terça-feira, 24 de junho de 2014
Boletim Informativo – junho de 2014
Clique no link para visualizar em PDF o Boletim Informativo da Arquidiocese de Fortaleza – junho de 2014
Entidades promovem Simpósio sobre ecumenismo e missão
Com a proposta de identificar e refletir sobre alternativas para a missão no contexto do pluralismo religioso, será realizado, de 21 a 24 de agosto, o Simpósio Ecumenismo e Missão: Testemunho Cristão em um Mundo Plural, no Centro Mariápolis Ginetta, em Vargem Grande Paulista (SP). São esperados 150 participantes de diferentes regiões do Brasil.
O evento é promovido pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic) e Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), em parceria com as comissões episcopais para o Ecumenismo e o Diálogo Interreligioso, Laicato e Ação Missionária da CNBB.
O Simpósio irá celebrar os 50 anos de dois momentos importantes na vida da Igreja, sendo o Concílio Vaticano II e a primeira Conferência do Nordeste. Na oportunidade, será estudado o Documento “Testemunho Cristão em um mundo Plural”.
“Este Simpósio será muito relevante, pois promoverá a reflexão sobre nosso compromisso com a promoção de práticas missionárias que não conflitem com a diversidade religiosa presente no contexto brasileiro”, explicou a secretária geral do Conic, pastora Romi Bencke.
Na programação do Simpósio estão previstas abordagens do contexto religioso, político, econômico e cultural que caracterizaram o Brasil dos anos 60. A partir dos debates serão identificadas as principais mudanças ocorridas nos últimos 50 anos e que incidem no agir missionário das igrejas e do movimento ecumênico brasileiro.
Ao final do evento, o grupo pretende elaborar um documento de orientação sobre o “Testemunho Cristão em um Mundo Plural” para divulgação nacional.
Informações: www.conic.org.br
A festa de São João Batista
Terça feira, dia 24 de junho de2014, celebramos a Natividade de São João Batista, conhecido como o “percursor” de Cristo. Pouquíssimos santos são tão populares aqui no Brasil como São João Batista cuja vida e pregação, seus atos e morte aparecem nos evangelhos. A festa dele é celebrada com cantos, danças folclóricas, fogueiras, quadrilhas, foguetes além das procissões etc. Filho de Zacarias, sacerdote do Templo, e de Isabel, prima de Maria, a Mãe de Jesus. Não tinham filhos porque Isabel era estéril e os dois eram de idade avançada. Seu milagroso nascimento e missão foram anunciados pelo Anjo Gabriel ao pai Zacarias. Sabemos pouco de sua infância e adolescência. São Lucas nos conta que “Quanto ao menino, ele crescia e o seu espírito se fortalecia; e esteve nos desertos até o dia da sua manifestação a Israel” (Lc 1, 80). O evangelho descreve com traços fortes e sóbrios seu estilo de vida e pregação. Alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre, vestia uma pele de camelo e pregava o arrependimento e a preparação para a vinda do Messias e de seu reinado.
João começou a pregar e batizar próximo do ano 27 de nossa era e, segundo São Lucas, “foi-se por toda a região do Jordão proclamando o batismo para o perdão dos pecados” (Lc 3,3). João Batista teve o singular privilégio de batizar o próprio Cristo, embora protestasse ser indigno de desatar-lhe as sandálias. Novamente, segundo São Lucas, João disse: “Eu vos batizo com água, mas vem o que é mais forte que eu e não mereço soltar-lhe a correia do sapato. Ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo” (Lc 3,16). Daí lhe vem seus dois grandes títulos “Precursor” e “Batista”. No seu evangelho São João afirma: “Houve um homem enviado por Deus; seu nome era João. Ele veio como testemunha, para dar testemunha da luz, a fim de que todos cressem por ele. Ele não era a luz, mas devia dar testemunho da luz” (Jo 1, 6-8). João reconheceu Cristo como o Messias quando o Espírito Santo desceu sobre ele. “Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1, 29). O próprio Jesus fez o melhor elogio ao Batista quando Ele disse: “Entre os nascidos de mulher não há ninguém maior que o João” (Lc 7, 28). Novamente Jesus falou sobre João quando Ele disse: “Dele é está escrito: Eis que envio o meu mensageiro diante de ti; ele preparará o teu caminho diante de ti” (Lc 7, 27).
