terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Grande Concerto de Natal: Domingo de Luz na Catedral Metropolitana de Fortaleza

cocnerto500O Grande Concerto de Natal – Domingo de Luz, evento musical e religioso, será realizado pelo sétimo ano consecutivo em homenagem ao Menino Deus com a participação de grande orquestra, o Coral Noite de Belém e um grupo de regentes eleitos pela Comissão Organizadora do evento.
É uma produção que reúne mais de 50 profissionais – jornalistas, publicitários, apresentadores, decoradores, produtores e técnicos de imagem e som. É um evento aberto ao público oferecido gratuitamente à população possibilitando geração de emprego e renda a inúmeros profissionais primários.
Este ano o projeto será executado dia 14 de dezembro com início às 16:30 h,  em um domingo, no mesmo cenário, a Catedral Metropolitana de Fortaleza. Será transmitido via internet em tempo real, permitindo assim que cidadãos de todo o mundo possam assistir e vivenciar o espetáculo maior que Fortaleza tem, unindo a família cearense, os empresários, os profissionais de vários segmentos, os trabalhadores, enfim a população sensível a este tipo de programação.
O Grande Concerto de Natal – Domingo de Luz versão 2014 tem o expressivo interesse em reunir 5.000 pessoas onde todos prestigiam a orquestra e o coral do Grande Concerto de Natal, um evento único de comunhão que estimula a união, a confraternização, a solidariedade e a paz.
Informações: (85) 3081-7277 I 9695-2002 – www.grandeconcertodenatal.com.br
Por Rubens Frota, da Comissão Organizadora do Grande Concerto de Natal – Domingo de Luz.

Francisco longe das heresias

geovane200Por Padre Geovane Saraiva*
Bem aventurados aqueles que acolhem e se deixam conduzir pela Palavra de Deus, tendo-a como eterna e sagrada, na qual se edificam sonhos e projetos de vida. O Papa Francisco ao comentar o Evangelho da casa edificada sobre a rocha, ou sobre a areia, na missa do dia 04.12.2014, disse que “Não basta se declarar cristão, é preciso agir”, deixando claro que o cristão não pode ser de aparência, mas deve colocar em prática o amor de Jesus, mostrando-nos portanto, que a missão de santificar, ensinar e governar tem sempre como fundamento a Boa Nova da salvação, anunciando Jesus Cristo, o Evangelho por excelência, maior e melhor dom inigualável de riqueza, que Deus Pai fez descer do céu, abrindo nossos olhos, quando afirma: “A Igreja é chamada a aproximar-se de todas as pessoas, começando pelos mais pobres e aqueles que sofrem”
No Jornal El País em 03.12.2014 o jornalista Juan Arias fala que os burocratas da Igreja o acusam entre dentes de que fala pouco de Deus e muito dos homens, sobretudo, dos mais marginalizados pela sociedade, sendo cada vez menos amado por setores da hierarquia da Igreja do que pelas pessoas, dizendo que Francisco gosta menos de muitos devotos do que da caravana humana dos que sofrem.  Para ele, bastam as páginas dos evangelhos que estão mais povoados de histórias de marginalizados e excluídos do convívio social do que de glória e triunfos divinos, indicando que o Santo Padre cita menos documentos e encíclicas. Em verdade Francisco tem absoluta convicção de que a promessa do Pai se concretiza no Filho Jesus Cristo que “sendo rico, se fez pobre, a fim de nos enriquecer com sua pobreza” (cf. 2Cor 8, 9), e que “Os orgulhosos, os vaidosos, os cristãos de aparência” – sublinhou o Papa Francisco – “serão derrubados, humilhados”, enquanto “os pobres serão os que vão triunfar, os pobres em espírito, aqueles que diante de Deus não se sentem importantes, os humildes, e que realizam a salvação, colocando em prática a Palavra do Senhor”.
Ainda segundo o referido colunista, o Sumo Pontífice opta em falar mais da criatura humana como imagem e semelhança de Deus do que da divindade, o que começa a ser visto como uma heresia. Sinceramente não compreendo a relação disto com uma heresia, sendo que Francisco tem manifestado posições que carregam a marca redentora do absoluto de Deus, associado e intimamente unido a Jesus de Nazaré, que foi pregado aos trinta e três anos de idade numa cruz, por ter percebido os sinais dos tempos e sido exagerado em defender os empobrecidos, antevendo neles seu próprio aniquilamento, sua suprema dor e angústia, em uma realidade misteriosa, da qual não se pode dissociar o humano do divino. Retomando o assunto anterior do Bispo de Roma, ao assegurar que “não basta pertencer a uma família muito católica, a uma associação ou ser um benfeitor se, depois, não se faz a vontade de Deus. ‘Muitos cristãos de aparência caem nas primeiras tentações’, afirmou, porque não têm ‘substância’, construíram sua casa sobre a areia”.
Dentre as inúmeras e inspiradoras frases de Francisco, duas em especial, relacionadas a este contexto, vêm à minha mente neste instante: “Vivemos na religião mais desigual do mundo”; “A paz é um bem que supera qualquer barreira, porque é um bem de toda a humanidade”. Uma construção na qual reina a paz precisa ser sólida e segura no seu alicerce, indo na direção do Romano Pontífice, deixando claro que os cristãos jamais poderão se distanciar dos seus ensinamentos, ao encerrar a referida homilia, na Casa Santa Marta, citando São Bernardo de Claraval: “Pense, homem, o que será de você: alimento para os vermes”. “Os vermes irão nos comer, a todos” – recordou o Papa – “Se não temos esta rocha, vamos acabar pisoteados”: “Neste tempo de preparação para o Natal pedimos ao Senhor para sermos firmes na rocha que é Ele, a nossa esperança é Ele. Todos nós somos pecadores, somos fracos, mas se colocarmos a esperança n’Ele podemos avançar. E esta é a alegria de um cristão: saber que n’Ele há esperança, há perdão, há paz, há alegria. E não colocar a nossa esperança em coisas que hoje existem e amanhã não existem mais”. Assim Seja!
*Padre da Arquidiocese de Fortaleza, escritor, articulista, blogueiro, membro da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza, da Academia de Letras dos Municípios do Estado Ceará (ALMECE) e Vice-Presidente da Previdência Sacerdotal – Pároco de Santo Afonso – geovanesaraiva@gmail.com

