sábado, 5 de janeiro de 2013

Alguém se salva sem a Mãe de Jesus?


http://www.radiocomunidadefm.com/wp-content/uploads/2012/01/M%C3%A3e-de-Jesus1-373x296.jpgQuando li o livro do “Tratado da Verdadeira devoção a Santíssima Virgem”, de São Luís Maria Grignion de Montfort, sobre a importância da Virgem Maria para a salvação de todos os homens, confesso que fiquei impressionado. Pensei logo naqueles que “abandonaram” essa devoção e me dei conta da real importância da Santíssima Maria na nossa vida. Então, concluí: isso precisa ser divulgado.
Assim, transcrevo aqui alguns textos para que possam ser mais amplamente conhecidos. Além disso, pretendem responder às duas perguntas abaixo:

- A devoção a Nossa Senhora é necessária para a salvação?
- Sem a devoção a Nossa Senhora podemos nos salvar?

Eis o que está escrito no referido livro de Montfort nos itens 40 a 42:
§ 1. A devoção a Santa Virgem é necessária a todos os homens para conseguirem a salvação

40. “O douto e piedoso Suárez, da Companhia de Jesus, o sábio e devoto Justo Lípsio, doutor da universidade de Lovaina, entre outros, provaram incontestavelmente, apoiados na opinião dos Santos Padres, entre os quais, Santo Agostinho, Santo Efrém, diácono de Edessa, São Cirilo de Jerusalém, São Germano de Constantinopla, São João Damasco, Santo Anselmo, São Bernardo, São Bernardino, Santo Tomás e São Boaventura, que a devoção a Santíssima Virgem é necessária à salvação e também um sinal infalível de condenação - opinião do próprio Ecolampádio e outros hereges, - não ter estima e amor a Santíssima Virgem. O contrário é indício certo de predestinação ser-lhe inteira e verdadeiramente devotado.

41.As figuras e palavras do Antigo e do Novo Testamento o provam; a opinião e os exemplos dos santos o confirmam; a razão e a experiência o ensinam e demonstram; o próprio demônio e seus asseclas, premidos pela força da verdade, viram-se muitas vezes constrangidos a confessá-lo, a seu pesar. De todas as passagens dos Santos Padres e doutores, que compilei para provar esta verdade, cito apenas uma, para não me alongar: “Ser vosso devoto, ó Virgem Santíssima, é uma arma de salvação que Deus dá, àqueles que quer salvar (São João Damasceno).

42. Eu poderia repetir aqui várias histórias que provam o que afirmo. Entre elas, destaco: Aquela que vem narrada nas crônicas de São Francisco, em que se conta que o santo viu, em êxtase, uma escada enorme, em cujo topo, apoiado no céu, avultava a Santíssima Virgem. E o santo compreendeu que aquela escada ele devia subir para chegar ao céu.

Outra narrada nas crônicas de São Domingos: quando o santo pregava o rosário nas proximidades de Carcassona, quinze mil demônios, que possuíam a alma de um infeliz herege, foram obrigados, por ordem da Santíssima Virgem, a confessar muitas verdades grandes e consoladoras, referentes à devoção a Maria. E eles, para sua própria confusão, o fizeram com tanto ardor e clareza que não se pode ler essa autêntica narração e o panegírico, que o demônio, embora a contragosto, fez da devoção mariana, sem derramar lágrimas de alegria, ainda que pouco devoto se seja da Santíssima Virgem” [Veja abaixo este texto com as respostas dos demônios] (São Luís Maria Grignion de Montfort, “Tratado da Verdadeira devoção a Santíssima Virgem”, pág. 40-45. 31. ed. Vozes. Petrópolis, 2002).

Respostas dos demônios, mesmo contra a vontade deles (*)
Quando São Domingos estava pregando o Rosário perto de Carcassona, trouxeram à sua presença um albigense que estava possesso pelo demônio. Consta que mais de doze mil pessoas tinham vindo ouvi-lo pregar. Os demônios que possuíam esse infeliz foram obrigados a responder às perguntas de São Domingos, com muito constrangimento.

Eles testemunharam que:
1 - Havia quinze mil deles no corpo desse pobre homem, porque ele atacou os quinze mistérios do Rosário;
2 - Continuaram a testemunhar que, quando São Domingos pregava o Rosário, impunha medo e horror nas profundezas do inferno e que ele era o homem que eles mais odiavam em todo o mundo; isso por causa das almas que ele arrancou dos demônios por intermédio da devoção do Santo Rosário; revelaram ainda várias outras coisas.

