O fenômeno da midiatização do sagrado
está cada vez mais presente nos meios de comunicação. Hoje existe uma
coisa chamada “ciber-religião” que se resume a experiências religiosas
que ocorrem no ciberespaço e na cibercultura. Acredito que a Igreja
Católica precisa melhorar muito neste campo. A sociedade contemporânea
vive em um mundo que é multiplataforma (equipamentos) e digital. A
cultura das pessoas e, especificamente, a dos jovens, modificou-se
profundamente. Hoje, o jovem está no Facebook, Youtube, Twitter, Orkut,
Blogs, iPhones etc. As informações são obtidas muito mais de modo
digital do que nos meios convencionais. Tudo isso apresenta um enorme
desafio para a Igreja Católica, que deve comunicar com os técnicos e
linguagem da mídia, a mensagem evangélica de uma maneira rápida,
contemporânea e adequada.
Quando Jesus falou sobre o Reino de
Deus, Ele usou elementos da cultura e ambiente daquela época: o rebanho,
a figueira, o banquete, as sementes, a festa do casamento, o joio e o
trigo etc. Nós não podemos falar hoje como falávamos trinta ou até vinte
anos atrás. Hoje a cabeça do jovem e sua percepção é outra. O Beato
João Paulo ll definiu os mass media como “o primeiro areópago dos tempos
modernos” declarando que “não é suficiente, portanto, usá-los para
difundir a mensagem cristã, mas é necessário integrar a mensagem nesta
‘nova cultura’ criada pelas modernas técnicas de comunicação”. No ano
passado, no Dia Mundial das Comunicações, o Papa Bento XVl afirmou “que a
web (rede) não é mais instrumento, mas um ambiente de vida” e convidou
as pessoas “não a usar bem a rede, mas a viver bem no tempo da rede”.
Precisamos, portanto, transmitir profissionalmente a mensagem cristã por
todas as plataformas.
No site, o público pode acessar uma
rádio online, participar de fóruns e chats, ler artigos, adquirir
produtos na loja virtual e até fazer cursos à distância. Há igrejas não
católicas que perceberam logo a importância do ciberespaço e da
cibercultura para comunicar e difundir suas mensagens religiosas. Houve
enorme sucesso neste investimento por eles. A Igreja Católica precisa
entrar nestes espaços com seus programas de evangelização. O depósito da
verdade cristã precisa ser transmitido por todas as plataformas
disponíveis. Estes programas, levando em consideração a lógica da rede e
suas potentes metáforas que trabalham sobre o imaginário, devem
incluir: leituras e explicações Bíblicas; o modo de compreender a Igreja
e a comunhão eclesial; eventos litúrgicos; orientações sobre os
sacramentos e os temas clássicos da teologia moral católica. A Igreja
precisa enfrentar com coragem os novos desafios que o ciberespaço e a
cibercultura nos trouxeram para compreender e usar as várias plataformas
na comunicação digital por fins de evangelização.
Pe.Brendan Coleman Mc Donald, redentorista e assessor da CNBB Reg. NE1
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