Há exatamente 190 anos, o clamor por
independência ainda ecoa por todo o nosso Brasil. É um grito que vem das
mais distantes terras, da garganta de nossos irmãos camponeses que
sofrem com a seca; das mulheres oprimidas pelo machismo; das crianças e
adolescentes sucumbidas pela violência causada pelas drogas e abandono;
dos trabalhadores/s urbanos, que desempregados/as, encontram nas ruas, a
única forma de sobreviverem. São também os dos idosos/as, dos/as
encarcerados, dos/as imigrantes, dos/as dependentes químicos e de tantos
outros que precisam gritar ao mundo as suas fragilidades.
Este é também o momento de prestarmos
homenagem a pessoas que tombaram diante da força bruta de governos
autoritários. Foram homens e mulheres que gritaram bravamente a fim de
garantir a todos nós a tão sonhada liberdade. Lembremos então de Antônio
Conselheiro, Padre Mororó, Bárbara de Alencar, Zumbi dos Palmares, Frei
Tito Margarida Alves, Carlos Marighela, Ir. Dorothy, Chico Mendes,
Santo Dias; e também daqueles que sempre lutaram pelos direitos humanos a
exemplo de Dom Aluísio Lorscheider, Dom Helder Câmara, Ir. Crismanda…E
tantos outros que doaram a vida pelo ideal de uma sociedade justa e
fraterna, assim como fez Jesus Cristo e outros profetas e profetizas da
liberdade.
Independência rima com participação, mas
não é essa participação superficial, glamorisada que encontramos
facilmente no vocabulário da direita e da esquerda; dos lutadores de rua
e daqueles/as que expiam tudo pelas janelas, aquartelados,
protegendo-se de possíveis conflitos. Não pode ser uma participação
representativa e que pede ”com licença”, mas é aquela em que a única
regra é amar ao próximo e por isso mesmo, não reconhece limites.
O Dia da Independência é mais do que
apresentar-se pelas ruas de vestimentas douradas e tambores; é mais do
que cantar o hino nacional de cor. É acima de tudo, comprometer-se e
assumir responsabilidades com mudanças estruturais, e gritar bem forte,
de forma autônoma e independente: “queremos uma nação onde homens e
mulheres sejam de fato e de direito, os verdadeiros donos/as desse
Brasil!
Benimar de Oliveira Barbosa ( Agente da Pastoral do Menor e militante dos direitos humanos.)
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