São Domingos colocou o seu Rosário em volta do pescoço do albigense e pediu que os demônios lhe dissessem a quem, de todos os santos nos céus eles mais temiam, e quem deveria ser, portanto, mais amado e reverenciado pelos homens. Nesse momento eles soltaram um gemido inexprimível no qual a maioria das pessoas caiu por terra desmaiando de medo… e eles disseram:
“Domingos, nós te imploramos, pela paixão de Jesus Cristo e pelos méritos de sua Mãe e de todos os santos, deixe-nos sair desse corpo sem que falemos mais, pois os anjos responderão sua pergunta a qualquer momento (…). São Domingos ajoelhou-se e rezou a Nossa Senhora para que ela forçasse os inimigos a proclamarem a verdade completa e nada mais que a verdade. Mal tinha terminado de rezar viu a Santíssima Virgem perto de si, rodeada por uma multidão de anjos.
Ela bateu no homem possesso com um cajado de ouro que segurava e disse: “Responda ao meu servo Domingos imediatamente”. Então os demônios começaram a gritar:
“Oh, vós, que sois nossa inimiga, nossa ruína e nossa destruição, porque desceste dos céus só para nos torturar tão cruelmente? Oh, Advogada dos pecadores, vós que os tirais das presas do inferno, vós que sois o caminho certeiro para os céus, devemos nós, para o nosso próprio pesar, dizer toda a verdade e confessar diante de todos quem é que é a causa de nossa vergonha e nossa ruína? Oh, pobres de nós, príncipes da escuridão: então, ouçam bem, vocês cristãos: a Mãe de Jesus Cristo é todo-poderosa e ela pode salvar seus servos de caírem no Inferno. Ela é o Sol que destrói a escuridão de nossa astúcia e sutileza. É ela que descobre nossos planos ocultos, quebra nossas armadilhas e faz com que nossas tentações fiquem inúteis e sem efeito. Nós temos que dizer, porém de maneira relutante, que nem sequer uma alma que realmente perseverou no seu serviço foi condenada conosco; um simples suspiro que ela oferece a Santíssima Trindade é mais precioso que todas as orações, desejos e aspirações de todos os santos.

Nós a tememos mais que todos os santos dos céus juntos e não temos nenhum sucesso com seus fiéis servos. Muitos cristãos que a invocam quando estão na hora da morte e que seriam condenados, de acordo com os nossos padrões ordinários, são salvos por sua intercessão. Oh, se pelo menos essa Maria (assim era na sua fúria como eles a chamaram) não tivesse se oposto aos nossos desígnios e esforços, teríamos conquistado a Igreja e a teríamos destruído há muito tempo atrás; e teríamos feito com que todas as Ordens da Igreja caíssem no erro e na desordem.

Agora, que somos forçados a falar, também lhe diremos isto: ninguém que persevera ao rezar o Rosário será condenado, porque ela obtém para seus servos a graça da verdadeira contrição por seus pecados e por meio dele, eles obtêm o perdão e a misericórdia de Deus”.

(*) Fonte: www.deuspelaarte.com.br
Gentileza Lucia

Bento XVI: Jesus traz para os homens uma paz que o mundo não pode dar



VATICANO, 02 Jan. 13 / 04:02 pm (ACI/EWTN Noticias).- Em suas palavras prévias à oração do primeiro Angelus de 2013, realizado no dia 01 de janeiro na Praça de São Pedro, o Papa Bento XVI assinalou que Jesus, o Verbo de Deus feito carne, “veio para trazer para os homens uma paz que o mundo não pode dar”.

Por isso, assinalou o Santo Padre, “oito dias depois de Natal, quando a Igreja, como a Virgem Mãe Maria, mostra ao mundo Jesus recém-nascido, Príncipe da Paz, celebramos a Jornada Mundial da Paz”.

“Como a luz e o calor do sol, são uma bênção para a terra, assim a luz de Deus o é para a humanidade, quando Ele faz brilhar sobre ela seu rosto. E isto aconteceu com o nascimento do Jesus Cristo”.

O Papa assinalou que “Deus fez resplandecer para nós seu rosto: no início de modo muito humilde, escondido –em Belém somente Maria e José e alguns pastores foram testemunhas desta revelação-; mas pouco a pouco, como o sol que da alvorada chega ao meio dia, a luz de Cristo cresceu e se difundiu em todo o mundo”.

“Do breve tempo de sua vida terrena, Jesus de Nazaré fez resplandecer o rosto de Deus sobre a Terra Santa; e logo, mediante a Igreja animada por seu Espírito, estendeu a todos os povos o Evangelho da paz”.

