sexta-feira, 12 de junho de 2015

Namoro, noivado e casamento


Neste final de semana ocorrem comemorações que tocam de perto o coração. Santo Antônio é celebrado com manifestações religiosas e festas populares típicas do mês de junho. Pela sua fama de "casamenteiro", a véspera de sua festa é dia dos namorados. E o Calendário litúrgico traz a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, para o qual se votaram os santos, homens e mulheres que aceitaram o desafio da vivência do amor que brota do mistério de amor do Divino Coração, que assumiu e elevou à máxima dignidade as realidades humanas.
Desejo mais uma vez fazer propaganda do namoro e do noivado, como passos em preparação ao Matrimônio, que é a forma cristã de viver o casamento. A pressa com que se estabelecem tantas vezes os vínculos, por isso mesmo volúveis, não respeita a necessidade de amadurecimento do amor. Quando a expressão e a realidade do "ficar" dos adolescentes, jovens e até adultos se espalha, como vemos em nosso tempo, a consequência é a fragilidade da família. Basta verificar a quantidade de crianças que são geradas sem o necessário sustento de um relacionamento equilibrado sólido e duradouro entre homem e mulher, capaz de oferecer as condições indispensáveis ao crescimento sadio da personalidade. Que o digam tantos avós que assumem a função de pais, mães e provedores. Sem estes verdadeiros heróis e heroínas o quadro seria ainda mais perturbador.
Namoro é tempo de conhecimento, valorização da diversidade dos gêneros, aprendizado do diálogo e da capacidade de escolha e, devo dizer com toda força, não é tempo de iniciação sexual precoce e irresponsável. Se tal posição é considerada por muitos como conservadora, ela o é por convicção pessoal e pela constatação dos dramas em que resultaram as facilitações irresponsáveis que nossa geração tem cultivado.
Noivado! Quando presido uma bênção de noivado, costumo dizer que esta é a festa da palavra dada, para que noivo e noiva exercitem a confiança mútua. Recentemente o Papa Francisco incluiu em suas catequeses sobre a família um oportuno ensinamento sobre esta etapa na preparação do matrimônio, no qual veio em relevo justamente o tema na confiança, do qual considerei oportuno transcrever em grande parte, por ocasião do Dia dos Namorados e a Festa de Santo Antônio.
Diz o Papa, em sua já proverbial capacidade de ir com clareza aos pontos essenciais: "O noivado é o tempo durante o qual os dois estão chamados a fazer um bom trabalho sobre o amor, um trabalho profundo, participado e partilhado. Descobrindo-se pouco e pouco reciprocamente: ou seja, o homem 'aprende' a mulher aprendendo esta mulher, a sua noiva; e a mulher 'aprende' o homem aprendendo este homem, o seu noivo. Não subestimemos a importância desta aprendizagem: é um compromisso bom, e o próprio amor o exige, porque não é apenas uma felicidade despreocupada, uma emoção encantada. A narração bíblica fala da criação inteira como de um bom trabalho de amor de Deus; o livro do Gênesis diz que 'Deus viu o que fizera, e era coisa muito boa' (Gn 1, 31). Só no final, Deus 'repousou'. Compreendemos assim que o amor de Deus, que deu origem ao mundo, não foi uma decisão extemporânea. Não! Foi um trabalho bom. O amor de Deus criou as condições concretas de uma aliança irrevogável, sólida, destinada a durar. A aliança de amor entre o homem e a mulher, aliança para a vida, não se improvisa, não se faz de um dia para outro. Não há o matrimônio rápido: é preciso trabalhar sobre o amor, é necessário caminhar. A aliança do amor do homem e da mulher aprende-se e aperfeiçoa-se. Permiti que eu diga que é uma aliança artesanal. Fazer de duas vidas uma só, é quase um milagre, um milagre da liberdade e do coração, confiado à fé".
