Os judeus não pediram só uma vez por um sinal do céu, mas
eles o pediram várias vezes. Isso começou com os líderes, os fariseus e
os escribas. Eles queriam saber a identidade de Jesus. Eles não estavam
satisfeitos com todos os milagres que Jesus mostrou. João Batista se
satisfez com isso, mas os fariseus não. Eles queriam ver mais. Eles
queriam provar a Deus. Eles queriam que Deus lhes mostrasse que Jesus
era o Cristo.
Jesus mostrou várias vezes que eles tinham Moisés e os profetas e, se
não acreditaram neles, também não creriam num sinal. Eles não
receberiam nada a não ser o sinal de Jonas, que ficou três dias e três
noites no interior do peixe.
Os ninivitas deviam acreditar na história de Jonas sobre o peixe.
Eles nunca tinham visto este sinal, mas eles acreditaram e se
converteram. Os fariseus que conheciam esta história – e que sabiam
muito mais da Sagrada Escritura do que os ninivitas – não foram capazes
de reconhecer em Cristo a “Palavra última de Deus”. Mesmo depois que
Jesus realizou a primeira multiplicação dos pães alimentando quase cinco
mil homens (sem contar as mulheres e as crianças!) Ainda assim, tinham
coragem para – uma vez mais – pedir um sinal!
Esta pode ser a minha e a sua posição, quando depois de todas as
graças que temos recebido de Deus ainda duvidamos da sua ação em nós.
Como os fariseus que pediram um sinal do céu e obtiveram a resposta de
Jesus, o mesmo se dirá de nós: “por causa da dureza do vosso coração, nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas”.
Depois da Transfiguração no alto monte (Mt 17 = Lc 9), aonde Moisés e
Elias falaram com Jesus sobre o seu caminho para Jerusalém e a sua
morte lá, Jesus começou a sua última viagem para Jerusalém. E Lucas nos
informa que durante esta viagem o povo queria ver um sinal do céu. O
veneno dos fariseus infectou o povo. No início, somente os fariseus não
acreditavam em Jesus. Mas agora, no fim, o povo também não acredita
mais. Eles querem ver um sinal do céu.
Aconteciam tantas coisas maravilhosas ao redor deles, mas eles eram
cegos. Os olhos deles já eram satisfeitos com os milagres. Eles já viram
tantos milagres que perderam a sua admiração. Então, finalmente, Jesus
toma a iniciativa e diz ao povo que “não lhes será dado um sinal, a não ser o sinal do profeta Jonas”.
Logo após, Jesus censura os fariseus e escribas e avisa o povo contra eles: “Acautelai-vos primeiramente do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia”.
A Cruz de Cristo se tornou um sinal neste mundo. Deus nos deu um
sinal: três horas de escuridão! E no mesmo momento a cortina do Templo
se rasga de cima para baixo. O centurião confessa: “Verdadeiramente este homem era Filho de Deus”.
Isso foi um sinal. Deus mostrou “de cima” que o culto “em baixo” tinha
acabado. O último sacrifício foi dado na Cruz. Depois disso, nenhum
sacrifício vale mais. Este sacrifício foi o último – e o único – que
podia salvar o mundo.
Durante as três horas de escuridão, Jesus gritou: “Meu Deus, Meu Deus, por que me desamparaste?”
Ele sentiu o peso do julgamento eterno de Deus diante dos nossos
pecados. Por causa disso, este sacrifício foi o único e o último.
Podemos declarar que a Cruz se tornou um sinal. Escândalo para
alguns, loucura para outros, mas para nós é o sinal da nossa salvação.
Que Deus nos abra os olhos para ver o sinal e os ouvidos para acolher e
entender a Palavra do Seu Filho, Jesus Cristo nosso Senhor.
Padre Bantu Mendonça- Canção Nova
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