“‘Gloria a Deus nas alturas, e na terra, paz aos homens amados por Ele! Este é o canto dos anjos no Natal, e é o canto dos cristãos sob cada céu; um canto que dos corações e dos lábios passa mediante a gestos concretos, nas ações do amor que constroem diálogo, compreensão e reconciliação”.

O Papa sublinhou que quando Jesus proclamava as Bem-aventuranças à beira do lago da Galilea, “entre estas está também ‘Felizes os que trabalham pela paz, porque serão chamados filhos de Deus’”.

“Quem são os que trabalham pela paz? São todos aqueles que, dia a dia, procuram vencer o mal com o bem, com a força da verdade, com as armas da oração e do perdão, com o trabalho honesto e bem feito, com a busca científica ao serviço da vida, com as obras de misericórdia corporal e espiritual”.

Bento XVI indicou que quem “trabalha pela paz são muitos, mas não fazem ruído. Como levedura na massa, fazem crescer a humanidade segundo o desígnio de Deus”.

O Papa assinalou que “neste primeiro Angelus do novo ano, pedimos a Maria Santísssima, Mãe de Deus, que nos abençoe, como a mãe abençoa seus filhos que devem partir de viagem”.

“Um novo ano é como uma viagem: que com a luz e a graça de Deus, possa ser um caminho de paz para cada homem e cada família, para cada País e para o mundo inteiro”, concluiu.
Fonte: Acidigital

Bem-aventurados os Obreiros da Paz”