João morreu mártir porque denunciou publicamente o adultério de Herodes, que vivia com sua cunhada Herodíades. Salomé, filha de Herodíades, a pedido de sua mãe, exigiu a cabeça de João depois de haver dançado na frente de Herodes. João foi preso, encarcerado na prisão de Maqueronte, perto do Mar Morto e degolado. Sua cabeça foi entregue à Salomé em uma bandeja. A festa de seu nascimento vem sendo celebrada desde o século lV no dia 24 de junho. João pertence ao Antigo Testamento e nós ao Novo. Quem viver plenamente a redenção que vem de Cristo, já é maior, pela graça, que o profeta e mártir João. Porque Cristo disse: “…o menor no Reino de Deus é maior do que ele”.
Pe. Dr. Brendan Coleman Mc Donald, Redentorista e Assessor da CNBB Reg. NE1
[Editorial – junho 2014] “Copa do Mundo – Dignidade – Paz”
Queremos abrir espaço em nosso editorial mensal para um assunto que é polarizador completo nestes meses de junho e julho da atenção de todos: A Copa do mundo de futebol que estará acontecendo entre nós.
E com toda a Igreja no Brasil lembramos: “Direito humano de especial valor, o esporte é necessário a uma vida saudável e não deve ser negligenciado por nenhum povo. De todos os esportes, o brasileiro nutre reconhecida paixão pelo futebol. Explicam-se assim, a expectativa e a alegria com que a maioria dos brasileiros aguarda a Copa do Mundo que será realizada em nosso país, pela segunda vez.
Fiel à sua missão evangelizadora, a Igreja no Brasil acompanha, com presença amorosa, materna e solidária, esse grande evento que reunirá vários países e protagonizará a oportunidade de um congraçamento universal, “na alegria que o esporte pode trazer ao espírito humano, bem como os valores mais profundos que é capaz de nutrir”, como nos lembra o Papa Francisco.
O sucesso da Copa do Mundo não se medirá pelos valores que injetará na economia local ou pelos lucros que proporcionará aos seus patrocinadores. Seu êxito estará na garantia de segurança para todos sem o uso da violência, no respeito aos direitos às pacíficas manifestações de rua, na criação de mecanismos que impeçam o trabalho escravo, o tráfico humano e a exploração sexual, sobretudo, de pessoas socialmente vulneráveis e combatam eficazmente o racismo e a violência. (cf. Mensagem da CNBB sobre a Copa do Mundo”
Assim: como Igreja nos comprometemos a: acompanhar torcedores e jogadores nas suas demandas por momentos de espiritualidade e encontro com Deus, bem como ser presença orante durante toda a Copa; acompanhar as populações vulneráveis, especialmente aquelas em situação de rua, para que não sejam retiradas dos logradouros públicos durante a copa e depois devolvidas às ruas, como objetos que atrapalham a realização do evento; participar dos esforços por conscientização dos que nos visitam, para que não pratiquem o turismo sexual mas sejam presença que valorize a dignidade humana e a confraternização universal.
Confraternização universal – esta será a melhor marca, o melhor testemunho, o valor alto para o bem comum como fruto de um evento que movimenta o mundo inteiro.
Que fruto desta confraternização sejam melhores condições de vida e convivência humana em nossa pátria e no mundo todo, na construção de uma verdadeira Civilização do encontro, como nos concita o Papa Francisco que reuniu, ele mesmo, multidões de jovens na grande confraternização, que foi precursora da Copa do Mundo, na JMJ Rio 2013.
