O
sacerdote jesuíta italiano Paolo Dall'Oglio, expulso da Síria em junho
por promover manifestações pacíficas a favor da reconciliação do país,
considerou que a viagem do Papa Bento XVI ao Oriente Médio será um
luminoso exemplo de compromisso com a paz para toda a comunidade
internacional.
Através
de um comunicado assinado no dia 11 de setembro, o Pe. Dall’Oglio
expressou que, ante a situação na Síria, confia em que o exemplo e a
presença do Papa suponha "um ponto decisivo na construção de uma
sociedade civil governada segundo a justiça e a harmonia de todos seus
componentes sociais, cristãos e muçulmanos".
Além
disso, o Pe. Dall’Oglio promove desde Roma a Semana pela Solidariedade,
que consiste em orar pelos frutos da viagem que o Papa Bento XVI
realizará ao Líbano, do 14 ao 16 de setembro.
Na nota,
escrita com a colaboração de um grupo de cristãos e muçulmanos e a
coalizão Religions for Peace (Religiões pela Paz), o sacerdote expressou
também, seus desejos de que o povo libanês faça uma adesão ao Santo
Padre no seu chamado à liberdade e ao respeito para a vida da população
civil na Síria.
"Confiamos
em que esta viagem represente um ponto de referência luminoso sobre o
sentimento que o povo do Oriente Médio tem para a realização das suas
justas aspirações de liberdade e dignidade", particularizou.
Conforme
denunciou o presbítero, que está há mais de 30 anos intercedendo pela
paz na Síria, "a destruição do país está acontecendo com a cumplicidade
internacional e pela omissão culposa de todos, que ao invés de levar a
uma possível paz, acarretará consequências horríveis e divisórias que se
estenderiam com grande alcance e sem exceção tanto aos países mais
próximos como aos mais longínquos".
Nesta
linha, indicou que o governo sírio durante a visita "tentará, com
efeito, apropriar-se de frases evangélicas e chamadas à reconciliação
para justificar as mentiras do regime e oferece-las aos países de
maioria cristã".
Estes
pronunciamentos, serão utilizados "como pretextos para continuar
deixando de exercer suas responsabilidades e dar ao regime a
possibilidade de derramar ainda mais sangue na Síria", consideraram.
O Pe. Dall’Oglio recordou que o povo sírio é "vítima da violência e da repressão do regime".
"Desgraçadamente,
há alguns atores no conflito que pertencem a todos os componentes da
sociedade síria e que continuam defendendo, embora a níveis diversos, o
regime genocida sírio, e vivem uma situação de medo, submissão e
cumplicidade", acrescentou.
Finalmente,
recordou que a visita do Papa acontece em um momento decisivo do
processo de transformação da nação síria, e mostrou seu desejo de que
este ato de presença alente a todos os entes internacionais a que se
pronunciem de maneira decisiva em relação aos direitos do povo sírio e
de sua luta pela dignidade e a liberdade.
Fonte: acidigital
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