quinta-feira, 7 de março de 2013

“Eis-me aqui, envia-me.”

dom-jose-antonioboa-200x200Com estas palavras do livro do Profeta Isaias no seu capítulo 6, versículo 8, propõe-se a Campanha da Fraternidade 2013 convocar o protagonismo dos jovens na construção de nova vida, de compromisso com nova vitalidade na Igreja e na Sociedade.
Ela recorda como no centro vital deste protagonismo está um encontro pessoal com Deus em Jesus Cristo e seu seguimento, abertura à ação do Espírito de Deus – Amor novo em plenitude.
Esta proposta é voltada para uma nova juventude motivada e cheia de energia para fazer acontecer “o Novo”, superando todas as dominações de velhice e caducidade que um mundo fechado em seu egoísmo e paralisado em suas opções hedonistas e materialistas.
Diante de uma “mudança de época” que rompe com muitos ou altera muitos dos paradigmas tradicionais que sustentam certa visão da vida e do mundo, as mesmas estruturas mais fundamentais da sociedade se desfazem e perdem referências de horizonte, de motivações, de esperanças, gastando-se no “carpe diem” do consumo de coisas e pessoas, de si mesmo, de tudo, enfim.
A grande alegria da descoberta do dom de Deus em Cristo renova a juventude do espírito e do corpo dos próprios jovens em idade e dos que, passada a idade física jovem, descobrem sempre uma nova juventude dada pelo Eterno Jovem que é o próprio Deus.
O impacto da mudança de época que vivemos tem deixado muitos à deriva da vida. E mesmo os que foram tocados pela Fé, mostram-se tomados de desânimo na superação do peso de morte que a sociedade cada dia mais demostra.
O chamado do Santo Padre Bento XVI para um Ano da Fé, uma Nova Evangelização, acolhendo sangue novo nas veias da Igreja e da Sociedade Humana, mostra a direção da fonte desta “eterna juventude” do espírito que pode sobrepujar qualquer ausência de perspectiva de futuro e de esperança.
“Tudo é possível àquele que crê!”(Mc 9, 23) – é a direta afirmação de Jesus a quem o busca de modo indeciso e sem a certeza de seu poder.
Chegou a hora de repropor o encontro com o Senhor ressuscitado, vivo e presente na História do Mundo, o “todo poderoso”, que assim se mostra; capaz de tudo renovar na face da terra. (cf. Apc 21,5)
É hora de repropor o Evangelho com o testemunho da Fé. Assim mora a juventude no coração da Igreja. E sua opção é acolhimento do dom que a mesma juventude traz para a humanidade como poder recomeçar com entusiasmo a vida e dela fazer a grande oportunidade de fazer acontecer o Reino de Deus – que é Reino para o Homem.
A própria realidade natural, expressão do Criador, coloca no ser da juventude um chamado, um clamor, uma convocação: “A quem enviarei?” E o coração ainda vivo, que sonha, que espera, que anseia, descobre que não está só e pode responder: “Eis-me aqui, envia-me.” (Is 6,8) Na experiência vital do jovem, a esperança de renovação da força da humanidade que age com Aquele que lhe dá força. (cf. Flp. 4, 13)
“O profeta em questão, Isaias, é chamado a profetizar sobre uma estrutura social cristalizada, que se mantinha em um ciclo contínuo de injustiça… Em seu anúncio é apresentada uma nova estrutura para a sociedade… O jovem profeta vê além: por isso, consegue encontrar novos caminhos diante dos mecanismos de sobrevivência já inertes e sem esperança. Os jovens são protagonistas da evangelização e artífices da renovação social.” (do texto base da CF 2013, 251 ss)
Se a humanidade não quiser acabar na decrepitude e decomposição total, deverá optar sempre pelo rejuvenescimento, pela geração de novas gerações que a desafiem ao novo da esperança e à superação das fórmulas cristalizadas de egoísmo e morte.
Feliz momento em que vivemos: é preciso abrir-nos ao novo, ao jovem, à busca e à esperança. E a juventude sempre renovada por Aquele que alegra a nossa juventude (cf. Sl 42, 4 – Vulgata: et introibo ad altare Dei ad Deum qui laetificat iuventutem meam confitebor tibi in cithara Deus Deus meus.” – Deus que alegra a minha juventude e me faz tomar o violão para louvar o meu Deus.)
Sem dúvida esta é uma tradução livre, mas muito significativa para mostrar como é hora de abrir espaço para a juventude, para a alegria, para o novo, para o louvor de Deus. E dizermos com toda a confiança: “Eis-me aqui, envia-me.”
+ José Antonio Aparecido Tosi Marques
Arcebispo Metropolitano de Fortaleza

Comentando o Evangelho

O mal impede de falar as maravilhas de Deus
Na subida para a sua Páscoa, Jesus vai fazendo as pessoas viverem. Sua presença na vida das pessoas comunica o Espírito Santo e arranca o mal que desfigura, no homem, o brilho originário da imagem de Deus.
A mudez era considerada possessão demoníaca. O mal impede de falar, de bem falar; o mal distorce a linguagem. Expulsando o demônio, que impedia de falar, Jesus faz o mudo renascer para a palavra. Ora, o próprio Lucas, na segunda parte da sua obra, os Atos dos Apóstolos, diz que é o Espírito Santo quem faz falar as maravilhas de Deus (cf. At 2,1-11). À admiração da multidão, opõe-se a resistência de alguns. O leitor do evangelho já sabe que Jesus possui o Espírito de Deus (Lc 3,21-22; 4,1.18). Dizer que é por Beelzebu que Jesus expulsa os demônios é falta de discernimento, é confundir o Espírito Santo com Beelzebu - eis aí o mal!