Que beleza o testemunho de um mundo fraterno e em paz, congraçado com o bem e expressão de um mundo novo que é possível!
+ José Antonio Aparecido Tosi Marques
Arcebispo de Fortaleza
Papa envia mensagem sobre a Copa do Mundo aos brasileiros
“Para vencer, é preciso superar o individualismo, o egoísmo, todas as formas de racismo, de intolerância e de instrumentalização da pessoa humana”, disse o papa Francisco em mensagem aos brasileiros por ocasião da Copa do Mundo 2014 que tem início hoje, 12.
O papa afirmou ser preciso superar o racismo e que o futebol deve ser uma escola de construção para uma cultura do encontro, que permita a paz e a harmonia entre as pessoas. Disse, ainda, que “’para jogar em equipe é necessário pensar, em primeiro lugar, no bem do grupo, não em si mesmo”.
No vídeo mensagem, Francisco chamou a atenção para que a grande festa do esporte seja motivo de “solidariedade” e “respeito” entre os povos.
Em outro trecho, o papa afirmou esperar que a Copa seja, além do esporte, festa de “solidariedade” entre os povos. “O esporte não é somente uma forma de entretenimento, mas também – e eu diria sobretudo – um instrumento para comunicar valores que promovem o bem da pessoa humana e ajudam na construção de uma sociedade mais pacífica e fraterna”, destacou Francisco
Ao final da mensagem, o papa convidou a todos para a promoção da paz no esporte. Lembrando que “o segredo da vitória, no campo, mas também na vida, está em saber respeitar o companheiro do meu time, mas também o meu adversário. Ninguém vence sozinho, nem no campo, nem na vida”.
O jogo de abertura da Copa do Mundo 2014 será entre Brasil e Croácia, na cidade São Paulo. Ao todo, 32 seleções disputarão 64 jogos. A partida final está marcada para 13 de julho, no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro.
Confira a íntegra do texto:
Queridos amigos,
É com grande alegria que me dirijo a vocês todos, amantes do futebol, por ocasião da abertura da Copa do Mundo de 2014 no Brasil.
A minha esperança é que, além de festa do esporte, esta Copa do Mundo possa tornar-se a festa da solidariedade entre os povos. Isso supõe, porém, que as competições futebolísticas sejam consideradas por aquilo que no fundo são: um jogo e ao mesmo tempo uma ocasião de diálogo, de compreensão, de enriquecimento humano recíproco. O esporte não é somente uma forma de entretenimento, mas também – e eu diria sobretudo – um instrumento para comunicar valores que promovem o bem da pessoa humana e ajudam na construção de uma sociedade mais pacífica e fraterna. Se, para uma pessoa melhorar, é preciso um “treino” grande e continuado, quanto mais esforço deverá ser investido para alcançar o encontro e a paz entre os indivíduos e entre os povos “melhorados”! É preciso “treinar” tanto…
O futebol pode e deve ser uma escola para a construção de uma “cultura do encontro”, que permita a paz e a harmonia entre os povos. E aqui vem em nossa ajuda uma segunda lição da prática esportiva: aprendamos o que o “fair play” do futebol tem a nos ensinar. Para jogar em equipe é necessário pensar, em primeiro lugar, no bem do grupo, não em si mesmo. Para vencer, é preciso superar o individualismo, o egoísmo, todas as formas de racismo, de intolerância e de instrumentalização da pessoa humana. Não é só no futebol que ser “fominha” constitui um obstáculo para o bom resultado do time; pois, quando somos “fominhas” na vida, ignorando as pessoas que nos rodeiam, toda a sociedade fica prejudicada.
A última lição do esporte proveitosa para a paz é a honra devida entre os competidores. O segredo da vitória, no campo, mas também na vida, está em saber respeitar o companheiro do meu time, mas também o meu adversário. Ninguém vence sozinho, nem no campo, nem na vida!
