Sem dúvida, todos nós
precisamos de pessoas inspiradoras, que instiguem nosso modo de viver
por meio do seu testemunho. Ansiamos por modelos autênticos de homens e
mulheres, cujo olhar esteja voltado somente para Deus, e por um exemplo
íntegro, apontem-nos o caminho a seguir, semelhantes a luzeiros que
iluminam a estrada durante a noite. Pessoas que, muito além das
palavras, mostrem com atitudes o amor ao próximo, que vivem incendiadas
pelo fogo de amor vindo do Espírito Santo. O exemplo dessas pessoas é de
singular importância, pois não poucos pautam suas vidas neste “outro
Cristo”, que passa as mesmas angústias e aflições do Senhor, mas é
notória a confiança depositada n’Ele para vencerem todo o obstáculo pela
fé.
Desta maneira, urge a
necessidade de modelos de fé tangíveis a nossos olhos, sobretudo para a
juventude, tão carente de testemunhos cristãos. Por isso é
imprescindível para um crente a vida coerente com os valores
evangélicos, capazes de transformar a maneira de viver num atrativo
testemunho de fé em Jesus Cristo, em meio à atual sociedade, a qual,
cada vez mais, apresenta uma cultura de contra valores baseada na
decadência moral e ética.
Percebendo a grande
necessidade da época por modelos de fé arraigados na crença em Cristo,
São Paulo, numa convicção intrépida, põe a si mesmo como modelo a se
imitar e diz aos coríntios: “Tornai-vos os meus imitadores, como eu o
sou de Cristo.”
Todavia, não há testemunho
verdadeiro sem luta cotidiana pela santidade, e podemos afirmar que ela
é o passaporte para o testemunho cristão. Almejar uma grande conquista
sem desafios e dificuldades, sem perdas e sacrifícios, é margear um
precipício de olhos vendados. Quem deseja o prêmio oferecido por Jesus
- a salvação -, deve saber a direção e por qual caminho seguir, sem o
qual a frustração é certa.
Santo Agostinho nos lembra
algo relevante sobre o testemunho, “as palavras convencem, porém os
testemunhos arrastam”. Seria maravilhoso ver jovens e adolescentes serem
“arrastados”, evidentemente pelo testemunho de outros moços e moças, à
vivência da Celebração Eucarística e dos demais sacramentos na
convivência fraterna em comunidade. Percebemos, assim, que o exemplo de
vida fala muito mais alto do que as palavras. No mundo contemporâneo,
talvez, o testemunho de vida cristã seja a forma com maior eficácia na
evangelização.
Sendo assim, com
perspicácia rara de um pastor, o Papa Bento XVI alarga nossos horizontes
acerca da força do testemunho cristão e nos assegura: “Como um pequeno
fogo pode incendiar uma floresta, assim o testemunho fiel de alguns pode
espalhar a força purificadora e transformadora do amor de Deus numa
comunidade ou nação”. O vigário de Cristo não fala de uma grande chama,
mas de ‘um pequeno fogo’ que, de maneira nenhuma, é diferente em relação
ao testemunho dos cristãos, ou seja, não precisa mais que poucos
anunciarem o Evangelho de Cristo com a própria vida para que se possa
incendiar o mundo com a chama viva do amor de Deus.
Enquanto não entendermos
que a lógica do mundo segue contrária à de Deus, desejaremos ver
quantidade em vez de qualidade; portanto, entendamos: Deus anda por
caminho diverso do homem, pois assim a Sagrada Escritura nos exorta: “Se
alguém dentre vós se julga sábio à maneira deste mundo, faça-se louco
para tornar-se sábio, porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de
Deus” (I Coríntios 3, 18-19). Deus faz proveito do que é fraco neste
mundo para confundir os fortes. Desta maneira, quer o Senhor apenas um
coração simples e disponível, sem muitas indagações, que Lhe dê livre
acesso. Então, logo se iniciará uma obra admirável aos olhos dos homens e
alcançará, sem maiores alardes, uma comunidade ou nação.
Fonte: cancaonova
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