O Papa
Bento XVI participou na manhã desta sexta-feira, 21, da terceira
pregação do Advento, na Capela Redemtoris Mater. Depois de refletir
sobre a graça do Ano da Fé e sobre o aniversário do Concílio Vaticano
II, a última meditação do Advento foi dedicada ao terceiro grande tema
do ano, a evangelização.
Frei
Raniero Cantalamessa, pregador oficial da Casa Pontifícia, começou
lembrando que o Papa convidou a Igreja a fazer deste ano uma
oportunidade de redescobrir a "alegria do encontro com Cristo"; e verteu
sua pregação sobre “como evangelizar através da alegria, procurando
permanecer o mais fiel possível ao tempo litúrgico atual, em preparação
para o Natal”.
O frade
capuchinho citou fatos e personagens dos "Evangelhos da infância": o
entusiasmo com que Maria se levanta para ir até a casa de Isabel e os
pastores que vão ver a criança, os gestos humildes e típicos da alegria,
como as visitas, as saudações, os parabéns, os presentes. Mas, acima de
tudo, a alegria da maravilha e da sincera gratidão dos protagonistas:
"Deus visitou o seu povo! Lembrou-se da sua santa aliança".
Frei
Cantalamessa disse que a intenção do evangelista Lucas não era apenas
narrar, mas envolver o público. "Aqueles que lêem estas linhas”, diz um
exegeta moderno, “são chamados a partilhar a alegria”. (H. Schürmann, O
Evangelho de Lucas, I, Paideia, Brescia 1983).
Segundo
ele, isto explica porque os evangelhos da infância têm pouca coisa a
dizer a quem busca neles apenas a história, e muito a dizer a quem busca
também o significado da história, como faz o Santo Padre em seu último
volume sobre Jesus. Muitos fatos aconteceram, mas não são “históricos”
no sentido alto do termo, porque não deixaram nenhum vestígio na
história, não criaram nada. Já os fatos relativos ao nascimento de Jesus
são fatos históricos no sentido mais forte, não só porque aconteceram,
mas incidiram, e de forma decisiva, na história do mundo.
A
pregação prosseguiu com a constatação que se a Igreja de hoje, no meio
de todos os problemas e tribulações que a atingem, quiser reencontrar o
caminho da coragem e da alegria, ela deve abrir os olhos para o que Deus
está hoje fazendo nela. “O dedo de Deus, que é o Espírito Santo, ainda
está escrevendo, na Igreja e nas almas, histórias maravilhosas de
santidade que um dia, quando desaparecer todo pecado, farão que se olhe
para o nosso tempo com espanto e santa inveja.
Fechamos
os olhos, ao fazer isso, aos muitos males que afligem a Igreja e às
traições de muitos dos seus ministros? Não. Mas se o mundo e sua mídia
não destacam na Igreja nada além dessas coisas, é bom levantarmos o
olhar e vermos também seu lado bom, sua santidade”.
Em meio a
provas e calamidades que afligem a Igreja, especialmente em algumas
partes do mundo, os pastores podem repetir, também hoje, aquelas
palavras que Neemias, um dia, depois do exílio, dirigiu ao povo de
Israel abatido e em lágrimas: “não haja nem aflição, nem lágrimas,
porque a alegria do Senhor é a vossa força"!
A
pregação se encerrou com a exortação: “Que a alegria do Senhor, Santo
Padre, veneráveis padres, irmãos e irmãs, seja realmente, a nossa força,
a força da Igreja”.
Fonte: cancaonova
Nenhum comentário:
Postar um comentário