o mistério da Eucaristia fosse celebrado com destaque. Tais visões foram decisivas para o papa Urbano IV que, em agosto de 1264, publicou a bula Transiturus de hoc mundo. O documento determinou a celebração de Corpus Christi na quinta-feira após a solenidade da Santíssima Trindade. O Concílio Vaticano II vinculou a celebração ao mistério pascal de Jesus Cristo, dando novo significado à festividade.
Segundo dom Leonardo Steiner, a solenidade de Corpus Christi é marcada por celebrações, procissão e o enfeite das ruas. “Mas o sinal mais significativo é  a reverência a Cristo que por amor de nós fez-se pão repartido”, afirma.
Procissão
Com rito solene e cânticos, a procissão, segundo dom Leonardo Steiner, é a presença visibilizada de Jesus nas ruas e nas cidades. “Como expressão de nossa reverência e admiração, enfeitamos as ruas e lugares por onde Ele passará”, acrescenta.
A orientação da Igreja é para que a procissão aconteça após a celebração eucarística. Durante o percurso, de acordo com o costume, podem ser concedidas bênçãos eucarísticas em estações.
Tapetes
A tradição dos tapetes que ornamentam a solenidade de Corpus Christi no Brasil tem origem nos imigrantes açorianos, provenientes do arquipélago dos Açores, em Portugal. O Barroco, manifestação artística do século XVII, enriqueceu a festa com suas características e, desde a época colonial, uma profusão de cores, a música e expressões de grandeza marcam a festa.
Celebrações pelo Brasil
 Confira como serão as celebrações em algumas Igrejas Particulares do Brasil:
Brasília
O arcebispo de Brasília e presidente da CNBB, dom Sérgio da Rocha, preside a missa de Corpus Christi na Esplanada dos Ministérios, às 17h, desta quinta-feira, com a presença do clero e dos bispos auxiliares. Cerca de 500 jovens de diversas paróquias participarão da montagem dos tradicionais tapetes. Após a celebração da Eucaristia, será realizada procissão solene do Santíssimo Sacramento em torno do 1º Quadrilátero da Esplanada, em frente à Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida. Recordando o Ano da Paz, a procissão em que os fiéis carregam velas também será momento das bênçãos para os doentes, governantes e as famílias, seguida de uma queima de fogos.
Salvador
Na arquidiocese de Salvador (BA), além das programações de cada paróquia, será celebrada uma Missa campal às 8h30, presidida pelo bispo auxiliar dom Gilson Andrade da Silva, em frente à Igreja São Pedro dos Clérigos. Durante a procissão, o ostensório com a Eucaristia será conduzido no meio do povo, diferente dos anos anteriores, quando era levado em um carro ornamentado.
Goiânia
A celebração na arquidiocese de Goiânia (GO) acontecerá nesta quinta-feira, às 17h, na praça do Trabalhador. Há 10 anos iniciou-se a tradição em Goiânia das paróquias celebrarem juntas em um mesmo local. A confecção dos tradicionais tapetes será feita a partir das 7h e envolverá 50 paróquias.
Belo Horizonte
O arcebispo de Belo Horizonte (MG), dom Walmor Oliveira, preside missa no Santuário Arquidiocesano de Adoração Perpétua – Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem, às 17h30, seguida de procissão, pela Avenida Afonso Pena, até a Paróquia São José, no centro da capital mineira. As duas Igrejas prepararam um tapete de serragem com cerca de um quilômetro de extensão.
Rio de Janeiro
Com o tema “Eucaristia, alimento para a esperança”, a arquidiocese do Rio Janeiro (RJ) preparou uma programação que terá início com a concentração na Igreja da Candelária, no Centro, às 15h30, quando os fiéis celebrarão as Vésperas e, em seguida, a procissão sairá em direção à Catedral de São Sebastião, na Avenida Chile. Já na Catedral, o arcebispo metropolitano, cardeal Orani João Tempesta, dará a bênção do Santíssimo Sacramento e, logo após, presidirá a missa.
Niterói
O arcebispo de Niterói (RJ), dom José Francisco Rezende Dias, presidirá duas missas na solenidade de Corpus Christi. A primeira será em São Gonçalo (RJ), às 8h, na matriz São Gonçalo de Amarante. Para esta celebração matutina, é confeccionado pelos fiéis um conjunto de 241 tapetes, considerado Patrimônio Público Cultural e Religioso do Município. Na parte da tarde, dom José Francisco preside a celebração eucarística em frente à Câmara Municipal de Niterói, às 16h.
Mogi das Cruzes
O bispo de Mogi das Cruzes (SP), dom Pedro Luiz Stringhini, preside a missa de Corpus Christi na Catedral Sant’Ana, às 9h. Após a missa, os fiéis saem em procissão pelas ruas centrais da cidade.
Criciúma
O bispo de Criciúma (SC), dom Jacinto Inacio Flach presidirá missa às 15 horas, na Praça do Congresso, em Criciúma, mesmo lugar onde há 69 anos foi celebrado o Congresso Eucarístico Nacional. Do local, sairá a procissão até a Catedral. Na diocese, a paróquia São José convida os fiéis a participarem da campanha “Adorar Cristo na Eucaristia e aquecê-lo no irmão”, motivando a doação de cobertores, mantas e acolchoados que serão destinados a pessoas carentes.
 Fonte: CNBB

Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo - B




O Senhoralimentou seu povo com a flor do trigo e com o mel do rochedo o saciou." (Sl 80,17)


Por: Padre Wagner Augusto Portugal
Meus queridos irmãos, 

Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo é festa oportuna para reflexão sobre a Aliança de Deus com o gênero humano. Aliança iniciada no Antigo Testamento e que ilumina o Novo Testamento com a instituição da Eucaristia pelo Redentor da Humanidade, para perpetuar entre nós a nova e eterna Aliança de Deus com a humanidade inteira. Em Jesus o Pai, nos acolhe, nos serve e nos alimenta, fazendo comunhão conosco. 

A solenidade do Corpo e Sangue de Cristo tem uma mensagem eminentemente catequética para o povo de Deus: em todas as missas nós caminhamos rumo à mesa da Comunhão.

Mas, o que é a Comunhão?

A Comunhão é o sacramento de Deus que se oferece a nós como alimento de graça, alimento de purificação, alimento de santificação, alimento de comum união com o Criador, que nos leva, de maneira coercitiva, pelo próprio gesto à comunhão com as criaturas humanas. Comunhão de Deus conosco e com a nossa comunidade, com o nosso irmão, especialmente com o irmão sofredor, com o irmão excluído, com o irmão que vive à margem do sistema neoliberal que excluiu e continua excluindo o pobre povo brasileiro. Comunhão que nos coloca em sintonia com o mistério da fé, mistério de salvação. 

Com a festa da Santa Eucaristia, Cristo é atualizado para as nossas comunidades. Ele é o “jovem”, ressuscitado há dois mil anos, que sempre se dá a cada um de nós como alimento diário para levar adiante nossa caminhada e colaborar com a edificação do Reino de Deus entre nós. 

Irmãos e irmãs, 

A Santa Eucaristia é o Sacramento para as criaturas humanas. Um Sacramento que em todos se encontram iguais entre iguais, formando uma verdadeira comunidade. Porém, é um Sacramento feito de pão e de vinho, duas criaturas irracionais e quase sempre realizado sobre uma mesa de pedra, o altar.

Parece um verdadeiro encontro da natureza em todos os seus elementos. Relembrando Santo Irineu, não foi por acaso que Jesus quis fazer-se presente no pão e no vinho, dois produtos da terra, amaldiçoada no pecado de Adão, e isso para que nós tenhamos a certeza que Jesus refez em si não só a criatura humana, mas a própria natureza e o cosmo, a terra em seu sentido mais concreto. 