E o Papa entra em detalhes que podem ser libertadores para muitos casais de noivos: "As nossas coordenadas sentimentais entraram um pouco em confusão. Quem pretende tudo e imediatamente, depois também cede sobre tudo — e já — na primeira dificuldade ou na primeira ocasião. Não há esperança para a confiança e a fidelidade da doação de si, se prevalece o hábito de consumir o amor como uma espécie de integrador do bem-estar psicofísico. Não é isto o amor! O noivado focaliza a vontade de preservar juntos algo que nunca deverá ser comprado ou vendido, atraiçoado ou abandonado, por mais aliciadora que seja a oferta".
E Papa Francisco abre uma meditação profunda, à disposição de quem tem vocação ao matrimônio: "Também Deus, quando fala da aliança com o seu povo, algumas vezes fá-lo em termos de noivado. No Livro de Jeremias, ao falar ao povo que se tinha afastado dele, recorda-lhe quando o povo era a 'noiva' de Deus e diz assim: 'Lembro-me da tua afeição quando eras jovem, de teu amor de noivado' (2, 2). E Deus fez este percurso de noivado; depois faz também uma promessa no Livro do Profeta Oseias: 'Então te desposarei para sempre; desposar-te-ei conforme a justiça e o direito, com misericórdia e amor' (2, 21-22). É um longo caminho o que o Senhor faz com o seu povo neste percurso de noivado. No final Deus desposa o seu povo em Jesus Cristo: em Jesus desposa a Igreja. O Povo de Deus é a esposa de Jesus. Mas quanto caminho a ser feito!" Este é o noivado com que a Igreja sonha e quer anunciar!
Enfim, o Casamento, Sacramento do Matrimônio na visão do Papa e da Igreja: "A Igreja, na sua sabedoria, conserva a distinção entre ser noivos e ser esposos — não é o mesmo — precisamente em vista da delicadeza e da profundidade desta verificação. Estejamos atentos a não desprezar com superficialidade este ensinamento sábio, que se nutre também da experiência do amor conjugal felizmente vivido. Os símbolos fortes do corpo possuem as chaves da alma: não podemos tratar os vínculos da carne com superficialidade, sem causar ao espírito alguma ferida perene (1 Cor 6, 15-20). Sem dúvida, a cultura e a sociedade de hoje tornaram-se bastante indiferentes à delicadeza e à seriedade desta passagem. E por outro lado, não se pode dizer que sejam generosas com os jovens que estão seriamente intencionados a constituir uma família e a ter filhos! Ao contrário, muitas vezes levantam numerosos impedimentos, mentais e práticos. O noivado é um percurso de vida que deve amadurecer como a fruta, é um caminho, até ao momento que se torna matrimônio".
E chegamos com o Papa Francisco até aos Cursos de Noivos! "Os cursos pré-matrimoniais são uma expressão especial da preparação. E nós vemos tantos casais, que talvez chegam ao curso um pouco contra a vontade, 'Mas estes padres obrigam-nos a fazer um curso! Mas por que? Nós sabemos!'... e vão contra a vontade. Mas depois ficam contentes e agradecem, porque com efeito encontraram ali a ocasião — muitas vezes única, para refletir sobre a sua experiência em termos não banais. Sim, muitos casais estão juntos há muito tempo, talvez até na intimidade, por vezes convivendo, mas não se conhecem de verdade. Parece estranho, mas a experiência demonstra que é assim. Por isso deve ser reavaliado o noivado como tempo de conhecimento recíproco e de partilha de um projeto. O caminho de preparação para o matrimônio deve ser organizado nesta perspectiva, servindo-se também do testemunho simples mas intenso de casais cristãos."
Aos namorados, aos noivos e aos casados chegue o abraço amigo e a bênção da Igreja, para que busquem no Coração de Jesus a fonte do amor verdadeiro. E que encontrem em Santo Antônio a intercessão e os ensinamentos que os ajudem a realizar esta magnífica vocação do matrimônio.
Fonte: CNBB