A coroa do advento – 2014

padre-Brendan200Na Igreja Católica o período de quatro semanas preparatórias para o Natal é chamado Advento. O termo é cristão, mas de origem profana, pois significa visita oficial de uma personagem importante no tempo da sua posse. Nos escritos cristãos dos primeiros séculos torna-se termo clássico para designar a vinda de Cristo. A história do Advento, no rito romano, começa no século Vl, no sentido de espera jubilosa do Natal, e a sua pré-história remonta às Gálias e à Espanha dos fins do século lV, como preparação ascética para Natal-Epifania. A liturgia romana dá grande valor à Mãe de Cristo, sobretudo nas Quatro Têmporas e na vigília do Natal. O tempo do Advento tem dupla índole: (a) é o tempo de preparação para as solenidades do Natal, em que se comemora a primeira vinda do Filho de Deus; e (b) é o tempo em que, por esta comemoração, as mentes se voltam para a expectação da segunda vinda de Cristo no fim dos tempos. Por essas razões, o tempo de advento se apresenta como o tempo de devota e alegre expectativa. O advento, portanto, já não se considera como tempo penitencial (cf. Dicionário Enciclopédico das  Religiões, Vol.1, p.74)
O Advento é caracterizado, sobretudo pela ideia do encontro com Deus, e a realização da promessa de sua irrestrita presença entre nós. Cada ano, no tempo do Advento, a Igreja Católica apresenta a “Coroa do Advento”. A coroa com lugares para quatro velas é  frequentemente enfeitada com ramos verdes, e com fitas coloridas. No primeiro domingo do Advento uma vela amarela é acesa recordando o profeta Isaías anunciando a salvação e a vinda do Messias por volta do ano 500 a.C. É uma luz pálida (amarela) porque a salvação é ainda distante.
No segundo domingo uma vela vermelha é acesa recordando o precursor de Jesus, São João Batista, testemunhando que a chegada do Salvador está próxima. A vela é vermelha indicando o martírio de São João Batista. No terceiro domingo uma vela rosa ou roxa é colocada na Coroa, indicando Maria, a bem aventurada, trazendo o próprio Salvador e a alegria da salvação.  No quarto domingo uma vela verde é colocada na Coroa, indicando Jesus, trazendo a alegria da salvação. “Verde da árvore da vida, broto da raiz de Jessé”.
Na missa do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo uma vela branca é colocada na Coroa um pouco mais alto do que as outras quatro velas indicando a chegada de Jesus, a luz do mundo. Deus nasce no meio de nós, feito homem como nós. Traz consigo a plenitude da divindade. As quatro velas da Coroa do Advento retomam o costume judaico de celebrar a vida da luz na humanidade dispersa pelos quatro pontos cardeais.
Em cada domingo, então, se acende uma vela. Ela poderá ser trazida na processão de entrada da seguinte maneira: a cruz processional, a Vela do Advento, a Bíblia (ou lecionário), de onde serão proclamadas as leituras. No momento da aclamação do Evangelho,  um coroinha deve ascender solenemente a vela. A pessoa que ascender a vela deve permanecer junto à mesa da Palavra de onde é proclamado o Evangelho. Terminada a proclamação, quem preside coloca a vela na Coroa do Advento.
                                                      Pe. Dr. Brendan Coleman Mc Donald, Redentorista e Assessor da CNBB Reg. NE1

Gritem ao mundo que Jesus Cristo está preso

marcoO Menino Deus que tanta ternura desperta em nós no Natal, é o mesmo que disse : “Eu estava preso e vocês me visitaram”.
Para nós que fazemos a Pastoral Carcerária, cada ida aos presídios é um profundo mergulho no mistério do Filho do Homem que se faz encarcerado na carne de cada pessoa encarcerada. Olhos nos olhos, cada encontro é uma oportunidade impar de conversão permanente à mística da verdadeira misericórdia que nos obriga a combater, sem ambiguidades, todo tipo de violência, de preconceito, de falso moralismo e de atitudes paternalista. Pois, foi Ele quem disse que tudo que fizermos “a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizeram”.
Neste Natal também, em que pese o crime de quem está atrás das grades dos nossos cárceres desumanos e desumanizadores, repete-se a profecia de Jesus de Nazaré pelos gritos entalados na garganta dos encarcerados e encarceradas e de seus familiares:
É justa nossa maneira de cuidar de quem está preso?
Qual a visão de pessoa humana e de sociedade está por trás das nossas práticas penitenciárias?
Que ideal de Justiça representam?
Que Justiça é esta que pune indiscriminadamente e quase sempre, somente aqueles que poucas ou nenhuma oportunidade receberam da vida?
Será que uma consciência humana e cristã mais coerente não é capaz de oferecer outras respostas para o problema da criminalidade?
Estamos combatendo a criminalidade dentro de um quadro cultural adequado?
Qual a missão das Igrejas perante a injustiça institucionalizada no Sistema Judiciário e Penitenciário?rebeliaoalpinopolis400
Há poucos dias, o papa Francisco, na mensagem de Natal em resposta às numerosas cartas postadas pelos presos do cárcere de Latina, na Itália, assim falava:
“As horas, os dias, os meses e os anos passados, ou que vocês estão transcorrendo nesta Casa de Latina sejam vistos e vividos não como tempo perdido ou como uma punição temporária, mas como mais uma oportunidade para o crescimento real para encontrar a paz do coração e a força para nascer de novo e voltar a viver a esperança no Senhor, que nunca desilude”.
Nós, agentes de pastoral carcerária, conhecemos a abertura de inúmeros corações que nem as grades de ferro e nem as muralhas conseguem prender. Tudo isso nos confere autoridade para não cansar de repetir em alto e bom som, doa em quem doer: “O sistema penitenciário brasileiro e a sociedade também, estão colaborando para tanto?
Estas e muitas outras são as profecias que a evangelização nos cárceres não pode calar.
Por Padre Marco Passerini / Sacerdote da congregação dos Missionários Combonianos e Coordenador da Pastoral Carcerária do Regional Nordeste I.
Leia mais artigos em http://marcopasserini.blogspot.com.br/
Fonte: Arquidiocese de Fortaleza

