Como
escolher um bom político para governar a cidade, o Estado ou o país?
Esta é uma dúvida que perpassa a mente de muitos brasileiros que, em
especial neste mês, se preparam para escolher seus representantes
municipais. Simultaneamente a isso, neste mês de setembro o Papa Bento
XVI coloca, em sua intenção geral de oração, a conscientização dos
políticos, para que hajam com honestidade.
Na última
Assembleia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB),
realizada em Aparecida (SP) em abril deste ano, foi elaborado uma nota
para orientar a preparação para as eleições municipais. O documento
elenca alguns critérios para identificar o bom político.
“Este (o
bom político) deve ter seu histórico de coerência de vida e discursos
políticos referendados pela honestidade, competência, transparência e
vontade de servir ao bem comum”, foi o que disse secretário-geral da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Leonardo Ulrich
Steiner.
Mas
talvez a dificuldade da sociedade brasileira atual seja acreditar que
esse bom político existe, o que surge a partir de problemas como a
corrupção. Em vez de uma postura desanimadora e descrente, Dom Leonardo
defende a participação ativa dos leigos na política, apesar de todo esse
descrédito.
“Os
leigos devem se engajar na política por fidelidade à missão que o
Evangelho nos propõe. Não somente como candidatos, mas também como
educadores da política, ajudando os irmãos e as irmãs no sentido da
convivência democrática, da defesa do bem comum, dos valores que o
Evangelho nos propõe”, afirmou Dom Leonardo.
Para o
secretário-geral da CNBB, o exercício político e o interesse por
assuntos relacionados à política já é um exercício da cidadania, talvez o
maior deles. “Participar ativamente buscando informações, dando
informações, votar conscientemente é um exercício da nossa cidadania”.
E essa
busca de formação é justamente um fator para que os cidadãos possam
escolher as pessoas a quem vão atribuir a tarefa de governar o Estado,
que, como lembra o bispo, é composto por todos.
“O Estado
não é um ente que está aí gerindo e nós não sabemos. Nós sabemos quem
são as pessoas; todos nós formamos o Estado e delegamos a determinadas
pessoas a gerência do bem comum, mas para isso nós precisamos realmente
participar e diria até, depois, fiscalizar”, finalizou.
Fonte: cancaonova