Mandamentos para a Copa do Mundo
1. Respeite nossas Crianças, Jovens, Adultos e Idosos.
A nossa gente é a nossa maior riqueza.
2. Ajude na conservação dos nossos patrimônios.
Eles contam um pouco de nossa história.
3. Saiba conviver com as diferenças raciais, religiosas, políticas, sexuais e culturais. Somos um povo alegre e acolhedor.
4. Promova a dignidade dos moradores e meninos (as) que encontrar na rua. Eles carecem de seu respeito e de seu gesto de amizade.
5. Jogue sempre o lixo no lixo. O meio ambiente agradece. O planeta terra é a nossa casa.
6. Informação é a alma do turista. Procure manter-se informado. Na dúvida peça ajuda.
7. Admire nossas mulheres com a mesma admiração que tem com sua mãe, irmã, filha e sua melhor companheira. Elas não são descartáveis.
8. Jogue pela vida, evite as drogas.
9. O bom torcedor sabe admirar um bom jogo mesmo quando seu time perde. E perdendo, mantem sua alegria e respeito por seu adversário.
10. Viva o espírito da Tolerância e não se deixe levar pela violência. Deixe sua marca de torcedor pela Paz Universal.
Arquidiocese de Fortaleza.
ARQUIDIOCESE DE FORTALEZA
na Copa da Paz
Dia 14 de junho (sábado) → 11 horas – Missas:
- − Em inglês: na Igreja Catedral
- − Em espanhol: na Igreja Cristo Rei
- − Em francês: na Igreja São Vicente de Paulo
Dia 17 de junho (terça) → 11 horas – Missas
- − Em inglês: na Igreja Catedral
- − Em espanhol: na Igreja Nossa Senhora da Saúde, Mucuripe
- − Em espanhol: na Igreja Cristo Rei
Dia 19 de junho (quinta-feira) → 19 horas – Missa
- − Em espanhol: na Igreja São Pedro, Mucuripe
Dia 21 de junho (sábado)→ 11 horas – Missas
- − Em inglês: na Igreja Catedral
- − Em francês: na Igreja Nossa Senhora de Fátima
- − Em alemão: na Igreja Santa Edwiges
Dia 22 de junho (domingo)→ 11 horas – Missas
- − Em inglês: na Igreja Catedral
- − Em francês: na Igreja São Vicente de Paulo
- − Em alemão: na Igreja Santa Edwiges
- − Em espanhol: na Igreja São Benedito
→ 19 horas – Missa
- − Em alemão: na Igreja São Pedro, Mucuripe
Dia 24 de junho (terça) → 11 horas – Missas
- − Em inglês: na Igreja Catedral
- − Em francês: na Igreja São Vicente de Paulo
- − Em espanhol: na Igreja Santa Edwiges
Dia 27 de junho (sexta-feira)→ 19 horas – Missa
- − Em espanhol: na Igreja São Pedro, Mucuripe
Dia 29 de junho (domingo)→ 07 horas – Missa
- − Em bilíngue (português e espanhol): na Igreja São Pedro, Mucuripe
Após a missa acontece a procissão marítima com São Pedro.
→ 9 horas – Missas
- − Em inglês: na Igreja São Vicente de Paulo
- − Em espanhol: na Igreja Nossa Senhora da Saúde, Mucuripe
- − Em espanhol: na Igreja Nossa Senhora do Carmo
- − Em italiano: na Igreja Santa Luzia, Meireles
Dia 4 de julho (sexta)→ 11 horas – Missas
- − Em inglês: na Igreja Catedral
- − Em espanhol: na Igreja Cristo Rei
- − Em italiano: na Igreja Nossa Senhora do Carmo
- − Em francês: na Igreja São Vicente de Paulo
- − Em espanhol: na Igreja São Benedito.