“Já não escravos, mas irmãos” é o tema da Mensagem para o Dia Mundial da Paz

Por ocasião do Dia Mundial da Paz, celebrado em 1º de janeiro de 2015, o papa Francisco enviou mensagem em que propõe reflexão sobre os conflitos e guerras ideológicas entre as religiões e países, chamando atenção para a necessidade do diálogo e da paz. O papa alerta, ainda, para as diferentes formas de escravidão existentes no mundo e que é preciso “considerar todos os homens, ‘já não escravos, mas irmãos’.
Ao final da mensagem, Francisco convoca os cristãos para que sejam “artífices da globalização da solidariedade e da fraternidade que possa devolver-lhes a esperança e levá-los a retomar, com coragem, o caminho através dos problemas do nosso tempo e as novas perspectivas que este traz consigo e que Deus coloca nas nossas mãos”.
Confira, abaixo, a íntegra da mensagem:
MENSAGEM DO SANTO PADRE FRANCISCO
PARA A CELEBRAÇÃO DO XLVIII DIA MUNDIAL DA PAZ

1º DE JANEIRO DE 2015
 JÁ NÃO ESCRAVOS, MAS IRMÃOS
1. No início de um novo ano, que acolhemos como uma graça e um dom de Deus para a humanidade, desejo dirigir, a cada homem e mulher, bem como a todos os povos e nações do mundo, aos chefes de Estado e de Governo e aos responsáveis das várias religiões, os meus ardentes votos de paz, que acompanho com a minha oração a fim de que cessem as guerras, os conflitos e os inúmeros sofrimentos provocados quer pela mão do homem quer por velhas e novas epidemias e pelos efeitos devastadores das calamidades naturais. Rezo de modo particular para que, respondendo à nossa vocação comum de colaborar com Deus e com todas as pessoas de boa vontade para a promoção da concórdia e da paz no mundo, saibamos resistir à tentação de nos comportarmos de forma não digna da nossa humanidade.
Já, na minha mensagem para o 1º de Janeiro passado, fazia notar que «o anseio de uma vida plena (…) contém uma aspiração irreprimível de fraternidade, impelindo à comunhão com os outros, em quem não encontramos inimigos ou concorrentes, mas irmãos que devemos acolher e abraçar».[1] Sendo o homem um ser relacional, destinado a realizar-se no contexto de relações interpessoais inspiradas pela justiça e a caridade, é fundamental para o seu desenvolvimento que sejam reconhecidas e respeitadas a sua dignidade, liberdade e autonomia. Infelizmente, o flagelo generalizado da exploração do homem pelo homem fere gravemente a vida de comunhão e a vocação a tecer relações interpessoais marcadas pelo respeito, a justiça e a caridade. Tal fenômeno abominável, que leva a espezinhar os direitos fundamentais do outro e a aniquilar a sua liberdade e dignidade, assume múltiplas formas sobre as quais desejo deter-me, brevemente, para que, à luz da Palavra de Deus, possamos considerar todos os homens, «já não escravos, mas irmãos».
À escuta do projeto de Deus para a humanidade
2. O tema, que escolhi para esta mensagem, inspira-se na Carta de São Paulo a Filemon; nela, o Apóstolo pede ao seu colaborador para acolher Onésimo, que antes era escravo do próprio Filemon mas agora tornou-se cristão, merecendo por isso mesmo, segundo Paulo, ser considerado um irmão. Escreve o Apóstolo dos gentios: «Ele foi afastado por breve tempo, a fim de que o recebas para sempre, não já como escravo, mas muito mais do que um escravo, como irmão querido» (Flm 15-16). Tornando-se cristão, Onésimo passou a ser irmão de Filemon. Deste modo, a conversão a Cristo, o início de uma vida de discipulado em Cristo constitui um novo nascimento (cf. 2 Cor 5, 17; 1 Ped 1, 3), que regenera a fraternidade como vínculo fundante da vida familiar e alicerce da vida social.
Lemos, no livro do Gênesis (cf. 1, 27-28), que Deus criou o ser humano como homem e mulher e abençoou-os para que crescessem e se multiplicassem: a Adão e Eva, fê-los pais, que, no cumprimento da bênção de Deus para ser fecundos e multiplicar-se, geraram a primeira fraternidade: a de Caim e Abel. Saídos do mesmo ventre, Caim e Abel são irmãos e, por isso, têm a mesma origem, natureza e dignidade de seus pais, criados à imagem e semelhança de Deus.
Mas, apesar de os irmãos estarem ligados por nascimento e possuírem a mesma natureza e a mesma dignidade, a fraternidade exprime também a multiplicidade e a diferença que existe entre eles. Por conseguinte, como irmãos e irmãs, todas as pessoas estão, por natureza, relacionadas umas com as outras, cada qual com a própria especificidade e todas partilhando a mesma origem, natureza e dignidade. Em virtude disso, a fraternidade constitui a rede de relações fundamentais para a construção da família humana criada por Deus.
Infelizmente, entre a primeira criação narrada no livro do Gênesis e o novo nascimento em Cristo – que torna, os crentes, irmãos e irmãs do «primogênito de muitos irmãos» (Rom 8, 29) –, existe a realidade negativa do pecado, que interrompe tantas vezes a nossa fraternidade de criaturas e deforma continuamente a beleza e nobreza de sermos irmãos e irmãs da mesma família humana. Caim não só não suporta o seu irmão Abel, mas mata-o por inveja, cometendo o primeiro fratricídio. «O assassinato de Abel por Caim atesta, tragicamente, a rejeição radical da vocação a ser irmãos. A sua história (cf. Gen 4, 1-16) põe em evidência o difícil dever, a que todos os homens são chamados, de viver juntos, cuidando uns dos outros».[2]
Também na história da família de Noé e seus filhos (cf. Gen 9, 18-27), é a falta de piedade de Caim para com seu pai, Noé, que impele este a amaldiçoar o filho irreverente e a abençoar os outros que o tinham honrado, dando assim lugar a uma desigualdade entre irmãos nascidos do mesmo ventre.