A Palavra é do Santo Padre Bento XVI:
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            “BEM-AVENTURADOS OS OBREIROS DA PAZ”
1. Cada ano novo traz consigo a expectativa de um mundo melhor. Nesta perspectiva, peço a Deus, Pai da humanidade, que nos conceda a concórdia e a paz a fim de que possam tornar-se realidade, para todos, as aspirações duma vida feliz e próspera.
À distância de 50 anos do início do Concílio Vaticano II, que permitiu dar mais força à missão da Igreja no mundo, anima constatar como os cristãos, Povo de Deus em comunhão com Ele e caminhando entre os homens, se comprometem na história compartilhando alegrias e esperanças, tristezas e angústias,[1] anunciando a salvação de Cristo e promovendo a paz para todos.
Na realidade o nosso tempo, caracterizado pela globalização, com seus aspectos positivos e negativos, e também por sangrentos conflitos ainda em curso e por ameaças de guerra, requer um renovado e concorde empenho na busca do bem comum, do desenvolvimento de todo o homem e do homem todo.
Causam apreensão os focos de tensão e conflito causados por crescentes desigualdades entre ricos e pobres, pelo predomínio duma mentalidade egoísta e individualista que se exprime inclusivamente por um capitalismo financeiro desregrado. Além de variadas formas de terrorismo e criminalidade internacional, põem em perigo a paz aqueles fundamentalismos e fanatismos que distorcem a verdadeira natureza da religião, chamada a favorecer a comunhão e a reconciliação entre os homens.
E no entanto as inúmeras obras de paz, de que é rico o mundo, testemunham a vocação natural da humanidade à paz. Em cada pessoa, o desejo de paz é uma aspiração essencial e coincide, de certo modo, com o anelo por uma vida humana plena, feliz e bem sucedida. Por outras palavras, o desejo de paz corresponde a um princípio moral fundamental, ou seja, ao dever-direito de um desenvolvimento integral, social, comunitário, e isto faz parte dos desígnios que Deus tem para o homem. Na verdade, o homem é feito para a paz, que é dom de Deus.
Tudo isso me sugeriu buscar inspiração, para esta Mensagem, às palavras de Jesus Cristo: «Bem-aventurados os obreiros da paz, porque serão chamados filhos de Deus» (Mt 5, 9).
A bem-aventurança evangélica
2. As bem-aventuranças proclamadas por Jesus (cf. Mt 5, 3-12; Lc 6, 20-23) são promessas. Com efeito, na tradição bíblica, a bem-aventurança é um gênero literário que traz sempre consigo uma boa nova, ou seja um evangelho, que culmina numa promessa. Assim, as bem-aventuranças não são meras recomendações morais, cuja observância prevê no tempo devido – um tempo localizado geralmente na outra vida – uma recompensa, ou seja, uma situação de felicidade futura; mas consistem sobretudo no cumprimento duma promessa feita a quantos se deixam guiar pelas exigências da verdade, da justiça e do amor. Frequentemente, aos olhos do mundo, aqueles que confiam em Deus e nas suas promessas aparecem como ingênuos ou fora da realidade; ao passo que Jesus lhes declara que já nesta vida – e não só na outra – se darão conta de serem filhos de Deus e que, desde o início e para sempre, Deus está totalmente solidário com eles. Compreenderão que não se encontram sozinhos, porque Deus está do lado daqueles que se comprometem com a verdade, a justiça e o amor. Jesus, revelação do amor do Pai, não hesita em oferecer-Se a Si mesmo em sacrifício. Quando se acolhe Jesus Cristo, Homem-Deus, vive-se a jubilosa experiência de um dom imenso: a participação na própria vida de Deus, isto é, a vida da graça, penhor duma vida plenamente feliz. De modo particular, Jesus Cristo dá-nos a paz verdadeira, que nasce do encontro confiante do homem com Deus.
A bem-aventurança de Jesus diz que a paz é, simultaneamente, dom messiânico e obra humana. Na verdade, a paz pressupõe um humanismo aberto à transcendência; é fruto do dom recíproco, de um mútuo enriquecimento, graças ao dom que provém de Deus e nos permite viver com os outros e para os outros. A ética da paz é uma ética de comunhão e partilha. Por isso, é indispensável que as várias culturas de hoje superem antropologias e éticas fundadas sobre motivos teorico-práticos meramente subjetivistas e pragmáticos, em virtude dos quais as relações da convivência se inspiram em critérios de poder ou de lucro, os meios tornam-se fins, e vice-versa, a cultura e a educação concentram-se apenas nos instrumentos, na técnica e na eficiência. Condição preliminar para a paz é o desmantelamento da ditadura do relativismo e da apologia duma moral totalmente autônoma, que impede o reconhecimento de quão imprescindível seja a lei moral natural inscrita por Deus na consciência de cada homem. A paz é construção em termos racionais e morais da convivência, fundando-a sobre um alicerce cuja medida não é criada pelo homem, mas por Deus. Como lembra o Salmo 29, « o Senhor dá força ao seu povo; o Senhor abençoará o seu povo com a paz » (v. 11).
A paz: dom de Deus e obra do homem
3. A paz envolve o ser humano na sua integridade e supõe o empenhamento da pessoa inteira: é paz com Deus, vivendo conforme à sua vontade; é paz interior consigo mesmo, e paz exterior com o próximo e com toda a criação. Como escreveu o Beato João XXIII na Encíclica Pacem in terris – cujo cinquentenário terá lugar dentro de poucos meses –, a paz implica principalmente a construção duma convivência humana baseada na verdade, na liberdade, no amor e na justiça.[2] A negação daquilo que constitui a verdadeira natureza do ser humano, nas suas dimensões essenciais, na sua capacidade intrínseca de conhecer a verdade e o bem e, em última análise, o próprio Deus, põe em perigo a construção da paz. Sem a verdade sobre o homem, inscrita pelo Criador no seu coração, a liberdade e o amor depreciam-se, a justiça perde a base para o seu exercício.
