A voz que brada no deserto se descreve e nos aponta para Aquele que batiza no fogo do Espírito Santo.
No dia em que celebramos o grande testemunho de São João Batista, a
Igreja nos presenteia com a memória dos santos São Basílio Magno e São
Gregório Nazianzeno.
São Basílio e São Gregório Nazianzeno, unidos na vida, na fé, na
cultura e na santidade, são comemorados na mesma data para, assim,
permanecerem juntos também na posteridade.
Ambos nasceram na Capadócia, por volta do ano 330 e na mesma região
exerceram suas funções literárias e pastorais. Na família de Basílio
foram santificados a avó Macrina, a mãe Emélia e também os irmãos
Gregório de Nissa, bispo e filósofo; Pedro, bispo de Sebaste e a virgem
Macrina.
São Basílio se consagrou ao serviço como Arcebispo de Cesárea, doutor
da Igreja e patriarca dos Monges do Oriente. Foi considerado modelo de
pastor, exemplar em todas as virtudes e “um baluarte da fé contra os
ataques dos heréticos arianos”.
Empenhou a vida em amenizar os problemas sociais de seu tempo,
chegando a fundar uma verdadeira “cidade filantrópica” onde os pobres
dispunham de hospital, orfanato, escola, abrigo etc.
Ficou célebre por combater a avareza dos ricos, de quem não cansou de
cobrar solidariedade com os menos favorecidos. Morreu aos 49 anos, em
379.
São Gregório Nazianzeno, em nome da ortodoxia, tirou Basílio de seu
retiro para que o ajudasse na defesa da fé do clero e da Igreja. Desde a
mais tenra idade, demonstrou temperamento místico e queda para o
monastério. Quando adulto, tornou-se famosíssimo orador e teólogo, sendo
por isso muito perseguido pelos arianos.
Mesmo sob pressão dos inimigos, aceitou ser declarado Patriarca de
Constantinopla e, nesta posição, presidiu o primeiro Concílio ali
sediado, em 381, que definiu a divindade do Espírito Santo.
Mas as perseguições arianas foram tantas que se viu obrigado a
abdicar do cargo, voltando para sua solidão de monge e para o trabalho
literário. De sua autoria conservam-se 53 sermões, 242 cartas e
incontáveis poesias de teor religioso. Faleceu em 389.
Fazendo referência ao Evangelho de hoje, ele dizia no princípio que
João Baptista se deu a conhecer aos sacerdotes e levitas que procuravam
saber quem ele era.
João Batista, em continuidade ao seu anúncio de conversão devido a
vinda iminente de Jesus, o Deus que veio edificar a sua tenda entre as
populações excluídas da periferia, trouxe preocupações às elites que se
sentiram ameaçadas. Não sabendo quem era João, enviam mensageiros para
lhe perguntar: “Quem és tu? És o Messias?” É que as multidões
acorriam a ele, o que suscitou desconfiança e temor entre estas elites.
Então, humildemente, João se dá a conhecer: “Eu batizo com água,
mas, no meio de vocês, está alguém que vocês não conhecem. Ele vem
depois de mim, mas eu não mereço a honra de desamarrar as correias das
sandálias d’Ele”. Com humildade e simplicidade, ele nos ensina a dar lugar a quem tem direito e vez! Louvor e Glória ao Senhor!
Padre Bantu Mendonça- Canção Nova
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