Na narração das origens da família humana, o pecado de afastamento de Deus, da figura do pai e do irmão torna-se uma expressão da recusa da comunhão e traduz-se na cultura da servidão (cf. Gen 9, 25-27), com as consequências daí resultantes que se prolongam de geração em geração: rejeição do outro, maus-tratos às pessoas, violação da dignidade e dos direitos fundamentais, institucionalização de desigualdades. Daqui se vê a necessidade de uma conversão contínua à Aliança levada à perfeição pela oblação de Cristo na cruz, confiantes de que, «onde abundou o pecado, superabundou a graça (…) por Jesus Cristo» (Rom 5, 20.21). Ele, o Filho amado (cf. Mt 3, 17), veio para revelar o amor do Pai pela humanidade. Todo aquele que escuta o Evangelho e acolhe o seu apelo à conversão, torna-se, para Jesus, «irmão, irmã e mãe» (Mt 12, 50) e, consequentemente, filho adotivo de seu Pai (cf. Ef 1, 5).
No entanto, os seres humanos não se tornam cristãos, filhos do Pai e irmãos em Cristo por imposição divina, isto é, sem o exercício da liberdade pessoal, sem se converterem livremente a Cristo. Ser filho de Deus requer que primeiro se abrace o imperativo da conversão: «Convertei-vos – dizia Pedro no dia de Pentecostes – e peça cada um o batismo em nome de Jesus Cristo, para a remissão dos seus pecados; recebereis, então, o dom do Espírito Santo» (Act 2, 38). Todos aqueles que responderam com a fé e a vida àquela pregação de Pedro, entraram na fraternidade da primeira comunidade cristã (cf. 1 Ped 2, 17; Act 1, 15.16; 6, 3; 15, 23): judeus e gregos, escravos e homens livres (cf. 1 Cor 12, 13; Gal 3, 28), cuja diversidade de origem e estado social não diminui a dignidade de cada um, nem exclui ninguém do povo de Deus. Por isso, a comunidade cristã é o lugar da comunhão vivida no amor entre os irmãos (cf. Rom 12, 10; 1 Tes 4, 9; Heb 13, 1; 1 Ped 1, 22; 2 Ped 1, 7).
Tudo isto prova como a Boa Nova de Jesus Cristo – por meio de Quem Deus «renova todas as coisas» (Ap 21, 5)[3] – é capaz de redimir também as relações entre os homens, incluindo a relação entre um escravo e o seu senhor, pondo em evidência aquilo que ambos têm em comum: a filiação adotiva e o vínculo de fraternidade em Cristo. O próprio Jesus disse aos seus discípulos: «Já não vos chamo servos, visto que um servo não está ao corrente do que faz o seu senhor; mas a vós chamei-vos amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi ao meu Pai» (Jo 15, 15).
As múltiplas faces da escravatura, ontem e hoje
3. Desde tempos imemoriais, as diferentes sociedades humanas conhecem o fenômeno da sujeição do homem pelo homem. Houve períodos na história da humanidade em que a instituição da escravatura era geralmente admitida e regulamentada pelo direito. Este estabelecia quem nascia livre e quem, pelo contrário, nascia escravo, bem como as condições em que a pessoa, nascida livre, podia perder a sua liberdade ou recuperá-la. Por outras palavras, o próprio direito admitia que algumas pessoas podiam ou deviam ser consideradas propriedade de outra pessoa, a qual podia dispor livremente delas; o escravo podia ser vendido e comprado, cedido e adquirido como se fosse uma mercadoria qualquer.
Hoje, na sequência de uma evolução positiva da consciência da humanidade, a escravatura – delito de lesa humanidade[4] – foi formalmente abolida no mundo. O direito de cada pessoa não ser mantida em estado de escravidão ou servidão foi reconhecido, no direito internacional, como norma inderrogável.
Mas, apesar de a comunidade internacional ter adotado numerosos acordos para pôr termo à escravatura em todas as suas formas e ter lançado diversas estratégias para combater este fenômeno, ainda hoje milhões de pessoas – crianças, homens e mulheres de todas as idades – são privadas da liberdade e constrangidas a viver em condições semelhantes às da escravatura.
Penso em tantos trabalhadores e trabalhadoras, mesmo menores, escravizados nos mais diversos sectores, a nível formal e informal, desde o trabalho doméstico ao trabalho agrícola, da indústria manufatureira à mineração, tanto nos países onde a legislação do trabalho não está conforme às normas e padrões mínimos internacionais, como – ainda que ilegalmente – naqueles cuja legislação protege o trabalhador.
Penso também nas condições de vida de muitos migrantes que, ao longo do seu trajeto dramático, padecem a fome, são privados da liberdade, despojados dos seus bens ou abusados física e sexualmente. Penso em tantos deles que, chegados ao destino depois de uma viagem duríssima e dominada pelo medo e a insegurança, ficam detidos em condições às vezes desumanas. Penso em tantos deles que diversas circunstâncias sociais, políticas e econômicas impelem a passar à clandestinidade, e naqueles que, para permanecer na legalidade, aceitam viver e trabalhar em condições indignas, especialmente quando as legislações nacionais criam ou permitem uma dependência estrutural do trabalhador migrante em relação ao dador de trabalho como, por exemplo, condicionando a legalidade da estadia ao contrato de trabalho… Sim! Penso no «trabalho escravo».
Penso nas pessoas obrigadas a prostituírem-se, entre as quais se contam muitos menores, e nas escravas e escravos sexuais; nas mulheres forçadas a casar-se, quer as que são vendidas para casamento quer as que são deixadas em sucessão a um familiar por morte do marido, sem que tenham o direito de dar ou não o próprio consentimento.
Não posso deixar de pensar a quantos, menores e adultos, são objeto de tráfico e comercialização para remoção de órgãos, para ser recrutados como soldados, para servir de pedintes, para atividades ilegais como a produção ou venda de drogas, ou para formas disfarçadas de adoção internacional.
Penso, enfim, em todos aqueles que são raptados e mantidos em cativeiro por grupos terroristas, servindo os seus objetivos como combatentes ou, especialmente no que diz respeito às meninas e mulheres, como escravas sexuais. Muitos deles desaparecem, alguns são vendidos várias vezes, torturados, mutilados ou mortos.
Algumas causas profundas da escravatura