Carlos Alberto Contieri, sj- Paulinas

Evangelho do Dia -Lc 11,14-23


Ano C

Jesus liberta e cura um mudo - Lc 11,14-23

Jesus estava expulsando um demônio que era mudo. Quando o demônio saiu, o mudo começou a falar, e as multidões ficaram admiradas. Alguns disseram: "É pelo poder de Beelzebu, o chefe dos demônios, que ele expulsa os demônios". Outros, para tentar Jesus, pediam-lhe um sinal do céu. Mas, conhecendo seus pensamentos, ele disse-lhes: "Todo reino dividido internamente será destruído; cairá uma casa sobre a outra. Ora, se até Satanás está dividido internamente, como poderá manter-se o seu reino? Pois dizeis que é pelo poder de Beelzebu que eu expulso os demônios. Se é pelo poder de Beelzebu que eu expulso os demônios, pelo poder de quem então vossos discípulos os expulsam? [...] Mas, se é pelo dedo de Deus que eu expulso os demônios, é porque o Reino de Deus já chegou até vós. Quando um homem forte e bem armado guarda o próprio terreno, seus bens estão seguros. Mas, quando chega um mais forte do que ele e o vence, arranca-lhe a armadura em que confiava e distribui os despojos. Quem não está comigo é contra mim; e quem não recolhe comigo, espalha".
Leitura Orante

Oração Inicial

Preparo-me para a Leitura Orante rezando,
com todos os internautas:
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Creio, Senhor Jesus, que sou parte de seu Corpo.
Espírito Santo,
tu que habitas, pela fé, nos nossos corações,
abre-nos à Palavra!
Seja a nossa inteligência e a nossa vontade,
terreno bom,
onde tu possas trabalhar com liberdade,
de modo que a nossa vida
seja sinal da tua caridade.
Amém.

1- Leitura (Verdade)

O que diz o texto do dia?
Leio atentamente, na Bíblia, o texto: Lc 11,14-23 , e observo pessoas, o que pensam e o que esperam de Jesus.
Um exorcismo e a expulsão de um demônio que era mudo causou admiração na multidão. A admiração era frequente diante dos milagres, mas não significava ainda, atitude de fé. Alguns até atribuem o exorcismo a um pacto com Belzebu! São os que têm reservas fundamentadas em dois aspectos: a dificuldade em compreender a origem e o poder de Jesus e a necessidade do sinal. Conhecendo seus pensamentos, Jesus fala da destruição da família e do país dividido. Diz ainda que quem não é a seu favor é contra ele e quem não o ajuda a reunir, ajuntar, está espalhando. Da pregação de Jesus, entendemos também que uniremos quando nos amamos e dividiremos quando nos apegamos a nós mesmos e não nos preocupamos com o próximo

2- Meditação (Caminho)

O que o texto diz para mim, hoje?
Sinto que promovo a comunhão na minha família, no meu trabalho, na Igreja?

Os bispos, em Aparecida, na V Conferência, falaram da comunhão entre os cristãos: "A vocação ao discipulado missionário é con-vocação à comunhão em sua Igreja. Não há discipulado sem comunhão. Diante da tentação, muito presente na cultura atual de ser cristãos sem Igreja e das novas buscas espirituais individualistas, afirmamos que a fé em Jesus Cristo nos chegou através da comunidade eclesial e ela "nos dá uma família, a família universal de Deus na Igreja Católica. A fé nos liberta do isolamento do eu, porque nos conduz à comunhão". Isto significa que uma dimensão constitutiva do acontecimento cristão é o fato de pertencer a uma comunidade concreta na qual podemos viver uma experiência permanente de discipulado e de comunhão com os sucessores dos Apóstolos e com o Papa." (DAp 156).

Tenho a tentação de contradizer, dividir, criticar, colocar obstáculos? Qual é a minha comunidade concreta? Como vivo nesta comunidade?

3- Oração (Vida)

O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo, espontaneamente, com salmos ou outras orações e concluo, com a

Oração oficial da CF 2013
Pai santo, vosso Filho Jesus,
conduzido pelo Espírito
e obediente à vossa vontade,
aceitou a cruz como prova de amor à humanidade.
Convertei-nos e, nos desafios deste mundo,
tornai-nos missionários
a serviço da juventude.
Para anunciar o Evangelho como projeto de vida,
enviai-nos, Senhor;
para ser presença geradora de fraternidade,
enviai-nos, Senhor;
para ser profetas em tempo de mudança,
enviai-nos, Senhor;
para promover a sociedade da não violência,
enviai-nos, Senhor;
para salvar a quem perdeu a esperança,
enviai-nos, Senhor;
para...

4- Contemplação (Vida e Missão)

Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Meu novo olhar é de comunhão, de promoção da união de todos por onde passo.

Bênção

- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.
      Fonte: Paulinas