Veja também:
Informações com Padre Gilson Soares (85) 9944.8378 ou no Setor de Comunicação da Arquidiocese de Fortaleza (85) 3388.8703 com Marta Andrade (85) 9921.6742 e Janayna Gomes (85) 9921.6701.
Somos seduzidos por fraqueza ou escolhemos pecar?
Nossa consciência, lugar onde Deus habita, nos inquieta; ainda assim, muitas vezes, fazemos o mal. Isso é resultado de nossa fraqueza ou de nossa livre escolha?
Dizer 'não' ao pecado é uma luta presente na vida de todo cristão que leva a sério sua caminhada. É real perceber que sinais antecedem o ato de pecar, pois somos acometidos pelos desejos e pelas paixões que não controlamos ou que escolhemos não controlar. Para que o ato seja pecaminoso precisa haver um processo consciente, uma decisão. Se não é consciente, ou seja, se a pessoa não tem a capacidade de escolher entre fazer ou não, isso não caracteriza pecado. Nesse contexto, existe uma realidade que permeia todas as situações de pecado: a concupiscência.
No Catecismo da Igreja Católica, lê-se que a concupiscência "desregra as faculdades morais do homem e, sem ser nenhuma falta em si mesmo, inclina o homem a cometer pecado" (CIC 2515). Ou seja, é um ato da razão que antecede o pecar, podemos dizer que é "planejar" o pecado.
No texto bíblico que meditamos, vemos que Caim se chateia com a preferência de Deus à oferta feita por seu irmão Abel. O Senhor, ao perceber isso, o questiona: "Por que andas irritado e com o rosto abatido?" (Gn 4,6). Deus tem a intenção de mudar o coração de Caim, mas ele não se abre ao Senhor, esconde-se. Dentro dele, havia o desejo de matar seu irmão, e nem mesmo Deus o alertando sobre as consequências, o faz mudar de ideia.
Quantas vezes nos encontramos em situações diante das quais percebemos, claramente, que estamos a ponto de cometer um ato inconsequente que resultará em pecado? Um homem que se sente atraído por uma mulher casada, por exemplo, ao perceber que pode ser correspondido, insiste, mesmo sabendo que deve evitar, pois aquilo lhe agrada de alguma forma. Há dentro do ser humano esse alerta, mas, nós, muitas vezes, o ignoramos, passamos por cima dele, agimos e pecamos. Nossa consciência, lugar onde Deus habita, nos inquieta diante dessas circunstâncias, mas o homem não enxerga ou finge que não vê e prossegue com sua inclinação ao mal.
Basta olharmos para nosso último pecado e refletirmos um pouco. Vejamos o que foi gerado dentro de nós antes do pecado. Sabíamos que a situação nos levaria ao erro; mesmo assim, prosseguimos. Deixamo-nos seduzir por fraqueza ou, simplesmente, pecamos por livre escolha?
Caim convida seu irmão a ir ao campo – aqui vemos que ele pensou no que fazer, trata-se de um ato premeditado, o primeiro homicídio relatado pela Bíblia. Esse fato também quer nos ensinar que em nós há essa postura de planejar o pecado e enganar Deus; muitas vezes, enganamos a nós mesmos, numa atitude consciente e premeditada.
Nossa leitura termina com uma frase que cria em nós um impacto se pararmos e refletirmos sobre ela: "A ti vai seu desejo, mas tu deves dominá-lo" (Gn 4,7). Essa frase de Deus dirigida a Caim revela que o Senhor sabia da intenção do coração dele, tanto que, se lermos todo o versículo sete, onde Deus fala ao nosso personagem, veremos que Ele vê a sua aparência, sinal claro de que "o pecado o estava espreitando à porta" (cf. Gn 4,7). Sim, o ser humano dá sinais claros de que vai pecar; nesses sinais, temos a oportunidade de lutar contra o pecado, de firmar nosso coração em Deus e declarar: "PHN! Por hoje não, por hoje não vou pecar". Esses sinais nos dão a chance de escolher entre bem e o mal.