4. Hoje como ontem, na raiz da escravatura, está uma concepção da pessoa humana que admite a possibilidade de a tratar como um objeto. Quando o pecado corrompe o coração do homem e o afasta do seu Criador e dos seus semelhantes, estes deixam de ser sentidos como seres de igual dignidade, como irmãos e irmãs em humanidade, passando a ser vistos como objetos. Com a força, o engano, a coação física ou psicológica, a pessoa humana – criada à imagem e semelhança de Deus – é privada da liberdade, mercantilizada, reduzida a propriedade de alguém; é tratada como meio, e não como fim.
Juntamente com esta causa ontológica – a rejeição da humanidade no outro –, há outras causas que concorrem para se explicar as formas atuais de escravatura. Entre elas, penso em primeiro lugar na pobreza, no subdesenvolvimento e na exclusão, especialmente quando os três se aliam com a falta de acesso à educação ou com uma realidade caracterizada por escassas, se não mesmo inexistentes, oportunidades de emprego. Não raro, as vítimas de tráfico e servidão são pessoas que procuravam uma forma de sair da condição de pobreza extrema e, dando crédito a falsas promessas de trabalho, caíram nas mãos das redes criminosas que gerem o tráfico de seres humanos. Estas redes utilizam habilmente as tecnologias informáticas modernas para atrair jovens e adolescentes de todos os cantos do mundo.
Entre as causas da escravatura, deve ser incluída também a corrupção daqueles que, para enriquecer, estão dispostos a tudo. Na realidade, a servidão e o tráfico das pessoas humanas requerem uma cumplicidade que muitas vezes passa através da corrupção dos intermediários, de alguns membros das forças da polícia, de outros atores do Estado ou de variadas instituições, civis e militares. «Isto acontece quando, no centro de um sistema econômico, está o deus dinheiro, e não o homem, a pessoa humana. Sim, no centro de cada sistema social ou econômico, deve estar a pessoa, imagem de Deus, criada para que fosse o dominador do universo. Quando a pessoa é deslocada e chega o deus dinheiro, dá-se esta inversão de valores».[5]
Outras causas da escravidão são os conflitos armados, as violências, a criminalidade e o terrorismo. Há inúmeras pessoas raptadas para ser vendidas, recrutadas como combatentes ou exploradas sexualmente, enquanto outras se vêem obrigadas a emigrar, deixando tudo o que possuem: terra, casa, propriedades e mesmo os familiares. Estas últimas, impelidas a procurar uma alternativa a tão terríveis condições, mesmo à custa da própria dignidade e sobrevivência, arriscam-se assim a entrar naquele círculo vicioso que as torna presa da miséria, da corrupção e das suas consequências perniciosas.
Um compromisso comum para vencer a escravatura
5. Quando se observa o fenômeno do comércio de pessoas, do tráfico ilegal de migrantes e de outras faces conhecidas e desconhecidas da escravidão, fica-se frequentemente com a impressão de que o mesmo tem lugar no meio da indiferença geral.
Sem negar que isto seja, infelizmente, verdade em grande parte, apraz-me mencionar o enorme trabalho que muitas congregações religiosas, especialmente femininas, realizam silenciosamente, há tantos anos, a favor das vítimas. Tais institutos atuam em contextos difíceis, por vezes dominados pela violência, procurando quebrar as cadeias invisíveis que mantêm as vítimas presas aos seus traficantes e exploradores; cadeias, cujos elos são feitos não só de subtis mecanismos psicológicos que tornam as vítimas dependentes dos seus algozes, através de chantagem e ameaça a eles e aos seus entes queridos, mas também através de meios materiais, como a apreensão dos documentos de identidade e a violência física. A atividade das congregações religiosas está articulada a três níveis principais: o socorro às vítimas, a sua reabilitação sob o perfil psicológico e formativo e a sua reintegração na sociedade de destino ou de origem.
Este trabalho imenso, que requer coragem, paciência e perseverança, merece o aplauso da Igreja inteira e da sociedade. Naturalmente o aplauso, por si só, não basta para se pôr termo ao flagelo da exploração da pessoa humana. Faz falta também um tríplice empenho a nível institucional: prevenção, proteção das vítimas e ação judicial contra os responsáveis. Além disso, assim como as organizações criminosas usam redes globais para alcançar os seus objetivos, assim também a ação para vencer este fenômeno requer um esforço comum e igualmente global por parte dos diferentes atores que compõem a sociedade.
Os Estados deveriam vigiar para que as respectivas legislações nacionais sobre as migrações, o trabalho, as adoções, a transferência das empresas e a comercialização de produtos feitos por meio da exploração do trabalho sejam efetivamente respeitadoras da dignidade da pessoa. São necessárias leis justas, centradas na pessoa humana, que defendam os seus direitos fundamentais e, se violados, os recuperem reabilitando quem é vítima e assegurando a sua incolumidade, como são necessários também mecanismos eficazes de controle da correta aplicação de tais normas, que não deixem espaço à corrupção e à impunidade. É preciso ainda que seja reconhecido o papel da mulher na sociedade, intervindo também no plano cultural e da comunicação para se obter os resultados esperados.
As organizações intergovernamentais são chamadas, no respeito pelo princípio da subsidiariedade, a implementar iniciativas coordenadas para combater as redes transnacionais do crime organizado que gerem o mercado de pessoas humanas e o tráfico ilegal dos migrantes. Torna-se necessária uma cooperação em vários níveis, que englobe as instituições nacionais e internacionais, bem como as organizações da sociedade civil e do mundo empresarial.
Com efeito, as empresas[6] têm o dever não só de garantir aos seus empregados condições de trabalho dignas e salários adequados, mas também de vigiar para que não tenham lugar, nas cadeias de distribuição, formas de servidão ou tráfico de pessoas humanas. A par da responsabilidade social da empresa, aparece depois a responsabilidade social do consumidor. Na realidade, cada pessoa deveria ter consciência de que «comprar é sempre um ato moral, para além de econômico».[7]
