Os nomes Melchior, Baltasar e Gaspar só
são mencionados a partir do século Vll. Peritos como Beda os consideram
representantes da Europa (Melchior), Ásia (Baltasar) e da África
(Gaspar). Curiosamente certas relíquias, que se supunham serem os ossos
dos três magos, foram transladadas no século Xll de Milano para a
catedral da Colônia, onde são veneradas até hoje. De acordo com uma
tradição medieval, os magos teriam se reencontrado quase 50 anos depois
do primeiro Natal, em Sewa, uma cidade da Turquia, aonde viriam a
falecer. Mais tarde, seus corpos teriam sido levados para Milano, na
Itália. “Não sei quem está enterrado lá, mas com certeza não são eles”,
diz o teólogo Jaldemir Vitório, do Centro de Estudos Superiores da
Companhia de Jesus, em Belo Horizonte. Mas isso não diminui a beleza da
simbologia do Evangelho de Mateus ao narrar o nascimento de Cristo.
Afinal, devemos aos magos até a tradição de dar presentes no Natal.
A Igreja Católica considerou os presentes
como símbolos da pessoa e do mistério de Jesus: realeza (ouro),
divindade (incenso), morte e sepultura (mirra). Tradicionalmente a
estrela é considerada o sinal de Deus que lhes apresentava Jesus como o
Rei-Messias. Na noite do Natal, o menino Deus recebeu a visita dos
humildes pastores que representam os pobres da humanidade inteira.
Nascendo em chocante pobreza e revelando-se primeiramente aos pobres,
Jesus quis mostrar que Deus os ama muito. Mas Jesus é o salvador de toda
a humanidade, por isso recebe a visita dos magos, estrangeiros, ricos e
letrados. Os magos viviam em países longínquos, que o povo de Israel
lembrava com certa amargura: a Babilônia, terra do exílio; a Arábia,
terra inóspita para os Israelitas. E agora, representantes dessas terras
vão adorar o Messias na cidade de Davi, Belém. O menino Deus nascido em
Belém atraiu os que viveram longe dele, quer geográfica, quer cultural
ou ideologicamente. Os magos simbolizam os homens e mulheres de todo o
mundo que buscam a Deus. Jesus não é privilégio de nenhuma raça, de
nenhum grupo, de nenhuma classe social. Nasceu e morreu para a salvação
de todos: pobres e ricos, das raças branca, negra e amarela, analfabetos
e pessoas intelectualmente sofisticadas, pessoas de ideologias
divergentes e de religiões diferentes. Que a Estela de Belém brilhe para
todos os leitores do jornal O ESTADO no ano 2013.
Pe Dr. Brendan Coleman Mc Donald, Redentorista e assessor da CNBB, Reg. NE1
Nenhum comentário:
Postar um comentário