Então, encontraremos uma chave na luta pela santidade, uma arma que o próprio Deus nos deu. Como vemos no Catecismo da Igreja Católica (CIC), a concupiscência não caracteriza o pecado em si mesmo, é o intervalo entre o estímulo que recebemos e a nossa reação. Assim, podemos dizer que, neste intervalo, podemos nos controlar e deter nossa reação. Portanto, é possível dominar o desejo, dominar a concupiscência!
Não fomos criados para ser escravizados por nossos desejos, e precisamos nos convencer de que sozinhos não os podemos dominar. Deus coloca pessoas ao nosso lado, coloca leituras, palestras e muito mais à nossa disposição para que cresçamos no autoconhecimento e também no dia a dia. Ele nos dá a possibilidade de escolher o que devemos fazer diante dos estímulos externos que recebemos. E uma capela, uma igreja, é o lugar ideal para derramarmos todas as nossas angústias, para estarmos diante de Jesus e pedir a Ele o socorro necessário, pois o Espírito vem em auxílio da nossa fraqueza (cf. Rom 8,26). Isso requer treino, isso requer esforço e luta!
Deus nos abençoe nesta batalha pela santidade.
Paulo Pereira
Dizer 'não' ao pecado é uma luta presente na vida de todo cristão que leva a sério sua caminhada. É real perceber que sinais antecedem o ato de pecar, pois somos acometidos pelos desejos e pelas paixões que não controlamos ou que escolhemos não controlar. Para que o ato seja pecaminoso precisa haver um processo consciente, uma decisão. Se não é consciente, ou seja, se a pessoa não tem a capacidade de escolher entre fazer ou não, isso não caracteriza pecado. Nesse contexto, existe uma realidade que permeia todas as situações de pecado: a concupiscência.
No Catecismo da Igreja Católica, lê-se que a concupiscência "desregra as faculdades morais do homem e, sem ser nenhuma falta em si mesmo, inclina o homem a cometer pecado" (CIC 2515). Ou seja, é um ato da razão que antecede o pecar, podemos dizer que é "planejar" o pecado.
No texto bíblico que meditamos, vemos que Caim se chateia com a preferência de Deus à oferta feita por seu irmão Abel. O Senhor, ao perceber isso, o questiona: "Por que andas irritado e com o rosto abatido?" (Gn 4,6). Deus tem a intenção de mudar o coração de Caim, mas ele não se abre ao Senhor, esconde-se. Dentro dele, havia o desejo de matar seu irmão, e nem mesmo Deus o alertando sobre as consequências, o faz mudar de ideia.
Quantas vezes nos encontramos em situações diante das quais percebemos, claramente, que estamos a ponto de cometer um ato inconsequente que resultará em pecado? Um homem que se sente atraído por uma mulher casada, por exemplo, ao perceber que pode ser correspondido, insiste, mesmo sabendo que deve evitar, pois aquilo lhe agrada de alguma forma. Há dentro do ser humano esse alerta, mas, nós, muitas vezes, o ignoramos, passamos por cima dele, agimos e pecamos. Nossa consciência, lugar onde Deus habita, nos inquieta diante dessas circunstâncias, mas o homem não enxerga ou finge que não vê e prossegue com sua inclinação ao mal.
Basta olharmos para nosso último pecado e refletirmos um pouco. Vejamos o que foi gerado dentro de nós antes do pecado. Sabíamos que a situação nos levaria ao erro; mesmo assim, prosseguimos. Deixamo-nos seduzir por fraqueza ou, simplesmente, pecamos por livre escolha?
Caim convida seu irmão a ir ao campo – aqui vemos que ele pensou no que fazer, trata-se de um ato premeditado, o primeiro homicídio relatado pela Bíblia. Esse fato também quer nos ensinar que em nós há essa postura de planejar o pecado e enganar Deus; muitas vezes, enganamos a nós mesmos, numa atitude consciente e premeditada.
