sábado, 14 de julho de 2012

Uma sociedade secularizada e pluricultural


Sáb, 14 de Julho de 2012
Escrito por Assessoria de Imprensa   
O tema do 3º Congresso Missionário Nacional é uma continuidade, um prolongamento das preocupações apresentadas pela Conferência de Aparecida, em maio de 2007, que trouxe entre suas propostas a realização da missão, mantendo a Igreja em estado permanente de missão. Nesse sentido, o mutirão dos leigos buscou associar o tema do Congresso com o da missão continental, que é o grande legado da Conferência, visando contribuir para a reflexão missionária a partir da perspectiva do leigo.
Na Conferência de Aparecida a missão continental surge como resposta às preocupações da Igreja com a formação de uma sociedade secularizada e pluricultural, diante da percepção de uma mudança de época que sinaliza a formação de uma nova sociedade. Essa sociedade tem como característica o distanciamento do período chamado cristandade, onde se acentuava o religioso e suas expressões, e preserva-se, sobretudo, os valores da fé católica.

Também na sociedade secularizada e pluricultural, além da crise de sentido das tradições religiosas, tudo passa a ser relativo. A secularização traz uma autonomia das coisas do mundo e uma certa relativização da autoridade religiosa e tende cada vez mais a falar do secularismo, que é a rejeição da expressão da religião no espaço público, ou seja, os valores da modernidade se acham superiores e negam o espaço de manifestação da religião.

A crise das instituições pode ser explicada por causa desse relativismo. De certa forma tudo vale. E quando tudo vale as coisas perdem o seu valor. Começa-se uma relativização dos valores morais, onde o importante é ser feliz, levando cada um a fazer o que quer. Esse relativismo cria a sociedade dos descolados, dos que vivem segundo seus próprios princípios e ninguém tem nada a ver com isso. E isso é perigoso.


Podemos sentir como é disseminada a prática da corrupção através do cinismo na política. Por mais que se fale em valores éticos, as pessoas maquiam as situações, tirando proveito. Nessa sociedade os pobres são cada vez mais descartados e se antigamente existia uma moralidade na pobreza hoje ser pobre passa a ser sinônimo de vergonha.

O laicismo surge como uma das expressões do secularismo, estabelecendo-se que o Estado tem que ser laico, sem qualquer interferência da religião, tornando-se quase um dogma, uma outra forma de religião. Uma certa forma de fundamentalismo, uma radicalização da laicidade e do secularismo que nega e tende a erradicar qualquer forma de manifestação religiosa.

O fundamentalismo é o contrário do relativismo, ou seja, quando tudo é relativo, cresce a insegurança das pessoas; quando estão inseguras, procuram algum tipo de tábua de salvação, surgindo, assim o fundamentalismo, que pode ser explicado com o exemplo de quando se pega um texto e o aplica ao pé da letra.

A globalização pode ser citada como um dos responsáveis pela aceleração da sociedade secularizada, uma vez que as informações circulam mais rapidamente, assim como também aceleraram-se os contatos interculturais, com a presença cada vez maior do mundo moderno na vida das pessoas.

Nessa sociedade existe um retorno à sacralidade, mas a grande preocupação consiste em saber que tipo de religião as pessoas estão procurando.

Por Jaqueline de Freitas, da Assessoria de Imprensa do 3º CMN

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