Sagrado Coração de Jesus

Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ)

Neste ano a solenidade do Sagrado Coração de Jesus está inserida em meio a grandes festas populares e várias comemorações. Esta solenidade pós tempo de Páscoa nos remete ao Mistério Pascal, pois nos coloca diante do Senhor que deu sua vida por nós derramando seu sangue pela salvação da humanidade. Simbolizar esse amor de Deus no Coração de Jesus teve a necessidade de ajudar a caminhada cristã em experimentar a proximidade de Deus Amor em suas vidas. Creio que também hoje é este o caminho que nos tem sido indicado pelo Papa Francisco. Porém esse mistério já vem anunciado na revelação cristã desde o antigo testamento.

A devoção ao Sagrado Coração tem as suas origens na devoção popular e, sem dúvida, é uma das piedades mais difundidas e mais amada pelos fiéis. A expressão “Coração de Cristo” nos remete à totalidade de seu ser, Verbo encarnado para a salvação de toda a humanidade. Esta piedade popular tem a sua fundamentação na Sagrada Escritura. Jesus, em seu Evangelho, convida os discípulos a viverem em íntima comunhão com ele, assumindo a sua palavra como modo de vida e revelando-se um mestre “manso e humilde de coração”.
Os Santos Padres muitas vezes falaram do Coração de Cristo como símbolo de seu amor, tomando-o da Escritura: "Beberemos da água que brotaria de seu Coração...quando saiu sangue e água" (Jo 7,37; 19,35).
Na Idade Média começaram a considerá-lo como modelo de nosso amor, paciente por nossos pecados, a quem devemos reparar entregando-lhe nosso coração (santas Lutgarda, Matilde, Gertrudes a Grande – que hoje está sendo cogitada como doutora da Igreja -, Margarida de Cortona, Angela de Foligno, São Boaventura, e outros).
No século XVII estava muito expandida esta devoção. São João Eudes, já em 1670, introduziu a primeira festa pública do Sagrado Coração. Em 1673, Santa Margarida Maria de Alocoque começou a ter uma série de revelações particulares que a levaram à santidade e ao impulso de formar uma equipe de apóstolos desta devoção. Com seu zelo conseguiram um enorme impacto na Igreja.
Foram divulgados inúmeros livros e imagens. As associações do Sagrado Coração subiram em um século, desde meados do XVIII, de 1000 a 100.000. Umas vinte congregações religiosas e vários institutos seculares foram fundados para estender seu culto de mil formas. O apostolado da Oração, que pretende conseguir nossa santificação pessoal e a salvação do mundo mediante esta devoção, contava já em 1917 com 20 milhões de associados. E em 1960 chegava ao dobro em todo o mundo, passando de um milhão na Espanha; suas 200 revistas tinham 15 milhões de inscrições. A maior instituição de todo o mundo.
A Oposição a este culto sempre foi grande, sobretudo no século XVIII por parte dos jansenistas, e recebeu um forte golpe com a supressão da Companhia de Jesus (1773). E assim passou por várias vicissitudes pois trazia em seu bojo a revelação da misericórdia de Deus manifestada no Coração de Jesus.
Em 1856 Pio IX estendeu sua festa a toda a Igreja. Em 1899 Leão XIII consagrou o mundo ao Sagrado Coração de Jesus (o Equador tinha se consagrado em 1874). E a Espanha em 1919, em 30 de maio, também se consagrou publicamente ao Sagrado Coração no Monte dos Anjos. Onde foi gravado, sob a estátua de Cristo, aquela promessa que fez ao pai Bernardo de Hoyos, S.J., em 14 de maio de 1733, mostrando-lhe seu Coração, em Valladolid (Santuário da Grande Promessa), e dizendo-lhe: "Reinarei na Espanha com mais Veneração que em muitas outras partes".
A importância que a Igreja concede atualmente ao Sagrado Coração, esta sublinhada pela categoria de solenidade, das quais há somente 14 ao ano no calendário universal. Além disso, a festa de Cristo Rei, também solenidade, está estreitamente unida à espiritualidade do Sagrado Coração. Pio XI declarou ao instituí-la que precisamente a Cristo é reconhecido como Rei, por famílias, cidades e nações, mediante a consagração a seu Coração. E determinou que em tal festa fosse renovado todos os anos a consagração do mundo ao Coração de Cristo.
Toda esta atitude litúrgica da Igreja tem a finalidade de estimular nossa prática cristã pondo especial interesse em celebrar sua festa: comungando, assimilando seus ensinamentos, utilizando as orações litúrgicas, a consagração, etc. Como dizia Pio XI na encíclica “Quas primas”: "As celebrações anuais da liturgia têm uma eficácia maior que os solenes documentos dos magistérios para formar ao povo nas coisas da fé".
A devoção ao Coração de Jesus existe desde os primeiros tempos da Igreja, desde que se meditava no lado e no Coração aberto de Jesus, de onde saiu sangue e água. Desse Coração nasceu a Igreja e por esse Coração foram abertas as portas do Céu.
        Fonte: CNBB

Festejos na Comunidade Santo Antônio- 8ª Noite - 12|06|2015




Sub-tema- Santo Antônio: Adorador do Sagrado Coração de Jesus


* Celebrante: Padre Toínho( Vigário da Paróquia N. Sra. Mãe dos Pobres)

*Liturgia : Equipe Litúrgica de Santo Antônio



* Convívio: PARTIDO AZUL


       Esperamos todos vocês!!!!