Neste 10º domingo do Tempo Comum, vemos
que a multidão procura Jesus para tocá-Lo e ser curada das suas
enfermidades; ela compreende e reconhece n’Ele um poder sobrenatural.
Porém, os parentes de Jesus foram segurá-Lo, porque diziam:
“Enlouqueceu”. Os familiares temem que esta maneira de agir possa
comprometer o nome da família, então decidem tomar o controle da
situação.
Vendo a atitude dos parentes d’Ele,
podemos nos perguntar: “Quantas vezes somos chamados de loucos?”.
Principalmente as pessoas que assumem uma proposta de vida radical,
deixando tudo para seguir Cristo mais de perto, como consagrados, casais
comprometidos com as pastorais nas capelas, nas paróquias e na diocese,
entre tantas outras pessoas que dedicam sua vida para que haja
esperança na comunidade. São os nossos próprios parentes que, às vezes,
nos acusam de loucos, de “beatos e beatas” da sacristia.
Jesus está dentro da casa. A multidão e
Seus parentes estão do lado de fora e ao Seu redor, ouvindo-O. Estão
reunidos os discípulos em torno de Jesus, como também as multidões,
pessoas do povo capazes de deixar tudo para segui-Lo. São os aleijados,
coxos, pobres, doentes que estão “como ovelhas sem pastor” (Mc 6,34).
“Participar da casa” é estar presente no
banquete da vida, aproximar-se do outro como espaço de diálogo e
compreensão. Mas para entrar na casa é preciso romper com o sistema de
opressão que há em nossa sociedade, à medida em que faço do outro
instrumento da minha vontade e o coloco em disputa com os demais. A casa
é o lugar apropriado para desenhar a proposta que Jesus deseja anunciar
e promover o sistema de relação social.
Um profeta só é desprezado em sua pátria,
em sua parentela e em sua casa (cf. Mc 6,4) . As pessoas capazes de
compreender a missão de Jesus são aquelas que fazem uma experiência com
Ele. Os mais próximos se afastam diante da missão de Jesus, enquanto os
mais distantes se aproximam d’Ele e de Sua missão.“Aproximar-se da missão” é se encontrar dentro da casa e reconhecer em
Jesus a presença do Reino de Deus. É preciso compreender os gestos e não
ter o coração endurecido. Os que estão fora da casa são os adversários,
os que querem interromper a missão, concordando com uma ideologia que
domina as pessoas e que controla o sistema opressor.
Reflitamos : A nossa vida é marcada
pela lembrança do paraíso perdido e pelo mal que nos levou a perdê-lo. A
parceria com a serpente, inclinação para o mal,ocasionou isso. Cabe-nos
esmagar-lhe a cabeça, o lugar pensante de toda vil estrutura humana
injusta.Os irmãos de Jesus somos todos nós, seus seguidores. Muitas
vezes, no entanto, tornamo-nos seus opositores, com satanás. A Igreja é a
grande irmã de Jesus na construção da sociedade justa, espelho de seu
reino.É uma pena que muitos cristãos e igrejas caminhem em sentido
oposto. O Reino de Deus é a nossa esperança de um novo Éden, já presente, mas em caminhada para a plenitude.
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