A Lei de Moisés, como nós a concebemos, é
descrita nos livros bíblicos de Êxodo, Levítico, Números e
Deuteronômio. Assim, para Jesus, a lei moral é obra da sabedoria divina.
Por isso, podemos defini-la, em sentido bíblico, como uma instrução
paterna, uma pedagogia de Deus. Ela prescreve ao homem os caminhos, as
regras de procedimento que o levam à bem-aventurança prometida e lhe
proíbe os caminhos do mal, que o desvia de Deus e do Seu amor. Eis por
que Jesus diz: “o céu e a terra passarão”. Porém, nada será tirado da
Lei, nem a menor letra nem qualquer acento.
A questão da obediência aos mandamentos
divinos, ou tudo quanto Deus ordena, não visa à salvação, pois entra no
campo da santificação e não da justificação. Entender o papel da lei
como meio de salvação seria um uso “ilegítimo” dela (1 Timóteo 1,8).A
lei não deve ser observada simplesmente por ser lei, mas por aquilo que
ela realiza de justiça.Cumprir a lei fielmente não significa
subdividi-la em observâncias minuciosas, criando uma burocracia
escravizante; significa, isto sim,buscar nela inspiração para a justiça e
a misericórdia, a fim de que o homem tenha vida e relações mais
fraternas.Em 5,21-48, Mateus apresenta cinco exemplos, para mostrar como
é que uma lei deve ser entendida.
No sermão da montanha, bem como no
diálogo com o jovem rico, Cristo, ao tratar do verdadeiro espírito da
Lei, lembra que Deus leva em conta não só a mera obediência ao seu
texto, mas as reais e íntimas intenções do indivíduo quanto a tal
obediência.
Nenhum dos mandamentos da lei de Deus tem
aplicação limitada a Israel. O próprio princípio do sábado foi
estendido aos “filhos dos estrangeiros” (Isaías 56,2-8) e todas as
pessoas de todas as nacionalidades têm necessidade de um dia regular de
repouso, daí a razão de o “sábado ser feito por causa do homem” (cf.
Marcos 2,27).
No novo concerto, os princípios básicos
da lei divina são escritos por Deus no coração e na mente de Seus
filhos, judeus ou gentios, nos moldes do que havia sido prometido ao
antigo Israel em Ezequiel 36,26-27 e Jeremias 31,31-33.
De agora em diante, deve-se viver a
novidade do Reino do Céu, que é a prática e o ensino das
bem-aventuranças.Jesus,ressaltou os princípios básicos da lei divina
como sendo
“amor a Deus sobre todas as coisas” e “amor ao próximo como a si mesmo”.
Paulo confirma, em Romanos 13,8-10, que estes princípios sempre foram
reconhecidos pelos cristãos como a síntese da lei divina tanto na linha
“horizontal” ou seja, no amor ao próximo, quanto “vertical”, o amor a
Deus. Louvor e Glória ao Senhor!
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