As organizações da sociedade civil, por sua vez, têm o dever de sensibilizar e estimular as consciências sobre os passos necessários para combater e erradicar a cultura da servidão.
Nos últimos anos, a Santa Sé, acolhendo o grito de sofrimento das vítimas do tráfico e a voz das congregações religiosas que as acompanham rumo à libertação, multiplicou os apelos à comunidade internacional pedindo que os diversos atores unam os seus esforços e cooperem para acabar com este flagelo.[8] Além disso, foram organizados alguns encontros com a finalidade de dar visibilidade ao fenômeno do tráfico de pessoas e facilitar a colaboração entre os diferentes atores, incluindo peritos do mundo acadêmico e das organizações internacionais, forças da polícia dos diferentes países de origem, trânsito e destino dos migrantes, e representantes dos grupos eclesiais comprometidos em favor das vítimas. Espero que este empenho continue e se reforce nos próximos anos.
Globalizar a fraternidade, não a escravidão nem a indiferença
6. Na sua atividade de «proclamação da verdade do amor de Cristo na sociedade»,[9] a Igreja não cessa de se empenhar em ações de carácter caritativo guiada pela verdade sobre o homem. Ela tem o dever de mostrar a todos o caminho da conversão, que induz a voltar os olhos para o próximo, a ver no outro – seja ele quem for – um irmão e uma irmã em humanidade, a reconhecer a sua dignidade intrínseca na verdade e na liberdade, como nos ensina a história de Josefina Bakhita, a Santa originária da região do Darfur, no Sudão. Raptada por traficantes de escravos e vendida a patrões desalmados desde a idade de nove anos, haveria de tornar-se, depois de dolorosas vicissitudes, «uma livre filha de Deus» mediante a fé vivida na consagração religiosa e no serviço aos outros, especialmente aos pequenos e fracos. Esta Santa, que viveu a cavalo entre os séculos XIX e XX, é também hoje testemunha exemplar de esperança[10] para as numerosas vítimas da escravatura e pode apoiar os esforços de quantos se dedicam à luta contra esta «ferida no corpo da humanidade contemporânea, uma chaga na carne de Cristo».[11]
Nesta perspectiva, desejo convidar cada um, segundo a respectiva missão e responsabilidades particulares, a realizar gestos de fraternidade a bem de quantos são mantidos em estado de servidão. Perguntemo-nos, enquanto comunidade e indivíduo, como nos sentimos interpelados quando, na vida quotidiana, nos encontramos ou lidamos com pessoas que poderiam ser vítimas do tráfico de seres humanos ou, quando temos de comprar, se escolhemos produtos que poderiam razoavelmente resultar da exploração de outras pessoas. Há alguns de nós que, por indiferença, porque distraídos com as preocupações diárias, ou por razões econômicas, fecham os olhos. Outros, pelo contrário, optam por fazer algo de positivo, comprometendo-se nas associações da sociedade civil ou praticando no dia-a-dia pequenos gestos como dirigir uma palavra, trocar um cumprimento, dizer «bom dia» ou oferecer um sorriso; estes gestos, que têm imenso valor e não nos custam nada, podem dar esperança, abrir estradas, mudar a vida a uma pessoa que tateia na invisibilidade e mudar também a nossa vida face a esta realidade.
Temos de reconhecer que estamos perante um fenômeno mundial que excede as competências de uma única comunidade ou nação. Para vencê-lo, é preciso uma mobilização de dimensões comparáveis às do próprio fenômeno. Por esta razão, lanço um veemente apelo a todos os homens e mulheres de boa vontade e a quantos, mesmo nos mais altos níveis das instituições, são testemunhas, de perto ou de longe, do flagelo da escravidão contemporânea, para que não se tornem cúmplices deste mal, não afastem o olhar à vista dos sofrimentos de seus irmãos e irmãs em humanidade, privados de liberdade e dignidade, mas tenham a coragem de tocar a carne sofredora de Cristo,[12] o Qual Se torna visível através dos rostos inumeráveis daqueles a quem Ele mesmo chama os «meus irmãos mais pequeninos» (Mt 25, 40.45).
Sabemos que Deus perguntará a cada um de nós: Que fizeste do teu irmão? (cf. Gen 4, 9-10). A globalização da indiferença, que hoje pesa sobre a vida de tantas irmãs e de tantos irmãos, requer de todos nós que nos façamos artífices de uma globalização da solidariedade e da fraternidade que possa devolver-lhes a esperança e levá-los a retomar, com coragem, o caminho através dos problemas do nosso tempo e as novas perspectivas que este traz consigo e que Deus coloca nas nossas mãos.
Vaticano, 8 de Dezembro de 2014.
FRANCISCUS
[1] N. 1.
[2] Mensagem para o Dia Mundial da Paz 2014, 2.
[3] Cf. Exort. ap. Evangelii gaudium, 11.
[4] Cf. Discurso à Delegação internacional da Associação de Direito Penal (23 de Outubro de 2014): L’Osservatore Romano (ed. portuguesa de 30/X/2014), 9.
[5] Discurso aos participantes no Encontro mundial dos Movimentos Populares (28 de Outubro de 2014): L’Osservatore Romano (ed. portuguesa de 06/XI/2014), 9.
[6] Cf. Pontifício Conselho «Justiça e Paz», La vocazione del leader d’impresa. Una riflessione (Milão e Roma, 2013).
[7] Bento XVI, Carta enc. Caritas in veritate, 66.
[8] Cf. Mensagem ao Senhor Guy Rydes, Director-Geral da Organização Internacional do Trabalho, por ocasião da 103ª sessão da Conferência da O.I.T. (22 de Maio de 2014): L’Osservatore Romano (ed. portuguesa de 05/VI/2014), 7.
[9] Bento XVI, Carta enc. Caritas in veritate, 5.
[10] «Mediante o conhecimento desta esperança, ela estava “redimida”, já não se sentia escrava, mas uma livre filha de Deus. Entendia aquilo que Paulo queria dizer quando lembrava aos Efésios que, antes, estavam sem esperança e sem Deus no mundo: sem esperança porque sem Deus» ( Bento XVI, Carta enc. Spe salvi, 3).
[11] Discurso aos participantes na II Conferência Internacional « Combating Human Trafficking: Church and Law Enforcement in partnership» (10 de Abril de 2014): L’Osservatore Romano (ed. portuguesa de 17/IV/2014), 8; cf. Exort. ap. Evangelii gaudium, 270.
[12] Cf. Exort. ap. Evangelii gaudium, 24; 270.
Fonte: Arquidiocese de Fortaleza