Para nos tornarmos autênticos obreiros da paz, são fundamentais a atenção à dimensão transcendente e o diálogo constante com Deus, Pai misericordioso, pelo qual se implora a redenção que nos foi conquistada pelo seu Filho Unigênito. Assim o homem pode vencer aquele germe de obscurecimento e negação da paz que é o pecado em todas as suas formas: egoísmo e violência, avidez e desejo de poder e domínio, intolerância, ódio e estruturas injustas.
A realização da paz depende sobretudo do reconhecimento de que somos, em Deus, uma úni­ca família humana. Esta, como ensina a Encíclica Pacem in terris, está estruturada mediante relações interpessoais e instituições sustentadas e anima­das por um «nós» comunitário, que implica uma ordem moral, interna e externa, na qual se reconheçam sinceramente, com verdade e justiça, os próprios direitos e os próprios deveres para com os demais. A paz é uma ordem de tal modo vivificada e integrada pelo amor, que se sentem como próprias as necessidades e exigências alheias, que se fazem os outros comparticipantes dos próprios bens e que se estende sempre mais no mundo a comunhão dos valores espirituais. É uma ordem realizada na liberdade, isto é, segundo o modo que corresponde à dignidade de pessoas que, por sua própria natureza racional, assumem a responsabilidade do próprio agir.[3]
A paz não é um sonho, nem uma utopia; a paz é possível. Os nossos olhos devem ver em profundidade, sob a superfície das aparências e dos fenômenos, para vislumbrar uma realidade positiva que existe nos corações, pois cada homem é criado à imagem de Deus e chamado a crescer contribuindo para a edificação dum mundo novo. Na realidade, através da encarnação do Filho e da redenção por Ele operada, o próprio Deus entrou na história e fez surgir uma nova criação e uma nova aliança entre Deus e o homem (cf. Jr 31, 31-34), oferecendo-nos a possibilidade de ter « um coração novo e um espírito novo » (cf. Ez 36, 26).
Por isso mesmo, a Igreja está convencida de que urge um novo anúncio de Jesus Cristo, primeiro e principal fator do desenvolvimento integral dos povos e também da paz. Na realidade, Jesus é a nossa paz, a nossa justiça, a nossa reconciliação (cf. Ef 2, 14; 2 Cor 5, 18). O obreiro da paz, segundo a bem-aventurança de Jesus, é aquele que procura o bem do outro, o bem pleno da alma e do corpo, no tempo presente e na eternidade.
A partir deste ensinamento, pode-se deduzir que cada pessoa e cada comunidade – religiosa, civil, educativa e cultural – é chamada a trabalhar pela paz. Esta consiste, principalmente, na realização do bem comum das várias sociedades, primárias e intermédias, nacionais, internacionais e a mundial. Por isso mesmo, pode-se supor que os caminhos para a implementação do bem comum sejam também os caminhos que temos de seguir para se obter a paz.
Obreiros da paz são aqueles que amam, defendem e promovem a vida na sua integridade.
4. Caminho para a consecução do bem comum e da paz é, antes de tudo, o respeito pela vida humana, considerada na multiplicidade dos seus aspectos, a começar da concepção, passando pelo seu desenvolvimento até ao fim natural. Assim, os verdadeiros obreiros da paz são aqueles que amam, defendem e promovem a vida humana em todas as suas dimensões: pessoal, comunitária e transcendente. A vida em plenitude é o ápice da paz. Quem deseja a paz não pode tolerar atentados e crimes contra a vida.
Aqueles que não apreciam suficientemente o valor da vida humana, chegando a defender, por exemplo, a liberalização do aborto, talvez não se dêem conta de que assim estão a propor a prossecução duma paz ilusória. A fuga das responsabilidades, que deprecia a pessoa humana, e mais ainda o assassinato de um ser humano indefeso e inocente nunca poderão gerar felicidade nem a paz. Na verdade, como se pode pensar em realizar a paz, o desenvolvimento integral dos povos ou a própria salvaguarda do ambiente, sem estar tutelado o direito à vida dos mais frágeis, a começar pelos nascituros? Qualquer lesão à vida, de modo especial na sua origem, provoca inevitavelmente danos irreparáveis ao desenvolvimento, à paz, ao ambiente. Tão-pouco é justo codificar ardilosamente falsos direitos ou opções que, baseados numa visão redutiva e relativista do ser humano e com o hábil recurso a expressões ambíguas tendentes a favorecer um suposto direito ao aborto e à eutanásia, ameaçam o direito fundamental à vida.
Também a estrutura natural do matrimônio, como união entre um homem e uma mulher, deve ser reconhecida e promovida contra as tentativas de torná-la, juridicamente, equivalente a formas radicalmente diversas de união que, na realidade, a prejudicam e contribuem para a sua desestabilização, obscurecendo o seu caráter peculiar e a sua insubstituível função social.
Estes princípios não são verdades de fé, nem uma mera derivação do direito à liberdade religiosa; mas estão inscritos na própria natureza humana – sendo reconhecíveis pela razão – e consequentemente comuns a toda a humanidade. Por conseguinte, a ação da Igreja para promovê-los não tem caráter confessional, mas dirige-se a todas as pessoas, independentemente da sua filiação religiosa. Tal ação é ainda mais necessária quando estes princípios são negados ou mal entendidos, porque isso constitui uma ofensa contra a verdade da pessoa humana, uma ferida grave infligida à justiça e à paz.
Por isso, uma importante colaboração para a paz é dada também pelos ordenamentos jurídicos e a administração da justiça quando reconhecem o direito ao uso do princípio da objeção de consciência face a leis e medidas governamentais que atentem contra a dignidade humana, como o aborto e a eutanásia.