Nossa leitura termina com uma frase que cria em nós um impacto se pararmos e refletirmos sobre ela: "A ti vai seu desejo, mas tu deves dominá-lo" (Gn 4,7). Essa frase de Deus dirigida a Caim revela que o Senhor sabia da intenção do coração dele, tanto que, se lermos todo o versículo sete, onde Deus fala ao nosso personagem, veremos que Ele vê a sua aparência, sinal claro de que "o pecado o estava espreitando à porta" (cf. Gn 4,7). Sim, o ser humano dá sinais claros de que vai pecar; nesses sinais, temos a oportunidade de lutar contra o pecado, de firmar nosso coração em Deus e declarar: "PHN! Por hoje não, por hoje não vou pecar". Esses sinais nos dão a chance de escolher entre bem e o mal.
Então, encontraremos uma chave na luta pela santidade, uma arma que o próprio Deus nos deu. Como vemos no Catecismo da Igreja Católica (CIC), a concupiscência não caracteriza o pecado em si mesmo, é o intervalo entre o estímulo que recebemos e a nossa reação. Assim, podemos dizer que, neste intervalo, podemos nos controlar e deter nossa reação. Portanto, é possível dominar o desejo, dominar a concupiscência!
Não fomos criados para ser escravizados por nossos desejos, e precisamos nos convencer de que sozinhos não os podemos dominar. Deus coloca pessoas ao nosso lado, coloca leituras, palestras e muito mais à nossa disposição para que cresçamos no autoconhecimento e também no dia a dia. Ele nos dá a possibilidade de escolher o que devemos fazer diante dos estímulos externos que recebemos. E uma capela, uma igreja, é o lugar ideal para derramarmos todas as nossas angústias, para estarmos diante de Jesus e pedir a Ele o socorro necessário, pois o Espírito vem em auxílio da nossa fraqueza (cf. Rom 8,26). Isso requer treino, isso requer esforço e luta!
Deus nos abençoe nesta batalha pela santidade.
Paulo Pereira
Natividade de São João Batista - Liturgia Diária
Invoquemos a presença do Espírito Santo para ler e refletir a liturgia de hoje:
Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor. Enviai o vosso Espírito e tudo será criado e renovareis a face da terra.
Oremos:
Deus que instruístes os corações dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito e gozemos sempre da sua consolação. Por Cristo, Senhor nosso. Amém.
São João Batista preparou os caminhos para a vinda do Senhor
Que alegria hoje celebrarmos São João Batista, um dos poucos santos a quem comemoramos a data do nascimento (diga-se de passagem, somente da Virgem Maria e de Nosso Senhor Jesus Cristo é que nós celebramos a data do nascimento). Geralmente, celebramos o dia do nascimento dos santos para o céu, isto é, o dia da morte destes. No entanto, nós celebramos o nascimento da Virgem Maria e de São João Batista e, depois, claro, também, o dia de sua entrada nos céus.
Por que nós celebramos o nascimento de São João Batista? Primeiro, porque foi ele escolhido por Deus, como diz o profeta Isaías, já no ventre de sua mãe. Ele foi chamado pelo nome para ser realmente profeta do Deus Altíssimo. Mais outra coisa: João Batista foi santificado ainda no ventre de sua mãe, isso significa que entre nós ele nasceu sem pecado. A Virgem Maria foi concebida sem pecado; e São João Batista foi santificado no ventre de sua mãe e veio para ser, no meio de nós, a voz que prepara os caminhos para a vinda do Senhor.
O precursor de Jesus foi preparado no coração de Deus; ele vive uma vida eremítica, recolhida, para ser realmente aquele que abre os caminhos para que Jesus possa passar.