Pastoral do Povo da Rua: Dez anos de presença solidária na vida da rua

ppr400Advento é tempo de espera e alegria. Oportunidade propícia para festejar e celebrar os bons momentos. Esse mês a festa é do menino Jesus e também da Pastoral do Povo da Rua (PPR) que no próximo dia 17 de dezembro na igreja do Pequeno Grande na Avenida Santos Dumont, 55, Centro às 16h30min irá comemorar 10 anos de ação pastoral na Arquidiocese de Fortaleza. Na ocasião a coordenadora nacional da pastoral Cristina Bove, estará presente para prestigiar o momento.
A celebração é significativa para pastoral que durante essa caminhada conseguiu se aproximar dessa realidade cada vez mais desafiadora. Após a missa haverá um momento cultural e partilha de alimentos.
A PPR iniciou suas primeiras ações em 2002 com um grupo de estudantes de teologia, padres e algumas mulheres que sensibilizados pela causa da população já crescente naquela época, deram início algumas ações na realização de visitas nas ruas e viadutos da cidade.
A perseverança dos trabalhos fez alcançar várias conquistas, uma delas aconteceu em 2004 quando Dom José Antônio, Arcebispo de Fortaleza reconheceu a importância do trabalho e oficializou a criação da Pastoral do Povo da Rua. Outra conquista bastante simbólica foi a Casa Dom Luciano Mendes, doada para os moradores. A casa é um espaço de apoio, escuta, descanso, higiene pessoal, reuniões, momentos celebrativos e de formações, e isso se revela nos depoimentos dos moradores.
“Eu não era ninguém, não tinha documentos, não era visto, mas a pastoral me encontrou na praça da estação e aí eu fiquei com eles. Hoje tenho meus documentos, estou na casinha. Tinha muito medo de morrer sem documentos, sem ninguém, mas graças a pastoral hoje sou gente”, José Everardo de Sousa, morador de rua.
Hoje a PPR se articulação com o Movimento Nacional da População de Rua, além de organizações locais e conta com o apoio de vários agentes que colaboram voluntariamente nessa ação se esforçando para ser presença solidária e procurando ser sinal de luz na vida dos/ moradores/as de rua.
Serviço:

O que: Missa de 10 anos da Pastoral do Povo da Rua
Quando: 17 de dezembro ás 16:30h
Local: Igreja do pequeno Grande, Av. Santos Dumont, 55 – Centro.

Contatos: Fernanda Gonçalves (85) 8555 6008 / Padre Lino Allegrí (85) 3270 1486.
Por Jeane Freitas/ Comunicação Cáritas Regional Ceará.

Assembleia da Obra da Propagação da Fé renova compromisso com a missão

  
16 / Dez / 2014 12:03
A Pontifícia Obra da Propagação da Fé (POPF) realizou no final de semana, dias 11 a 14, a sua VII Assembleia Nacional. O encontro reuniu na sede das POM, em Brasília (DF), coordenadores estaduais da Juventude Missionária (JM) e representantes das Famílias Missionárias e Idosos Missionários.
Na missa do 3º Domingo do Advento, ao comentar sobre a figura de João Batista, o secretário nacional da Pontifícia Obra de São Pedro Apóstolo, padre Savio Corinaldesi, SX, refletiu sobre a missão dos cristãos hoje. “A mesma pergunta que o povo fez a João Batista, as comunidades vão fazer para nós hoje quando voltarmos para casa. Quem são vocês? Estão fazendo o que? O que podemos esperar de vocês? Aí se trata de dar uma resposta que seja objetiva, concreta e significativa”. Segundo padre Sávio, um dos grandes problemas é que “nós trabalhamos muito no supérfluo e nem tocamos os problemas sérios. Eu esperava que no nosso encontro houvesse polêmica sobre a corrupção, política, situação econômica, sobre o assassinato de jovens, coisas que tocam a vida do povo. Nós não somos tocados por isso, mas se não entrarmos nessa profundidade, seremos insignificantes”, argumentou.
Assista notícia produzida pela Rede Vida
Padre Sávio é italiano e está no Brasil há 47 anos, 13 dos quais a serviço das POM. Ele trabalhou em Altamira (PA) e recorda que lá havia uma loja que vendia etiquetas. As pessoas não podendo comprar roupas e calçados de marca, compravam etiquetas e as pregavam em produtos mais baratos. “Eu tenho a impressão que usamos o nome de missionário como se fosse uma etiqueta. Para que isso não aconteça precisaria que nós tivéssemos mais significado na história da humanidade. Eu gostaria que nós não apenas rezássemos pelas pessoas que sofrem, mas que nos especializássemos nessas situações. Nós temos que significar alguma coisa”, destacou o missionário e finalizou: “as pessoas do mundo inteiro estão dizendo aos jovens missionários: são vocês aqueles que nós estamos esperando ou temos de esperar por outros. Qual é a nossa resposta?”
Jornada do Jovem Missionário para 2015
Parte central na programação foi a elaboração do itinerário para a formação do discipulado missionário a ser utilizado pelos grupos de JM em todo o Brasil. O trabalho contou com a assessoria do padre Maurício Jardim, da arquidiocese de Porto Alegre (RS) e missionário em Moçambique por três anos. “Se o programa essencial da missão é fazer discípulos, então precisa definir o que significa ser discípulo de Jesus”, lembrou padre Maurício. “A condição preliminar para seguir Jesus é tornar-se ‘pobre em espírito’: um humilde aprendiz que está sempre a caminho. O discipulado é processual, não é algo concluído”, ressaltou.
A Jornada do Jovem Missionário buscará traçar um caminho formativo com os jovens ligados a Obra da Propagação da Fé. Como primeiro momento, o material que continuará a respeitar as quatro áreas integradas, abordará a escuta como tempo de conhecer as realidades juvenis a partir da Palavra de Deus. Como consequência da escuta e para dar o segundo passo da Jornada, os jovens serão convidados a aderir ao projeto do Nazareno pelo Encontro pessoal com Jesus. Assim os jovens serão formados para o seguimento que os levará à missão, respectivamente terceiro e quarto passo do subsídio.
A proposta feita pelo secretário nacional da Obra, Guilherme Cavalli, aos coordenadores é que esse seja o caminho desenvolvido durante o ano de 2015. Na sequência, os representantes dos estados trabalharam os roteiros de encontros que darão base ao material a ser disponibilizado aos grupos de todo o país.
“Jesus Cristo chamou todos nós para seremos seus discípulos e amigos! Sejamos fieis e perseverante na caminhada”. Com essa motivação a assembleia encerrou no domingo, 14, com a celebração de envio.
Fonte: POM

Jovens retornam das missões na Amazônia


Os 72 jovens missionários das diferentes expressões juvenis, de todos os estados do Brasil e três países da América do Sul (Paraguai, Uruguai e Argentina), voltam, neste domingo (14), as suas casas, após 15 dias na Amazônia, onde participaram da Primeira Missão Jovem. O último dia contou com uma atividade de oração pela manhã, partilha, testemunhos e terminou com a Santa Missa.
Durante a homilia, o padre Carlos Sávio, assessor da Comissão Episcopal Pastoral da Juventude e um dos idealizadores do projeto, junto à Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB),  lembrou os jovens que o natal do Senhor se aproxima e convidou os missionários a serem mensageiros da esperança e a da luz de Jesus Cristo, como foram os profetas Elias e João Batista, citados no Evangelho de hoje.