Entre os direitos humanos basilares mesmo para a vida pacífica dos povos, conta-se o direito dos indivíduos e comunidades à liberdade religiosa. Neste momento histórico, torna-se cada vez mais importante que este direito seja promovido não só negativamente, como liberdade de – por exemplo, de obrigações e cauções quanto à liberdade de escolher a própria religião –, mas também positivamente, nas suas várias articulações, como liberdade para: por exemplo, para testemunhar a própria religião, anunciar e comunicar a sua doutrina; para realizar atividades educativas, de beneficência e de assistência que permitem aplicar os preceitos religiosos; para existir e atuar como organismos sociais, estruturados de acordo com os princípios doutrinais e as finalidades institucionais que lhe são próprias. Infelizmente vão-se multiplicando, mesmo em países de antiga tradição cristã, os episódios de intolerância religiosa, especialmente contra o cristianismo e aqueles que se limitam a usar os sinais identificadores da própria religião.
O obreiro da paz deve ter presente também que as ideologias do liberalismo radical e da tecnocracia insinuam, numa percentagem cada vez maior da opinião pública, a convicção de que o crescimento econômico se deve conseguir mesmo à custa da erosão da função social do Estado e das redes de solidariedade da sociedade civil, bem como dos direitos e deveres sociais. Ora, há que considerar que estes direitos e deveres são fundamentais para a plena realização de outros, a começar pelos direitos civis e políticos.
E, entre os direitos e deveres sociais atualmente mais ameaçados, conta-se o direito ao trabalho. Isto é devido ao fato, que se verifica cada vez mais, de o trabalho e o justo reconhecimento do estatuto jurídico dos trabalhadores não serem adequadamente valorizados, porque o crescimento econômico dependeria sobretudo da liberdade total dos mercados. Assim o trabalho é considerado uma variável dependente dos mecanismos econômicos e financeiros. A propósito disto, volto a afirmar que não só a dignidade do homem mas também razões econômicas, sociais e políticas exigem que se continue « a perseguir como prioritário o objetivo do acesso ao trabalho para todos, ou da sua manutenção ».[4] Para se realizar este ambicioso objetivo, é condição preliminar uma renovada apreciação do trabalho, fundada em princípios éticos e valores espirituais, que revigore a sua concepção como bem fundamental para a pessoa, a família, a sociedade. A tal bem corresponde um dever e um direito, que exigem novas e ousadas políticas de trabalho para todos.
Construir o bem da paz através de um novo modelo de desenvolvimento e de economia
5. De vários lados se reconhece que, hoje, é necessário um novo modelo de desenvolvimento e também uma nova visão da economia. Quer um desenvolvimento integral, solidário e sustentável, quer o bem comum exigem uma justa escala de bens-valores, que é possível estruturar tendo Deus como referência suprema. Não basta ter à nossa disposição muitos meios e muitas oportunidades de escolha, mesmo apreciáveis; é que tanto os inúmeros bens em função do desenvolvimento como as oportunidades de escolha devem ser empregues de acordo com a perspectiva duma vida boa, duma conduta reta, que reconheça o primado da dimensão espiritual e o apelo à realização do bem comum. Caso contrário, perdem a sua justa valência, acabando por erguer novos ídolos.
Para sair da crise financeira e econômica atual, que provoca um aumento das desigualdades, são necessárias pessoas, grupos, instituições que promovam a vida, favorecendo a criatividade humana para fazer da própria crise uma ocasião de discernimento e de um novo modelo econômico. O modelo que prevaleceu nas últimas décadas apostava na busca da maximização do lucro e do consumo, numa óptica individualista e egoísta que pretendia avaliar as pessoas apenas pela sua capacidade de dar resposta às exigências da competitividade. Olhando de outra perspectiva, porém, o sucesso verdadeiro e duradouro pode ser obtido com a dádiva de si mesmo, dos seus dotes intelectuais, da própria capacidade de iniciativa, já que o desenvolvimento econômico suportável, isto é, autenticamente humano tem necessidade do princípio da gratuidade como expressão de fraternidade e da lógica do dom. [5] Concretamente na atividade econômica, o obreiro da paz aparece como aquele que cria relações de lealdade e reciprocidade com os colaboradores e os colegas, com os clientes e os usuários. Ele exerce a atividade econômica para o bem comum, vive o seu compromisso como algo que ultrapassa o interesse próprio, beneficiando as gerações presentes e futuras. Deste modo sente-se a trabalhar não só para si mesmo, mas também para dar aos outros um futuro e um trabalho dignos.
No âmbito econômico, são necessárias – especialmente por parte dos Estados – políticas de desenvolvimento industrial e agrícola que tenham a peito o progresso social e a universalização de um Estado de direito e democrático. Fundamental e imprescindível é também a estruturação ética dos mercados monetário, financeiro e comercial; devem ser estabilizados e melhor coordenados e controlados, de modo que não causem dano aos mais pobres. A solicitude dos diversos obreiros da paz deve ainda concentrar-se – com mais determinação do que tem sido feito até agora – na consideração da crise alimentar, muito mais grave do que a financeira. O tema da segurança das provisões alimentares voltou a ser central na agenda política internacional, por causa de crises relacionadas, para além do mais, com as bruscas oscilações do preço das matérias-primas agrícolas, com comportamentos irresponsáveis por parte de certos agentes econômicos e com um controle insuficiente por parte dos Governos e da comunidade internacional. Para enfrentar semelhante crise, os obreiros da paz são chamados a trabalhar juntos em espírito de solidariedade, desde o nível local até ao internacional, com o objetivo de colocar os agricultores, especialmente nas pequenas realidades rurais, em condições de poderem realizar a sua atividade de modo digno e sustentável dos pontos de vista social, ambiental e econômico.