Pela Ressurreição de Cristo, homens e mulheres, criaturas e toda a humanidade, terra e céu, lagos e orvalhos, todos, indistintamente, foram recriados para, num verdadeiro hino de louvor e de ação de graças, pelo Corpo e pelo Sangue Precioso de Jesus, tornar-se Eucaristia, mistério máximo de nossa salvação. 

Meus irmãos, 

A palavra central da liturgia deste ano é ALIANÇA. Deus Conosco faz aliança com o seu povo a partir da Cruz Redentora de Cristo.

Israel experimentou seu Deus como Aquele com quem tinha uma Aliança. Era um aliado, embora a relação fosse “feudal”, com Deus como suserano e Israel como vassalo, ou como muitas pensavam uma Aliança militar, de libertação. Mas eram unidos por amizade e fidelidade e – em princípio – podiam contar um com o outro. Esta Aliança foi instituída, mediante Moisés, em vários momentos. Um momento era a promulgação da Lei, que tem a forma de um pacto feudal, conforme nos ensina em Êxodo 20. Outro era o sacrifício, em que o mesmo sangue do animal mais precioso – o touro – foi aspergido em parte sobre o altar e em parte sobre o povo. Deus e povo unidos pelo mesmo sangue (Ex 24). 

A plena realização deste modelo é Jesus Cristo. Em seu sangue foram unidos Deus e o novo povo de Deus. A hora deste sacrifício foi à hora da cruz. As palavras da NOVA ALIANÇA foram pronunciadas à sombra da cruz, na noite precedente, durante a celebração da Páscoa de Jesus e seus discípulos. Como ainda não foi derramado o sangue, o vinho vermelho o substituiu – vinho da taça erguida a Deus em agradecimento pela libertação do povo, conforme prescrevia o rito pascal, vinho da taça que Deus não retirou do Filho, quando este, em agonia, rezou: “Afasta de mim este cálice, mas não a minha, porém a tua vontade seja feita” (Mc 14,36). E, conseqüentemente, o pão partido e distribuído se transformou em sinal sagrado daquele que se doaria por seus irmãos até o fim. É a nova Aliança, que Deus novamente unido com seu povo, não mais por laços feudais, mas pela própria vida do Filho, dada em corpo e sangue por nós. Este é o resumo do Evangelho. 

Meus irmãos, 

A segunda leitura(Hb 9,11-15) fala da Nova e Eterna Aliança. Em vez de documento escrito, a cruz redentora. Em vez de sangue dos animais, o sangue de Jesus. Em vez de um profeta que fosse mediador, o próprio Filho de Deus que, sem deixar a divindade, assume a nossa humanidade, a nossa carne. O próprio Deus revestido da humanidade e primogênito de todas as criaturas assume o mistério central da nova e eterna aliança de Deus com os homens. 

O Evangelho sela a nova e eterna aliança entre Deus e os homens. Uma aliança que nos anima a vida, que expia nossos pecados e que inflama nosso coração de solidariedade. 

A Eucaristia é ceia de libertação. Libertação de nossos pecados que são lavados pela Cruz Redentora. Eucaristia que é comunhão que conta com a presença de Jesus. Não a sua presença física, mas a sua presença verdadeira. É o próprio Cristo que dá o seu corpo e o seu sangue como alimento de nossa salvação. 

Eucaristia que personifica e nos lembra a presença/alimento que nos garante a participação na vida divina. Quando comungamos, o Cristo/alimento é que nos assimila e nos diviniza, elevando-nos de criaturas insuficientes à gloriosa condição de Filhos de Deus. 

O Antigo Testamento falava em vida, expiação e solidariedade. Tudo isso está presente na Eucaristia. Assim nos fala o próprio Jesus: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna” (Jo 6,54). 