“A principal marca da juventude é a alegria. Vocês devem ser canais da graça de Deus e a ajudar a igreja a libertar os jovens que ainda não conheceram a Cristo. Muito obrigado pelo testemunho de cada um de vocês, por subirem montes e rios da Amazônia e viajarem quilômetros e horas até aqui. Vocês fazem parte da história da igreja do Brasil”, disse.

Para a jovem Jamille Cavalcante, 35, de Belém (PA), membro da Casa da Juventude Comunidade Católica (Caju), e uma das coordenadoras da Primeira Missão Jovem na Amazônia, todos os jovens fizeram a vontade de Deus ao participarem deste projeto missionário. “Independente da nomenclatura, este momento foi uma missão, um retiro espiritual e um encontro com o próximo e com Cristo. O essencial do que vivemos é invisível aos olhos, vai além das foto
s e vídeos e ficará para sempre em nossos corações”, afirmou. Ela fez parte do grupo que esteve nas comunidades indígenas da Raposa Serra do Sol, em Roraima.

Instalados no Centro Mariápolis Maria de Loreto, em Manaus (AM) desde o dia 30 de novembro, os jovens tiveram momentos de formação, integração e preparação durante três dias que antecederam as atividades missionárias.  Depois, eles foram enviados para quatro dioceses da Amazônia Legal: Parintins, Borba, Coari, no Amazonas, e Boa Vista (RO).

Por Amandda Souza, da Equipe Jovens Conectados
Fonte: POM

Dom José Antonio ordenará 11 novos padres para o serviço do povo de Deus em Fortaleza

ordenação400No próximo dia 22 de dezembro, na comemoração do aniversário da Dedicação da Igreja Catedral e dentro das celebrações jubilares dos 100 anos da Arquidiocese de Fortaleza, Sua Excelência Reverendíssima, Dom José Antonio Aparecido Tosi Marques, Arcebispo Metropolitano, ordenará 11 novos padres para o serviço do povo de Deus. Os 11 jovens, após o período da formação inicial e o exercício do ministério diaconal recebido no último dia 25 de Agosto, se preparam para receberem o Sacramento da Ordem no grau do presbiterato. “É uma grande graça, é dom de Deus, poder chegar a este sublime momento em que o Senhor da Messe confirmará o nosso chamado e, pelo Espírito Santo, nos consagrará para a missão. Estamos muito felizes e queremos, com a oferta da nossa vida, corresponder este chamado com fidelidade e amor”, afirma o Diácono Vicente Oliveira. A celebração solene iniciará às 18:30h na Igreja Catedral Metropolitana de Fortaleza. Os ordenandos são:
 Diác. Alex de Brito Sátiro
Paróquia de origem: Nossa Senhora da Glória – Cidade dos Funcionários.
Diaconato: Área Pastoral Santo Antônio – Caiçara – Canindé
1ª Missa: 23/12/14 às 18h30 na Paróquia N. Sra da Glória (Cidade dos Funcionários).
 Diác. Cledison Reis Lima, CCSh
Paróquia de origem: São José Operário de Castelo Branco.
Diaconato: Discipulado de Pacajus
1ª Missa: 25/12/14 às 18h no Shalom da Paz
 Diác. Célio Lourenço da Silva, CCSh
Paróquia de origem: São Miguel – Quixeramobim
Diaconato: Centro Católico de Evangelização Shalom – Bairro de Fátima
1ª Missa: 27/12/14 às 19h no Shalom da Paz
Diác. D. Gabriel Alves do Amaral, OSB
Paróquia de origem: São João Batista – São João do Aruaru
Diaconato: Paróquia São João Batista – Acarape
1ª Missa:28/12/14 às 10h no Mosteiro de São Bento (Paupina)
Diác. Francisco Aderlane Freitas Carneiro
Paróquia de origem: São Francisco das Chagas – Canindé
Diaconato: Paróquia Bom Jesus dos Navegantes – Parajuru – Beberibe
1ª Missa: 29/12/14 às 18h na capela São João Batista (Bonitinho – Canindé)
 Diác. Francisco Marciano de Sousa
Paróquia de origem: São Francisco de Assis – Palmácia
Diaconato: Paróquia Nossa Senhora da Penha – Sucatinga
1ª Missa: 27/12/14 às 9h na Igreja São José (Gado dos Ferros – Palmácia)
Diác. José Aroldo Martins Santos, NJ
Paróquia de origem: Sant’Ana – Paramoti
Diaconato: Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição – Morada Nova – Teresina-Pi
1ª Missa: 23/12/14 às 19h na Igreja Cristo Redentor (Cristo Redentor)
Diác. José Lauro Costa Aderaldo, NJ
Paróquia de origem: Nossa Senhora Imaculada Conceição – João XXIII –
Diaconato: Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição – Teresina – PI
1ª Missa: 28/12/14 às 18h na Igreja N. Sra da Imaculada Conceição (João XXIII)
Diác. Livandro Nonato Dias Coelho Delfim Monteiro, CCSh
Paróquia de origem: São Gonçalo do Retiro – Salvador-BA
Diaconato: Diaconia Shalom
1ª Missa: 26/12/14 às 19h no Shalom da Paz
Diác. Rômulo Bezerra de Castro, CCSh
Paróquia de origem: São Pedro – Barra do Ceará.
Diaconato: Discipulado de Quixadá
1ª Missa: 28/12/14 às 18h no Shalom da Paz
Diác. Vicente Gomes de Oliveira
Paróquia de origem: Nossa Senhora dos Prazeres – Caucaia
Diaconato: Paróquia São Francisco das Chagas – Jereissati II – Pacatuba
1ª Missa: 26/12/14 às 19h na Paróquia N. Sra dos Prazeres (Caucaia)
Fonte: Arquidiocese de Fortaleza