Educação para uma cultura da paz: o papel da família e das instituições
6. Desejo veementemente reafirmar que os diversos obreiros da paz são chamados a cultivar a paixão pelo bem comum da família e pela justiça social, bem como o empenho por uma válida educação social.
Ninguém pode ignorar ou subestimar o papel decisivo da família, célula básica da sociedade, dos pontos de vista demográfico, ético, pedagógico, econômico e político. Ela possui uma vocação natural para promover a vida: acompanha as pessoas no seu crescimento e estimula-as a enriquecerem-se entre si através do cuidado recíproco. De modo especial, a família cristã guarda em si o primordial projeto da educação das pessoas segundo a medida do amor divino. A família é um dos sujeitos sociais indispensáveis para a realização duma cultura da paz. É preciso tutelar o direito dos pais e o seu papel primário na educação dos filhos, nomeadamente nos âmbitos moral e religioso. Na família, nascem e crescem os obreiros da paz, os futuros promotores duma cultura da vida e do amor. [6]
Nesta tarefa imensa de educar para a paz, estão envolvidas de modo particular as comunidades dos crentes. A Igreja toma parte nesta grande responsabilidade através da nova evangelização, que tem como pontos de apoio a conversão à verdade e ao amor de Cristo e, consequentemente, o renascimento espiritual e moral das pessoas e das sociedades. O encontro com Jesus Cristo plasma os obreiros da paz, comprometendo-os na comunhão e na superação da injustiça.
Uma missão especial em prol da paz é desempenhada pelas instituições culturais, escolásticas e universitárias. Delas se requer uma notável contribuição não só para a formação de novas gerações de líderes, mas também para a renovação das instituições públicas, nacionais e internacionais. Podem também contribuir para uma reflexão científica que radique as atividades econômicas e financeiras numa sólida base antropológica e ética. O mundo atual, particularmente o mundo da política, necessita do apoio dum novo pensamento, duma nova síntese cultural, para superar tecnicismos e harmonizar as várias tendências políticas em ordem ao bem comum. Este, visto como conjunto de relações interpessoais e instituições positivas ao serviço do crescimento integral dos indivíduos e dos grupos, está na base de toda a verdadeira educação para a paz.
Uma pedagogia do obreiro da paz
7. Concluindo, há necessidade de propor e promover uma pedagogia da paz. Esta requer uma vida interior rica, referências morais claras e válidas, atitudes e estilos de vida adequados. Com efeito, as obras de paz concorrem para realizar o bem co­mum e criam o interesse pela paz, educando para ela. Pensamentos, palavras e gestos de paz criam uma mentalidade e uma cultura da paz, uma atmos­fera de respeito, honestidade e cordialidade. Por isso, é necessário ensinar os homens a amarem-se e educarem-se para a paz, a viverem mais de benevolência que de mera tolerância. Incentivo fundamental será « dizer não à vingança, reconhecer os próprios erros, aceitar as desculpas sem as buscar e, finalmente, perdoar »,[7] de modo que os erros e as ofensas possam ser verdadeiramente reconhecidos a fim de caminhar juntos para a reconciliação. Isto requer a difusão duma pedagogia do perdão. Na realidade, o mal se vence com o bem, e a justiça deve ser procurada imitando a Deus Pai que ama todos os seus filhos (cf. Mt 5, 21-48). É um trabalho lento, porque supõe uma evolução espiritual, uma educação para os valores mais altos, uma visão nova da história humana. É preciso renunciar à paz falsa, que prometem os ídolos deste mundo, e aos perigos que a acompanham; refiro-me à paz que torna as consciências cada vez mais insensíveis, que leva a fechar-se em si mesmo, a uma existência atrofiada vivida na indiferença. Ao contrário, a pedagogia da paz implica serviço, compaixão, solidariedade, coragem e perseverança.
Jesus encarna o conjunto destas atitudes na sua vida até ao dom total de Si mesmo, até «perder a vida» (cf. Mt 10, 39; Lc 17, 33; Jo 12, 25). E promete aos seus discípulos que chegarão, mais cedo ou mais tarde, a fazer a descoberta extraordinária de que falamos no início: no mundo, está presente Deus, o Deus de Jesus Cristo, plenamente solidário com os homens. Neste contexto, apraz-me lembrar à oração com que se pede a Deus para fazer de nós instrumentos da sua paz, a fim de levar o seu amor onde há ódio, o seu perdão onde há ofensa, a verdadeira fé onde há dúvida. Por nossa vez pedimos a Deus, juntamente com o Beato João XXIII, que ilumine os responsáveis dos povos para que, junto com a solicitude pelo justo bem-estar dos próprios concidadãos, garantam e defendam o dom precioso da paz; inflame a vontade de todos para superarem as barreiras que dividem, reforçarem os vínculos da caridade mútua, compreenderem os outros e perdoarem aos que lhes tiverem feito injúrias, de tal modo que, em virtude da sua ação, todos os povos da terra se tornem irmãos e floresça neles e reine para sempre a tão suspirada paz.[8]
Com esta invocação, faço votos de que todos possam ser autênticos obreiros e construtores da paz, para que a cidade do homem cresça em concórdia fraterna, na prosperidade e na paz.
Vaticano, 8 de Dezembro de 2012.
BENEDICTUS PP XVI