Meus amigos, 

A Festa de “Corpus Christi” é o momento solene em que a Santa Igreja nos convida a fazer um culto público do Senhor Ressuscitado, que caminha conosco no nosso itinerário de salvação. Com grande júbilo, enfeitamos as ruas para que o Senhor Ressuscitado passe sendo homenageado o Senhor da Vida, com a genialidade da arte-sacra que aproveita este momento de evangelização sobre o valor universal da Eucaristia. Que este culto público seja agradável ao Senhor Eucarístico nascendo em cada um de nós um amor que se torna sacrifico dedicado ao Santo, a Deus. Amor que doa corpo e sangue, vida.

A celebração de hoje tem algo de vital, algo que deve mexer com nossas vidas. Devemos unir-nos a seu amor, entregando nosso corpo e sangue para pô-lo a serviço de nossos irmãos. Assim, todos seremos consagrados com Jesus, “oferenda perfeita” com Cristo. - See more at: http://www.catequisar.com.br/texto/liturgia/2015/39.htm#sthash.zyeQwNav.dpuf

Corpus Cristi : O sentido da celebração - Origem da solenidade

 O sentido da celebração 

Na quinta-feira, após a solenidade da Santíssima Trindade, a Igreja celebra devotamente a solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, festa comumente chamada de Corpus Christi. A motivação litúrgica para tal festa é, indubitavelmente, o louvor merecido à Eucaristia, fonte de vida da Igreja. Desde o princípio de sua história, a Igreja devota à Eucaristia um zelo especial, pois reconhece neste sinal sacramental o próprio Jesus, que continua presente, vivo e atuante em meio às comunidades cristãs. Celebrar Corpus Christi significa fazer memória solene da entrega que Jesus fez de sua própria carne e sangue, para a vida da Igreja, e comprometer-nos com a missão de levar esta Boa Nova para todas as pessoas.

Poderíamos perguntar se na Quinta-Feira Santa a Igreja já não faz esta memória da Eucaristia. Claro que sim! Mas na solenidade de Corpus Christi estão presentes outros fatores que justificam sua existência no calendário litúrgico anual. Em primeiro lugar, no tríduo pascal não é possível uma celebração festiva e alegre da Eucaristia. Em segundo lugar, a festa de Corpus Christi quer ser uma manifestação pública de fé na Eucaristia. Por isso o costume geral de fazer a procissão pelas ruas da cidade. Enfim, na solenidade de Corpus Christi, além da dimensão litúrgica, está presente o dado afetivo da devoção eucarística. O Povo de Deus encontra nesta data a possibilidade de manifestar seus sentimentos diante do Cristo que caminha no meio do Povo.

2. Origem da solenidade

Na origem da festa de Corpus Christi estão presentes dados de diversas significações. Na Idade Média, o costume que invadiu a liturgia católica de celebrar a missa com as costas voltadas para o povo, foi criando certo mistério em torno da Ceia Eucarística. Todos queriam saber o que acontecia no altar, entre o padre e a hóstia. Para evitar interpretações de ordem mágica e sobrenatural da liturgia, a Igreja foi introduzindo o costume de elevar as partículas consagradas para que os fiéis pudessem olhá-la. Este gesto foi testemunhado pela primeira vez em Paris, no ano de 1200.

Entretanto, foram as visões de uma freira agostiniana, chamada Juliana, que historicamente deram início ao movimento de valorização da exposição do Santíssimo Sacramento. Em 1209, na diocese de Liége, na Bélgica, essa religiosa começa ter visões eucarísticas, que se vão suceder por um período de quase trinta anos. Nas suas visões ela via um disco lunar com uma grande mancha negra no centro. Esta lacuna foi entendida como a ausência de uma festa que celebrasse festivamente o sacramento da Eucaristia.

