O comitê
organizador da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) participará, de hoje a
25 deste mês, de uma série de reuniões no Vaticano para acertar os
detalhes da visita do papa Bento XVI ao Rio. O pontífice deverá chegar
no dia 24 de julho - e não no dia 25, como previsto inicialmente - e a
partida está confirmada para o dia 28, depois da missa campal rezada por
Bento XVI em Guaratiba (zona oeste) e do encerramento oficial do
encontro, que reunirá pelo menos 2 milhões de católicos. A abertura
oficial será no dia 23 de julho, sem a presença do Papa. A realização da
Jornada custará R$ 430 milhões. R$ 300 milhões serão obtidos com as
inscrições dos peregrinos - que custam entre R$ 100 a R$ 608 - e R$ 130
milhões virão de patrocínios. A cerimônia de acolhida do Papa acontecerá
na Praia de Copacabana. Um dos pontos a serem discutidos nas reuniões é
o local exato da montagem do altar. "O Papa será acolhido no dia 25,
uma quinta-feira, no fim da tarde, e fará uma saudação aos jovens. Não
será uma cerimônia muito longa. É quase certo que ele não chegue na
quinta, que chegue até antes, na quarta", disse um dos vice-presidentes
do Comitê Organizador Local (COL), Dom Paulo Cezar, bispo auxiliar da
Arquidiocese do Rio, que embarca para Roma no próximo domingo. Um grupo
de representantes do comitê embarcou na terça-feira passada e já
participa de reuniões preparatórias.
Rumor
Apesar
dos rumores sobre a saúde frágil de Bento XVI, de 85 anos, Dom Paulo diz
que os organizadores não trabalham com a hipótese de o papa não vir ao
Rio. O cuidado será apenas de não sobrecarregar o pontífice com muitos
compromissos. "Eu diria que é de cem por cento a chance de ele vir.
Todas as informações que temos são de que o papa vem ao Brasil. Ele tem
certa idade, mas tem cumprido as celebrações e a agenda dele com
tranquilidade. Claro que, no Rio, não pode ser uma agenda muito pesada,
mas ele não precisa de cuidados muito especiais, não", afirmou Dom
Paulo. Além da acolhida e da missa campal, o papa assistirá, no dia 26, à
Via Crucis, também na Praia de Copacabana, e, no dia seguinte,
participará, à noite, da vigília dos jovens em Guaratiba. No domingo,
28, Bento XVI retornará a Guaratiba entre 9 horas e 9h30 e ficará até
por volta de meio-dia.
Reunião
Segundo
Dom Paulo, os organizadores da Jornada e da viagem do papa darão
continuidade em Roma às reuniões realizadas em outubro, quando uma
comitiva do Vaticano esteve no Rio. "Vamos tratar da liturgia, das
celebrações, das transmissões dos eventos, da segurança, do papamóvel. A
corrida agora é contra o tempo, estamos a menos de 200 dias (do início
da JMJ)", afirmou o vice-presidente do COL. Bento XVI chega ao Brasil no
momento em que o País vive queda recorde da população católica, embora
ainda seja a religião da maioria. Dados do Censo 2010 divulgados no ano
passado mostram que os católicos caíram de 73,6% da população para
64,6%. Pela primeira vez, o número absoluto de católicos caiu: 1,7
milhão de católicos a menos. Em média, 465 fiéis a menos por dia. Em
2010, havia 123,2 milhões de católicos no País; em 2000, eram 124,9
milhões. Dom Paulo diz que a redução da população católica não pesou na
escolha do Brasil e do Rio para sede da JMJ. "A visita do papa não é por
causa disso. A Jornada foi anunciada no Brasil bem antes (da divulgação
dos números) do Censo. O desafio da Igreja é sempre buscar uma presença
maior, mais evangelizadora. Claro que em um país como o nosso, com um
mosaico religioso muito grande, com grande número de seitas e igrejas
evangélicas, é normal que haja esse trânsito religioso. Mas, se olharmos
bem a Igreja Católica, ela está viva, as igrejas estão cheias. Na
Espanha, houve como efeito (da Jornada realizada em 2011, em Madri) um
grande número de pessoas que sentiram desejo de participar e se
inserirem na vida da Igreja. A gente espera que isso aconteça no Brasil,
que os católicos se voltem mais e assumam mais a vida na Igreja", diz o
bispo auxiliar do Rio.
Fonte: catolicos
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