Campanha da Fraternidade 2013 – Fraternidade e Juventude

A Equipe Arquidiocesana de Campanhas juntamente com o Setor Juventude da Arquidiocese de Fortaleza realizou no dia 1 de dezembro de 2012 uma formação sobre a Campanha da Fraternidade 2013, com o tema “Fraternidade e Juventude” e o lema: “Eis-me aqui, envia-me” (Is. 6,8)
Estavam presentes aproximadamente 150 pessoas, grande maioria jovens vindos de todas as Regiões Episcopais.cartaz_CF_2013
 Objetivos da Campanha da Fraternidade
Objetivo geral: Acolher os jovens no contexto de mudança de época, propiciando caminhos para seu protagonismo no seguimento de Jesus Cristo, na vivência eclesial e na construção da vida, da justiça e da paz.
Objetivos específicos:
1 – Propiciar aos jovens um encontro pessoal com Jesus Cristo a fim de contribuir para sua vocação de discípulo missionário e para a elaboração de seu projeto pessoal de vida;
2 – Possibilitar aos jovens uma participação ativa na comunidade eclesial, que lhes seja apoio e sustento em sua caminhada, para que possam contribuir com seus dons e talentos;
3 – Sensibilizar os jovens para serem agentes transformadores da sociedade, protagonistas da civilização do amor e do bem comum.
A metodologia de trabalho, a partir do próprio texto base da Campanha, foi VER, JULGAR E AGIR, sendo o Ver e o Agir apresentados e coordenados pelos jovens e o Julgar por Pe. Luiz Sartorel.
No momento do Agir, houve uma apresentação de como está organizado o Setor Juventude no Brasil e depois os participantes foram trabalhar em grupos e apresentaram algumas propostas de ação dentro da Campanha da Fraternidade sobre a juventude, em três aspectos: Formação, Igreja (engajamento eclesial) e Políticas Públicas.
Com relação à formação:
- Realizar oficinas de formação sobre a Jornada Mundial da Juventude e Campanha da Fraternidade 2013;
- Promover formações contínuas, com momentos de espiritualidade e convívio entre todos;
- Trabalhar liturgia, catequese, sexualidade e redes sociais;
- Proporcionar formação sobre a Campanha da Fraternidade 2013, enfocando o Plano de Pastoral da Arquidiocese de Fortaleza e Jornada Mundial da Juventude;
- Promover formações mais acolhedoras para os jovens durante todo o ano;
- Realizar formação nos diversos grupos sobre a semana missionária da JMJ;
- Mostrar o sentido da Campanha da Fraternidade 2013 nas paróquias.
Com relação à igreja:
- Trabalhar com jovens já inseridos na igreja, dando-lhes espaço e vez;
- Promover ações missionárias;
- Trabalhar vocação e espiritualidade;
- Promover pedaladas e caminhadas Pré-CF;
- Realizar semanas missionárias e shows de evangelização;
- Criar um atrativo para que o jovem se envolva com a igreja, ir ao encontro dos jovens nas escolas, nas praças, na rua;
- Visitar as famílias para um cadastramento (batismo, eucaristia, crisma).
Com relação às políticas públicas
- Solicitar audiência pública na Câmara dos Vereadores com a temática juventude;
- Promover espaço de inserção social (cursos, atividades esportivas, lazer e cultura);
- Promover formações sobre fé e política e capacitação profissional da juventude
- Incentivar práticas de esporte, lazer, parcerias com as associações comunitárias e escolas;
- Realizar cursos profissionalizantes e artísticos;
- Pastoral de Rua, ação social e visita aos jovens, crianças e idosos.

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Rosélia Follmann