Nós nos unimos hoje ao coração dos seus pais: de Zacarias, um sacerdote do Nosso Senhor Deus Altíssimo; e de sua mãe, Isabel, prima da Virgem Maria, que, já com idade avançada, era estéril. Por confiarem em Deus, Ele interveio na vida desse homem e dessa mulher, desse casal para que, por intermédio deles, a graça de Deus passasse até nós.
É verdade que as pessoas celebram o dia de São João Batista com muitas festas, comidas, danças típicas, as chamadas "festas juninas", que têm sua tradição, seu lugar e seu valor, mas não nos esqueçamos de que o que nós celebramos, acima de tudo, é o nascimento de um grande santo, aquele que veio nos chamar a nos viver a penitência, a conversão e a mudança de vida.
Celebrar São João Batista não significa bebermos e fazermos tantas coisas que não convêm a Deus, porque isso não é amar, mais sim desonrar o santo a quem nós celebramos com tanto amor.
Deus abençoe tantas festas, tantas alegrias e tantas coisas que são feitas por este mundo afora em honra de São João. E ainda que, na verdade, a maioria das pessoas nem saibam o que, de fato, estão celebrando, que nós cristãos tomemos consciência de que nós devemos honrar, venerar e reconhecer a grandeza é João Batista, porque entre os nascidos de uma "mulher", como diz Jesus, não houve ninguém maior do que o santo de hoje.
Nós devemos honrá-lo também com a nossa santidade de vida, com a vontade de viver para sermos também profetas de Deus, anunciarmos Deus no mundo que parece celebrar o Senhor, mas, ao mesmo tempo, Ele parece estar tão distante para todos.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Por que nós celebramos o nascimento de São João Batista? Primeiro, porque foi ele escolhido por Deus, como diz o profeta Isaías, já no ventre de sua mãe. Ele foi chamado pelo nome para ser realmente profeta do Deus Altíssimo. Mais outra coisa: João Batista foi santificado ainda no ventre de sua mãe, isso significa que entre nós ele nasceu sem pecado. A Virgem Maria foi concebida sem pecado; e São João Batista foi santificado no ventre de sua mãe e veio para ser, no meio de nós, a voz que prepara os caminhos para a vinda do Senhor.
O precursor de Jesus foi preparado no coração de Deus; ele vive uma vida eremítica, recolhida, para ser realmente aquele que abre os caminhos para que Jesus possa passar.
Nós nos unimos hoje ao coração dos seus pais: de Zacarias, um sacerdote do Nosso Senhor Deus Altíssimo; e de sua mãe, Isabel, prima da Virgem Maria, que, já com idade avançada, era estéril. Por confiarem em Deus, Ele interveio na vida desse homem e dessa mulher, desse casal para que, por intermédio deles, a graça de Deus passasse até nós.
É verdade que as pessoas celebram o dia de São João Batista com muitas festas, comidas, danças típicas, as chamadas "festas juninas", que têm sua tradição, seu lugar e seu valor, mas não nos esqueçamos de que o que nós celebramos, acima de tudo, é o nascimento de um grande santo, aquele que veio nos chamar a nos viver a penitência, a conversão e a mudança de vida.
Celebrar São João Batista não significa bebermos e fazermos tantas coisas que não convêm a Deus, porque isso não é amar, mais sim desonrar o santo a quem nós celebramos com tanto amor.
Deus abençoe tantas festas, tantas alegrias e tantas coisas que são feitas por este mundo afora em honra de São João. E ainda que, na verdade, a maioria das pessoas nem saibam o que, de fato, estão celebrando, que nós cristãos tomemos consciência de que nós devemos honrar, venerar e reconhecer a grandeza é João Batista, porque entre os nascidos de uma "mulher", como diz Jesus, não houve ninguém maior do que o santo de hoje.
Nós devemos honrá-lo também com a nossa santidade de vida, com a vontade de viver para sermos também profetas de Deus, anunciarmos Deus no mundo que parece celebrar o Senhor, mas, ao mesmo tempo, Ele parece estar tão distante para todos.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
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