Jesus sabia que Sua hora
havia chegado. Assim sendo, não quis deixar Seus discípulos dispersos e
desunidos. Sabendo também da força e do poder do “encardido”, Ele, por
Seu amor e fidelidade, dá glória ao Pai.
Cristo apresenta a Deus a oração mais
sublime de unidade na comunhão do amor. Ele pede que Seu Pai revele e
exalte, na natureza pecadora do homem, a natureza divina do Filho que é o
próprio Jesus: “Revela a natureza divina do teu Filho a fim de que
ele revele a tua natureza gloriosa. Pois tens dado ao Filho autoridade
sobre todos os seres humanos para que ele dê a vida eterna a todos os
que lhe deste. E a vida eterna é esta: que eles conheçam a Ti, que és o
único Deus verdadeiro; e conheçam também Jesus Cristo, que enviaste ao
mundo” (cf. Jo 17,17).
Nessa oração, Jesus coloca em destaque,
primeiro, Sua glória conjunta com o Pai. Ao mesmo tempo, nos faz saber
que a obediência, na realização da vontade divina, constitui a maior
glória do Pai na Terra. Por isso, terminando Sua missão, diz: “Eu
mostrei quem tu és para aqueles que tirastes do mundo e me deste. Eles
eram teus, e tu os deste para mim. Eles têm obedecido à tua mensagem e
agora sabem que tudo o que me tens dado vem de ti”.
“Mas embora eles saibam que tu me
enviaste, é preciso que tu, ó pai, os guardes na unidade. Para que o
lobo não os disperse e devore um por um. Eu peço em favor deles. Não
peço em favor do mundo, mas por aqueles que me deste, pois são teus.
Tudo o que é meu é teu, e tudo o que é teu é meu; e a minha natureza
divina se revela por meio daqueles que me deste” (cf. João 17,1-11). Esta é a preocupação de Jesus: que permaneçamos unidos a Ele, assim como Ele permanece unido ao Pai. Que o lobo não nos devore!
Você, então, poderia me perguntar.
“Padre, que tipo de lobo?”. A resposta é muito simples: o lobo que pode
me devorar, talvez não seja o mesmo que possa devorar você. Cada um tem o
seu vício, seu hábito, sua dificuldade e seu problema, os quais se
tornam “pecados de estimação”. São como pedra no sapato, “vira e mexe”
nos põem para baixo, semeando desordem, distúrbio, desunião, confusão,
separação, divórcios e tantos outros males em nosso coração.
É esse o “lobo” do qual Jesus quer nos livrar na oração que dirige ao Pai no Evangelho de hoje.
Por :Padre Bantu Mendonça
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