3. Nasce a festa do Corpus Christi

Quando as idéias de Juliana chegaram ao bispo, ele acabou por acatá-las, e em 1246, na sua diocese, celebra-se pela primeira vez uma festa do Corpo de Cristo. Seja coincidência ou providência, o bispo de Juliana vem a tornar-se o Papa Urbano IV, que estende a festa de Corpus Christi para toda Igreja, no ano de 1264. 

Mas a difusão desta festa litúrgica só será completa no pontificado de Clemente V, que reafirma sua significação no Concilio de Viena (1311-1313). Alguns anos depois, em 1317, o Papa João XXII confirma o costume de fazer uma procissão, pelas vias da cidade, com o Corpo Eucarístico de Jesus, costume testemunhado desde 1274 em algumas dioceses da Alemanha.

O Concílio de Trento (1545-1563) vai insistir na exposição pública da Eucaristia, tornando obrigatória a procissão pelas ruas da cidade. Este gesto, além de manifestar publicamente a fé no Cristo Eucarístico, era uma forma de lutar contra a tese protestante, que negava a presença real de Cristo na hóstia consagrada.

Atualmente a Igreja conserva a festa de Corpus Christi como momento litúrgico e devocional do Povo de Deus. O Código de Direito Canônico confirma a validade das exposições publicas da Eucaristia e diz que ·principalmente na solenidade do Corpo e Sangue de Cristo, haja procissão pelas vias públicas· (cân. 944).

4. A celebração do Corpo de Cristo

Santo Tomás de Aquino, o chamado doutor angélico, destacava três aspectos teológicos centrais do sacramento da Eucaristia. Primeiro, a Eucaristia faz o memorial de Jesus Cristo, que passou no meio dos homens fazendo o bem (passado). Depois, a Eucaristia celebra a unidade fundamental entre Cristo com sua Igreja e com todos os homens de boa vontade (presente). Enfim, a Eucaristia prefigura nossa união definitiva e plena com Cristo, no Reino dos Céus (futuro).

A Igreja, ao celebrar este mistério, revive estas três dimensões do sacramento. Por isso envolve com muita solenidade a festa do Corpo de Cristo. Não raro, o dia de Corpus Christi é um dia de liturgia solene e participada por um número considerável de fiéis (sobretudo nos lugares onde este dia é feriado). As leituras evangélicas deste dia lembram-nos a promessa da Eucaristia como Pão do Céu (Jo 6, 51-59 - ano A), a última Ceia e a instituição da Eucaristia (Mc 14, 12-16.22-26 - ano B) e a multiplicação dos pães para os famintos (Lc 9,11b-17 - ano C).

5. A devoção popular

Porém, precisamos destacar que muito mais do que uma festa litúrgica, a Solenidade de Corpus Christi assume um caráter devocional popular. O momento ápice da festa é certamente a procissão pelas ruas da cidade, momento em que os fiéis podem pedir as bênçãos de Jesus Eucarístico para suas casas e famílias. O costume de enfeitar as ruas com tapetes de serragem, flores e outros materiais, formando um mosaico multicor, ainda é muito comum em vários lugares. Algumas cidades tornam-se atração turística neste dia, devido à beleza e expressividade de seus tapetes. Ainda é possível encontrar cristãos que enfeitam suas casas com altares ornamentados para saudar o Santíssimo, que passa por aquela rua.

A procissão de Corpus Christi conheceu seu apogeu no período barroco. O estilo da procissão adotado no Brasil veio de Portugal, e carrega um estilo popular muito característico. Geralmente a festa termina com uma concentração em algum ambiente público, onde é dada a solene bênção do Santíssimo. Nos ambientes urbanos, apesar das dificuldades estruturais, as comunidades continuam expressando sua fé Eucarística, adaptando ao contexto urbano a visibilidade pública da Eucaristia. O importante é valorizar este momento afetivo da vida dos fiéis.

Evaldo César de Souza, C.Ss.R
Fonte: Catequese Católica